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Universidade do Estado do Pará

Compus XI – São Miguel do Guamá


Centro de Ciências Sociais e Educação
Departamento de Filosofia e Ciências Sociais
Curso de Licenciatura Plena em Filosofia

Alice Teles

Uma reflexão a crítica da moral cristã e uma abordagem ao


conceito de transvaloração na filosofia Nietzscheana

São Miguel do Guamá


2020
Alice Teles

Uma reflexão a crítica à moral cristã e uma abordagem ao conceito


de transvaloração na filosofia Nietzschiana

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial para a obtenção do grau
de Licenciatura Plena em Filosofia,
Universidade do Estado do Pará.
Orientador: Wladirson Ronny da Silva Cardoso

São Miguel do Guamá


2020
Sumário
1.Bibliografia do autor.......................................................................01
2.Introdução………………………........……………………………....................02
3.Justificativa…………………………………………………………...................04
4.Objetivos………………………………………………………….......................05
4.1 Objetivo Geral………………………………………………….......................05
4.2 Específicos………………………………………………………....................05
5. Metodologia da Pesquisa…………....…………………………....................06
6. Cronograma……………………………………………………….....................07
7. Referências………………………………......................................................08
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1. Biografia do autor
Nasceu na cidade de Rocken, na Alemanha, dia 15 de outubro de 1844. Foi escritor,
filosofo, filólogo, poeta e músico; tinha avôs luteranos e um futuro predestinado a
tornar-se pastor, porém, buscou sua vocação na filosofia. Aos 24 anos já lecionava
filologia na Universidade de Basiléia. Em 1879 teve que abandonar o trabalho por
problemas de saúde, desde de então sua vida foi assinalada por crises constantes.
Em 1882 iniciou sua mais famosa obra " Assim Falou Zaratustra", os anos posteriores
foram de intensa produção, interrompida em 1889 por uma crise de loucura que durou
até sua morte em 25 de agosto de 1900.
Em suas obras, compôs críticas à religião, à moral, à cultura e à filosofia ocidental.
Justifica que o pensamento deveria ser autônomo de qualquer forma de controle
cultural e moral. Suas notáveis obras são: O nascimento da tragédia no Espirito da
música (1872); humano demasiado humano (1886); Aurora (1883-1885); A Gaia
Ciência (1886); Assim Falou Zaratustra (1883-1885); Além do Bem e do Mal (1886);
Genealogia da Moral (1887); Crepúsculo dos Ídolos, ou filosofia do martelo (1888);
Anticristo (1888); Ecce Homo (1888); Nietzsche contra Wagner (1888);
Nietzsche vem exatamente questionar nossa maneira de pensar, e tenta introduzir a
causa do nosso modo de agir; a crítica que ele faz sobre à moral cristã é uma rejeita
a alguns preconceitos e aponta a falta de sentindo de várias convicções nossas e nos
"liberta" de alguns princípios vãos, por isso, sua filosofia é dilacerante, corretiva e
libertadora. Sua filosofia não nasceu do nada, Nietzsche pertence ao século XVIII a
entrada do XIX e, vive na Alemanha importantes mudanças econômicas e socio
políticas: a tardia fixação da indústria, o surgimento de novas camadas sociais, a
centralização dos Estados Alemães entorno da Prússia e as mudanças na esfera da
cultura e da educação, e é em oposição a isso que o filosofo se levanta. Alguns
comentadores de Nietzsche gostam de seguir umas etapas de construção dos
principais conceitos fundamentais do autor - não foi Nietzsche que estabeleceu essa
divisão-, e, portanto, dividiu-se em três períodos: o primeiro período abrange os anos
de 1870- 1876; segundo período compreende o tempo de 1878-1882 e, o terceiro
período os anos 1883-1888, é portanto nesse período que a pesquisa tem foco.
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2. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como foco principal expor uma reflexão a crítica da
moral cristã. E nesta via, explicar como alguns conceitos chaves integram-se na
composição desta obra; a saber, como essa moral se afirmou na perspectiva histórica,
na obra genealogia da moral. Analisar os conceitos “bom e mau” e seu surgimento,
visto que dentro desta concepção está a ideia de superioridade e de inferioridade, na
qual está associada a duas castras (escravos e aristocratas). Tentar seguir a linha do
pensamento nietzschiano e empenhar-me em trazer com diligência a demonstração
do conceito ressentimento, pois é a partir dele que a má consciência vem à tona,
permeando também a significação do termo transvaloração, para o filosofo essa
dogmatização e doutrinação cristã precisa ser superada. Na crítica de Nietzsche à
moral cristã ele aponta a mudança de valores dos ressentidos, e neste contexto busco
trazer a compreensão de bem e mal, pois esses são os pilares da avaliação moral,
esses juízos se inverteram na história fruto de uma força reativa. O ressentimento é
uma doença do corpo e do mundo, respaldado no princípio de negação, para
Nietzsche, os ressentidos é os formadores da moral dos escravos que ganhou força
através da nova inversão dos valores que se estabeleceu pelos sacerdotes até os dias
atuais. Nietzsche indica o termo transvaloração como forma de superação dessa
doença, que por sinal, traz uma certa ausência da vida terrena, e uma falsa afirmação
da vida, nas vivencias, nas escolhas, nos hábitos, nas ações; a transvaloração é uma
transmutação que implica em uma nova maneira de viver do homem, de produzir
novos meios de trazer sentidos e ideias para a vida.
Logo, como o conceito de transvaloração e ressentimento são pensados na
crítica à moral cristã na perspectiva Nietzschiana?
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3. JUSTIFICATIVA
O homem é uma ser que participa do mundo, produz ferramentas, tem a
capacidade de transformação, criação, comunicação, procriação, adaptação e
renovação, no qual só é possível por causa de sua matéria orgânica e corpórea. Mas,
além de todas essas capacidades ainda é dotado de estímulos, de desejos, de
barbárie, de agressividade.
Quando Nietzsche faz uma análise na origem do processo de historicidade
humana, percebeu-se que a moral também é um instrumento inventado pelo homem,
e que no decorrer do espaço e tempo essa ferramenta tomou valores e significado;
quando se institucionalizou essa moral cristã fruto do judaísmo e da metafisica
socrática-platônica, Nietzsche percebeu que o homem definhou-se enquanto papel de
homem ativo para um imaginário transcendental, que anula todos os sentidos do
corpo, e que fez com que esses instintos volte para si, mas não para potencializar
ainda mais o homem, e sim para autodestruição como um canibal que devora sua
própria carne. O bom e mau, foram conceitos inventados pelo o homem que no
decorrer do tempo passou também por novos significados e valores.
Nietzsche vem mostrar que esta nova moral que se institucionalizou como
verdade afirmativa do mundo (Cristã) está adoecendo o homem, tirando sua
capacidade vital; formando homens ressentidos, que não luta pelo aumento de sua
força potencial, vive sempre fazendo-se baixo, medíocre.
Quando o autor faz uma genealogia sobre o valor que os valores tem, ele
identifica na história que esse dogma cristão botou em cheque a degeneração do
corpo, desfazendo-se dos instintos, esses instintos tem uma grande relevância para
Nietzsche, por que entende que ele faz parte da natureza humana, e de todo não pode
ser anulado.
A moral não nasceu como força da natureza humana, mas sim como interesse,
pois como diz o filosofo “à moral não comporta coisa em si". Ele mostra que o existia
era duas castras (os senhores e os escravos), e que com o decorrer destas disputas
surgi os sacerdotes; os valores que predominava na pré-história foram mudando de
sentindo, o que era “bom” como afirmação tornou-se “bem”, mas não como afirmação
e sim como o não-ser. E o “ruim” que se entendia -na ideia de não afirmação, por
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incapacidade de ser “bom”, tornou-se um fundamento caracterizado pelo julgamento


do outro.
Com o surgimento da memória, a culpa e o ressentimento trouxeram ao
homem, uma aglomeração afetiva de estímulos; Nietzsche defende que o
esquecimento é uma vitalidade do psicológico humano, pois incentiva a novos
estímulos fazendo com que a consciência fique sempre limpa para receber novos
estímulos. O homem do ressentimento, estimula em sua psique uma força reativa,
pois busca sempre refazer um mau vivido ou culpar-se de um instante do passado
dolorido, ou busca que alguém pague pelo dano que passou; não livrando-se quer um
culpado, ou, culpa-se por algo.
Define a força ativa como força Aristocrática e força reativa exclusivo dos
fracos, pois estes remoem um sentimento de vingança que nunca será executada por
causa de sua debilidade. O passo subsequente é apontar como a transvaloração
nietzschiana, que corresponde a uma libertação de todos os não, de todo os
maldizeres, de todas as proibições, as ideias, e assim estabelecer uma vontade que
quer vencer as adversidades segundo seu quer, não segundo uma moral de rebanho.
A má consciência como fruto desse caráter ressentido vai criando massa de
indivíduos que busca torna-se doente, mesquinho, fruto de uma inversão dos valores
que a mais de dois mil anos vem sendo tida como a única verdade do mundo, no qual
prega que és a paz, mas levantou guerra para poder se afirmar, e também gera
pessoas cansada da vida, de si.
Se houve uma transvaloração no passado sobre os novos valores, Nietzsche
indica que o mesmo ocorra, mas não com novos juízos transcendentais, mas sim os
juízos que toma a vida como referência, como afirmação para um novo bem-estar
psicológico e social
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4. OBJETIVOS
Refletir como sucede a crítica do pensamento nietzscheano sobre os valores
da moral cristã, e aplicar uma compreensão dos juízos “bom e mau”, “ressentimento”
e “transvaloração”, e entender como todo esse processo influência na decisão do
homem na hora de impor-se no mundo, de autoafirmação, e a necessidade de explodir
para fora a vontade de dominar as partes do mundo, segundo Nietzsche.
4.1 GERAL
Refletir os fundamentos de Nietzsche na crítica à moral cristã, e fazer uma
análise ao termo transvaloração e ressentimento.

4.2. ESECIFICO
• Analisar a origem de “bom e mau” na obra genealogia da moral;
• Compreender a concepção de ressentimento;
• Expor os fundamentos de Nietzsche à moral cristã;
• Caracterizar o termo transvaloração;
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5.METODOLOGIAS DE PESQUISAS
O início desse projeto foi executado, primeiramente, na busca de informações
teóricas do tema, iniciando-se por uma pesquisa bibliográfica e uma análise preliminar
do tema. Trabalharei com o autor Nietzsche e com os leitores e comentadores deles
auxiliará a melhor esclarecer o objeto e conceitos desse estudo.
Foram utilizados artigos, vídeos, sites e o livro “Genealogia da Moral de
Nietzsche” (1988), “Gaia Ciência” (2007) e Anticristo, mas percorrendo outras outas
obras para melhor explanar a composição deste trabalho. A pesquisa é de cunho
qualitativo, pois tratará de uma descrição, analise e compreensão de conceitos usados
pelo autor, com o objetivo de melhor garantir coerência e coesão da produção textual
que rege esse projeto.
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6. CRONOGRAMA

Atividades Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar


Pesquisa de temas x x

Pesquisas x x x
bibliográficas
Coletas de dados x x x

Apresentação e
discussão dos dados x
Elaboração do x x x x
trabalho
Entrega do trabalho x
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7. REFERÊNCIAS
BARBOSA, IDENILSON. niilismo, transvaloração e redenção na filosofia de nietzsche. São Carlos:
UFSCar, 2009. 280 f. livro gratins. 2009.Site: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp101090.pdf. 20 de
outubro 2020.
MERTENS, ROBERTO. Da Genealogia da moral de F. W. Nietzsche. RJ: UER, 2002.p.19
consciência.org.2002. site http://www.consciencia.org/docs/Kahlmeyer-Mertens3.pdf. 15 de outubro
2020.
_____________ Genealogia da Moral. Nietzsche, Friedrich. Trad. Paulo Cesar. São Paulo. 1998.
BITTAR, EDUARDO. nietzsche: niilismo e genealogia moral. São Paulo: USP.2013. p.25 consciência.org.
2013.Site: www.revistas.usp.br/rfdusp/article/download/67598/70208/0PDF 28 de outubro

2020.
JULIÃO, JOSÉ. a interpretação deleuziana do conceito de niilismo em Nietzsche Rev. Univ.
Rural, Sér. Ciências Humanas. Seropédica, RJ, EDUR, v. 28, n. 1-2, jan. Dez., 2006. p. 16-24.
Site: https://pt.scribd.com/document/216610429/Sobre-a-interpretac-a-o-deleuziana-de-
Nietzsche-intra-extratextualidade-Va-nia-Dutra-de-Azeredo 26 de setembro 2020.
FERRAREZI, ANTONIO. A Crítica de Nietzsche aos Valores e à Moral Cristã na obra Genealogia
da Moral. Izabela hendrix. UFJ. 2019.site:
http://izabelahendrix.edu.br/pesquisa/anais/arquivos2019/ciencias-humanas/a-critica-de-
nietzsche-aos-valores-e-a-moral-crista-pag-238-254.pdf 03de setembro 2020.
SUGIZAKI, EDUARDO. culpa e má consciência em Nietzsche e Freud. Revista de Filosofia,
Curitiba, v. 17 n.20, p. 67-84, jan./jun. 2005.site:
https://poars1982.files.wordpress.com/2008/07/culpa-e-ma-consciencia-em-nietzsche.pdf
18 de outubro 2020
DELEUZE. GILLES. Nietzsche e a filosofia. 1º brasileira: tradução d Rutty joffiy Dias e Edmundo
Fernandes Dias. Rio de Janeiro: editoria Rio, 1976.
PASCHOA, ANTÔNIO. As formas do ressentimento na filosofia de Nietzsche. PHILÓSOPHOS 13
(1): 11-33, jan./jun. 2008. Site: http://filosofiadodesign.com/wp-
content/uploads/2015/06/PASCHOAL_Ressentimento-em-Nietzsche.pdf 20 de outubro 2020.
_____NIETSZCHE, FRIEDRICH WLHLM, 1844-1900, A gaia ciência, Tradução:
Antônio Carlos Braga, SP: Lafonte, 2017

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