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TEMPLO DE QUIMBANDA
REINO DE EXU

FIRMEZA, O PRIMEIRO ELO COM EXU .

TATA LUCY
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Consultas, pactos e iniciações 21964744690

Finalidade e público alvo:


Este material de apresentação do culto, tem como finalidade apoiar os
alunos do curso de firmeza de Exu, realizado nesta casa. Este material é
básico, sem mencionar os fundamentos do culto ou da casa, pois tais
conhecimentos devem ser passados de forma oral pelo mestre de
Quimbanda ao adepto. Partindo desta tradição temos um curso que é
realizado de forma prática, dentro do Templo e também com aulas externas
na encruzilhada e no cemitério.
Os fundamentos sobre oferendas, banhos e ativação, rezas e cantigas são
passados de forma oral e anotados pelos alunos em seus cadernos de
anotações.

SALVE O MAIORAL DOS SETE INFERNOS!!!!!!


SALVE O SENHOR TATA CAVEIRA! SALVE A SENHORA MARIA
PADILHA RAINHA DO CABARÉ
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DIVINDADE EXU

Exu (em iorubá: Èṣù) é o orixá da comunicação e da linguagem: assim, atua


como mensageiro entre os seres humanos e as divindades, (dentre outras
muitas atribuições). É cultuado no continente africano pelo povo iorubá, bem
como em cultos afro-descendentes, como no candomblé baiano, no tambor
de mina maranhense, dentre outros. Apesar do nome idêntico, não deve ser
confundido com os exus da Umbanda e da Quimbanda
(também chamados “exus catiços”), que possuem cosmologia diferente.

Na África, como no Brasil, Exu exerce as funções de mensageiro e


intermediário entre os seres humanos e as divindades; associado, assim, com
as encruzilhadas. Também entende-se Exu como o orixá da ordem, do
equilíbrio, da organização e da disciplina, possuindo forte relação com orixá
Orunmilá. Teria ainda recebido de Olodumarê a função de guardião do axé.
No continente africano, Exu não é compreendido nem cultuado como um
orixá maligno, e sim “neutro como o próprio axé”.

Como Exu é uma força movimentadora causadora de mudanças, seja ela


através do caos ou do ordenamento, no século XV quando no início da
colonização do Brasil, Exu aporta em terras brasileiras juntamente com o
panteón de divindades e orixás dos povos africanos, trazendo principalmente
os povos étnico religiosos, étnico linguístico banto e iorubá. Portugal
exerceu um forte domínio em alguns locais da Costa africana através de
feitorias e pelo meio desses pontos iniciou seu obscuro comércio. como a
escravidão, já era uma prática existente entre as próprias tribos africanas não
tardou para que os conquistadores portugueses, estabelecessem vínculos
comerciais com autoridades locais e firmassem lucrativos acordos, dessa
forma o negro adentrou na Europa, nas ilhas caribenhas e no território
brasileiro. Os escravos capturados na África eram prisioneiros de guerra,
feiticeiros, assassinos, adúlteros, indivíduos trocados por chefes tribais ou
penhorados por dívidas. A procedência dos escravos, cursava toda a Costa
Oeste da África, ocorrendo por Cabo Verde, Congo killua e Zimbabwe. eram
divididos em 3 grupos... sudaneses, guineanos sudaneses muçulmanos e
bantos. Destaca se esse último grupo por serem os mais numerosos e segundo
alguns relatos desses senhores de engenho, os mais pacíficos e adaptados aos
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trabalhos em contraparte aos de origem sudanesa, considerados mais Fortes


inteligentes, porém com intensas tendências as revoltas, o negro aportou em
terras brasileiras e junto vieram diversas espécies de sacerdotes todavia
conjuntamente aportaram os temidos mulojis, ao contrário dos quimbandas
esses não eram sacerdotes de cura e equilíbrio, eram feiticeiros necromantes
por vezes mercenários, que conheciam as artes mais temidas oriundas de um
tempo em que não conseguimos datar, segundo o dicionário de kimbundu
português de Antônio Dias e Júnior mulojis, é feiticeiro condutor das forças
ocultas maléficas. E assim juntamente com povos africanos escravizados,
Exu aporta em terras brasileiras como divindade africana de natureza caótica,
brincalhão e Zombeteiro, porém Guardião senhor dos caminhos, do
comércio segundo as lendas e Itans africanos.
Algum tempo depois do início do processo de escravidão, a igreja católica
envia ao continente africano, padres em busca de pesquisas sobre as religiões
e etnias africanas, com a finalidade de catequizar e expandir o cristianismo
pela África. Não tardou para que notassem que uma divindade específica,
Exu, tinha sua energia e natureza caótica, amoral parecida com a do diabo
cristão. Logo então dessa forma, Exu fora comparado e sincretizado com o
diabo cristão, coisa que não foi tão ruim de um ponto de vista, pois naquele
período os n’gandas e feiticeiros conseguiam intimidar os senhores e feitores
com sua magia. E assim surgia Exu, como o demônio africano visto do ponto
de vista cristão. Nessa época surgia também imagens e totens de Èsù como
na visão cristã com rabo, chifres, similar a figura do diabo cristão. Essas
imagens e totens ficavam em locais que fossem visíveis aqueles que
chegassem perto de onde havia um feiticeiro ou muloji, anunciando o perigo
para àqueles que ousassem enfrentar este feiticeiro ou seus protegidos.

O culto necromante

O povo africano tem uma relação com os mortos, que vai de encontro com
as práticas e concepções cristãs. Morrer significa uma mudança de estado,
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do plano de existência e principalmente de status. Os mortos, principalmente


os ancestrais genealógicos, são objeto de culto e veneração e através de
rituais mortuários específicos, são trazidos de volta à esse mundo para
corroborarem com nossos atos e nossa consciência. Os mortos, chamados
pelos bantos de makungos, e pelos iorubas de eguns são espíritos que
possuem consciência até serem levados às Correntes naturais onde perderam
suas identidades e passarão a fazer parte de outra classe de espíritos ou serem
assentados, para conduzir determinadas expressões religiosas, até que
chegue à esse ponto evolutivo, podem interferir na vida dos sucessores.
Como a religiosidade africana é muito rica e detalhada, não é esse o foco nos
restringiremos apenas as informações necessárias para a formação da
quimbanda ou culto de Exus cultuados na quimbanda. Os exus são espíritos
que tiveram diversas passagens materiais, portanto o culto dos mortos da
quimbanda é fruto dessa herança necrosofica africana somada às práticas
magística religiosas indígenas e europeias.
Entendemos que os primeiros mortos que deram origem ao que concebemos
como quimbanda eram espíritos de sacerdotes, sacerdotisas e adeptos
religiosos africanos, indígenas e europeus bruxos e bruxas de tradições
medievais, extremamente despertos e revoltados, que por possuírem pleno
controle das diversas Correntes energéticas se renegarão a prosseguir pelos
caminhos e planos astrais e se manifestavam através do culto aos mortos.
Exu desde antes da vinda ao Brasil colônia era associado ao mal e ao regente
diabólico Satanás. De forma mais ampla, o culto africano era visto como
bruxaria e feitiçaria maligna pelos colonizadores europeus.
A princípio, os cultos afros eram realizados de forma bem oculta, pois se
dessa maneira não fosse, os africanos receberiam duras sanções. Os locais
de culto eram mata adentro, sempre guardados pelos votos de silêncio dos
adeptos, e pela discrição daqueles que procuravam. Inevitavelmente em
alguns locais, os espíritos se comunicavam através da Posse, ou melhor, da
incorporação. a porta espiritual aberta aos mortos dava vazão tanto aos
atrelados à falsa luz quanto aos obscurecidos. Foi através do contato com
esses espíritos que o nome Exu passou a ser usado como título que
diferenciava essa classe espiritual. Isso ocorreu por uma soma de motivos:

• A conduta rebelde, irreverente e sensual que esses espíritos tinham se


assemelhavam ao senhor do movimento Exu;
• O controle sobre o elemento fogo e a voracidade em busca de energia vital;
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• Agressividade que os diferenciava dos demais espíritos

• Falta de conhecimento de algumas pessoas que tinham contato com as


práticas espirituais proibidas e associaram esses espíritos ao diabo, que no
culto africano era popularmente conhecido como Exu. Essas pessoas,
através da disseminação oral, fizeram com que essa figura ficasse ainda
mais popular;
• O uso dessas manifestações por alguns sacerdotes, para infringir terror em
seus inimigos ou algozes.

Assim, fica Claro que o Exu, chamado na atualidade de Exu egum, ou ainda
Exu catiço, nasceu dentro do oculto dos mortos e ultrapassou á esfera que
diferenciava as nações.

A organização dos Reinos e Falanges de Exu

Ao mesmo tempo em que pessoas vinham para o Brasil povoar a colônia


portuguesa, efetivada no Brasil espíritos de ancestrais dessas pessoas vinho
junto com seus filhos encarnados, bem como os que por aqui morriam logo
passavam para o plano espiritual, ocupando lugares neste plano. Com o
decorrer dos anos com a chegada dos bruxos e feiticeiros exilados de évora
no processo da inquisição, bem como os ancestrais dos africanos que vieram
escravizados e também os escravos, que por aqui desencarnavam, assim ia
se desenhando o quadro extra-físico ou seja, espíritul do continente que há
pouco descobriram. Se a quimbanda Brasileira fosse escrita ou nomeada
naquele século a veriam pouco menos de 5 reinos, pois os reinos da
quimbanda ou seja os domínios de Exu eles crescem de acordo com o que se
faz e a expansão territorial na Terra física por exemplo naquela época
espíritos já governavam as matas já governavam as praias já governavam
Montanhas, porém não existia por exemplo o Reino da Lira, não existia por
exemplo, nem o Reino da calunga pequena, pois os nossos ancestrais
indígenas, com as suas centenas de etnias não tinham os mesmos rituais
fúnebres, a ponto de em um só local agrupar os corpos para rituais fúnebres
e armazenamento dos restos mortais. Não existiam o reino do Cruzeiro, logo
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então sobraria apenas 4 reinos Encruzilhada, matas, praia e Almas, pois o


Reino das Almas se espalha por todo o território terrestre.
Com o passar dos anos e séculos, com o crescimento e expansão territorial
urbanização aumento populacional imigração de europeus com o tráfico de
escravos Negreiros todo o Brasil começa a se desenhar fisicamente e em
conjunto no astral começa-se uma grande movimentação de espíritos de
diversas raças, etnias, forças, egrégoras diferentes, grandes mulojis
feiticeiros, africanos ao desencarnarem começavam a exercer seu domínio e
impor sua força, sobre os espíritos mas fracos e adormecidos ao mesmo
tempo espíritos de bruxas magos e feiticeiros, europeus exilados dos
processos de inquisição de évora e de outros países da Europa chegavam ao
Brasil e ao desencarnarem também exerciam o seu poder e expandiam seus
domínios no mundo espiritual ao mesmo tempo que também já existia no
cenário espiritual os líderes que já habitavam esta Terra e este setor espiritual
espíritos chefes das matas, chefe da praia, espíritos chefes de falanges de
recolhimento de Almas perdidas por diversas regiões. Vemos então que
através do caos, através da amontoação de egrégoras, o cenário do culto que
hoje chamamos de quimbanda, o culto aos nossos ancestrais mortos começa
a se desenhar pois os grandes Reis e Rainhas que temos hoje dentro da
quimbanda são esses antigos feiticeiros antigos chefes tribais de diversas
etnias que se encontravam em nosso território. Alguns outros Reinos e
falanges nasceram junto com o crescimento e expansão urbana como por
exemplo o Reino da Lira, onde temos como Rei o Exu Rei das 7 Liras que
por hora sabe se ser um grande feiticeiro medieval. Este grande e impactante
crescimento espírito territorial chamou á atenção do grande Dragão Negro
cujo os cristãos o chamam de diabo, o rei do inferno, do astral inferior ou
umbral ou como desejam chamar. O fato é que ele organizou toda essa
grande turba caótica amotinada, que se encontrava em nosso território
espiritual e nomeou um espírito que seria o governante supremo deste astral
inferior em seu próprio nome. Este espírito responde diretamente ao Dragão
Negro, diabo ou ao anjo caído se assim querem nomear tal espírito de
tamanha elevação e envergadura dentro da magia. Hoje nós o chamamos
como o maioral da quimbanda o grande Exu Rei que responde somente a
Satanás. abaixo deste grande senhor estão hoje os Exus Reis de cada ponto
do planeta que eu vos passo a citar.

Exu Rei das encruzilhadas


Exu Rei das matas
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Exu Rei das praias


Exu Rei dos cruzeiros
Exu Rei da Calunga
Exu Rei da Lira
Exu Rei das Almas.

Cada Rei sempre com a sua respectiva Rainha. Dentro do nosso culto
entendemos que não existe um Rei se não tiver do lado uma Rainha. E a
Quimbanda também não existiria se não fosse a ação dessas bravas bruxas
feiticeiras.
É importante que os adeptos saibam a qual Reino e Falange seu mestre
pessoal Exu pertence. Pois desse ponto de partida que os sacerdotes irão
saber quais elementos devem ser postos em seus assentamentos e firmezas,
para um melhor aproveitamento das energias desse espírito, bem como um
ponto de força onde melhor esse espírito recebe de seu protegido suas
oferendas. Agora vamos resenhar um pouquinho sobre os sete reinos e suas
falanges, lembrando que um estudo mais aprofundado é mais indicado,
aqueles que buscarem uma iniciação na Quimbanda e aqui estamos apenas
pincelando o que podemos chamar de um pré iniciático, pois quando se fala
de firmeza de Exu é exatamente isso que todas as tradições tem como um
começo no culto.

REINO DAS ENCRUZILHADAS

Chefiados pelo EXU REI DAS ENCRUZILHADAS E A SENHORA


POMBOGIRA RAINHA DAS ENCRUZILHADAS.
O reino das encruzilhadas se entrelaça e estende suas legiões e seus domínios
a outros reinos. Assim suas legiões são classificadas:
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Legião ou Povo da Encruzilhada da Rua;


Legião ou Povo da Encruzilhada de Lira;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Lomba;
Legião ou Povo da Encruzilhada dos Trilhos;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Mata;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Kalunga;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Praça;
Legião ou Povo da Encruzilhada do Espaço;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Praia.

REINO DO CRUZEIRO

Chefiados pelo EXU REI DOS SETE CRUZEIROS E POMBOGIRA


RAINHA DOS SETE CRUZEIROS.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino do
Cruzeiro”:
Legião ou Povo do Cruzeiro da Rua;
Legião ou Povo do Cruzeiro de Lira;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Lomba;
Legião ou Povo do Cruzeiro das Almas;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Mata;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Kalunga;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Praça;
Legião ou Povo do Cruzeiro do Espaço;
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Legião ou Povo do Cruzeiro da Praia;


Legião ou Povo do Cruzeiro do Mar.

REINO DAS MATAS

Chefiados pelos EXU REI DAS MATAS E POMBOGIRA


RAINHA DAS MATAS.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o
“Reino da Mata”:
Legião ou Povo das Árvores;
Legião ou Povo dos Parques;
Legião ou Povo da Mata da Praia (que costeia);
Legião ou Povo das Campinas;
Legião ou Povo das Serras;
Legião ou Povo das Minas;
Legião ou Povo das Cobras;
Legião ou Povo das Montanhas;
Legião ou Povo das Panteras;
Legião ou Povo das Flores;
Legião ou Povo das Raízes.

REINO DA CALUNGA MENOR


(CEMITÉRIO)
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Chefiados pelos EXU REI DA CALUNGA/ EXU REI DO CEMITÉRIO/


EXU OMOLU REI E POMBOGIRA RAINHA DA CALUNGA/ RAINHA
DO CEMITÉRIO.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da
Kalunga Pequena”:
Legião ou Povo das Portas da Kalunga;
Legião ou Povo das Tumbas;
Legião ou Povo do Forno;
Legião ou Povo das Caveiras;
Legião ou Povo da Kalunga da Mata;
Legião ou Povo da Lomba;
Legião ou Povo das Covas;
Legião ou Povo da Mironga;
Legião ou Povo das Trevas.

REINO DAS ALMAS

Chefiados pelos EXU REI DAS ALMAS E POMBOGIRA RAINHA DAS


ALMAS.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino das
Almas”:
Legião ou Povo das Almas da Lomba;
Legião ou Povo das Almas do Cativeiro (Anima Mundi);
Legião ou Povo das Almas dos Velórios;
Legião ou Povo das Almas dos Hospitais;
Legião ou Povo das Almas dos Hospitais e Templos;
Legião ou Povo das Almas do Mato;
Legião ou Povo das Almas da Kalunga pequena;
Legião ou Povo das Almas da Kalunga Grande;
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Legião ou Povo das Almas do Oriente;


Legião ou Povo das Almas dos Campos de Guerra.

REINO DA LIRA

Chefiados pelos EXU REI DAS SETE LIRAS E POMBOGIRA RAINHA


DAS SETE LIRAS.

Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da


Lira”:
Legião ou Povo do Inferno;
Legião ou Povo dos Cabarés;
Legião ou Povo da Lira;
Legião ou Povo dos Ciganos;
Legião ou Povo dos Malandros;
Legião ou Povo do Oriente;
Legião ou Povo do Lixo;
Legião ou Povo do Luar;
Legião ou Povo do Ouro;
Legião ou Povo do Comércio.

Reino da Praia

Chefiados pelos EXU REI DA PRAIA E POMBOGIRA RAINHA DA


PRAIA.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da
Kalunga Grande (Praia)”:
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Legião ou Povo dos Rios;


Legião ou Povo das Cachoeiras;
Legião ou Povo das Pedras Costeiras;
Legião ou Povo dos Marinheiros;
Legião ou Povo dos Piratas;
Legião ou Povo do Lodo;
Legião ou Povo do Mar;
Legião ou Povo da Ilha;
Legião ou Povo das Ondas;
Legião ou Povo dos Ventos;
Legião ou Povo das Profundezas.

O CULTO E SUAS OPERAÇÕES

Uma coisa que todos devem se perguntar é porque cultuar Exu? Porque
adentrar neste culto? O que me motiva, impulsiona?
Se todos se perguntassem e conseguissem responder com sinceridade a si
mesmos, todos os cultos não teriam tamanha evasão, pois as pessoas teriam
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certeza daquilo que realmente querem. O objetivo deste Manual é apresentar-


lhes um pouquinho do que é o culto à ancestralidade na forma de Exu,
quebrar dogmas e paradigmas. Porém não é promover uma anarquia entre
adeptos de cultos, fazendo com que os mesmos esqueçam suas casas
religiosas e seus respectivos sacerdotes. O objetivo é fazer com que Estes
saibam levar sua espiritualidade e culto de forma a não serem escravizados
ou enfileirados como filhos-clientes de pseudos sacerdotes.
Portanto, para aqueles que irão tomar estes conhecimentos e trilharem suas
sendas a sós com seus mestres Exus saibam que mesmo sem os olhares dos
sacerdotes vocês terão que manter suas disciplinas e seriedade no culto, a
começar por seus dias de ritualística e suas vestimentas.
Aí já se tem um entendimento que o culto mesmo que isolado é organizado
e muito sério, pois nossos Mestres não toleram falta de zelo e indisciplina,
principalmente quando ela acontece de forma consciente. O culto à Exu
exige bem mais do adepto de que cantigas e oferendas. Muitos se enganam
achando que começar a cultuar seu Exu ou pombogira, eles irão resolver
todos os seus problemas e “Quem me protege não dorme” e tem ao lado um
grande protetor pra todas as horas e coisas, sobre a proteção de certa forma
estão certos, mas o que muitos não entendem é que Exu muitas das vezes
deixam que nós sejamos vítimas de alguns ataques, para estimular em nós
mesmos os extintos animais de ataque e defesa invés de sermos sempre
acudidos e amparados por eles. Por não entenderam essa natureza do culto,
muitos sucumbem achando que erraram ao cultuar Exu e que devem voltar a
sua estagnação anterior.
O fato é que nessa trajetória, nossos Mestres nos testam e tentam fazer com
que em nosso íntimo pulse a chama negra de Maioral, que nos faça urrar em
face ao perigo e nos eleve aos campos de batalha para mais uma superação!
Durante essa jornada nos são apresentados técnicas de manipulação
energética, que nos auxiliarão em nossa caminhada e em nossas batalhas. Da
feitiçaria indígena herdamos as magias com as ervas mágicas que usamos em
banhos e outras modalidades de defesa e ataque. Das nossas poderosas
Bruxas européias herdamos poderosos feitiços e um enorme contato com as
divindades demoníaca pagãs. Dos nossos ancestrais africanos, herdamos a
natureza do culto à Exu e toda sua energia ancestral, que faz do nosso culto
o mais poderoso culto de magia negra dos tempos atuais englobando as
magias das bruxas e magos, magia dos indígenas e do povo africano. Esse
culto com suas ferramentas, são perfeitas para evolução espiritual e material
de todos aqueles que se dediquem de forma verdadeira e fiel aos seus
mestres.
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Dentro do culto temos ritualísticas que são definidas como:


Cantigas;
Oferendas;
Banhos;
Magia;
A Firmeza;
Tudo isso faz parte do culto e de sua ritualística e sem isso o culto se tornaria
vazio e restrito ao ato de acender velas e mendigar pedidos espirituais.

AS CANTIGAS
As cantigas são herdadas pelos três pilares mágicos da Quimbanda: A
pajelança, os cultos africanos e a bruxaria européia. Através das cantigas que
invocamos e evocamos nossos Mestres para realização de trabalhos mágicos
e bem como pedimos ajuda para uma determinada situação. Numa gira de
Quimbanda (culto), cantamos para os EXUS chegarem em terra, através da
incorporação mediúnica. Depois cantamos para fortalecimento das
entidades, nos casos de algum embate energético com outras entidades afim
de que eles tenham força e dinamismo para combater nossos opositores.
Cantamos também para agradecer, cantamos para despedir o espírito de
nosso guardião depois que os trabalhos se dão por encerrados.
O fato é que as cantigas tem as funções de reza e maldição, se tiver de atacar
um opositor e sem elas o culto ficaria inerte uma vez que o som é energia e
o culto de Exu é puro dinamismo.

AS OFERENDAS

As oferendas são muito importantes e necessárias para nosso culto, a vez que
os pilares de nossos cultos sempre praticaram cultos onde se praticavam
oferendas ritualísticas as divindades. Não seria diferente em nosso culto, uma
vez que ele é uma mescla e continuação desses cultos onde a oferenda sempre
fez parte do elemento de troca, com a divindade através de agrados. São
diversos os tipos de oferendas na Quimbanda, desde comidas secas (grãos)
até às comidas provenientes de sacrifício animal.
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Assim como o orixá èsù, Exu catiço ou Exu Egun da Quimbanda “ Exu e a
boca que tudo devora!” Não tendo assim, nada que não possa ser oferecido
a Exu sem que ele não vá tirar um tipo de proveito. As oferendas podem ter
a finalidade de agradecimento, pedido, ou troca de energia. As oferendas para
pedido de alguma graça ou de troca de energia. O adepto oferta à Exu uma
energia em forma de alimento para que a mesma seja utilizada em benefício
do adepto. Se ele busca fartura e caminhos abertos ele oferece uma mesa com
fartura e diversidade de alimentos favorecendo as diversas possibilidades e
abundância. Se ele busca um relacionamento amoroso oferece a seu Exu e
Pombogira coisas relacionadas ao amor, como frutas bem doces, rosas, mel
etc.... Se o adepto por exemplo busca por forças, ele oferece um sacrifício
animal para aquela energia ser revertida Magisticamente ao adepto e ele ter
forças para superar suas dificuldades.
Em todas oferendas algo é imprescindível que não falte o famoso Ipadê de
Exu. Pois é do orixá africano que herdamos o culto e assim sempre iremos
arrastar, pelos tempos as tradições dos africanos de sempre ofertar a Exu, o
Padê com dendê para dotar Exu de forças dinâmicas e quentes para lhe dar
energias movimentadoras e Padê doce ou com água para acalmar ou abrandar
uma situação. O Padê é feito com farinha de mandioca, que também é
considerado um sangue vegetal branco, junto com o dendê sumo extraído da
semente do dendezeiro formando uma substância totalmente ignea capaz de
dar a entidades forças neste plano e no espiritual para trabalhar por diversas
situações que precisarmos.
As frutas podem ser de toda espécie, porém sempre utilizamos mais as
frutas cítricas, pois energeticamente se enquadram melhor a natureza das
entidades.

OS BANHOS

Os banhos são fundamentais para o culto, pois é através dele que podemos
regular energeticamente nosso corpo espiritual, pois se estamos fracos
tomamos imediatamente um banho de fortalecimento, se estamos sendo
demandados, um bom banho de limpeza e descargas de energias. Para todos
as situações existe um banho em específico, que possa ser tomado pois o
reino vegetal é muito amplo e abrangente em suas ações. O sumo extraído
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das ervas é amplamente utilizado dentro culto para os banhos, bem como
para a limpeza de utensílios, fios de conta e assentamentos.

MAGIA

A magia é a força propulsora que move e alavanca a Quimbanda, no ritmo


que vemos hoje. Tendo a Quimbanda três grandes pilares de magia que
sabemos ser a magia ibérica (bruxaria tradicional européia), a magia
ameríndia (os indígenas donos dessa terra) e a magia africana proveniente
dos nossos ancestrais escravizados como citamos no começo. Era comum
naquela época alguns escravos conseguirem comprar sua própria liberdade
com verba proveniente de trabalhos de magia e feitiçaria feitos aos seus
senhores. Assim também era com as bruxas européia que comercializavam
suas poções e encantamentos.

Há muitas curiosidades entre os simpatizantes da Quimbanda em relação as


formas de magias, fundamentos e práticas magisticas uma vez que a
Quimbanda consegue por força de magias, mais resultados do que outros
sistemas mágicos existentes. E isso se dá devido a fatores como a natureza
amoral e caótica das entidades do culto, fartura de fundamentos magisticos
devido a junção das três potências mágicas formadoras da Quimbanda que
são a bruxaria ibérica, bruxaria ameríndia, africana e ferramenta Orácular
para comunicação com as entidades que do lado espiritual, dão o sustento
magistico aos trabalhos realizados pelos feiticeiros da Quimbanda.

A FIRMEZA DE EXU

A firmeza do Exu é o primeiro elo do iniciante com seus mestres Exus. É a


partir do trato e cuidado dela que futuramente saberemos se aquele neófito
estara pronto, para uma futura iniciação dentro do culto da Quimbanda. Uma
firmeza bem cuidada, limpa, devidamente alimentada energeticamente com
velas, banhos e insumos será um ponto de forças, para entidade daquele
praticante ter forças no plano físico para interagir e trazer modificações a
vida daquele adepto, isso chamamos de abertura de caminhos.
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A firmeza se constitui de imagem da entidade, e um conjunto de fetiches,


sementes, pedras e favas ligadas aquela entidade e ao culto de Exu. A firmeza
deve ser devidamente sacralizada por um sacerdote do culto que através do
corte-sacrificio com seu axé, propiciará aquela entidade á habitar aquela
firmeza como ponto de força ou seja, a entidade estará ancorada aquele
conjunto de materiais que quando reunidos e devidamente sacralizados
tornam-se portais de acesso ao mundo físico aquela entidade.

SALVE O MAIORAL DOS SETE INFERNOS!!!!!!


SALVE O SENHOR TATA CAVEIRA! SALVE A SENHORA MARIA
PADILHA RAINHA DO CABARÉ.

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