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7 LINHAS DA UMBANDA: FALANGES E ENTIDADES

MATERIAL DE APOIO NÚMERO 7

LINHA DE XANGÔ E SUAS FALANGES NA UMBANDA


TRADICIONAL

A Quinta Linha da Umbanda Tradicional ou Linha de Xangô, sob o comando de


São Jerônimo, é também chamada de Linha da Pedreira e possui Sete
Falanges de entidades missionárias.

A Linha de Xangô é o sedimento da Umbanda. Ela representa a Lei em todos


os planos de ação ou mundos. A Justiça é a Lei em ação e caracteriza uma
das faces da Linha de Xangô.

A Lei (do verbo latino Ligare, que significa “aquilo que liga”, ou legere, qie
significa “aquilo que se lê”) na Umbanda Tradicional indica um conjunto de
normas emanadas pelo autoridade suprema (Nzambi, Olodumaré, Deus), os
mais cristianizados dizem que são emanadas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Chefe da Linha de Oxalá.
Notamos, então um dos motivos da escolha de São Jerônimo
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Jer%C3%B4nimo) para chefia desta Linha, já que
ele representa a sabedoria que traduz e interpreta a Lei por excelência.

As oferendas (velas, flores) são realizadas preferencialmente nas pedreiras.


Flores brancas, cerveja preta, frutas, velas e tabaco forte são os elementos
mais utilizados.

1) FALANGE DE SANTA BÁRBARA OU YANSÃ

Santa Bárbara, a chefe da Falange, é a padroeira da artilharia militar e de todos


quantos trabalham com fogo. É invocada contra o perigo das tempestades. As
entidades que aqui militam são almas de caboclas e antigas indigenas, que
exercem um ministério muito importante no auxilio aos aflitos encarnados ou
desencarnados.

Elas atuam nos processo de cura da obsessão, prevenção de ataques das


forças negativas, saneamento de tormentas psiquicas e outras doenças
mentais. Também trabalham na proteção de lugares e regiões, quando os
fenômenos atmosféricos estão em revolta.

São entidades muito elevadas, nobres e desacostumadas a frequentar


ambientes caóticos e barulhentos.

Cores: Marrom, bnranca e amarela. Símbolo: cálice, plama e látego (chicote).

Mais Sobre Santa Bárbara:

https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbara_de_Nicom%C3%A9dia
2) FALANGE DOS CABOCLOS DO SOL E DA LUA

Entidades espiritualmente gêmeas, os caboclos do Sol e da Lua partilham a


Chefia desta Falange. Segundo os mais velhos umbandistas, estas entidades
são Encantados. Eles representam as deidades indígenas Coaracy (O Sol) e
Yaci (A Lua) dos antigos Tupis (embora elas sejam femininas).

O Caboclo do Sol tem comando das almas luminosas diurnas, portadoras do


dinamismo solar. O Caboclo da Lua tem o comando das almas luminosas
noturnas, portadoras da magia da lunar.

Vemos aqui que os mestres umbandistas trouxeram conceitos arcanos


alquimicos e teúrgicos para o culto. De certo, que a ação destes agentes do
astral se faz muito além dos terreiros.

OBS 1: A Alquimia é uma prática que combina elementos


da Química, Física, Biologia, Medicina, Semiótica, Misticismo, Espiritualismo, A
rte, Antropologia, Astrologia, Filosofia, Metalurgia e Matemática. Existem quatro
objetivos principais na sua prática. Um deles seria a "transmutação"
dos metais inferiores ao ouro; o outro a obtenção do "Elixir da Longa Vida", um
remédio que curaria todas as doenças, até a pior de todas (a morte), e daria
vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser
conseguidos ao obter a Pedra Filosofal, uma substância mística).

OBS 2: A palavra Teurgia é grega e provém de theoi, "Deuses", e ergon,


"obra", significando não somente "Obra Divina" mas também "Obra de Deus"
ou "produzindo a obra dos deuses", e foi utilizada em contraste com a teologia,
que meramente discutia sobre os deuses, e com a teoria, a pura contemplação
filosófica e intuitiva promovida por Plotino.

É uma forma de magia ritual (cerimonial), com o objetivo de incorporar a força


divina ou em um objeto material como por exemplo uma estátua, ou no ser
humano através da produção de um estado de transe visionário.

Busca a perfeita comunhão com Deus, obtida através de técnicas


cerimonialistas como rituais, preces, exercícios e estudos. Possui muita
influencia do cristianismo esotérico.

Cores: Marrom, branca, dourada e prateada. Símbolo: Sol e Lua.


3) FALANGE DO CABOCLO DA PEDRA BRANCA

Este caboclo, um autêntico representante dos velhos e tradicionais caboclos de


outrora, é o mais característico desta Linha.

Entidade altiva, bradadora, valente e sisuda. Seu perfil é encontrado em muitos


espíritos irmãos ao longo de toda a América. Ele é considerado um encantado
da montanha.

Os trabalhadores desta falange são também conhecidos como Povo das


Montanhas e são forças disstintas e altuístas. Semelhantes aos montanheses
da Terra, etes montanheses do astral são fortes, desconfiados e quietos. Eles
trazem a mais pura vitalidade aos que deles necessitam e renovam a nossa
vida com uma extraordinária vitalidade.

Parte gênios (forças da natureza) e parte almas, estes falangeiros estão mais
presentes nos ares rarefeitos das montanhas. É preciso invocá-los com
maestria, determinação e gentileza para que seus serviços se façam presentes.

Cores: Marrom e branca. Símbolo: Machadinhas, montanhas e pedra.

4) FALANGE DO CABOCLO SETE VENTANIAS OU CABOCLO DO


VENTO

O Caboclo do Vento também é considerado um Encantado, um gênio (força da


natureza) inteligente que sopra seu poder sobre os quatro cantos do mundo.

Ele dirige os espiritos elementais do ar (silfos e silfedes – obs: Andar com


roupas claras e perfumados os atrai, além de crer que eles existam e de ter
bons pensamentos) e as almas desencarnadas que estão afiliadas nesta
falange pouco explorada ultimamente.

Os trabalhadores da Falange do Caboclo do Vento manipulam as forças


atmosféricas, especialmente os ventos, ventanias, ciclones, tufões e furacões.
Cores: Marrom, branca e vermelha. Símbolos: Flechas, rodamoinhos e
espirais.

5) FALANGE DO CABOCLO DAS SETE CACHOEIRAS OU CABOCLO


DA CACHOEIRA

O Caboclo das Sete Cachoeiras, outro Encantado, chefia esta falange que
agrupa entidades aquáticas e também almas de antigos caboclos e indígenas.

As entidades aquáticas não devem ser confundidas com as Yaras, porque na


verdade são silfos e sílfides que transitam em dois reinos: aquático e aéreo.

Curandeiras, as forças atuantes nesta falange são um remédio benfazejo e


importante segredo do esoterismo dos pajés e umbandistas tradicionais.

Aqueles que invocam estas forças tem assegurada uma saúde de ferro e uma
tranquilidade invejável na mente.

Cores: Marrom e Branco. Símbolo: Torvelinho

OBS: Esoterismo é o nome genérico que evidencia um conjunto de tradições e


interpretações filosóficas das doutrinas e religiões - ou mesmo das
Fraternidades Iniciáticas - que buscam transmitir um rol acerca de
determinados assuntos que dizem respeito a aspectos da natureza da vida que
estão sutilmente ocultos.

OBS: Atitude doutrinária, pedagógica ou sectária segundo a qual certos


conhecimentos (relacionados com a ciência, a filosofia e a religião) não podem
ou não devem ser vulgarizados, mas comunicados a um pequeno número de
iniciados. Ciência, doutrina ou prática baseada em fenômenos sobrenaturais.
6) FALANGE DO CABOCLO TREME-TREME

Treme-Treme/Treme-Terra, um nome popular para um terrível terremoto, é o


nome escolhido pelo chefe desta falange e as profundezas da terra. Um gênio
e poderoso Encantado vela atrás deste nome.

Ele comanda com mão dura uma grande quantidade de seres que se conectam
com as funções sísmicas e as profundezas da terra. Na mitologia dos Yorubas
no exílio, em Cuba, ele toma o nome de Aganju e ganha sincretismo com São
Cristóvão. Normalmente é confundido com o Orixá Xangô no Brasil.

É de se esperar que o poder e a sabedoria carregados pelas entidades desta


falange, também nos ajudem a superar os momentos onde a nossa frágil
existência treme e bambeia. Graças à Nzambi!

Cores: Marrom, Branco e Vermelho. Símbolo: Tacape, uma Bola de terra e


uma Machadinha.

7) FALANGE DE QUENQUELÊ (KENGELE)

Pai Quenquele é um Preto Velho distinto dos demais e é a cabeça desta


falange.

Podemos afirmar que ela é uma das mais esquecidas falanges da Umbanda
em geral. Na Umbanda Tradicional esta falange tem gira própria nos terreiros e
tendas.

Os pretos Velhos de Quenquelê são árbitros e não conselheiros.

• O árbitro é o individuo responsável por fazer cumprir as regras, o


regulamento eo espírito da atividade em que estão envolvidos e intervir
sempre que necessário, quando uma regra é violada ou algo incomum
ocorre.
Portanto fica mais uma vez firmado o conceito que corre dentro da Umbanda
Tradicional e a distingue das suas irmãs: Não existe a necessidade da
Esquerda, tal qual vemos no terreiros de hoje em dia.

Aliás, todos precisamos mesmo é da Falange de Quenquelê!

Outra coisa importante é que não se pode confundir o árbitro com o seu
executor. Os executores estão dentro da Linha de Ogum.

Cores: Marrom e Branca. Símbolo: Balança e Machadinha.

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