Você está na página 1de 2

Linha e Arquétipo dos Pretos Velhos

 
Por Rodrigo Queiroz
Ditado por Pai João de Angola
 
É certo que o homem tem necessidade de conquista e expansão.
Diferentemente dos índios, nos digladiávamos em busca de riquezas e
poderio, o que é pior, justificando como vontade dos Orixás.
Neste sentido o povo africano estava se distanciando da vida
natural ou da conservação da vida, não foi diferente com nossos irmãos
ocidentais que jogaram a culpa em Jesus e saíram conquistando terras
pela lâmina da espada, bem, mas isso é dívida deles.
Com a escravidão, nós tivemos a oportunidade de nos reconhecer
como semelhantes, uma vez que a rincha em tribos era feroz.
Subjugados tivemos tempo para pensar em nossos atos, fazer brotar a
humildade, simplicidade, resignação e principalmente o amor á vida.
Todavia, para os companheiros que chegaram nesta conclusão entendo
que cumpriu com o propósito Divino, porém não foi simples assim,
muitos outros milhares caíram no ódio, vingança e toda sorte de
sentimentos contrários a evolução necessária.
Perdoar o seu algoz talvez seja a chave mais certa para a
iluminação!
Sabedoria, eis o que simboliza a Linha dos Pretos Velhos, mas
saiba leitor, esta sabedoria só existe pela vivência, por experiência, não
se compra não se lê, simplesmente vive.
Humildade, sentimento este simples de entender. Se coloque como
parte do meio que você vive. Ao invés de querer ser expoente, ou líder,
ou coisa do tipo, procure somar, contribuir para solidificar. Veja o
Brasil, a fama da construção deste país recai nos ombros dos Europeus
que casa alguma teria erguido sem os braços negros do nosso povo. A
meu ver mais vale o que é concreto do que é falácia.
Já no Astral o povo africano que tinha se redimido de seus débitos
milenares, e já com a “alma lavada” foi convocado pelos Mestres da
Luz a formar a linha de trabalho espiritual em auxílio dos encarnados,
surge assim o Grau Preto Velho, onde se assentou os nativos africanos,
que pontificava paralelamente com o grau Caboclo, enquanto os índios
traziam a jovialidade, determinação e pureza natural, nós
contribuiríamos com o culto aos Orixás, bem organizado. Com a
experiência do ancião e a mandinga que cura e afasta todo mal.
Desta forma iniciava um entrosamento perfeito e renovado no
Astral que sustenta tantos encarnados nas mais variadas religiões.
Assim é o arquétipo da linha dos africanos, baseado no ancião, no
simples e sábio.
Estamos à disposição daqueles que apesar do coração oprimido
ainda se permite acreditar sem perder a fé e a esperança, levar graça aos
desgraçados, amor aos desiludidos.
Mantemos o rótulo do velho arcado, para que assim possamos nos
aproximar dos amedrontados, pois se a primeira vista não apresentamos
perigo, rapidamente sentam em nosso colo.
Somos os Pais Velhos, Preto Velho, Africano, Saravá o Orixá!
 
Nota do Autor Físico: Finalizando este texto me lembro de um
ponto que traduz esta linha “A Umbanda é linda pra quem sabe
trabalhar quem não pode com mandinga não carrega patuá!”
Este relato apresenta claramente o que a escravidão significou para
nossos irmãos africanos. Este Preto Velho tenta nos mostrar que do
mais pesado fardo, da mais profunda dor, do mais confuso tumulto é a
oportunidade de tirarmos lições capazes de nos colocar em outro
patamar evolutivo e amadurecer a alma, o coração.
Pense nisso! 

Você também pode gostar