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O Termo “Catiço” pode ser entendido como um sinônimo de esperteza. Numa análise
mais profunda, “Catiço” também é um termo popular para definir tanto crianças
hiperativas, quanto pessoas com má índole. “Catiça” é outra palavra de mesma raiz
que pode ajudar esclarecer outros aspectos, afinal, seu significado assemelha-se a
“mandinga”, “mal-olhado” e azar. Portanto, espíritos “Catiços” são os desencarnados
espertos, rápidos, ativos, com doçura e maldade quando necessário e que possuem a
energia da mandinga, do feitiço, da boa sorte e do azar.
Os Exus-Egúns ou Exus-Catiços, manifestam-se através de evocações e invocações.
Quando invocados dos planos astrais, podem incorporar em determinadas pessoas
que possuem faculdades despertas somadas a um alto grau perceptivo. Tais pessoas
são chamadas de “médiuns”, intermediadores que regulam a descarga energética
entre suas matérias densas e o corpo espiritual de seres falecidos.
Os antigos livros que relatavam a hierarquia de Exu, sob nosso ponto de vista, são
contaminados pela mentalidade “diabólica cristã” dos escritores umbandistas que
correlacionavam os “Exus-Eguns” com demônios descritos nos “Grimórios Inquis-
itores”. O tempo passou, mas o conceito continua contaminado, afinal, escritores mais
modernos, mesmo tendo acesso a uma gama muito maior de material para estudo,
alegam que os Exus são os mensageiros desses demônios e que possuem livre acesso
pelos domínios dos mesmos.
A Quimbanda Brasileira tem verdadeira quizila de tais escritores pelo retrocesso
espiritual que impingiram na sociedade mundial. O erro está tão entranhado que
dificilmente será revertido, porém, nossa gnose nos permite lutar contra esse absurdo
através da palavra que liberta os homens: A Sabedoria!
Demônios são inteligências que não possuíram existência encarcerada nos invólucros
materiais. Não são “presos” na rede de reencarnações e na sua grande maioria, são
grandes espíritos demonizados pelas igrejas ao longo do processo de conquista
territorial, afinal, um Deus vencido na guerra torna-se o culpado por todo sofrimento
de seu povo e, posteriormente, ocupa lugar nas trevas destinadas aos demônios.
Entendendo esse conceito, fica difícil correlacionar espíritos humanos que se elevaram
nas correntes de Exu e Demônios. Algumas características podem até ser similares,
porque antes dos Exus serem demonizados, erroneamente existiu a classificação dos
Demônios por atributos materiais e esotéricos. Percebemos que o contato com os
demônios pode ocorrer nos planos astrais e, dependendo do grau evolutivo que o
espírito esteja, advém um aprendizado muito valioso. A Quimbanda Brasileira crê que
antigos deuses obscurecidos capacitam os Exus suportarem o acúmulo de matéria
mental negativa e usarem essas energias para a ascensão de seus domínios e poderes.
Antes de adentrar na hierarquia de Exu, devemos compreender a formação e o
funcionamento dos sete primeiros “Tronos” passivos e ativos. Antes de tudo, vale
ressaltar que os Sete Reinos da Quimbanda foram compostos após a formação do
mundo material como figura de embate ao cíclico sistema cósmico de reencarnação e
escravismo das almas ígneas. “Maioral” é um Ser criado a partir de um grande esforço
feito pelos regentes supremos dos quatro elementos que rasgaram e separaram suas
próprias essências para então reuní-las sob a forma de um Grande Imperador. A
função primordial de sua existência é proporcionar o desequilíbrio no frágil or-
denamento através da escalada espiritual dos espíritos obscuros dentro dos espaços
astrais denominados “Sete Reinos da Quimbanda”.
Muitos espíritos já se manifestaram nas correntes espiritualistas com o nome de
Maioral, entretanto, todos esses espíritos são parte de um engendrado sistema
ilusório imposto para fazer o “Sagrado Nome” ser desacreditado e escarnecido pelos
que buscavam forças dentro do culto aos espíritos da noite. Essa estratégia de
contenção fez com que a verdadeira essência de Maioral fosse esquecida e que a
Quimbanda se transformasse em uma religião marginalizada.
Uma informação muito importante a todos os adeptos é que Maioral jamais saiu de
seu Trono! Os que alegam incorporá-lo ou são charlatões ou são esquizofrênicos
alimentados por grupos de analfabetos espirituais.
Como Maioral possui as duas polaridades dentro de sua composição (dinâmica e
receptiva), após um longo tempo de preparo, desdobrou-se como em um processo de
meiose- formando os sete primeiros “Tronos” da Quimbanda. Esses sete primeiro
seres são chamados de “Grandes Reis”. Esses, desdobram-se formando suas
consortes: As sete “Grandes Rainhas”.
Grande Rei e Rainha das Encruzilhadas;
Grande Rei e Rainha do Cruzeiro;
Grande Rei e Rainha das Almas;
Grande Rei e Rainha da Kalunga;
Grande Rei e Rainha das Matas;
Grande Rei e Rainha da Lira;
Grande Rei e Rainha das Praias.