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Proteção contra explosão

Diretrizes e
Princípios básicos

P 2.002.0/08.16
Anotação
Esta brochura contém informações gerais sobre
proteção contra explosão. Ela foi cuidadosamente
elaborada considerando as atuais regulamentações
e normas legais vigentes no momento da impressão.
Não obstante afirmações incorretas ou ambíguas
não podem ser excluídas. As declarações contidas
nesta não podem ser utilizadas para análise ou
avaliação de risco de uma instalação específica.

Em casos de aplicação concreta e/ou condições


operacionais,
pedimos entrar em contato com o nosso respectivo
departamento técnico.
P 2.002.0/08.16

Reservamo-nos o direito de alterações


Conteúdo

1. Introdução...............................................................................................................................5
2. O que é uma explosão e como ela surge?..........................................................................5
3. Proteção contra explosão.....................................................................................................6
3.1. Proteção primária contra explosão..........................................................................................6
3.2. Proteção secundária contra explosão......................................................................................6
3.3. Proteção terciária contra explosão (proteção construtiva contra explosão)............................6
4. Substâncias inflamáveis.......................................................................................................7
4.1. Gases e vapores inflamáveis...................................................................................................7
4.2. Fluidos inflamáveis...................................................................................................................7
4.3. Materiais sólidos inflamáveis...................................................................................................8
4.4. Limites de explosão.................................................................................................................8
4.5. Limite da largura de fenda (MESG).........................................................................................9
4.6. Energia mínima de ignição, corrente mínima de ignição.........................................................9
4.7. Grupos...................................................................................................................................10
5. Classes de temperatura.......................................................................................................11
5.1. Gases/ Vapores......................................................................................................................11
5.2. Pós.........................................................................................................................................12
6. Fontes de ignição.................................................................................................................13
6.1. Superfícies quentes...............................................................................................................13
6.2. Chamas gases quentes e partículas......................................................................................13
6.3. 13
6.4. Instalações elétricas...............................................................................................................13
6.5. Correntes elétricas de compensação, proteção anticorrosão catódica.................................14
6.6. Eletricidade estática...............................................................................................................14
6.7. Relâmpago.............................................................................................................................14
6.8. Ondas eletromagnéticas de alta frequência
(ondas de rádio, micro-ondas; frequência: 104 Hz – 3*1011 Hz).............................................14
6.9. Ondas eletromagnéticas
(radiação infravermelha- até ultravioleta; frequência: 3*1011 Hz – 3*1015 Hz)........................14
6.10. Radiação ionizante.................................................................................................................14
6.11. Ultrassom...............................................................................................................................15
6.12. Compressão adiabática, ondas de choque, gases fluentes...................................................15
6.13. Reações exotémicas..............................................................................................................15
7. Classificação e categorização de aparelhos
para atmosferas explosivas................................................................................................15
7.1. Grupos de aparelhos conforme RL 2014/34/EU....................................................................15
7.2. Categorias de aparelhos........................................................................................................16
7.3. Tipo de atmosfera com potencial de explosão.......................................................................16
7.4. Zoneamento conforme RL 1999/92/EG.................................................................................17
7.5. Critérios de seleção para aparelhos e sistemas de proteção................................................19
8. Nível de proteção de aparelho............................................................................................19
9. Tipos de proteção de ignição..............................................................................................20
9.1. Encapsulação à prova de pressão, proteção de ignição elétrica...........................................22
9.2. Encapsulação de pressão......................................................................................................22
9.3. Encapsulação com areia........................................................................................................23
9.4. Encapsulação com fluido, proteção de ignição elétrica.........................................................23
9.5. Segurança mais elevada........................................................................................................24
9.6. Segurança intrínseca.............................................................................................................24
9.7. Tipo de proteção de ignição „n_“............................................................................................25
9.8. Encapsulação com massa fundida........................................................................................26
9.9. Radiação ótica.......................................................................................................................26
9.10. Proteção pela carcaça...........................................................................................................27
9.11. Encapsulação inibidora de vapores.......................................................................................27
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9.12. Encapsulação à prova de pressão, proteção de ignição não elétrica....................................28


9.13. Segurança construtiva...........................................................................................................28
9.14. Monitoramento de fonte de ignição........................................................................................29
9.15. Encapsulação com fluido, proteção de ignição não elétrica..................................................29
3
10. Identificação.........................................................................................................................30
10.1. ATEX - Diretriz 2014/34/EU....................................................................................................30
10.2. Identificação conforme exigências normativas......................................................................30
10.3. Identificação de condições especiais.....................................................................................31
ATEX - Identificação.......................................................................................................................32
11. Proteção contra explosão a nível mundial e a situação jurídica.....................................33
11.1. Europa - Diretrizes ATEX.......................................................................................................33
11.2. Regulamentos internacionais - IECEx...................................................................................34
11.3. USA - NEC.............................................................................................................................34
11.4. Canadá - CEC........................................................................................................................34
11.5. Brasil - INMETRO...................................................................................................................34
11.6. União alfandegária Eurásia - TR CU /
Rússia - Gost-R......................................................................................................................34
11.7. Índia - PESO..........................................................................................................................35
11.8. China - NEPSI........................................................................................................................35
11.9. Coréia - KOSHA.....................................................................................................................35
11.10. Japão - TIIS............................................................................................................................35
11.11. Austrália, Nova Zelândia........................................................................................................35
12. Comparação dos mais importantes regulamentos de aprovação
ATEX – IECEx – NEC............................................................................................................36
12.1. ATEX......................................................................................................................................36
12.2. IECEx.....................................................................................................................................36
12.3. NEC 500-504.........................................................................................................................37
12.4. NEC 505-506.........................................................................................................................38
13. Índice de literatura...............................................................................................................39
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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

1. Introdução
Em diversos métodos de processamentos e processos de fabricação, nos ramos industriais
como na indústria química e na farmacêutica, na mineração, na prospecção de petróleo e gás
natural e na indústria de alimentos (principalmente em moinhos), manipula-se com substâncias
inflamáveis. Nestas ocasiões repetidamente podem ocorrer situações perigosas levando a
explosões e pôr em perigo as pessoas.

2. O que é uma explosão e como ela surge?


Por explosão entende-se uma reação química transcorrida repentinamente de uma substância
inflamável com oxigênio sob liberação de grande energia. Esta reação tem como consequência
um aumento de temperatura e/ou de pressão (velocidade de expansão de 1 a 1.000 m/s).
Designação Velocidade de explosão
Deflagração abafada 0,1 – 1 m/s
Explosão 1 – 1.000 m/s
Detonação acima de 1.000 m/s
Tabela: Deflagração abafada, explosão, detonação

Uma deflagração abafada é a mais fraca forma de uma combustão explosiva. Neste caso
surgem pressões de no máx. 1 bar e velocidades de expansão de 0,1 a 1 m/s.
Para que uma explosão possa ocorrer são necessários três fatores simultaneamente:
●● Uma substância inflamável em forma de gases, névoas, vapores ou pós e fiapos
●● oxigênio (do ar)
●● uma fonte de ignição

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Figura: Surgimento de uma explosão

Substância inflamável e ar devem apresentar-se numa relação quantitativa definida, de modo


que surge uma atmosfera explosiva. Se esta atmosfera entra em contato com uma fonte de
ignição (p.ex. superfícies quentes, faíscas elétricas ou arco voltaico), a mistura reage de forma
explosiva.
A avaliação se uma atmosfera capaz de explodir está presente ou não, acontece sob condições
atmosféricas: Pressão entre 0,8 bar e 1,1 bar absoluto (80 kPa a 110 kPa) e uma temperatura
entre -20 °C e +60 °C. O teor de oxigênio situa-se em aprox. 21º%. A padronização é necessária
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sendo que as características técnicas de segurança são uma função de pressão, temperatura e
teor de oxigênio.

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3. Proteção contra explosão
A proteção contra explosões pode ser alcançada através de diversas medidas técnicas e/ou
organisatoriais. Neste caso procede-se conforme a seguinte ordem de precedência:

3.1. Proteção primária contra explosão


Medidas de proteção primária contra explosão têm como alvo evitar a formação de atmosferas
com potencial de explosão.
Evitar o emprego de substâncias inflamáveis parece ser a forma mais simples de proteção
contra explosão (tecnologias de substituição). Porém nas áreas mencionadas acima isto é
praticamente impossível. Então, eventualmente através do impedimento ou limitação da saída
de substâncias inflamáveis pode-se evitar a formação de misturas com capacidade explosiva,
tanto no interior com também ao redor dos aparelhos. Muitas vezes, já por meio de uma
construção aberta com simultânea ventilação, pode-se criar uma solução adequada.
Uma outra possibilidade é a de diminuir ou substituir o oxigênio do ar pela introdução
direcionada de nitrogênio ou dióxido de carbono. Fala-se então de uma inertização. No entanto,
a substituição do oxigênio do ar em todas as áreas nas quais pessoas se detêm, é impossível.

3.2. Proteção secundária contra explosão


Se não é possível evitar a formação de uma perigosa atmosfera explosiva, então aplica-se a
proteção secundária contra explosão. A meta aqui é de evitar a inflamação de uma atmosfera
perigosa. Neste caso as seguintes medidas de proteção contra ignição podem ser aplicadas:
●● Evitar as fontes de ignição
●● Divisão das áreas explosivas em zonas
●● Emprego de meios operacionais protegidos contra explosão
●● Aplicação de dispositivos de proteção

Todas as medidas de proteção contra ignição para os meios operacionais aplicados em áreas
perigosas a explosão fazem parte da proteção secundária contra explosão

3.3. Proteção terciária contra explosão (proteção construtiva contra explosão)


Se apesar das medidas acima mencionadas, fontes de ignição, e com elas perigos de explosão
são a temer, p.ex. por descargas eletrostáticas ou reações químicas, então os efeitos de uma
explosão ou detonação devem ser limitados a um nível seguro. Estas são então medidas
construtivas ou também terciárias contra explosão.
A construção resistente à pressão de explosão é a medida construtiva mais usada que, embora
não impede uma explosão, mas limita seus impactos. O equipamento deve ser construído de tal
forma que resiste à pressão máxima da explosão e, em caso extremo, mesmo à pressão de
detonação.
Nas tubulações, e também em caso de construções muito estendidas, pode ocorrer rapidamente
uma detonação. Se a construção resistente à pressão de explosão não estiver à altura de uma
pressão maior, devem ser instalados eficientes alívios da pressão de explosão ou dispositivos
de compensação de pressão. Uma outra medida na supressão de explosão consiste em
equipamentos de combate ao incêndio.
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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

4. Substâncias inflamáveis
Substâncias inflamáveis podem ser de natureza gasosa, líquida ou sólida. Geralmente são
avaliadas segundo sua capacidade de reação com o oxigênio no ar.

4.1. Gases e vapores inflamáveis


Um gás inflamável pode ser um gás elementar como p.ex. hidrogênio, porém muitas vezes
gases são combinações que contêm carbono e hidrogênio. Por meio do fornecimento de
energias geralmente pequenas, os gases e vapores inflamáveis podem reagir com o oxigênio do
ar.
Como vapores designa-se as partes de fluidos - com relação à proteção contra explosão de
fluidos inflamáveis, - que em consequência da pressão de vapor sobre uma superfície de um
fluido, ao redor de um jato de fluido, ou por gotículas que passaram para o ar envolvente. Uma
forma especial são neblinas que, a respeito do comportamento explosivo, podem ser atribuídos
aos vapores.

4.2. Fluidos inflamáveis


Fluidos inflamáveis possuem a propriedade, sob determinadas condições, de formar uma mistura
vapor-ar inflamável com o ar ambiental. Geralmente trata-se de compostos de hidrocarbonetos,
como p.ex. éter, acetona ou gasolina. Conforme a regulamentação da CLP os fluidos são
classificados em inflamáveis, altamente inflamáveis e extremamente inflamáveis, dependendo
do ponto de inflamação e seu ponto de ebulição.
Uma importante característica para fluidos inflamáveis é o ponto de inflamação. O ponto de
inflamação é a temperatura mais baixa na qual um fluido inflamável, sob condições de análises
normatizadas, permite surgir em sua superfície uma quantidade apropriada de vapor, de modo que,
com uma fonte de ignição efetiva, torna-se possível a inflamação da mistura vapor-ar. O ponto de
inflamação é importante para a classificação de áreas de risco à explosão. Fluidos inflamáveis com
elevada temperatura de ponto de inflamação são menos críticos do que aqueles com um ponto de
inflamação à temperatura de ambiente ou abaixo desta.
Ao pulverizar fluidos inflamáveis de latas de Spray ou em instalações de pintura podem surgir
nevoeiros. Tais nuvens de névoa consistem de gotículas muito pequenas e são capazes a
explosões. Neste caso o ponto de inflamação é de importância secundária. Para gases, vapores e
névoas de fluidos inflamáveis valem as considerações de segurança de gases inflamáveis.
Categoria de perigo Designação do Ponto de inflamação e
fluido inflamável ponto de início de ebulição
Fluido e vapor
Ponto de inflamação < 23 °C
1 extremamente inflamável
Início de ebulição ≤ 35 °C
(H224)
Fluido e vapor Ponto de inflamação < 23 °C
2
facilmente inflamável (H225) Início de ebulição > 35 °C
Fluido e vapor 23 °C ≤ ponto de inflamação ≤
3
inflamável (H226) 60 °C
Tabela: Classificação de fluidos inflamáveis segundo a regulamentação CLP
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4.3. Materiais sólidos inflamáveis
Substâncias sólidas inflamáveis em forma de pó ou lamugem (fiapos) podem reagir com o
oxigênio do ar e causar em consequência desastrosas explosões. Dependendo, se o pó se
encontra de forma depositado ou agitado como nuvem de pó, ele se comporta de forma muito
diferente. Pó depositado pode-se inflamar em superfícies quentes e levar a incêndios
incandescentes. (combustão lenta). Ao contrário, nuvens de pó agitadas, mediante fornecimento
de energia local ou em superfícies quentes, podem levar diretamente a um explosão. De modo
geral, a energia necessária para estimular uma explosão é maior para misturas com ar do que
para gases e vapores. Porém, uma vez estimulado para a combustão, a energia liberada pela
reação da combustão, gera tão altas temperaturas e pressões, que a combustão passa para
uma explosão. Camadas de pó em brasa agitadas podem, como resultado, levar a uma
explosão de pó. Se camadas de pó são agitadas, por exemplo por limpeza mecânica ou por
trabalhos de extinção impróprios, então pode assim ser iniciada uma explosão de pó. Também
uma explosão de gás ou de vapor pode agitar uma camada de pó e como resultado iniciar uma
explosão de pó.
Além das propriedades químicas do pó, a finura das partículas sólidas e sua superfície total
resultante da finura, assim como a umidade, desempenham um papel essencial. As
propriedades são determinadas pelos processos que decorrem diretamente sobre a superfície
das substâncias sólidas.

4.4. Limites de explosão


Numa atmosfera potencialmente explosiva o combustível gasoso deve estar presente numa
determinada concentração. Numa concentração muito alta (mistura rica) o combustível não
encontra suficiente oxigênio e não pode ocorrer uma explosão. Numa concentração muito baixa
(mistura pobre) a combustão não pode se propagar e vai se apagando. Os limites, dentro dos
quais pode ocorrer uma explosão, são designados como limite superior de explosão (LSE) e
limite inferior de explosão (LIE).
Os valores-limite assim como outros dados característicos das substâncias podem ser
consultados no banco de dados de substâncias
(www.dguv.de/ifa/GESTIS/GESTIS-Stoffdatenbank/index.jsp).
Se as condições ambientais divergem das condições atmosféricas, então os limites de explosão
se deslocam. Com um aumento do teor de oxigênio em comparação ao ar, desloca-se p.ex. o
limite superior de explosão para cima, da mesma forma com pressão mais elevada.
No caso de pós em suspensão, além das propriedades da substância, a média do tamanho de
grão é de importância crucial. Com um aumento da finura aumenta-se a superfície total do pó
que pode reagir com o oxigênio.

100 Vol. % Concentração de ar 0 Vol. %

Mistura pobre Área de explosão Mistura rica


em demasia em demasia

não há Combustão
combustão parcial,
não há
explosão

Limite de explosão
inferior superior

Concentração da
0 Vol. % 100 Vol. %
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substância inflamável

Figura: Área de explosão

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Gases/ Vapores LIE LSE


Hidrogênio   4,0 %   77,0 %
Metano   4,4 %   17 %
Acetileno   2,3 % 100 %
Propano   1,7 %   10,8 %
Sulfureto de carbono   0,6 %   60 %
sulfeto de hidrogênio   4,3 %   45,5 %
Amônia 15,4 %   33,6 %
Óleo Diesel   0,6 %    6,5 %
Gasolina   0,6 %    8 %
Etanol   3,1 %   27,7 %
Monóxido de carbono 11,3 %   75,6 %
Tabela: Concentrações de substâncias inflamáveis

4.5. Limite da largura de fenda (MESG)


O limite da largura de fenda (MESG - Maximum Experimental Safe Gap) é uma medida para o
comportamento de propagação de uma chama quente através de uma fenda estreita. Neste
caso uma mistura de gás é incendiada dentro de um dispositivo de teste e averiguado com que
largura de fenda as chamas se propagam através de uma fenda de 25 mm de comprimento.

Largura da fenda

Comprimento da fenda
Fenda plana
Subgrupo A e B

Fenda cilíndrica

Subgrupo A, B e C

Fenda de rosca

Subgrupo A, B e C

Figura: Variantes de fenda

4.6. Energia mínima de ignição, corrente mínima de ignição


Para a inflamação de uma mistura potencialmente explosiva é necessária uma energia de
ignição mínima, causada por uma faísca. Através da faísca surge localmente uma temperatura
muito alta que inicia uma combustão da atmosfera explosiva e pela energia liberada leva a uma
explosão. A corrente de ignição mínima (MIC - Minimum Ignition Current) é o valor mínimo da
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corrente de um circuito de corrente, através da qual misturas explosivas a qualquer composição


ainda podem ser inflamadas. A corrente de ignição mínima de um gás é colocado em relação à
corrente de ignição mínima do gás metano.

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4.7. Grupos
Dependendo dos valores de MESG e MIC averiguados, as substâncias potencialmente
explosivas são divididas em grupos. Gases são atribuídos ao Grupo II, onde a periculosidade
dos gases do subgrupo A para o subgrupo C aumenta.
Grupo / Subgrupo Limite da largura de fenda Relação da
corrente de ignição mínima
II A > 0,9 mm > 0,8
II B 0,5 < x < 0,9 mm 0,45 < y < 0,8
II C < 0,5 mm < 0,45
Tabela: Grupos

Com a última alteração da IEC / EN 60079 os pós são classificados em um grupo III separado.
Para isso também ocorreu uma divisão em subgrupos:
●● IIIA: Lamugem (fiapos) inflamáveis
●● IIIB: Pó não condutor
●● IIIC: Pó condutor

Esta classificação não foi transferida diretamente para as diretrizes ATEX. Na aplicação das
normas harmonizadas EN 60079 esta identificação porém vem sendo aplicada.

O termo grupo de explosão, antigamente muito utilizado, nas normas atuais não é mais utilizado.
No lugar disso é utilizado o termo geral grupo.
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5. Classes de temperatura
Para uma avaliação precisa do perigo de uma ignição devem ser consideradas as substâncias
individualmente referente suas temperaturas de ignição/inflamação. Além disso, diferentes
fatores desempenham um papel como p.ex. forma, tamanho, espécie e natureza da superfície
de contato.
Neste caso a temperatura de superfície máxima ocorrente sempre deve ser menor que a
temperaura de ignição

5.1. Gases/ Vapores


Para gases e vapores as temperaturas de ignição específicas são averiguadas conforme
EN 60079-20-1 - Propriedade de material para a classificação de gases e vapores.
Gases e vapores são então divididas em classes de temperatura

Classe de temperatura Faixa de temperatura de Temperatura


ignição das misturas de superfície permissível
dos aparelhos
T1 > 450 °C 450 °C
T2 > 300…< 450 °C 300 °C
T3 > 200…< 300 °C 200 °C
T4 > 135…< 200 °C 135 °C
T5 > 100…< 135 °C 100 °C
T6 > 85…< 100 °C   85 °C
Tabela: Classes de temperatura

II A II B II C
T1 Metano Hidrogênio
Amônia
Monóxido de carbono
T2 Propano Etanol Acetileno
Gasolina
T3 Diesel Sulfeto de hidrogê-
nio
T4 Aldeído acético
T5
T6 Sulfureto de carbono
Tabela: Classificação de gases e vapores

Se operacionalmente o gás é aquecido até à temperatura das superfícies adjacentes, a tempe-


ratura de superfície só pode atingir no máx 80 % da temperatura de inflamação da mistura de
gás. Se em operação normal a atmosfera explosiva somente ocorre raramente ou por curto
espaço de tempo, então a temperatura da superfície pode atingir a temperatura de inflamação
do gás.
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5.2. Pós
No caso de pós inflamáveis, no entanto, não se efetua uma divisão em classes de temperatura.
Porém também aqui existe um sistema unificado para o cálculo da temperatura de superfície
crítica. Este processo de determinação está estabelecido na ISO/IEC 80079-20-2 - Atmosferas
explosivas: Materiais características - Métodos de teste de névoa combustível e na
DIN EN 50281-2-1 - Processo de pesquisa; Processo para a determinação da temperatura
mínima de ignição de pó para camadas de pó < 5 mm.
Pó pode se apresentar em forma de uma nuvem suspensa no ar ou numa camada depositada
sobre uma superfície. As temperaturas de ignição para uma nuvem de pó podem diferenciar
consideravelmente das temperaturas de ignição de uma camada de pó. Para ambas as
características existem valores respectivos. Para a determinação da temperatura de superfície
máxima permissível devem ser consideradas fatores de segurança. No caso de uma camada de
pó padronizada de 5 mm de espessura deve haver uma diferença entre a temperatura de
ignição e da temperatura de superfície permissível de 75 K. Numa nuvem de pó a temperatura
de superfície é definida em no máximo 2/3 da temperatura de ignição. Para a seleção dos
equipamentos deve ser então considerada a respectiva temperatura mais baixa.
A temperatura de ignição de pós, assim como outras características específicas, podem ser
solicitadas através da GESTIS banco de dados de pós do instituto para proteção de trabalho
(http://staubex.ifa.dguv.de/explosuche.aspx).
Temperatura de ignição de pós
Camada de pó: Temperatura de superfície Nuvem de pó: Temperatura de superfície
permissível. permissível.
TS perm. = TS mín. – 75 K TW perm. = 2/3 TW mín.
Temperatura de superfície máx. permissível do aparelho
TS perm.. ≥ Tperm. ≤ TW perm.
Tabela: Temperatura de ignição de pós

Camadas de pó acima de 5 mm
Os valores de temperatura averiguados conforme ISO/IEC 80079-20-2 só valem para camadas
de pó até no máximo 5 mm. Em caso de camadas mais grossas o isolamento térmico aumenta.
Portanto a temperatura de superfície máxima permitida no equipamento deve ser ainda mais
reduzida.
Esta é determinada conforme diagrama EN 60079-14 - Projeção, seleção e construção de
instalações elétricas. Com camadas acima de 50 mm a temperatura de ignição/inflamação
deve ser determinada em experiências de laboratório. Isto também vale para espessuras de
camada maiores que 5 mm, se a temperatura de ignição para camadas de espessura 5 mm é
menor que 250 ºC. Se o meio operacional através de despejo é completamente coberto com pó
inflamável, então também serão necessários experiências de laboratório.
Temperatura de superfície máx. permitida [ºC]

≥ 400 °C

≥ 320 °C
≥ 250 °C
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Espessura da camada [mm]

Diagrama: Determinação da temperatura de superfície máx. para camadas de pó > 5 mm


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6. Fontes de ignição
Para evitar efetivamente uma explosão, deve-se primeiramente constatar quais tipos de fonte de
ignição são possíveis e quais são existentes condicionadas ao equipamento.
Para isto existe a EN 1127 - Atmosferas explosivas uma visão geral sobre as mais frequentes
fontes de ignição.

6.1. Superfícies quentes


Dependendo da temperatura de uma superfície já pode haver uma inflamação de uma
atmosfera potencialmente explosiva. Neste caso a temperatura crítica depende de vários
fatores. Assim p.ex. a forma e o tamanho do corpo aquecido, o gradiente de concentração da
atmosfera na área da parede e em parte o material da parede desempenham um papel.
Superfícies quentes como corpos de aquecimento, estufas de secagem ou espirais de
aquecimento são fáceis de serem reconhecidas. Mas também processos mecânicos ou de
usinagem com levantamento de cavaco podem causar perigosas temperaturas. Da mesma
forma aparelhos e componentes que transformam energia mecânica em calor, como p.ex.
acoplamentos por fricção e freios mecânicos. Além disso peças em movimento em mancais,
passagens de eixos e buchas sem a lubrificação adequada podem tornam-se fontes de ignição.
Pela penetração de corpos estranhos ou sujeira, sob determinadas circunstâncias, podem surgir
num curto espaço de tempo altas temperaturas de superfície.

6.2. Chamas gases quentes e partículas


Chamas, mesmo em sua menor forma, fazem parte das mais eficazes fontes de ignição. Estas
surgem geralmente dentro de motores de combustão interna ou em equipamentos de análise,
bem como em seus pontos de saída de gás. Se uma atmosfera explosiva se encontra mesmo
por fora de partes da instalação diretamente adjacentes, então, por meio da abertura, p.ex. de
linhas de aeração, pode ocorrer uma propagação da chama, ou gases quentes e partículas são
espalhadas nestas áreas causando uma inflamação.

6.3.
Fala-se de faíscas geradas mecanicamente, quando em consequência de processos de atrito,
golpes ou lixamento/retífica se desprendem de material sólido partículas com temperatura
elevada. Se estas partículas consistem de substâncias oxidantes, como p.ex. ferro ou aço,
então, devido ao processo de oxidação, estas partículas podem atingir temperaturas bem acima
de 1.000 ºC e com isto disparar uma ignição.
Faíscas também podem surgir pela penetração de corpos estranhos como pedras e partículas
metálicas em aparelhos e componentes em rotação.
Processos de impacto, nos quais participam ferrugem e metais leves como alumínio e magnésio
assim como suas ligas, podem gerar uma reação térmica com temperaturas muito altas.

6.4. Instalações elétricas


Em meios operacionais elétricos p.ex. equipamentos MSR (equipamentos de medição, controle
e regulação) e motores, mesmo a baixas tensões, podem surgir faíscas elétricas (p.ex. na
abertura ou fechamento de circuitos elétricos, conexões com mal contato e com correntes de
compensação) como fonte de ignição.
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6.5. Correntes elétricas de compensação, proteção anticorrosão catódica
Ao separar, conectar ou efetuar uma ponte em instalações ou parte delas, nas quais podem
surgir correntes de compensação, podem ocorrer faíscas elétricas já com uma baixa diferença
de potencial. Mesmo que não ocorram faíscas, pode ocorrer um aquecimento crítico das linhas
de corrente.
Com a aplicação da proteção catódica contra corrosão com alimentação de corrente externa,
também deve-se contar com os perigos de ignição citados. Na aplicação de ânodos de
sacrifício, do contrário, os perigos de ignição por formação de faíscas geralmente não são
esperados.

6.6. Eletricidade estática


Ao contrário de uma descarga com correntes elétricas de compensação, numa descarga por
eletricidade estática, não precisa haver nenhuma fonte de tensão. Portanto, mesmo em
instalações e partes de instalações não elétricas, existe o perigo da formação de faísca por
descarga estática. Plásticos de materiais não condutores podem carregar-se.
Durante processos de separação, como p.ex. na passagem de uma película sobre um rolo/
calandra, ou pelo fluxo de óleo hidráulico através de um elemento filtrante, pode ocorrer uma
descarga e a formação de faísca.

6.7. Relâmpago
Em consequência da queda de um raio, baseado na grande energia, sempre ocorre a
inflamação de uma atmosfera explosiva. Ao redor do lugar de queda fluem fortes correntes em
todas as direções, que na vizinhança do ponto de queda podem disparar faíscas com potencial
de ignição e fogo pulverizado. Pelas correntes que se manifestam também pode ocorrer um
forte aquecimento das vias de pára-raios.

6.8. Ondas eletromagnéticas de alta frequência


(ondas de rádio, micro-ondas; frequência: 104 Hz – 3*1011 Hz)
Instalações que emitem tal energia elétrica de alta frequência são, p.ex., geradores de alta
frequência para aquecimento, secagem, témpera ou também para solda. Partes condutores
dentro de tal campo de radiação atuam como receptor e podem sob condições apropriadas
provocar a ignição de uma atmosfera explosiva. Desse modo, fios finos podem ser aquecidos
até incandescência.

6.9. Ondas eletromagnéticas


(radiação infravermelha- até ultravioleta; frequência: 3*1011 Hz – 3*1015 Hz)
Radiação neste campo espectral, principalmente havendo concentração de foco, pode tornar-se
numa fonte de ignição, ou sobre superfícies sólidas por absorção iniciar uma combustão.
Principalmente no caso de radiação Laser, a densidade de potência pode ser suficiente para
uma ignição, mesmo a grandes distâncias. A luz solar pode provocar uma inflamação, se objetos
como garrafas ou espelhos côncavos causam um feixe de radiação.
Sob determinadas condições, a radiação de fortes fontes de luz pode ser absorvida tão forte por
partículas de pó, que estas se tornam numa fonte de ignição.

6.10. Radiação ionizante


Radiação ionizante gerada por tubos de raios X ou substâncias radioativas pode, como resultado da
P 2.002.0/08.16

absorção de energia, incendiar atmosferas explosivas. Mas também a fonte de radiação pode
aquecer-se de tal forma que deve ser considerada como fonte de ignição.
Uma radiação ionizante também pode conduzir a uma decomposição de misturas químicas e à
liberação de radicais reativos ou à combinações químicas instáveis. Isto pode conduzir a inflamação.
14
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

6.11. Ultrassom
Na aplicação de ultrassom a substância sonicada absorve a energia e com isso pode se
aquecer tão forte que pode ocorrer uma inflamação.

6.12. Compressão adiabática, ondas de choque, gases fluentes


Numa compressão repentina ou por uma onda de choque pode haver um aumento de
temperatura. Este aumento de temperatura pode ser tão alto que pode ocorrer uma inflamação
de uma atmosfera explosiva.
Em gases fluentes pode ocorrer um aumento de temperatura, capaz de ignição, através de
difração ou reflexão de ondas de choque, causada por uma repentina descompressão de gases
de alta pressão em sistemas de tubulações, em gargalos, cotovelos ou êmbolos fechados.

6.13. Reações exotémicas


Algumas substâncias instáveis tendem a reagir quimicamente já à temperatura de ambiente.
Neste caso é liberado calor que, em caso normal, é transferido diretamente ao ambiente, sem
que ocorra um aumento de temperatura da substância. Porém, se esta transferência ao
ambiente não é possível, ou somente condicionalmente, pode ocorrer uma autoinflamação da
substância. Também pode haver uma autoinflamação se a substância é armazenada a uma
temperatura muito alta. Nestas substâncias pode tratar-se tanto de misturas de gases como
também de pós (oxidação).

7. Classificação e categorização de aparelhos


para atmosferas explosivas
Por aparelhos entende-se máquinas, meios operacionais, dispositivos estacionários ou
transportáveis, componentes de controle e de equipamentos assim como sistemas de alarme e
prevenção que, individualmente ou combinado são destinados para a geração, transmissão,
armazenamento, medição, regulação e conversão de energia e para o processamento de
materiais, que apresentam uma fonte de ignição e com isso podem causar uma explosão.

7.1. Grupos de aparelhos conforme RL 2014/34/EU


Grupo de aparelhos I
No grupo de aparelhos I são listados aparelhos destinados apenas para utilização em operações
subterrâneas de mineração assim como instalações de superfície sujeitas aos perigos de gases de
mina (metano) e/ou pós inflamáveis. Conforme a diretriz da UE 2014/34/EU, este grupo é
subdividido nas categorias de aparelho M1 e M2.
Neste caso a letra M está para a palavra em inglês Mining (mineração) e o número subsequente
indica o nível de segurança. Aqui a indicação M1 especifica um nível muito alto de segurança.
Isto significa que o aparelho também pode ser operado em caso de uma falha rara do aparelho
numa atmosfera explosiva. No caso de uma medida de proteção de aparelho falhar, então uma
segunda medida de proteção de aparelho independente continua garantindo a segurança
necessária. Adicional a segurança também ainda é garantida em caso de dois erros
independentes. M2 designa uma elevada medida em segurança. O aparelho garante a segurança
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em operação normal sob as difíceis condições operacionais na mineração. Com o aparecimento


de uma atmosfera explosiva estes aparelhos são desligados com segurança.

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Grupo de aparelhos II
Aparelhos do grupo de aparelhos II podem ser empregados em todas as áreas (exceto
mineração), nas quais deve-se contar com uma atmosfera explosiva, que consiste de uma mistura
de ar e gases, vapores ou névoas ou ainda misturas de ar e pó.

7.2. Categorias de aparelhos


Em função da frequência e duração da presença de uma atmosfera explosiva e da medida de
segurança necessária, os aparelhos são divididos em 3 categorias de aparelho.

●● Categoria de aparelho 1
Neste contexto, áreas de aplicação são áreas nas quais uma atmosfera explosiva,
consistente de uma mistura de ar e gases, vapores ou névoas, ou ainda por misturas ar/
pó, está presente constantemente ou por longo prazo ou frequentemente. Estes aparelhos
garantem um grau de segurança muito alto, mesmo em caso de rara falha do aparelho. Como
na categoria M1, também aqui, caso falhar uma medida de proteção de aparelho, deve existir
uma segunda medida de proteção de aparelho independente e, na ocorrência de dois erros
independentes, a segurança necessária ainda deve estar assegurada.

●● Categoria de aparelho 2
Aparelhos desta categoria são destinados para utilização em áreas, nas quais deve-se
contar que uma atmosfera explosiva de gases, vapores névoas, ou misturas ar/pó ocorre
ocasionalmente. Estes aparelhos garantem uma elevada medida de segurança em operação
normal assim como com frequentes falhas de funcionamento e erros a serem esperados.

●● Categoria de aparelho 3
Os aparelhos da categoria 3 são designados para utilização em áreas, nas quais não se
deve contar que uma atmosfera explosiva composta por gases, vapores, névoas ou poeira
levantada ocorra, mas se mesmo assim ocorrer, então com toda probabilidade só raramente e
durante um curto espaço de tempo. Aparelhos desta categoria garantem em operação normal
a medida de segurança necessária.

7.3. Tipo de atmosfera com potencial de explosão


Diferencia-se, quando se trata de uma atmosfera gasosa, ou de uma atmosfera poeirenta.
A identificação é derivada das palavras em inglês G - Gas e D - Dust. Fluidos em si não
constituem um perigo de explosão, mas apenas as misturas de ar-vapor que alí se formam.
Áreas com fluidos perigosos são portanto sempre atribuídos às atmosferas gasosas.
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16
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

7.4. Zoneamento conforme RL 1999/92/EG


Nesta diretriz áreas com perigo de explosão são subdivididas em zonas conforme frequência e
duração da ocorrência de uma atmosfera explosiva. Os aparelhos podem ser construídos
ajustados às respectivas zonas. Do ponto de vista econômico, esta consideração faz sentido,
sem porém negligenciar a segurança.

●● Zona 0 (Gás)
Área, na qual uma atmosfera explosiva, como mistura de ar e gases inflamáveis, vapores ou
névoas, existe permanentemente, durante longos períodos ou com frequência. Esta zona
se limita à áreas pequenas, geralmente inacessíveis de ambientes de trabalho, ou pode ser
encontrada em áreas internas de instalações tecnológicas.

●● Zona 1 (Gás)
Área, na qual em operação normal pode-se formar ocasionalmente uma atmosfera explosiva
como mistura de ar e gases inflamáveis, vapores ou névoas. Esta área abrange o ambiente
mais próximo da zona 0. Os limites mais precisos devem ser definidos em função da
substância perigosa e condições ambientais.

●● Zona 2 (Gás)
Área, na qual em operação normal uma atmosfera explosiva como mistura de ar e gases
inflamáveis, vapores ou névoas normalmente não ocorre ou porém só por um curto espaço
de tempo.

Zona 2
Zona 2
Estação de bombas
Zona 1
Zona 1
Para o
processo
Tanque zona 0

Mina

Zona 2
Perigo raro e de curta duração
Zona 1
Perigo eventual
Zona 0
Perigo constante, a longo prazo ou frequente

Figura: Zoneamento para gases


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●● Zona 20 (Pó)
Área, na qual uma atmosfera explosiva formada por uma nuvem de pó inflamável contido no
ar está presente constantemente, por um espaço de tempo longo ou frequente. Esta zona
se limita à áreas pequenas, geralmente inacessíveis de ambientes de trabalho, ou pode ser
encontrada em áreas internas de instalações tecnológicas.

●● Zona 21 (Pó)
Área, na qual em operação normal pode-se formar casualmente uma atmosfera explosiva
em forma de uma nuvem de pó inflamável contido no ar. Esta também inclui áreas, nas
quais pó depositado está presente em tais quantidades que, em operação normal, pode ser
ocasionalmente levantado em redemoinho.

●● Zona 22 (Pó)
Área, na qual em operação normal, uma atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó
inflamável, contido no ar, geralmente não ocorre ou porém só por um curto espaço de
tempo (p.ex. em caso de falha técnica). Depósitos de pó nestas áreas devem ser removidos
regularmente.

Tampa de
Linha de enchimento explosão

Zona 22 Perigo raro e de curta duração


Zona 21 Perigo ocasional
Zona 20 Perigo constante, a longo prazo ou frequente

Silo de pó de
carvão

Silo zona 21

Zona 22

Transportador hidráulico

Zona 20

Figura: Zoneamento para pós

Os conceitos „constantemente“, „frequentemente“, „ocasionalmente“, „longos espaços de tempo“


ou „momentaneamente“ não são definidos claramente nas diretrizes. Pontos de referência para
a atribuição são dados pelos valores na tabela seguinte:
Frequência de ocorrência das misturas Espaço de tempo
Zona
Anual Dia/Mês/Ano (duração)
0
> 1.000 vezes > 3 vezes/ dia > 10 h
20
1 > 10 vezes > 1 vez/ mês
> 30 min
21 < 1.000 vezes < 3 vezes/ dia
2 > 1 vez > 1 vez/ ano
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< 30 min
22 < 10 vezes < 1 vez/ mês
Tabela: Frequência de ocorrência das misturas

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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

7.5. Critérios de seleção para aparelhos e sistemas de proteção


Desde que o documento de proteção contra explosão, com base numa avaliação de risco, nada
prevê de outra forma, em todas as áreas nas quais podem existir atmosferas explosivas, devem
ser selecionados aparelhos e sistemas de proteção, de acordo com as categorias segundo a
diretriz 2014/34/EU.
Para as zonas individuais podem ser aplicados aparelhos conforme a tabela seguinte, desde
que são apropriados para gases, vapores, névoas e/ou pós.
Zona Categoria de aparelho
0
1
20
1
1 ou 2
21
2
1,2 ou 3
22
Tabela: Zonas - Categorias de aparelho

8. Nível de proteção de aparelho


Alternativo à classificação dos aparelhos protegidos contra explosão em categorias conforme a
diretriz da União Européia 2014/34/EU, foi introduzido em nível internacional o conceito do nível
de proteção de aparelho (Equipment Protection Level - EPL).
Conforme a atmosfera explosiva, há uma divisão nas áreas M - Mining (Mineração), G - Gas e
D - Dust (Pó). Para a identificação do real nível de proteção acrescenta-se uma segunda letra a,
b ou c. Na área de mineração só existem dois níveis de proteção a e b. O relacionamento entre
o nível de proteção de aparelho e das categorias conforme a diretriz ATEX é esclarecido na
seguinte tabela:

Nível de proteção de ATEX - ATEX


aparelho Diretriz 2014/34/EU Diretriz 99/92/EG Proteção reco-
categoria Zona mendada
EPL
Ma I M1 - muito alto
Mb I M2 - alto
Ga II 1G 0 muito alto
Gb II 2G 1 alto
Gc II 3G 2 elevado
Da II 1D 20 muito alto
Db II 2D 21 alto
Dc II 3D 22 elevado
Tabela: Nível de proteção de aparelho EPL

Na Norma DIN EN 60079-14 são atribuídos tipos de proteção de ignição ao respectivo EPL. Os


diferentes níveis de proteção a, b ou c encontram-se também em alguns tipos de proteção de
ignição (p.ex. tipo de proteção de ignição „Segurança intrínseca“ - ia, ib, ic - vide também
P 2.002.0/08.16

capítulo 9).

19
9. Tipos de proteção de ignição
Se todas as medidas para evitar o surgimento de uma atmosfera explosiva foram tomadas, e
mesmo assim uma tal atmosfera surge, então para esta área só podem ser usados aparelhos a
prova de explosão.
Os aparelhos elétricos podem ser subdivididos em diferentes tipos de proteção de ignição
conforme as diretrizes de construção da série de Normas DIN EN 60079 - Áreas com risco de
explosão. A série de Norma DIN EN 61241 sobre aparelhos elétricos para utilização em áreas
poeirentas foi entrementes incorporada quase que totalmente na DIN EN 60079.

Zona EPL Tipo de proteção de ignição Abreviatura Normas


Segurança intrínseca ia IEC 60079-11
Encapsulação com massa fundida ma IEC 60097-18
Dois tipos de proteção de ignição
0 Ga independentes que cada um cumpre - IEC 60097-26
o EPL Gb (NPA)
Proteção de aparelhos e
sistemas de transmissão, op is IEC 60079-28
que aproveitam radiação ótica
Encapsulação à prova de pressão d IEC 60079-1
Segurança mais elevada e IEC 60079-7
Segurança intrínseca ib IEC 60079-11
Encapsulação com massa fundida mb IEC 60079-18
Encapsulação com fluido o IEC 60079-6
px, pxb
1 Gb Encapsulação de pressão IEC 60079-2
py, pyb
Encapsulação com areia q IEC 60079-5
Conceito de segurança intrínseca
IEC 60079-27
para Feldbus (FISCO)
Proteção de aparelhos e op is
sistemas de transmissão, op sh IEC 60079-28
que aproveitam radiação ótica op pr
Segurança intrínseca ic IEC 60079-11
Encapsulação com massa fundida mc IEC 60079-18
Não faiscante nA IEC 60079-15
Seguro contra vapores nR IEC 60079-15
2 Gc
Aparelhos geradores de faíscas nC IEC 60079-15
Encapsulação de pressão pz, pzc IEC 60079-2
Proteção de aparelhos e op is
sistemas de transmissão, op sh IEC 60079-28
que aproveitam radiação ótica op pr
Tabela: Tipos de proteção de ignição elétricos gás - Proteção provisionada
P 2.002.0/08.16

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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

Zona EPL Tipo de proteção de ignição Abreviatura Normas


Segurança intrínseca ia IEC 60079-11
20 Da Encapsulação com massa fundida ma IEC 60079-18
Proteção pela carcaça ta IEC 60079-31
Segurança intrínseca ib IEC 60079-11
Encapsulação com massa fundida mb IEC 60079-18
21 Db
Proteção pela carcaça tb IEC 60079-31
Encapsulação de pressão pz, pzb IEC 60079-2
Segurança intrínseca ic IEC 60079-11
Encapsulação com massa fundida mc IEC 60079-18
22 Dc
Proteção pela carcaça tc IEC 60079-31
Encapsulação de pressão pz, pzc IEC 60079-2
Tabela: Tipos de proteção de ignição elétricos pó - Proteção provisionada

Para aparelhos não elétricos valem, equivalente para isto, os tipos de proteção de ignição
conforme a série de Normas DIN EN 13463 - Aparelhos não elétricos para a aplicação em
áreas com risco de explosão. Esta série de Normas será substituída em breve pelas Normas
Internacionais IEC 80079-36 e 80079-37.

Zona Tipo de proteção de ignição Abreviatura Normas


Segurança construtiva c EN 13463-5
0
Encapsulação com fluido k EN 13463-8
20
Monitoramento de fonte de ignição b EN 13463-6
Segurança construtiva c EN 13463-5
Encapsulação à prova de pressão d EN 13463-3
1
Encapsulação de pressão p EN 60079-2
21
Encapsulação com fluido k EN 13463-8
Monitoramento de fonte de ignição b EN 13463-6
Segurança construtiva c EN 13463-5
Encapsulação à prova de pressão d EN 13463-3
2 Encapsulação de pressão p EN 60079-2
22 Encapsulação com fluido k EN 13463-8
Monitoramento de fonte de ignição b EN 13463-6
Encapsulação inibidora de vapores fr EN 13463-2
Tabela: Tipos de proteção de ignição não elétricos - Proteção provisionada
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9.1. Encapsulação à prova de pressão, proteção de ignição elétrica

Norma: EN 60079-1 - Proteção de aparelho mediante encapsu-


lação à prova de explosão „d“
Identificação: d
Área de aplicação: Zona 1, 2

●● Princípio:
Peças, que podem incendiar uma atmosfera explosiva, são encerradas numa carcaça que, na
explosão de uma mistura explosiva em seu interior, suporta a pressão da mesma impedindo a
transmissão da explosão para a atmosfera circunvizinha à carcaça.
Neste princípio a atmosfera explosiva pode penetrar na carcaça do meio operacional. Se
houver uma explosão no interior da carcaça, esta não deve ser transmitida para o ambiente
exterior. Portanto, fendas existentes na carcaça devem ser construídas em sua geometria
e comprimento de tal forma que uma saída da inflamação é evitada. A pressão de explosão
resultante no interior da carcaça deve ser suportada pela carcaça com segurança.

●● Aplicações:
Meios operacionais nos quais, condicionado à operação, ocorrem faíscas ou arcos voltaicos
e/ou componentes quentes.
Aparelhos e instalações de comutação, aparelhos indicadores e de comando, controles,
motores, tansformadores aparelhos de aquecimento, iluminárias, válvulas com solenóides
válvulas proporcionais e servoválvulas

9.2. Encapsulação de pressão

Norma: EN 60079-2 - Proteção de aparelho por encapsulação de


pressão „p“
Identificação: px, py, pz
Área de aplicação: Zona 1, 2, 21, 22

●● Princípio:
A formação de uma atmosfera explosiva no interior do meio operacional é evitada pela
presença de um gás de proteção mantido em seu interior com uma pressão superior em
relação à atmosferica.
Dependendo do nível de proteção exigido (Gb ou Gc), e se dentro da carcaça são contidos
ou não meios operacionais inflamáveis, a proteção de ignição é subdividida em três tipos de
proteção de ignição (px, py e pz). Para a aplicação na Zona 2 respect. 22, no tipo de proteção
de ignição pz, o gás de proteção deve ter uma sobre-pressão de no mínimo 25 Pa Nos tipos
de proteção de ignição px e py para aplicação nas Zonas 1 ou 21, a sobre-pressão deve
ser de no mínimo 50 Pa. Antes da colocação em operação a carcaça inclusive a tubulação
pertencente deve ser lavada minuciosamente. Durante a operação a sobre-pressão deverá
ser monitorada e, havendo uma queda, deve ocorrer uma mensagem de advertência ou o
aparelho deve ser desligado. Como gás de proteção geralmente é utilizado ar comprimido
preparado e seco. Como alternativa também é possível CO2 Nitrogênio.

●● Aplicações:
Meios operacionais nos quais, condicionado à operação, ocorrem faíscas ou arcos voltaicos
e/ou componentes quentes.
Quadros de comando e controle, aparelhos de análise, motores de grande porte
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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

9.3. Encapsulação com areia

Norma: EN 60079-5 - Proteção de aparelho por encapsulação com


areia „q“
Identificação: q
Área de aplicação: Zona 1, 2

●● Princípio:
Através do enchimento de uma carcaça com um material de granulação fina (areia)
consegue-se que, em utilização conforme finalidade, ocorrendo um arco voltaico no interior da
carcaça, este não incendeia uma atmosfera explosiva ao redor da mesma. Não deve ocorrer
uma ignição nem através de chamas nem por um aumento de temperatura na superfície da
carcaça.
As carcaças são enchidas ou com areia de quartzo ou também com esferas de vidro.
Tamanho do granulado, pureza, umidade remanescente e ruptura dielétrica devem
corresponder a determinados critérios. Por ocasião da fabricação as carcaças são enchidas,
fechadas e lacradas. Não deve ser possível abrí-las sem sinais visíveis; após um reparo as
carcaças devem ser novamente lacradas e identificadas.

●● Aplicações:
Componentes, que apresentam faíscas ou peças quentes, mas cuja função não é prejudicada
por um enchimento de um granulado fino.
Sensores, aparelhos indicadores-displays, reatores eletrônicos, conversores de medição

9.4. Encapsulação com fluido, proteção de ignição elétrica

Norma: EN 60079-6 - Proteção de aparelho por encapsulação com


fluido „o“
Identificação: o
Área de aplicação: Zona 1, 2

●● Princípio:
Peças, nas quais uma atmosfera explosiva poderia se inflamar, são mergulhadas num
fluido de proteção de tal forma, que uma atmosfera explosiva não pode se inflamar sobre a
superfície do fluido ou por fora do encapsulamento.
Componentes, que podem representar uma fonte de ignição, são mergulhados num fluido de
proteção em tal profundidade, que uma propagação de ignição para a área fora da superfície
do fluido é evitada. O nível do fluido deve ser monitorado. É preciso garantir que o fluido de
proteção não se aqueça inadmissivelmente. A qualidade do fluido deve ser monitorada sendo
que as propriedades, devido a um envelhecimento, podem se alterar ou que, devido a arcos
voltaicos ou faíscas, pode ocorrer uma decomposição.

●● Aplicações:
Transformadores, resistências de partida
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9.5. Segurança mais elevada

Norma: EN 60079-7 - Proteção de aparelho através de segurança


elevada „e“
Identificação: e
Área de aplicação: Zona 1, 2

●● Princípio:
Através de medidas adicionais consegue-se um grau de segurança mais elevado, de modo
que a possibilidade de altas temperaturas inadmissíveis, e a ocorrência de faíscas ou arcos
voltaicos no interior e em peças externas de meios operacionais, em operação normal não
ocorre.
Ligações elétricas devem ser executadas de tal forma que as linhas de alimentação, durante
o processo de aperto, não possam se soltar da posição prevista, devendo ainda serem
protegidas contra autossoltura. A pressão de contato precisa ser mantida também por um
espaço de tempo mais longo dentro das alterações de temperatura. Sendo que a penetração
de uma mistura de gás explosiva não está excluída, também todas as superfícies dentro da
carcaça não devem aquecer-se acima do valor de temperatura permissível. As carcaças são
submetidas a um teste de choque, dependendo de sua utilização valem exigências mínimas
ao tipo de proteção IP.

●● Aplicações:
Réguas de bornes e caixas de ligações, caixas de controle para montagem de componentes
Ex, motores gaiola, iluminárias
válvulas de solenóide, válvulas proporcionais e servoválvulas.

9.6. Segurança intrínseca

Norma: EN 60079-11 - Proteção de aparelho por segurança


intrínseca „i“
Identificação: ia, ib, ic
Área de aplicação: Zona 0, 1, 2, 20, 21, 22

●● Princípio:
Meios operacionais de segurança intrínseca contêm apenas circuitos elétricos, que
satisfazem os requisitos de circuitos de segurança intrínseca. Um circuito elétrico é de
segurança intrínseca, se nenhuma faísca e nenhum efeito térmico surge sob as condições de
teste determinadas, podendo causar a ignição de uma atmosfera explosiva. As condições de
teste abrangem tanto a operação normal como também determinadas condições de erro.
Dependendo da zona nas quais os meios operacionais devem ser aplicados, são divididas
em subgrupos ia, ib e ic. Todos os componentes, com referência à tensão e corrente, devem
ser selecionados de tal forma, que o conteúdo energético do circuito normalmente não é
suficiente para a ignição de uma mistura explosiva. Em circuitos elétricos de segurança
intrínseca, acumuladores de energia como condensadores são permitidos somente muito
limitados.
Se vários meios operacionais de segurança intrínseca são interconectados, então é preciso
examinar, se todos os componentes juntos ainda atendem os critérios de segurança
intrínseca. Para isso a EN 60079-25 fornece respectivas especificações.

●● Aplicações:
Aparelhos de medição, monitoramento e informação, sensores e atuadores visuais ou
acústicos
válvulas de solenóide, servoválvulas
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Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

9.7. Tipo de proteção de ignição „n_“

Norma: EN 60079-15 - Proteção de aparelho por tipo de proteção


de ignição „n“
Identificação: nA, nC, nR
Área de aplicação: Zona 2

●● Princípio:
Meios operacionais elétricos não são capazes de incendiar uma atmosfera explosiva
circundante em operação normal e sob determinadas condições operacionais anormais.

–– nA: Meios operacionais não faiscantes


Pela construção a formação de altas temperaturas inadmissíveis e de faíscas ou arcos
voltaicos é impedida confiavelmente em operação normal.

–– nC: Instalação vedada


Pela construção a penetração de uma atmosfera explosiva externa é impedida. Em
operação normal a abertura do dispositivo não é possível. Sob condições operacionais
normais não deve ser possível que vedações elásticas se danifiquem.

–– nC: Instalação hermeticamente vedada


Pela construção a penetração de uma atmosfera explosiva externa é impedida. A vedação
é feita através de um processo de fundição como solda.

–– nC: Peça incapaz de incendiar


Componente com contatos que fecham ou abrem um circuito elétrico possivelmente capaz
de incendiar. O mecanismo de contato é construído de tal modo que a ignição de uma
mistura explosiva é impedida.

–– nC: Dispositivo encapsulado


A penetração de uma atmosfera externa no componente é impedida por meio de um
encapsulamento de fundição, p.ex. uma massa de vedação. Em operação normal o
dispositivo não pode ser aberto.

–– nR: Carcaça à prova de vapores e vapores


A carcaça é construída de tal modo que a penetração de gases, vapores e névoas é
limitada. A selagem pode ser executada por vedantes fundidos ou por vedações elásticas.
Depois da instalação e manutenção deve ser possível uma inspeção da estanqueidade.
Com relação à sua perda de potência (dissipação) os meios operacionais devem ser
construídos de tal forma que a temperatura de superfície medida no lado de fora não
ultrapassa a classe de temperatura permitida. Se o componente possui peças geradoras
de faíscas, então o aumento de temperatura permitido em relação à temperatura de
ambiente é de somente 10 K.

●● Aplicações:
Material de instalação, ambientes de conexões, iluminárias, células e baterias,
transformadores, sistemas de contato, bobinas de válvulas de solenóides ou motores, placas
de circuito impresso completas, meios operacionais emissores de faíscas, dispositivos de
comutação, instalações de medição, monitoramento e de informação.
P 2.002.0/08.16

25
9.8. Encapsulação com massa fundida

Norma: EN 60079-18 - Proteção de aparelho por Encapsulação


com massa fundida „m“
Identificação: ma, mb, mc
Área de aplicação: Zona 0, 1, 2, 20, 21, 22

●● Princípio:
Peças, que podem incendiar uma atmosfera explosiva por faíscas ou por aquecimento,
são embutidas num composto fundível de modo que a atmosfera explosiva não pode
ser incendiada. Como massa fundível podem ser utilizadas durômeros, termoplásticos e
elastômeros com ou sem material de enchimento e outros aditivos. Ela deve ser resistente a
influências elétricas, térmicas mecânicas e químicas.

●● Aplicações:
Relés, aparelhos de sinalização e de comando, válvulas de solenóide, motores

9.9. Radiação ótica

Norma: EN 60079-28 - Proteção de aparelhos e


sistemas de transmissão que operam com radiação ótica
Identificação: op is, op pr, op sh
Área de aplicação: Zona 0, 1, 2

●● Princípio:
Através de medidas apropriadas impede-se que uma radiação ótica incendeia uma atmosfera
explosiva.

–– op is: Radiação ótica inerente segura


Uma radiação visual ou uma radiação infravermelha, sob condições normais ou sob
determinadas condições de erro, não podem fornecer uma energia suficiente para
incendiar uma atmosfera explosiva. Neste tipo de proteção cabos de fibra ótica
(linhas de onda de luz) podem ser separados e conectados durante a operação.

–– op pr: Radiação ótica protegida


A radiação é encerrada dentro de uma fibra ótica ou um outro meio de transmissão.
Cabos transmissores de luz (fibra ótica) devem ser dimensionados com respectiva
robustez. Meios operacionais devem ser construídos de tal forma que não permite
a saída de perigosa quantidade de energia para fora.

–– op sh: Radiação ótica com travamento


Neste tipo de proteção são previstos desligamentos de trava, que interrompem com
segurança a radiação ótica em caso de erro.

●● Aplicações:
Cabos de fibra ótica, lâmpadas, Laser, LEDs
P 2.002.0/08.16

26
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

9.10. Proteção pela carcaça

Norma: EN 60079-31 - Proteção de aparelho contra explosão de


pó através de carcaça „t“

IPXX
Identificação: ta, tb, tc
Área de aplicação: Zona 20, 21, 22

●● Princípio:
Pela estanqueidade da carcaça impede-se a penetração de pó (IP6X) ou reduzida a nível
sem perigo (IP5X). A temperatura da carcaça não deve incendiar a atmosfera envolvente.
A função de vedação perfeita é de essencial importância. Portanto, por ocasião do teste é
prescrito um ensaio de pressão adicional. Com isso fica assegurado que eventuais diferenças
de pressão ocorrendo entre interno e externo, p.ex. por oscilações de temperatura, não têm
efeitos negativos sobre as vedações.

●● Aplicações:
Aparelhos e instalações de comutação, caixas de controle, conexão e bornes, motores,
luminárias, válvulas de solenóide, proporcionais e servoválvulas, aparelhos de medição e de
monitoramento

9.11. Encapsulação inibidora de vapores

Norma: EN 13463-2 - Proteção por encapsulação inibidora de


vapores “fr“
Identificação: fr
Área de aplicação: Zona 2, 22

●● Princípio:
Devido à estanqueidade da carcaça, a penetração de uma atmosfera perigosa é restringida
a tal ponto, que em seu interior não pode surgir uma atmosfera perigosa de explosão.
Diferenças de pressão entre a atmosfera interna e externa, p.ex. por alterações de
temperatura, precisam ser consideradas.

●● Aplicações:
Dispositivos de comutação, máquinas complexas, máquinas de grande porte
P 2.002.0/08.16

27
9.12. Encapsulação à prova de pressão, proteção de ignição não elétrica

Norma: EN 13463-3 - Proteção mediante encapsulação à prova de


explosão „d“
Identificação: d
Área de aplicação: Zona 1, 2, 21, 22

●● Princípio:
Peças, que podem incendiar uma atmosfera explosiva, são encerradas numa carcaça que, na
explosão de uma mistura explosiva em seu interior, suporta a pressão da mesma impedindo a
transmissão da explosão para a atmosfera circunvizinha à carcaça.
Neste princípio a atmosfera explosiva pode penetrar na carcaça do meio operacional. Se
houver uma explosão no interior da carcaça, esta não deve ser transmitida para o ambiente
exterior. Portanto, fendas existentes na carcaça devem ser construídas em sua geometria
e comprimento de tal forma que uma saída da inflamação é evitada. A pressão de explosão
resultante no interior da carcaça deve ser suportada pela carcaça com segurança.
As exigência construtivas para aparelhos não elétricos conforme esta
Norma EN 13463-3 muitas vezes são coincidentes com as exigências da
Norma IEC/ EN 60079-1 para aparelhos elétricos.

●● Aplicações:
Freios, acoplamentos por fricção, catalisadores

9.13. Segurança construtiva

Norma: EN 13463-5 - Proteção por segurança construtiva „c“


Identificação: c
Área de aplicação: 0, 1, 2, 20, 21, 22

●● Princípio:
Aplicação de princípios técnicos comprovados, de modo que, o risco de erros mecânicos,
que podem levar ao surgimento de temperaturas ou faíscas com capacidade de ignição, é
reduzido a um nível muito baixo.
Os componentes construtivos devem ser escolhidos de tal forma que, p.ex. um aquecimento
por atrito, é excluído. Estes componentes também não devem conduzir a cargas
eletrostáticas ou faíscas por atrito.

●● Aplicações:
Acoplamentos, bombas, acionamentos por engrenagem, acionamentos por corrente, esteiras
transportadoras, válvulas de pressão e vazão, cilindros, válvulas direcionais
P 2.002.0/08.16

28
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

9.14. Monitoramento de fonte de ignição

Norma: EN 13463-6 - Proteção por monitoramento de fontes de


ignição „b“
°C Identificação: b
Área de aplicação: Zona 0, 1, 2, 20, 21, 22

●● Princípio:
No caso de aparelhos não elétricos, que em operação normal não apresentam uma efetiva
fonte de ignição, pode aparecer uma fonte de ignição quando do surgimento de uma falha
dentro das peças móveis ou quando é executado um procedimento não conformidade.
Fontes de ignição potenciais são monitoradas para detectar precocemente fontes de ignição
iminentes e providenciar contramedidas.
O monitoramento pode ser efetuado por meio de dispositivos mecânicos, elétricos, óticos-
visuais ou uma combinação destes. A segurança funcional do dispositivo deve ser executada
adicionalmente através de uma avaliação do nível de proteção de ignição
(IPL - Ignition Prevention Level).

●● Aplicações:
Mancais deslizantes, bombas, misturadores, ventiladores, bombas de vácuo

9.15. Encapsulação com fluido, proteção de ignição não elétrica

Norma: EN 13463-8 - Proteção por encapsulamento com fluido „k“


Identificação: k
Área de aplicação: Zona 0, 1, 2, 20, 21, 22

●● Princípio:
Aparelhos não elétricos deste tipo de proteção de ignição possuem fontes potenciais de
ignição, que são neutralizadas, ou por imersão em um fluido de proteção, ou por constante
borrifação com um filme de fluido de um fluido protetor.
Ao contrário do encapsulamento com fluido „o“ conforme EN 60079-6, no encapsulamento
com fluido para aparelhos não elétricos também podem ser utilizados fluidos eletricamente
condutores.

●● Aplicações:
Bombas de imersão, transmissões em banho de óleo, acoplamentos por fluido
P 2.002.0/08.16

29
10. Identificação

10.1. ATEX - Diretriz 2014/34/EU


Produtos enquadrados no âmbito da diretriz ATEX, recebem uma marcação CE. Além disso são
afixadas uma marcação especial de proteção contra explosão, assim como as identificações que
fazem referência ao grupo e categoria de aparelho.
Exemplo:
II 2 G

Grupo de aparelhos II (vide capítulo 7.1.)


Categoria de aparelho 2 (vide capítulo 7.2.)
Tipo da atmosfera Ex G (vide capítulo 7.3.)

Se um organismo notificado está envolvido no processo de conformidade, então o número de


identificação (ID) deste organismo é indicado em seguida à marcação CE. A identificação em
comparação à antiga diretriz 94/9/EG não se alterou.

10.2. Identificação conforme exigências normativas


Uma identificação continuada conforme as Normas da EN 60079 para aparelhos elétricos assim
como EN 13463 para aparelhos não elétricos segue na conexão à identificação de diretrizes.
Com isto ocorrem em seguida outras identificações sobre tipo de proteção e área de aplicação.
Exemplo meio operacional elétrico para áreas com risco a explosão de gás:

II 1 G Ex ia IIC T6 Ga

Aparelho elétrico Ex
Tipo de proteção de ignição i nível de (vide capítulo 9.6.)
proteção a
Grupo II (Gás) C (vide capítulo 4.7.)
Classe de temperatura T6 (vide capítulo 5.1.)
Nível de proteção de aparelho (EPL) Ga (vide capítulo 8)

Exemplo meio operacional elétrico para áreas com risco a explosão de pó:

II 2 D Ex tb IIIC T80°C Db

Aparelho elétrico Ex
Tipo de proteção de ignição t nível de (vide capítulo 9.10.)
proteção b
Grupo III (pó) C (vide capítulo 4.7.)
Classe de temperatura T80 ºC (vide capítulo 5.2.)
Nível de proteção de aparelho (EPL) Db (vide capítulo 8)

Exemplo meio operacional não elétrico para áreas com risco a explosão de gás:

II 2 G c IIC T6
P 2.002.0/08.16

Tipo de proteção de ignição c (vide capítulo 9.13.)


Grupo II (Gás) C (vide capítulo 4.7.)
Classe de temperatura T6 (vide capítulo 5.1.)

30
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

10.3. Identificação de condições especiais


Se para um meio operacional valem condições de aplicação especiais ou divergentes das
normas, então a respeito disso é feita referência no final da identificação.
Com a letra X são identificadas p.ex. temperaturas de ambiente ou condições de instalação
especiais. As condições especiais, se possível, devem ser afixadas no aparelho, em todo caso
porém mencionadas na instrução de operação.
Componentes, que são utilizados não por si só, porém em combinação com outros componentes
ou aparelhos, recebem a identificação U. O aparelho pertencente precisa incluir também estes
componentes incompletos quando de sua

P 2.002.0/08.16

31
32
P 2.002.0/08.16

1 2 3 4 5 6 7 8 9
Aparelhos elétricos
0158 II 2 D Ex ta IIIC T80°C Db

Identificação conforme diretriz ATEX 2014/34/EU Identificação conforme normas EN

1 2 3 4 6 7 8 10
ATEX - Identificação

Aparelhos não elétricos II 2 G c IIC T6 X

1. Órgãos de exames ofi ciais (seleção) 3 Categorias de aparelhos 5. 8. Classes de temperatura


só necessário se meio operacional
foi certifi cado por órgão citado Categoria de aparelho M1: EX: Identificação aparelho elétrico Classe de Temperatura de superfície
Mineração - Nível de segurança muito alto temperatura gás máx. em ºC
Órgão citados Número de
País
Notified Bodies identifi cação Categoria de aparelho M2: T1 450
Mineração - Nível de segurança alto 6. Tipos de proteção de ignição
TÜV Rheinland Alemanha 0035 T2 300
TÜV Nord Cert Alemanha 0044 Categoria de aparelho 1: Tipos de proteção de ignição Sím- T3 200
Norma
INERIS França 0080 Nível de segurança muito alto elétrico bolo T4 135
LCIE França 0081 Categoria de aparelho 2: Encapsulação à prova de pressão d EN 60079-1 T5 100
PTB Alemanha 0102 Nível de segurança alto T6 85
Encapsulação de sobrepressão p EN 60079-2
TÜV Süd Alemanha 0123 Categoria de aparelho 3: Na Área Pó Ex a temperatura de superfície máxima é
Nível de segurança normal Encapsulação com areia q EN 60079-5 indicada diretamente
DEKRA EXAM Alemanha 0158
DEKRA B.V. Holanda 0344 Encapsulação com fluido o EN 60079-6

SP Suécia 0402 Segurança mais elevada e EN 60079-7


9. Nível de proteção de aparelho (EPL)
SIRA Grã-Bretanha 0518 4. Tipo de atmosfera com potencial de explosão Segurança intrínseca i EN 60079-11
DNV Noruega 0575 EPL Categoria/ Tipo da atmosfera
G (Gás): Mistura de gases, vapores ou névoas e ar Meios operacionais elétricos
n_ EN 60079-15
BAM Alemanha 0589 Tipo de proteção de ignição „n“ Ma M1
D (Dust): Mistura de pó e ar
CESI Itália 0722 Encapsulação massa fundida m EN 60079-18 Mb M2
SGS BASEEFA Grã-Bretanha 1180 Ga 1G
Dispositivos com radiação ótica op EN 60079-28
SGS-TÜV Saar Alemanha 1637 Gb 2G
Proteção pela carcaça t EN 60079-31
Gc 3G
7. Grupos Tipos de proteção de ignição Sím- Da 1D
2. Grupos de aparelhos Norma
não elétrico bolo Db 2D
Grupos de gás Gases típicos
Grupo de aparelho I: Encapsulação Dc 3D
Aparelhos, destinados para operação abaixo do solo por II A Propano fr EN 13463-2
inibidora de vapores
mineradoras assim como suas instalações acima do solo, II B Etileno
que podem ser expostos a riscos por gás de minas Encapsulação à prova de pressão d EN 13463-3
II C Hidrogênio
(metano) e/ou pós inflamáveis 10. Limitações do meio operacional
Segurança construtiva c EN 13463-5
Grupos de pós Defi nição
Grupo de aparelho II: Monitoramento de fonte de
III A Substâncias inflamáveis X: Referência a condições especiais
Aparelhos, destinados para utilização nas restantes das b EN 13463-6
ignição
áreas, que podem ser expostas aos riscos de uma atmos- III B Pó não condutor U: Componente Ex com atestado parcial
fera potencialmente explosiva III C Pó condutor Encapsulação com fluido k EN 13463-8 sozinho não operacional
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

11. Proteção contra explosão a nível mundial e a situação jurídica


No decorrer dos anos quase todo país baixou sua própria regulamentação na área de proteção
conta explosão. Porém, nos limites da globalização, determinações nacionais e peculiaridades
especiais, são antes uma barreira à comercialização. Por isso há algum tempo existem
iniciativas para se chegar a uma unificação das diretrizes para a proteção contra explosão. Na
área da União Européia isto já foi concretizado pelas diretrizes ATEX. Em nível internacional é
construído o IECEx-Scheme pela IEC (Comissão Eletrônica Internacional). Paises como USA e
Canadá, Brasil, Coréia ou Rússia ainda têm suas próprias diretrizes. No entanto já está se
delineando que as aprovações à base do IECEx-Schemes nestes paises podem ser mais
rapidamente ampliadas aos certificados nacionais.

11.1. Europa - Diretrizes ATEX


A UE baixou para a Europa duas diretrizes harmonizadas na área de saúde e segurança.

●● Exigências a máquinas e aparelhos


Diretriz 94/9/EG do Parlamento Europeu para o alinhamento das prescrições legais dos
paises membro para aparelhos e sistemas de proteção para utilização em áreas de risco
de explosão. Ela regulamenta tanto a aplicação de aparelhos elétricos como também de
aparelhos não elétricos em áreas de risco de explosão. Esta diretriz tem sido publicada
principalmente para fabricantes de aparelhos e componentes que devem ser aplicados em
áreas com risco de explosão. Agora será substituída pela nova diretriz ATEX 2014/34/EU.
A partir do dia 20 de Abril de 2016 todos os produtos novos recém colocados no mercado
devem ser certificados conforme a nova diretriz 2014/34/EU. Todos os certificados emitidos
pela RL 94/9/EG, no entanto, continuam mantendo sua validade.
Extraoficialmente a diretriz também foi designada como ATEX 95 (em documentos mais
antigos também 100a), porque ela se refere ao Artigo 95 do Tratado CE sobre a livre
circulação de mercadorias. No decurso da nova redação dos Tratados Europeus, a sequência
de artigos porém foi modificada diversas vezes e renumerada. Conforme da atual edição do
Tratado de Lisboa a diretriz se refere ao artigo 114.

●● Exigência ao construtor de instalações / usuário


A diretriz 99/92/EG (ATEX 137) define as exigências mínimas à saúde e segurança em
lugares de trabalho, às condições de trabalho e ao manuseio de produtos e materiais em
atmosferas potencialmente explosivas. Esta diretriz também divide o lugar de trabalho em
zonas e define critérios segundo os quais os produtos são categorizados dentro destas
zonas.
O artigo 137 no Tratado de Lisboa passou a ser o artigo 153

●● Conversão em direito nacional


As diretrizes nos paises da União Européia forma convertidas em direito nacional. Na
Alemanha a diretriz 94/9/EG foi realizada na „Décima primeira portaria para lei de
segurança do produto“ - também conhecida como Portaria de produto proteção contra
explosão (ExVO). Para a diretriz 2014/34/EU é protocolada uma redação nova da ExVO.
A diretriz 99/92/EG é realizada na Portaria de segurança operacional (BetrSichV) e na
Portaria de substâncias perigosas (GefStoffV).
P 2.002.0/08.16

33
11.2. Regulamentos internacionais - IECEx
A IEC publica em todo o mundo Normas unificadas para a área de eletrotécnica e eletrônica.
Em comitês técnicos são elaboradas as Normas para os diferentes ramos industriais. Para a
unificação, as Normas publicadas pela IEC são predominantemente assumidas, sem grandes
modificações, por normas nacionais. Publicações IEC, que se ocupam com a proteção de
explosão de aparelhos e instalações elétricas, são elaboradas pelo Comitê Técnico TC31.
O IECEx, como esquema de certificação, cria um limite global para o exame independente e
certificação de aparelhos e prestações de serviço na área da proteção contra explosão.
Como na ATEX, as áreas de risco são divididas em zonas segundo frequência e duração do
perigo.

11.3. USA - NEC


Nos Estados Unidos, para meios operacionais elétricos empregados em áreas de risco de
explosão, vale a Norma National Electrical Code (NEC).
Ao contrário da Europa e do IECEx-Scheme, a classificação das áreas com risco de explosão,
na NEC 500-504 ocorre em três classes (Class I a III para gases, pós e fibras) e duas divisões
para a frequência e duração da presença destas substâncias. Em 1996, paralelo ao modelo de
classes com a NEC 505-506, foi introduzido um modelo de zonas semelhante ao esquema
internacional.
Aparelhos que devem ser empregados na mineração, são certificados segundo prescrições da
Mine Safety and Health Administration (MSHA).

11.4. Canadá - CEC


No Canadá a aprovação ocorre segundo a norma Canadian Electrical Code (CEC 18).
Como nos USA também aqui existe o modelo de classes e em paralelo um modelo de
zoneamento, semelhante ao esquema internacional.

11.5. Brasil - INMETRO


A regulamentação atual é a Inmetro Directive 179/2010. Aqui, certificados conforme o IECEx-
Scheme são aceitos diretamente, porém, ao contrário dos certificados IECEx são válidos apenas
por 3 anos. Outros certificados, como p.ex. ATEX, precisam para o reconhecimento harmonizar
com as normas IEC 60079.

11.6. União alfandegária Eurásia - TR CU /


Rússia - Gost-R
A Rússia junto com a Belarus e o Cazaquistão fundaram em 01.01.2010 uma união alfandegária
(CU - Custom Union). Com isso foram introduzidas passo a passo novas prescrições da CU, que
substituem os certificados e atestados Gost e Gost-R válidos até então apenas na Rússia. Todos
os certificados Ex russos até então emitidos tem sido expirados o mais tardar desde 15.03.2015.
O novo regulamento se chama TR-CU 012/2011. Certificações ATEX ou IECEx- podem ser
tomadas como base para a certificação. Este certificado pode ser expedido para um
fornecimento único ou com tempo de validade de 1, 3 ou até 5 anos.
P 2.002.0/08.16

34
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

11.7. Índia - PESO


Meios operacionais elétricos em áreas com risco de explosão devem ser aprovados pela PESO
- Petroleum and Explosive Safety Organization Os regulamentos indianos, em algumas
áreas, divergem bastante dos padrões internacionais IEC ou EN, parcialmente também se
baseiam em edições antigas destas normas. A aprovação ocorre apenas pelo CCoE - Chief
Controller of Explosives através de um laboratório de testes indiano credenciado. Relatórios
de exame de laboratórios de testes estrangeiros são considerados quando dos exames
obrigatórios.
Para produtos destinados à mineração o Director General of Mining Safety (DGMS) é o órgão
responsável.

11.8. China - NEPSI


A certificação para china ocorre semelhante ao IECEx- Scheme. A base são normas IEC e EN
adotadas ou modificadas. Certificações ATEX ou IECEx- podem ser tomadas como base para a
certificação chinesa. Uma certificação conforme NEPSI requer uma nova certificação após 5
anos.

11.9. Coréia - KOSHA


Também para a Coréia a certificação ocorre segundo o IECEx- Scheme. A regulamentação
coreana também se baseia em normas IEC e EN adotadas ou modificadas. A base para uma
certificação podem ser certificados já emitidos por ATEX ou IECEx, determinações nacionais
adicionais devem ser considerados.

11.10. Japão - TIIS


No Japão, aparelhos elétricos para a área de proteção contra explosão precisam ser certificados
pela TIIS - Technical Institution of Industrial Safety. Para áreas com perigo de gás a
certificação ocorre seguindo orientação da Norma IEC 60079. Para a área de pó existem regras
e normas nacionais próprias.

11.11. Austrália, Nova Zelândia


A Austrália e Nova Zelândia adotaram o IECEx- Scheme em seus regulamentos nacionais.
Com isso produtos com certificado IECEx podem ser aplicados diretamente. Uma exceção
forma o estado federativo Queensland. Aqui ainda existem parcialmente reconhecimentos
próprios. O secretariado para o IECEx- System tem sua sede na Austrália.
P 2.002.0/08.16

35
12. Comparação dos mais importantes regulamentos de aprovação
ATEX – IECEx – NEC

12.1. ATEX
ATEX é um regulamento que deve unificar o livre comércio dentro da UE, e que prescreve as
precauções de segurança essenciais para proteção dos empregados. A diretriz ATEX vale tanto
para aparelhos elétricos como também para não elétricos e abrange também aparelhos para a
mineração.
A comprovação da segurança e da conformidade com a diretriz é apresentada pelo fabricante.
Esta comprovação é a base para permitir que aparelhos destinados a áreas sujeitas a explosão
possam ser colocados em circulação. Dependendo do grupo / categoria do aparelho, existe um
processo escalonado de conformidade, no qual é preciso envolver paracialmente um organismo
notificado.
No caso de um organismo notificado trata-se de um órgão de avaliação de conformidade
credenciado por uma autoridade da UE (p.ex. TÜV-Süd, DEKRA) que, como terceiro
independente, pode aperceber tarefas de avaliação de conformidade segundo as diretrizes.
Na Alemanha a Deutsche Akkreditierungsstelle DAkkS assume a acreditação de órgãos de
avaliação de conformidade. Uma lista dos órgãos notificados pode ser consultada no homepage
oficial da Comissão Européia (http://ec.europa.eu/growth/tools-databases/nando/index.cfm).
Para que numa avaliação de conformidade segundo a diretriz ATEX é concedida a marca CE, é
preciso também considerar eventualmente outra diretrizes da UE.
A aplicação das normas harmonizadas não é obrigatoriamente prescrita. Se porém as normas
são atendidas, então vale o efeito da presunção, isto é, as medidas de segurança tomadas
valem como atendidas. Quando da avaliação, propostas de normas ou especificações também
podem ser utilizadas. Com isso inovações técnicas podem ser consideradas de imediato.
As documentações de certificação são depositadas junto do organismo notificado ou
permanecem somente junto ao fabricante. Para o usuário não são acessíveis.

12.2. IECEx
O IECEx-Equipment Scheme é um abrangente processo de certificação. Abrange o exame de
tipo, o monitoramento do fabricante, o exame do produto durante a produção, a revisão do
sistema de qualidade bem como o monitoramento do mercado. Desenvolvido em primeira linha
para aparelhos elétricos, o IECEx- Equipment Scheme atualmente também está sendo ampliado
para aparelhos não elétricos.
As Normas relevantes IEC e ISO devem ser cumpridas. Os certificados são emitidos por uma
terceira entidade neutra.
Além do IECEx- Equipment Scheme para a certificação de aparelhos, aínda existe um sistema
de certificação de oficinas de reparo (IECEx Certified Service Facility Scheme), assim como
um IECEx- Certification of Personal Competences para exame de competência do pessoal
qualificado em EX. Com isso devem ser garantidos padrões unificados na seleção de
prestadores de serviço para planejamento e instalação de aparelhos, até a competência na área
de assistência e manutenção.
A disposição e avaliação do lugar de trabalho, semelhante à ATEX 137, não é coberta através
da IECEx- System. Isto permanece na regulamentação das repartições nacionais.
Todos os documentos assim como os certificados emitidos podem ser consultados e de lá
ambém baixados na homepage IECEx (www.iecex.com).
Embora todos os paises industriais importantes participarem ativamente no IEC e no IECEx
System, os certificados do IECEx só são reconhecidos diretamente por poucos paises. Na
maioria dos casos órgãos nacionais ainda precisam ser envolvidos.
P 2.002.0/08.16

36
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

12.3. NEC 500-504


Na América do Norte, na área de proteção contra explosão, foi desenvolvido um sistema que se
diferencia essencialmente dos sistemas usuais IECEx/ ATEX em todo o mundo. As diferenças
situam-se tanto na divisão das áreas com risco de explosão, como também na construção dos
meios operacionais e da montagem da instalação.
Ao contrário da IECEx e ATEX as substâncias inflamáveis são classificadas em 3 diferentes
classes.
Class I abrange gases, vapores e névoas inflamáveis. Estas classes, conforme sua
inflamabilidade, são subdividas nos grupos A até D, onde o Group A é o grupo mais perigoso
com p.ex. acetileno e no Group D com gás propano. Esta classificação está num claro contraste
frente à costumeira classificação dos grupos de gás, na qual o grupo A contém os gases menos
perigosos e a periculosidade aumenta em direção ao grupo C com, entre outros, o acetileno.
Pós são classificados na Classe I. Semelhante aos grupos de gás também aqui existe uma
subdivisão em grupos baseados no tipo de material: Group E abrange pós metálicos, Group F
pós carboníferos e no Group G estão divididos pós orgânicos como cereais.
Adicional ainda existe a Class III, na qual são enquadrados fibras e fiapos orgânicos
inflamáveis, como p.ex. algodão ou viscosa. Uma outra subdivisão em grupos não existe aqui.
Como no sistema de zoneamento, também na NEC 500 existe uma subdivisão das áreas pela
frequência e duração das concentrações perigosas. Mas no lugar de 3 zonas só existe uma
diferenciação em 2 divisões:
Divisão 1 abrange todas as áreas nas quais podem ocorrer concentrações perigosas
constantemente ou eventualmente sob condições normais, isto é, em operação normal e sob
manutenção e trabalhos de reparos regulares.
Divisão 2 abrange as áreas nas quais, sob condições normais, provavelmente não surgem
concentrações explosivas porém somente num caso de acidente ou falha de funcionamento.
Para fibras e fiapos na Classe III a subdivisão em divisões é um pouco divergente da
classificação acima citada para gases e pós. Divisão 1 são aqui todas as áreas nas quais são
processados materiais ou transportados entre dois passos de processamento, Divisão 2
abrange todas as áreas nas quais são armazenadas fibras e fiapos facilmente inflamáveis ou
transportadas fora do processamento.
A divisão da temperatura de superfície máxima ocorre em concordância com o ATEX-/ IECEx-
System em Classes de temperatura de T1 até T6. Para as classes de temperatura T2, T3 e T4
ainda existem adicionais subclasses. Pós são divididos nas mesmas classes de temperatura
com gases. Uma indicação direta de temperatura admissível como no ATEX não ocorre.
Exemplo identificação de meio operacional elétrico para áreas com risco a explosão de gás no
modelo de zonas:
Classe I Divisão 1 Grupo A T4

Classe de perigo Classe I


Classificação de área Divisão 1
Grupo de gás A
Classe de temperatura T4
P 2.002.0/08.16

37
12.4. NEC 505-506
Do contrário à NEC 500 ff., a NEC 505 e 506 são mais fortemente alinhados aos sistemas
internacionais existentes IECEx/ ATEX. Assim a divisão de zonas não é mais diferenciada em
divisões, porém igualmente em 3 zonas semelhante a IECEx/ ATEX. Também a divisão dos
grupos e tipos de proteção contra ignição é semelhante às divisões conforme IECEx/ ATEX.
As classes de temperatura, como no IECEx/ ATEX, são subdivididos de T1 até T6, sem
subclasses adicionais.
Exemplo identificação meio operacional elétrico para áreas com risco a explosão de gás no
modelo de zonas:
Classe I Zona 1 AEx ia IIC T4

Classe de perigo Classe I


Classificação de área Zona 1
Aparelhos elétricos American Standard AEx
Tipo de proteção de ignição i nível de proteção a
Grupo II C
Classe de temperatura T4
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38
Proteção contra explosão
Diretrizes e princípios básicos

13. Índice de literatura

RL 2014/34/EU Diretriz 2014/34/EU do Parlamento Europeu e do Conselho do dia 26 de


Fevereiro de 2014 para a harmonização das prescrições legais dos paises
membros para aparelhos e sistemas de proteção para a utilização confor-
me finalidade em áreas de risco de explosão (reformulação)
boletim oficial da União Européia
RL 1999/92/EG Diretriz 1999/92/EG do Parlamento Europeu e do Conselho do dia 16 de
Dezembro de 1999 sobre prescrições mínimas para a melhora da pro-
teção de saúde e de segurança dos empregados que podem ser expostos
ao perigo de uma atmosfera explosiva
boletim oficial da Comunidade Européia
ATEX- Orien- Orientações para a aplicação da diretriz 94/9/EG do Parlamento Europeu
tações/diretrizes e do Conselho do dia 23 de Março de 1994 para o alinhamento das
prescrições legais dos paises membros para aparelhos e sistemas de
proteção para a utilização conforme finalidade em áreas de risco de
explosão -
4. edição – Complementos até Setembro. 2012
Comissão Européia
DIN EN 1127-1 Atmosferas com potencial de explosão – Proteção contra explosão –
Parte 1: Conceitos básicos e metodologia
Beuth-Verlag, Berlim
DIN EN 13463 Série de Normas: Aparelhos não elétricos para o emprego em área com
perigo de explosão
Beuth-Verlag, Berlim
DIN EN 60079 Série de Normas: Áreas com perigo de explosão
Beuth-Verlag, Berlim
Impresso Noções básicas proteção contra explosão
R. Stahl, Waldenburg
Impresso Noções básicos proteção contra explosão
Crouse-Hinds, Eberbach
Impresso 2014 Code Digest
Crouse-Hinds, Syracruse
Impresso Noções básicos proteção contra explosão
Bartec, Bad Mergentheim
P 2.002.0/08.16

39
Tecnologia de acumuladores
Presença Global.
Competência Local.
www.hydac.com
30.000
Tecnologia de filtração 70.000
Tecnologia de processos
77.000
Sistemas de filtro 79.000
Hidráulica compacta 53.000

HYDAC Matriz
HYDAC Empresas
HYDAC Parceiros de venda e assistência
Acessórios 61.000

HYDAC International Industriegebiet


GMBH 66280 Sulzbach/Saar
Alemanha
Eletrônica 180.000

Telefone:
+49 6897 509-01
Fax:
+49 6897 509-577
E-Mail: info@hydac.com
Internet: www.hydac.com
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Anotação
Sistemas de resfriamento

As indicações neste catálogo referem-se às


condições operacionais e casos de aplicação
descritos.
Em casos de aplicação e/ou condições opera-
cionais divergentes, pedimos entrar em contato
com o nosso respectivo departamento técnico.
57.000

Reservamo-nos o direito de efetuar alterações


técnicas sem prévio aviso.

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