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Ensino Profissional

Ana Maria Morais


Fernando Costa Parente
Física Física e Química
Módulos F3 · F6
Extensões E1.F3 · E2.F3 · E.F6

Módulo F3
Luz e Fontes de Luz
Extensão E1.F3
Ótica Geométrica
Extensão E2.F3
Ótica Ondulatória e Ótica Quântica
Módulo F6
Som
Extensão E.F6
Som e Música

Este livro respeita a nova ortografia, considerando a calendarização


definida pela DGIDC – Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento
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tendo-se mantido a ortografia anterior quando os critérios pedagógicos
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ÍNDICE

CPF36 © Porto Editora


MÓDULO F3 – LUZ E FONTES DE LUZ

1. NATUREZA DA LUZ 10

1.1. A luz visível 10

1.2. Evolução histórica dos conhecimentos sobre a luz 11

1.3. Espetro eletromagnético 14

2. RADIAÇÃO E FONTES DE LUZ VISÍVEL 18

2.1. Origem microscópica da luz 18

2.2. Tipos de fontes luminosas 21

Resumindo 25

Vamos resolver mais exercícios 26

EXTENSÃO E1.F3 – ÓTICA GEOMÉTRICA

1. ÓTICA GEOMÉTRICA 30

1.1. O modelo dos raios luminosos 30

1.2. A reflexão da luz 33

1.3. Espelhos planos 35

1.4. Espelhos esféricos 40

1.5. A refração da luz 48

1.6. Prismas, dispersão e cor 52

1.7. Composição de cores 53

1.8. Lentes esféricas delgadas 57

1.9. Potência de uma lente 64

1.10. Instrumentos óticos 68

Resumindo 74

Vamos resolver mais exercícios 77

EXTENSÃO E2.F3 – ÓTICA ONDULATÓRIA E ÓTICA QUÂNTICA

1. ÓTICA ONDULATÓRIA 83

1.1. Interpretação ondulatória da luz 83


1.2. Interferência de duas ondas 84

1.3. Polarização 87

Desafios 88

2. ÓTICA QUÂNTICA 90

2.1. Interpretação quântica da luz 90

2.2. Efeito fotoelétrico 90

Resumindo 93

Desafios 95

MÓDULO F6 – SOM

1. SOM 98

1.1. Sistemas vibratórios 98

1.2. Ondas 102

1.3. A intensidade do som e a audição 115

Resumindo 118

Desafios 121

EXTENSÃO E.F6 – SOM E MÚSICA

1. SOM E MÚSICA 123

1.1. A perceção do som 123

1.2. Cordas e colunas de ar vibrantes 126

1.3. Intervalos e escalas musicais 129

Resumindo 131

Desafios 132
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SOLUÇÕES 135

GLOSSÁRIO 142
14 | Módulo F3

1.3. Espetro eletromagnético


Quando se fala em luz, pensa-se, geralmente, na luz visível, que os nossos

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olhos podem ver. No entanto, há outros “tipos de luz” que os nossos olhos não
veem mas que podem ser detetados por instrumentos, como é o caso da
radiação ultravioleta (UV), a radiação infravermelha (IV), as micro-ondas, as
ondas de rádio, os raios X e a radiação gama. Estes diferentes tipos de luz têm
em comum o facto de serem todos radiação eletromagnética, à qual está
associada energia que é transmitida através do espaço, incluindo meios mate-
riais e vazio.
A figura 10 mostra a sequência dos diversos tipos de radiação eletromagnética
segundo a ordem crescente da energia do correspondente fotão.
A energia mínima associada a uma determinada radiação, a energia de um
fotão, depende, portanto, da frequência dessa radiação.
Ao conjunto das radiações eletromagnéticas dá-se o nome de espetro eletro-
magnético (Fig. 10).

Energia do fotão/J
–24 –21 –19 –19 –17 –14
1,0 x 10 1,0 x 10 3,0 x 10 5,0 x 10 1,0 x 10 1,0 x 10

RÁDIO MICRO-ONDAS INFRAVERMELHO VISÍVEL ULTRAVIOLETA RAIOS X RAIOS GAMA

Espetro
visível

Fig. 10 – Espetro eletromagnético com os valores das energias do fotão característico da radiação. A cada tipo de radiação está associada uma fonte e
um detetor.

Como já vimos, a energia de um fotão de uma radiação está relacionada com


uma outra grandeza característica dessa radiação, que é a frequência f.
A expressão que relaciona as duas grandezas é:

E=hf
ALERTA
A energia de n fotões de uma radiação
Por sua vez, a frequência da radiação eletromagnética relaciona-se com o
de frequência f é:
E=nhf
comprimento de onda da radiação no vazio, de acordo com a expressão:
Quanto maior o número de fotões, mais c
intensa é a radiação. f=
l

No espetro eletromagnético podemos então inscrever os valores da frequên-


cia, da energia de um fotão e do comprimento de onda de cada tipo de radia-
ção (Fig. 11).
LUZ E FONTES DE LUZ | 15

Aumento de energia
RÁDIO MICRO-ONDAS INFRAVERMELHO VISÍVEL ULTRAVIOLETA RAIOS X RAIOS GAMA

l/m > 100 100 10–4 10–6 10–7 10–8 10–11 < 10–11
Baixa frequência = elevado comprimento de onda

Elevada frequência = baixo comprimento de onda


f/Hz < 109 109 1012 1014 1015 1016 1019 > 1019
Espetro
visível

f/Hz 4,0 x 1014 7,5 x 1014


Fig. 11 – Espetro eletromagnético.

Observando com atenção a figura 11, verifica-se que o conjunto de frequên-


cias correspondentes às radiações visíveis está compreendido, aproximada-
mente, entre 1,0 * 1014 Hz e 1,0 * 1015 Hz, as radiações infravermelhas entre
1,0 * 1012 Hz e 1,0 * 1014 Hz e as radiações ultravioleta entre 1,0 * 1015 Hz e
1,0 * 1016 Hz.

Desafios
1. Observe o espetro eletromagnético da figura 11.
1.1. Qual é a radiação cuja frequência é 1,0 * 107 Hz?
1.2. De entre as radiações de micro-ondas e ultravioleta, a qual está associado um fotão de maior energia?
1.3. De entre as radiações visível e raios gama, qual tem menor frequência?
1.4. Qual a gama de frequências responsável pelas comunicações por rádio e TV?
1.5. Qual o tipo de radiação responsável por se poderem observar imagens do esqueleto humano?

2. Copie para o seu caderno e complete a frase:


A uma radiação cuja frequência é 1,0 * 105 Hz corresponde um fotão com a energia de (…) J e o com-
primento de onda no vazio de (…) m.

3. Classifique de verdadeira ou falsa cada uma das seguintes afirmações.


(A) A energia mínima das radiações eletromagnéticas aumenta quando aumenta a frequência.
(B) O comprimento de onda das radiações eletromagnéticas no vazio aumenta quando aumenta a frequência.
(C) De duas radiações eletromagnéticas, tem maior comprimento de onda no vazio a que tiver maior frequência.
(D) A frequência das radiações eletromagnéticas diminui com o comprimento de onda, no vazio.
(E) A radiação visível tem maior frequência do que a radiação micro-ondas.

4. Entre que valores aproximados varia a frequência de radiação UV?

A radiação ultravioleta
As ondas ultravioleta, ou radiação UV (invisível), têm um comprimento de onda
menor do que a luz visível e maior do que os raios X. O comprimento de onda
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da radiação UV varia entre 1,0 * 10 - 7 m e 1,0 * 10 - 8 m ALERTA


(Fig. 11). O prefixo ultra da palavra “ultravioleta” provém do latim e significa 1,0 mm = 1,0 * 10- 6 m
além. O violeta é a cor do espetro visível de menor comprimento de onda. 1,0 nm = 1,0 * 10- 9 m
108 | Módulo F6

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Fig. 16 – Ondas transversais estacionárias criadas numa corda esticada por duas ondas progressivas com
o mesmo comprimento de onda e amplitude, viajando em sentidos opostos.

A amplitude possui máximos (com o valor 2A) nos pontos definidos pela coor-
denada de posição
l 3l 5l
x= , , ,…
4 4 4
em que o valor de x é contado a partir de uma das extremidades fixas.

Estes pontos denominam-se ventres ou antinodos. Estão separados uns dos


outros por metade de um comprimento de onda.
A amplitude é nula nos pontos definidos pela coordenada de posição:
l 3l
x = 0, , l, , 2l, …
2 2
Estes pontos denominam-se nodos e estão também separados por metade de
um comprimento de onda.

Fig. 17 – Ventre e nodos nas ondas transversais estacionárias. Repare-se que os extre-
mos fixos são nodos.

Os extremos da corda, como estão fixos, são, evidentemente, nodos. O menor


L
valor do comprimento de onda possível é, portanto, l = , em que L é o com-
2
primento da corda. De uma forma geral, os valores possíveis de comprimento
de onda são:
2L L 2L 2L
l = 2L, L, , , ,… ou ln = , n = 1, 2, …
3 2 5 n
A velocidade de propagação das ondas na corda, v, só depende da massa por
unidade de comprimento desta e da tensão a que está submetida.
v
Da expressão f = concluímos que, para um valor fixo de v, só podem ocorrer
l
valores discretos da frequência das ondas, dados por:
v v
fn = ou fn = n , n = 1, 2, …
ln 2L
SOM | 109

A estes valores da frequência chamamos frequências natu-


rais de oscilação da corda com os dois extremos fixos. Ao
valor mais baixo da frequência chamamos frequência funda-
mental ou primeira harmónica.

Aos restantes valores de frequência chamamos 2.a, 3.a… har-


mónicas.
Em cada ponto da corda (com exceção dos nodos, em que é
nula) a energia permanece estacionária, alternando entre
Fig. 18 – Frequências naturais de oscilação de uma corda de
energia cinética e energia potencial elástica.
comprimento L, com os extremos fixos.

Atividade experimental
Experiência de Melde
Objetivo
Observação de ondas estacionárias geradas numa corda vibrante: determinação da frequência de oscilação da corda
em função da tensão da corda e da massa por unidade de comprimento e do comprimento de onda.

Fundamento teórico
Pode demonstrar-se que, numa corda vibrante, a velocidade de propagação das ondas é dada por:

v= ΠmF
em que F é a tensão da corda e m é a massa da corda por unidade de comprimento.
Utilizando agora a relação lf = v, obtemos para as frequências naturais de oscilação os valores:

fn =
n
2L
Œ mF , com n = 1, 2, 3, …
Se a corda vibrante é deixada a si mesma, as oscilações vão diminuir gradualmente por dissipação de energia nos
suportes elásticos dos extremos e por resistência do ar ao movimento. Para evitar esse amortecimento, podemos
aplicar uma força oscilatória estimulante. Se a frequência desta força estiver perto de qualquer frequência natural da
corda, esta vibrará com aquela frequência e amplitude elevada; dizemos que existe ressonância.
Como a corda possui um número elevado de frequências naturais, a ressonância pode ocorrer para muitos valores
diferentes da frequência.
Demonstra-se a ressonância de uma corda ligando esta a um ponto fixo por meio de um peso e ligando o outro
extremo a um vibrador (Fig. 19).

Fig. 19 – Esquema de um dispositivo para observação de ondas estacionárias numa corda vibrante.

Material a utilizar
Fio de guitarra, vibrador (que pode ser um vibrador de campainha), roldana, suporte de massas (diversas massas).

Modo de proceder
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1. Liga-se um extremo do fio ao vibrador de campainha e o outro extremo ao suporte de massas. Fazendo passar o
fio pela roldana, estando esta fixada na borda da bancada, deixa-se suspender o suporte de massas.

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