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O que é Exu?
O Exu é uma das entidades mais presentes nos terreiros umbanda por todo o Brasil.
Sabendo disso, o Exu é um espírito que pode estar em vários níveis de luz e vem na gira para
trabalhar retirando energias negativas de pessoas e ambientes, desfazendo trabalhos, e abrindo
caminhos para a evolução dos médiuns e consulentes presentes. Assim, ele é tido como uma
entidade de esquerda.
Sabe-se ainda que o Exu está sempre ligado à justiça, a aplicação das leis espirituais, a força,
proteção e vitalidade. A energia dessa entidade é também relacionada ao amor, ao sexo e a
criatividade, ou seja, o poder de criação dos seres, no sentido de dar a vida e no sentido da
capacidade de inovar.
Já no Candomblé o Exu é visto como o Orixá do movimento e da comunicação, ou seja, uma
divindade. Como tal, é visto como um mensageiro que faz a ponte entre o humano e o divino.
Agora que você entendeu o que ele é, é preciso entender: quem é Exu?
Quem é Exu?
Para entendermos: Quem é Exu, precisamos reconstituir o caminho que a entidade percorreu,
desde a sua origem, entre os povos iorubás, até o contexto da umbanda, e especialmente,
compreender como surgiu a associação entre o Exu e o demônio.
Os iorubás constituem um dos maiores grupos étnicos da África, e estão assentados em Benin,
Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Togo - países da África Ocidental. Na época do tráfico negreiro,
as pessoas em condição de cativeiro, oriundas desse grupo, eram chamadas de “nagôs”.
“Uma das hipóteses é que a demonização de Exu teria ocorrido ainda no continente originário”. A
perspectiva de andantes cristãos, que entraram em contato com os povos iorubás, entre os
séculos 19 e 20, contribuiu para esse fenômeno. Contudo, é necessário um panorama histórico e
cultural, sobre os cultos de matriz africana. Entre os povos locais, Exu era cultuado como um
Orixá, ou seja, como divindade. “As religiões de origem africana são baseadas na ancestralidade,
sendo que os próprios deuses, são entendidos como ancestrais divinizados”.
A deidade era considerada um ancestral distante, sendo que cada clã mantinha seu culto
específico. “Devido à situação precária, em que se encontravam os africanos, submetidos à
escravidão no Brasil, este modelo não pôde ser reproduzido”. Ao longo de séculos de tráfico
negreiro, famílias foram constantemente separadas, e raízes foram reprimidas. Assim, o
candomblé reuniu todos os Orixás ancestrais no mesmo culto. Essa foi a origem da roda dos
deuses, o chamado “Xirê”.
A umbanda, por sua vez, tem origem em território brasileiro no século 20. A data atribuída, à
primeira manifestação desse credo é 15 de novembro de 1908, quando o jovem Zélio Fernandino
de Moraes, recebeu o Caboclo das Sete Encruzilhadas, em um terreiro na cidade de Niterói, no
Rio de Janeiro.
“Na umbanda, a questão da ancestralidade permaneceu, mas foi interpretada sob o ponto de
vista do espiritismo, assim, as entidades são compreendidas, como espíritos de pessoas que
passaram pela terra”.
Na umbanda, ao invés de Orixá, ele se torna um Egum, ou seja, a “alma de um espírito falecido”.
Os Eguns correspondem aos indivíduos, que pertenceram a classes ou grupos marginalizados da
sociedade. Ou seja, são os escravos, indígenas, imigrantes, crianças, mulheres e malandros.
“Nos terreiros, esses grupos se converteram em Pretos-Velhos, Caboclos, Baianos, Exus Mirins,
Pombagiras e Exus, respectivamente”. Nesse sentido, os Eguns representam pessoas que
ajudaram a construir a história do povo brasileiro, mas que foram marginalizadas, sendo
resgatadas como entidades importantes no credo Umbandista.
A categorização enquanto Egum (ao invés de Orixá), é uma das novas formas atribuídas a Exu
no contexto tupiniquim. Nesse sentido, passam a conviver, no âmbito dos credos afro-brasileiros,
o Exu-Orixá, (cultuado pelo candomblé), e o Exu-Entidade, (reverenciado pela umbanda).
A função do Exu é unicamente fazer o bem, em tese. Pois Exu, têm em todos os aspectos, os
mesmos gostos e desejos que nós neste plano também temos. São os mais próximos do nosso
plano terreno. Gostam das coisas boas da vida, como por exemplo, uma boa bebida, boa comida,
bom cigarro, roupas boas, etc.
O único sentimento que Exu não têm e não pratica é a compaixão. Então, dependendo de onde
Exu é solicitado, pra que ele é solicitado e como ele vai ser pago, porque Exu não faz nada de
graça, ele executa o que lhe é pedido.
Mas lembre-se bem, “Exu atende o pedido, mas quem faz é você!”
Existe até um ponto cantado que se refere a isso, que diz:
Sendo assim, diferente do que muitos pensam, e devido a um contexto histórico, que remonta
desde a colonização do Brasil, Exu é uma entidade exclusivamente do bem, que, por meio de seu
jeito irreverente de ser, traz para aqueles que o procuram a verdade, o despertar de capacidades,
e a cura de mazelas, e crenças limitantes.
Demonização