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7 LINHAS DA UMBANDA: FALANGES E ENTIDADES

MATERIAL DE APOIO NÚMERO 5


LINHA DO ORIENTE E SUAS FALANGES NA UMBANDA TRADICIONAL

A TERCEIRA LINHA DA UMBANDA TRADICIONAL ou LINHA DO ORIENTE,


sob o comando de São João Batista, possui Sete Falanges de entidades
missionárias. Fé e Emoção precisam de uma Mente Limpa e Sábia! O Nascer
do Sol no Oriente trás o calor do conhecimento antigo, do ocultismo, da magia
e do Hermetismo!

ORIENTE É LUZ, É ILUMINAÇÃO. É BRILHO, É ASCENSÃO.


Para entendermos um pouco melhor está Linha da Umbanda precisamos
lembrar alguns itens.

As religiões podem ser consideradas um recurso que Deus/Nzambi permitiu


existir para que ele possa sobreviver nos coração dos homens. Mas como
Deus é movimento e ação, a religião também não é algo estático, As religiões
foram sendo substituídas por causa do esgotamento das sociedades que as
haviam adotado como vias de evolução. Uma nova religião sempre surge
quando as existentes não estão correspondendo de alguma forma as
necessidades espirituais, sociais e culturais de um povo.

A UMBANDA ainda está em fase experimental, e sua estruturação material


está sendo feita de forma lenta e gradual, embora já tenha uma feição religiosa
muito bem definida. Devemos ter atenção que, por ser uma religião
espiritualista e de caráter universalista, não significa aceitar tudo. Há sim a
compreensão de tudo que lhe for apresentado e, quando possível, a sua
agregação ao culto. Tudo pode nos parecer licito, mas nem tudo nos convém.

Devemos lembrar também que, nos momentos da anunciação, nascia uma


nova religião que despertou o dom da mediunidade, para que espíritos
missionários, identificados como Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças,
pudessem manifestar-se paar trabalhar contra as ação das trevas e ajudar a
limpar energias negativas, eliminando suas fontes de origem. Quanto as almas
desencarnadas em sofrimento, facilitaria doutrina-las, conscientizá-las e
socorrê-las com maior intensidade. Nesse momento, a preocupação não era
codificar a umbanda. Assim, a grande diversidade de formação religiosa dos
espíritos que nela se manifestavam confundiu o saber religioso e provocou
diferentes interpretações entre os Umbandistas, os quais, por exemplo
misturavam ou ainda misturam as 7 linhas com as linhas de trabalho
(Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças). No momento da anunciação, e mesmo
antes dela, diversos espíritos superiores de graus elevadíssimos, com diversos
conhecimentos migraram para egregóra da Umbanda.

É um engano achar que nesta Linha se manifestam integralmente espíritos


asiáticos. Muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou
pretos velhos. O caboclo Timbiri (caboclo japonês) e pai Jacó (Jacob do
Oriente – se apresenta com turbante e camisa; origem Malet/Islãmico) são os
casos mais conhecidos.

A Linha do Oriente foi muito popular de 1950 a 1960 quando as tradições


orientais se firmaram no Brasil e os imigrantes chineses e japoneses,
sobretudo, passaram a frequentar a Umbanda, trazendo seus ancestrais e
costumes mágicos.

Antes dessas datas era comum nesta linha a presença dos queridos espíritos
dos ciganos, que também possuem origem oriental. Foi tão grande afinidade e
simpatia do povo Umbandista por estas entidades que os espíritos criaram uma
“linha” independente de trabalho, com sua própria hierarquia, magia e
ensinamentos. Hoje a influência do Povo Cigano cresce cada vez mais dentro
da Umbanda.

Recomendo a leitura do Livro “A Linha do oriente na Umbanda” de Mãe Lurdes


de Campos e Alberto Marsicano, pela editora Madras.

Como as entidades são mais “padronizadas” nesta linha, seus implementos


são explicados aqui de forma conjunta:

Lugares preferidos para oferendas: Colinas, descampados, praias desertas,


jardins reservados, mas também recebem oferendas nas matas e santuários ou
altares domésticos.

Cores da Velas: Rosa, Amarela, Azul Clara, Alaranjada ou Branca

Bebidas: Suco de morango, suco de abacaxi, água com mel, cerveja e vinho
doce branco ou tinto. OBS: As entidades da Falange de Jimbaruê não podem
receber nenhuma bebida alcoólica pois são de origem muçulmanas).

Tabaco: Fumo para cachimbo ou charuto. Também utilizam cigarro de cravo.

Ervas e Flores: Alfazema, olíbano, benjoim, mirra, sândalo e tâmara.


Pedras: Citrino, quartzo rutilado, topázio imperial (citrino tornado amarelo por
aquecimento) e topázio.

Dia da semana recomendado para o culto e oferendas: Quinta-feira e


domingo.

Lua Recomendada (para oferenda mensal): Primeiro dia de Lua Cheia

1) FALANGE DE ZARTU

Essa falange é composta por espíritos de antigos indianos, ela está sob
a presidência de Pai Zartu, também chamado de Chefe Indiano. Agrupa
entidades especializadas na cura do corpo e do espírito, sobretudo. São
grandes tutores espirituais e escolhem seus protegidos com muito rigor.
Deixam nos centros que acolhem e invocam uma presença de paz,
tranquilidade e amor.

Os trabalhadores dessa linha são de origem da Índia, sacerdotes


antigos, brâmanes, yoguins. Ramatís, um espírito com diversos livros
publicados, é associado a essa Legião. É numa legião desta falange que
as entidades ciganas estão arregimentadas.

2) FALANGE DE SÃO JOSÉ DE ARIMATÉIA

Também conhecida como a falange da cura, os espíritos que aqui


militam estão totalmente voltados para cura espiritual e física. Ela é
integrada por médicos e terapeutas de diversas origens sob a chefia de
São José de Arimatéia (existem diversas lendas sobre ele). Não
incorporam para dar consulta em sessões coletivas, mas podem se
acercar de um médium em trabalhos especiais para dar conselhos e
passes. São conhecedores das ervas, curandeiros, médicos, raizeiros,
xamãs de diversas origens, portadores do dom do corte e da cura.
Essa falange faz uma ponte com os conhecidos Médicos do Espaço com
as Fraternidades Médicas que estão sob o comando do Grande Bezerra
de Menezes.

3) FALANGE DE JIMBARUÊ

Composta na maioria por espíritos de mouros, nômades do deserto


(tuaregues), árabes, marroquinos e outros povos que militam
espiritualmente sob a bandeira do islã. Uma legião desta falange está
composta por almas judias.

São entidades aguerridas e especializadas na luta contra as trevas


exteriores e interiores. Elas são destruidoras das ilusões e inimigas da
idolatria.

O chefe é Pai Jimbaruê (Jinn Baraoui) que alguns acreditam ser um


encantado africano do norte da África. Não se oferece bebidas
alcoólicas para esta falange em nenhuma hipótese.

4) FALANGE DE ORY DO ORIENTE

Integrada por espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis,


coreanos e de outros povos asiáticos. Trabalham com a cura e a
proteção de centros e templos. Trazem a iluminação intelectual e moral,
tão escassa hoje em dia nos ambientes espirituais.

De forma curiosa, uma legião dela está composta por espíritos de


origem esquimó, que trabalham muito bem no desmanche de demandas
e feitiços de magia negra. A manifestação desses esquimós é curiosa,
pois quem já os sentiu afirma sentir um vento gelado subir pelas pernas.
A falange está sob o comando de Ory do Oriente.

5) FALANGE DE SESOSTRIS

São espíritos de antigos egípcios, sumerianos, assírios, incas, astecas e


outros povos da antiguidade que trabalham nesta grande falange, que é
mágica e operativa por excelência. Quando escolhe, pelas suas virtudes,
a tutela de um centro ou de um médium, ela entrega os mais sublimes
ensinamentos ocultos.

É uma falange de alta magia. Estas entidades quase nunca incorporam


e preferem tutelar seus guiados através das faculdades psíquicas
superiores (vidência, telepatia).

Dentro desta falange encontra-se uma Legião composta apenas por


egípcios (chefiada pelo Pai Inhoarairi). São antigos sacerdotes da antiga
religião egípcia. Em suas fileiras encontramos muitos magos que
conhecem a magia contida no Livro dos Mortos (é a designação dada a
uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias
do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro e colocados nos túmulos
junto das múmias. O objetivo destes textos era ajudar o morto em sua
viagem para o outro mundo, afastando eventuais perigos que este
poderia encontrar na viagem para o Além. O livro era posto sob a
cabeça da múmia ou junto dela, ou então copiavam-se trechos dele na
tumba. A ideia central do Livro dos Mortos é o respeito à verdade e à
justiça, mostrando o elevado ideal da sociedade egípcia. Era crença
geral que diante da deusa MAAT (É a deusa da verdade, da justiça, da
retidão e da ordem. A deusa responsável pela manutenção da ordem
cósmica e social) de nada valeriam as riquezas, nem a posição social do
falecido, mas que apenas os atos seriam levados em conta. Foi
justamente no Egito que esse enfoque de que a sorte dos mortos
dependia do valor da conduta moral enquanto vivo ocorreu pela primeira
vez na história ocidental), entre outros mistérios egípcios.

A chefia da Falange está sob a autoridade suprema de Sesostris


(Senusret), o Faraó.

6) FALANGE DE ITARAIACI

O Chefe dessa falange é o grande Cacique Itaraiací ou Pai Itaraiací que


lidera os espíritos de caboclos de origem caribenha e sul-americana,
sobretudo dos Povos Karibs. Essa falange faz uma ponte misteriosa
com as entidades irmãs de militam nos cultos caribenhos e sul-
americanos.

É dito pelos antigos que somente os médiuns muito bem preparados


mentalmente suportam o transe desta falange, pois carregam uma
energia extremamente impactante. (OBS: Exige muito do corpo)

É dito também que os Caboclos desta falange são muito mais poderosos
(quantidade de energia manipulada) que as entidades de Esquerda
(Quimbanda). Por isso, se costuma firmar o Cacique Itaraiací, num lugar
específico da mata, ao comunicar para um adepto os segredos mais
obscuros da Quimbanda.

7) FALANGE DE MARCUS I

Esta é uma falange bastante sincrética. Espíritos de velhos guerreiros de


origem europeia aqui se encontram: romanos, gauleses, ingleses,
escandinavos, etc... A Chefia é do Imperador Marcus I.

Ela cruza com a falange de Santo Expedito (Linha de Oxalá) e com a


Linha de Ogum para montar um poderoso exército contra todo o Reino
do Baixo Astral. OBS.: Observe que a UMBANDA possui uma tropa
completa para combate as trevas e não necessita dos Exus de
Quimbanda para isso.

Nesta falange se destaca a Legião dos Vikings, muito trabalhadora e


guerreira, onde as entidades dividem-se em três grandes grupos,
chamados de Barbas. Existem os Barbas Amarelas, os vermelhas e os
negras. Os mais importantes são os barbas amarelas, chefiados por Pai
Bárbaro e pai Kango Seus pontos riscados possuem espadas,
serpentes, raios, animais marinhos e runas. São entidades invocadas,
sobretudo, para destruir demandas, dar proteção, curar e aconselhar.
Seu transe é muito intenso e profundo, exigindo do médium muita
concentração e afinidade. Não aceitam mentiras e futilidades, por isso,
buscam afilhados com alma guerreira e heroica.
OBSERVAÇÕES GERAIS:

1) Esse oriente não se refere ao Oriente geográfico, mas ao Oriente


de Luz ou circulo luminoso do grande oriente, que se encontra no
astral.
2) Alguns afirmam que por ser uma linha universalista, as
informações sobre suas ervas principais, seu dia de culto, pontos
de força e oferendas não foram estabelecidos. Outros afirmam
ainda que não costuma pedir oferendas. Ou seja, não há uma
regra.
3) É a linha que sustenta as mais diversas e antigas religiões do
planeta, além das suas formas de atuação espiritual.
4) Essa linha guarda todo o conhecimento das ciências, medicinas e
tecnologias das antigas civilizações. Todas as formas de magia
estão reunidas aqui. Todo o conhecimento da espécie humana
desde a sua origem.
5) Os espíritos desse feixe de vibração podem trabalhar amparando
e auxiliando guias de outras linhas.
6) Algumas vertentes da Umbanda acreditam que essa linha possui
grande afinidade vibracional com a Linha de Xangô devido a sua
racionalidade de execução.
7) São as entidades que mais respeitam o livre arbítrio de seus
médiuns e a forma de trabalho das casas onde se manifestam.
8) Suas vibrações primordiais sempre estão voltadas para cura
física, emocional e espiritual.
9) Sua missão está diretamente ligada na humanização e
harmonização das relações entre os homens, na elevação do
nosso campo vibracional, dos nossos pensamentos, da nossa
elevação moral e ética e da nossa Fé!
10) Os espíritos que se apresentam para trabalhar nesta linha falam
pouco, mas quando o fazem são profundos em suas
observações.
11) Suas orientações seguem uma linha que direcionam seus
assistidos para mudanças de hábitos e comportamentos.

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