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LINHA E ARQUÉTIPO DOS MALANDROS

Por Rodrigo Queiroz


Ditado por Zé Pilintra

Saravá a todos do lado de cá! Saravá Umbanda, o Catimbó e o Candomblé! Salve


aqueles que são de salve e aqueles que não o são!
De tanto que somos marginalizados por aqueles que deveriam era nos prestar
reverência ou mesmo o respeito por estarmos tão próximos para o que der e vier. Nós os
“malandros” do astral fomos confundidos com os marginais do além.
Para quem ainda não entendeu, os Zés da Umbanda são espíritos comuns a cada um
de vocês. Humanos por natureza, errantes, com defeitos e virtudes que na bondade do
Criador podemos interagir com nossos companheiros encarnados afim de na troca de
experiências agregar luz e evolução na história de cada um.
Zé Pelintras, Zé Navalha, Zé da Faca e tantos “zés” formam esta corrente ou linha de
trabalho que chamamos de Linha dos Malandros. Justamente pela falta de informação
fomos chegando na Umbanda de “fininho” na boa malandragem pra não incomodar
ninguém. Quando “batíamos na porta” de um terreiro que nos desconhecia, se era da
percepção do dirigente que devíamos manifestar na linha dos exus, assim fazíamos se
pensavam que éramos baianos, tudo bem, ali estávamos. Entre acertos e erros, contradições
e tradições fomos sendo aceitos, percebidos e procurados. No entanto engana-se aquele que
pensa que surgimos do nada ou para nada, não, não. Já bem antes da Umbanda estávamos
lá no Catimbó, muitos ainda estão, diria que esta é nossa origem, mas como afirmar a
origem daquele que não é original, pois é, somos o retrato da miscigenação racial e cultural
que impera em todos os cantos deste Brasil, terra de Deus!
Somos aclamados como Doutor, curador, conselheiro, defensor das mulheres e dos
pobres. Por outro lado também somos rechaçados e “exterminados” na consciência de
alguns que insistem em nos colocar no patamar dos “demônios”.
Ora, este que nos maldiz é aquele mesmo que nada entendeu sobre Deus e seu amor
pela Sua Criação! Deixe que falem, desde que falem.
O certo é que somos o retrato e a realidade da classe menos favorecida, somos a
periferia, os menos favorecidos, os esquecidos, aqueles que se não é o jogo de cintura da
criatividade humana, jamais persistiria vivendo, entende agora o que é nossa malandragem?
Dos Catimbós do Nordeste aos terreiros de Umbanda de todo Brasil! Isso é
ascensão...
Por fim camarada, tenha em mente que estamos para ajudar a quem queira.
Defendemos sim os mais pobres e sofredores, pois sabemos o que é a dor da fome e da
perdição. Secaremos sempre as lágrimas daqueles que sofrem e isso basta.
Dentro do meu chapéu levo meu mistério, na fumaça de meu charuto transporto
minha magia, na gargalhada encanto meu povo, no meu terno branco reflito o que sou e na
minha gravata vermelha quebro o mal olhado na força de Ogum!
Para aqueles que nos abrem alas, obrigado!
Nota do médium: Salve sua força camarada! Pois é leitor, a Linha dos Malandros,
como posso dizer é bem nova neste formato organizado, no entanto de forma esparsa e
independente estes companheiros já se manifestam na Umbanda há muito tempo e são
anteriores ao surgimento da religião. Detendo grande importância nos Catimbós e
Macumbas Cariocas. São “mandingueiros” do bem e manifestam um incrível senso de
humor em suas manifestações. Chamam logo atenção de todos e arrebanham facilmente
pessoas ao seu convívio.
Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e menos abastada. Retratam mesmo
aqueles que viveram no morro, na periferia.
São marginalizados, no entanto não são marginais. Exemplo daquele que apesar do
sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da dor e driblar o baixo astral.
Defensores naturais das mulheres que sofrem com o aprisionamento machista
parecem até galanteadores, mas nunca perdendo o bom senso do respeito. Estão afinados
com a classe a qual formam seu arquétipo.
Mandingueiros, sabem muito bem como combater as Trevas e desmanchar feitiçarias
e magias negra.
Não são baianos, não são nordestinos, não são rótulos, pois são o que são, um
agrupamento de espíritos que tiveram a experiência de vida por todo esse país, que depois
do desencarne e já conscientizados tiveram a oportunidade de retornarem nos cultos
mediúnicos para continuar o progresso evolutivo.

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