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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.

º 112, de 25 de Setembro de 1973

Instituto Nacional de Estatística

Decreto-Lei n.º 427/73 de 25 de Agosto


A legislação publicada em 29 de Março de 1966 (Decreto-Lei n.º 46 925 e Decreto
n.º 46 926) criou e regulamentou o sistema estatístico nacional. No prosseguimento da
linha traçada por estes diplomas fundamentais foram posteriormente publicados outros:
o Decreto n.º 47 168, de 26 de Agosto de 1966, que trata da orgânica dos serviços de
estatística ultramarinos, incorporados, pelo primeiro daqueles diplomas, no Instituto
Nacional de Estatística, que assim se tornou um órgão nacional; o Decreto-Lei n.º 47 616
e o Decreto n.º 47 617, ambos de 30 de Março de 1967, que remodelaram as disposições
por que se regiam os centros de estudo, criados em 1943 em anexo ao Instituto Nacional
de Estatística; o Decreto n.º 47 792, de 12 de Julho de 1967, que regulamentou pela
primeira vez os concursos do pessoal do Instituto.
A instituição do sistema estatístico nacional veio ao encontro de necessidades
agudamente sentidas; mas, trazendo para o Instituto a obrigação de realizar com
periodicidade vultosos recenseamentos económicos c criando um órgão, o Conselho
Nacional de Estatística, onde praticamente todos quantos se interessam pela estatística
puderam passar a fazer ouvir a sua voz — provocou um desenvolvimento, que excedeu
todas as previsões, das actividades estatísticas nacionais. E daí que a breve trecho se
começasse a verificar que a estrutura do Instituto, criada pelos dois diplomas de Março
de 1966, era insuficiente para fazer face ao acréscimo de solicitações estatísticas vindas
de todos os lados.
Indo ao encontro dessa situação, o Decreto-Lei n.º 276/71 e o Decreto n.º 277/71,
ambos de 23 de Junho, permitiram robustecer consideravelmente o sector de informática
do Instituto. Tratava-se de uma melhoria parcial, mas urgente — imposta pela
inadequação do departamento mecanográfico às exigências decorrentes da instalação, a
que se procedera, de um novo e potente computador.
Assim dotado de acrescidos meios de trabalho, ficou o Instituto com possibilidades
de dar satisfação, mais pronta e eficaz, a necessidades que permanentemente se
renovam e ampliam.
Mas rapidamente se começou a sentir a insuficiência dos meios existentes — séria,
sobretudo, nos domínios do factor humano — pois certo é que a disponibilidade de
estatísticas aumenta o desejo de as possuir em maior volume e de melhor qualidade, tal
como o acelerado desenvolvimento económico e social do País nos últimos anos ampliou
consideravelmente a massa de dados a tratar e a necessidade de produzir estatísticas
com oportunidade e com rigor correspondentes às justificadas exigências dos
utilizadores.
Fazendo-se intérprete deste sentir geral, o Conselho Nacional de Estatística exprimiu
repetidamente a necessidade de que fossem revistos os meios e modos de acção do
Instituto. E, assim, desencadeados os estudos necessários, foi em Dezembro de 1972
presente ao Conselho, que o aprovou, o relatório da comissão incumbida de estudar as
linhas mestras informadoras da pretendida organização — que se leva a cabo por este
diploma c pelo decreto que o regulamentará.
A presente reorganização teve fundamentalmente em vista proporcionar ao Instituto
Nacional de Estatística uma estrutura mais ampla, mais diversificada e mais consistente,
suprindo deficiências e desequilíbrios graves que a experiência permitiu detectar na
organização resultante da reforma empreendida em 1966.
Fundamentalmente, reforça-se a capacidade de direcção de um serviço que
inevitavelmente cresceu e viu largamente ampliadas as suas tarefas e o quadro dos seus
servidores; reestrutura-se, com adequada dimensão, o sector dos estudos estatísticos,
de importância fundamental para os diversos serviços do Instituto e para o País, já que
— por razões óbvias — não é de esperar que se realizem noutra instituição os estudos
permanentes, sistemáticos, deliberadamente conduzidos para dar resposta a
necessidades concretas, que o Instituto é obrigado a promover para apoiar em base
cientificamente actualizada o desempenho da sua missão; faculta-se às diversas

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direcções de serviços que são criadas a possibilidade de dispor dos recursos humanos de
que carecem; enfrentam-se, em termos que se admite sejam adequados, os problemas
de formação e de gestão do pessoal do Instituto; resolvem-se outros relevantes
problemas de pessoal, que vinham a ser a causa de crescentes dificuldades — quer
especializando funções e organizando carreiras, quer facilitando a mobilidade do pessoal,
em condições que permitam valorizar o mérito e aproveitar melhor a vocação c a aptidão
dos funcionários; são também criadas delegações regionais do Instituto, fazendo-o
beneficiar assim da indispensável capacidade de penetração c presença junto dos
fornecedores dos dados e dos utilizadores da informação estatística.
A reorganização ampla e profunda a que se procede não afecta, porém, os princípios
básicos informadores do sistema estatístico nacional. Aceitou-se, com efeito, que eles
são os mais ajustados ao caso português; e não pareceu oportuno pôr em causa um
modelo para que estão a tender alguns países cujos sistemas estatísticos assentavam em
princípios deferentes.
Nestes termos, usando da faculdade conferida pela 1.ª parte do n.º 2.° do artigo
109.° da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte:

Lei Orgânica do Sistema Estatístico Nacional

CAPÍTULO I - Disposições gerais


Artigo 1.º É atribuição do Estado assegurar, por intermédio do sistema estatístico
nacional, a obtenção dos dados estatísticos que interessam ao País.
Art. 2.° — 1. São órgãos do sistema estatístico nacional:
a) O Conselho Nacional de Estatística,
b) As comissões consultivas de estatística;
c) O Instituto Nacional de Estatística;
d) Os órgãos delegados do Instituto.
2. O Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Nacional de Estatística exercem as
suas atribuições relativamente a todo o território nacional.

CAPÍTULO II - Dos órgãos do sistema estatístico nacional

SECÇÃO I - Do Conselho Nacional de Estatística


Art. 3.° O Conselho Nacional de Estatística é o órgão superior de orientação e
coordenação do sistema estatístico nacional, ao qual compete especialmente:
a) Definir as linhas gerais da actividade estatística e elaborar planos estatísticos para
todo o País ou determinada parcela do seu território;
b) Aprovar, em cada ano, o programa estatístico nacional a executar no ano
seguinte, acompanhado da estimativa das despesas correspondentes, e proceder tais
revisões de execução de cada programa aconselhar;
c) Emitir parecer sobre providências legais ou regulamentares no domínio da
estatística e propor as que considerar convenientes ao aperfeiçoamento do sistema
estatístico nacional;
d) Aprovar normas e instruções destinadas a eliminar duplicações de notação,
apuramento e publicação de dados estatísticos, a reduzir ao mínimo necessário a
obrigação de fornecimento de informações estatísticas e, bem assim, a efectuar as
operações estatísticas com o menor dispêndio possível;
e) Solicitar às comissões consultivas de estatística pareceres acerca de problemas
estatísticos com interesse para os respectivos departamentos;
f) Promover a elaboração, o aperfeiçoamento e a adopção de normas para serem
utilizadas pelos serviços estatísticos;
g) Conhecer dos recursos das decisões do director do Instituto Nacional de
Estatística, nos termos do n.º 2 do artigo 17.° e do n.º 7 do artigo 18.°;
h) Apreciar os pedidos de assistência técnico-estatística feitos pelos serviços que
dela careçam;

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i) Coordenar a utilização do equipamento de informática do Instituto em comum com


os órgãos estatísticos delegados, sempre que tal se torne necessário, e promover o uso
de programas comuns para os mesmos trabalhos.
Art. 4.° — 1. O Conselho Nacional de Estatística, presidido pelo Presidente do
Conselho de Ministros ou pelo membro do Governo em quem ele delegar, é composto
pelos seguintes vogais:
a) O director do Instituto Nacional de Estatística, que servirá de vice-presidente;
b) O subdirector do Instituto Nacional de Estatística a quem caiba substituir o
director nos seus impedimentos legais;
c) Um representante de cada Ministério ou Secretaria de Estado;
d) Um representante do Secretariado Técnico da Presidência do Conselho;
e) Um representante do Secretariado da Administração Pública;
f) Um representante de cada uma das corporações;
g) Dois professores da cadeira de Estatística de estabelecimentos universitários.
2. Os vogais e respectivos suplentes a que se referem as alíneas c) a g) são
designados por despacho do Presidente do Conselho, sob proposta dos Ministros ou
Secretários de Estado respectivos e dos organismos ou entidades representadas.
3. A constituição do Conselho poderá ser alterada mediante portaria do Presidente
do Conselho.
Art. 5.° Os vogais do Conselho e respectivos suplentes têm direito a senhas de
presença e, ainda, ao abono das despesas de transporte e ajudas de custo, quando
tenham de deslocar-se no exercício das suas funções.
Art. 6.º O Conselho poderá confiar o estudo de determinados problemas a
especialistas de reconhecida competência, mediante remuneração, e a comissões ou
grupos de trabalho constituídos por alguns dos seus membros, devendo o mandato,
constituição, regras de funcionamento e condições de remuneração ser estabelecidas em
despacho do Presidente do Conselho.

SECÇÃO II - Das comissões consultivas de estatística


Art. 7.° — 1. Funcionará em cada Ministério ou Secretaria de Estado uma comissão
consultiva de estatística, a que presidirá o respectivo representante no Conselho Nacional
de Estatística, e cuja composição será determinada por despacho do respectivo Ministro.
2. Junto de cada delegação ultramarina do Instituto Nacional de Estatística
funcionará uma comissão consultiva de estatística, a que presidirá o chefe da delegação,
e cuja composição será determinada por despacho do respectivo Governador.
Art. 8.° — 1. Compete às comissões consultivas de estatística metropolitanas:
a) Preparar, no âmbito do respectivo Ministério ou Secretaria de Estado, os estudos
e mais elementos destinados ao Conselho Nacional de Estatística para o desempenho das
funções a que se referem as alíneas a) e b) do artigo 3.°;
b) Propor ao Conselho Nacional de Estatística o fornecimento de meios de assistência
técnico-estatística de que os respectivos serviços careçam, bem como a execução, pelos
serviços de informática do Instituto, de apuramentos estatísticos destinados aos mesmos
serviços;
c) Elaborar os pareceres solicitados pelo Conselho sobre problemas estatísticos com
interesse para os respectivos departamentos;
d) Propor ao Conselho todas as providências adequadas à melhoria das estatísticas
respeitantes aos serviços dos seus departamentos ou às actividades que se situem no
seu âmbito, incluindo a coordenação das respectivas estatísticas.
2. A competência das comissões consultivas de estatística ultramarinas será definida
em diploma especial.
Art. 9.º É aplicável aos membros das comissões consultivas de estatística o disposto
no artigo 5.° mas as despesas correspondentes constituirão encargo dos respectivos
Ministérios, Secretarias de Estado ou províncias ultramarinas.

SECÇÃO III

Do Instituto Nacional de Estatística e órgãos seus delegados

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SUBSECÇÃO I - Das atribuições e competência

Art. 10.° O Instituto Nacional de Estatística depende da Presidência do Conselho.


Art. 11.° — 1. O exercício das funções de notação, apuramento, coordenação e
publicação de dados estatísticos, pertence exclusivamente ao Instituto Nacional de
Estatística e às entidades que sejam consideradas como órgãos seus delegados para
desempenhar algumas dessas atribuições, ou para o auxiliar nas funções de notação.
2. A delegação definirá os poderes conferidos à entidade delegada e será
estabelecida em portaria assinada, na Metrópole, pelo Presidente do Conselho e pelo
Ministro que superintenda naquela entidade, e, nas províncias ultramarinas, pelo
respectivo Governador.
3 No desempenho das atribuições a que se refere o n.º 1, o Instituto goza de
autonomia técnica.
Art. 12.°—1. Não podem ser órgãos estatísticos delegados:
a) As entidades públicas que, pela natureza das suas atribuições, possam utilizar as
informações individuais recolhidas para fins diferentes dos estatísticos,
b) As entidades privadas, salvo, em casos especiais, as empresas concessionárias de
serviços públicos.
2. O preceituado no número anterior considera-se aplicável mesmo nos casos em
que disposição especial tenha atribuído algumas das funções de natureza estatística a
qualquer entidade.
Art. 13.º Para o desempenho das atribuições referidas no artigo 11.°, compete
especialmente ao Instituto Nacional de Estatística, por si ou pelos órgãos seus delegados.
a) Efectuar os inquéritos e indagações necessários, podendo exigir as informações
convenientes de todos os funcionários, autoridades, serviços ou organismos, e de todas
as pessoas singulares ou colectivas que se encontrem em território nacional ou nele
exerçam qualquer actividade;
b) Realizar os recenseamentos e inquéritos estatísticos de base, bem como manter
as estatísticas correntes, que interessem à Nação ou a certas parcelas do seu território;
c) Executar inquéritos ou trabalhos estatísticos especiais destinados a outras
entidades, bem como os ordenados e aprovados pelo Presidente do Conselho ou pelo
Ministro do Ultramar;
d) Coordenar, por sua iniciativa ou cm cumprimento das resoluções do Conselho
Nacional de Estatística, a actividade estatística nacional, de forma a obter-se a maior
eficiência como o menor dispêndio;
e) Autorizar a realização de inquéritos estatísticos por outras entidades;
f) Decidir dos pedidos de legislo de instrumentos de notação;
g) Publicar os dados estatísticos cuja divulgação seja conveniente;
h) Coordenar e centralizar a prestação de informações estatísticas sobre o espaço
português;
i) Velar pela observância das normas legais relativas à estatística e aplicar as
correspondentes sanções, nos termos deste diploma;
j) Promover a realização de cursos e estudos de estatística pura e aplicada e suscitar
o desenvolvimento desses estudos;
l) Realizar estudos de natureza económica e social com base nos dados estatísticos
disponíveis;
m) Prestar assistência técnico-estatística às entidades que dela careçam;
n) Cooperar com as organizações estatísticas estrangeiras e internacionais,
designadamente no aperfeiçoamento das técnicas estatísticas;
o) Permutar publicações estatísticas e similares;
p) Manter serviços de documentação;
q) Desempenhar quaisquer outras funções que lhe sejam cometidas pelo Presidente
do Conselho ou pelo Ministro do Ultramar.
Art. 14.° — 1. O Instituto poderá encarregar técnicos nacionais ou estrangeiros,
mediante autorização superior, de efectuar estudos ou trabalhos sobre problemas de
interesse para a estatística nacional.

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2. Poderão ser constituídos no Instituto, para o estudo de problemas específicos que


aconselhem o recurso à colaboração de técnicos de outros serviços ou de especialistas
dos sectores público ou privado, comissões ou grupos de trabalho, cujo mandato,
constituição, regras de funcionamento e condições de remuneração serão estabelecidos
em despacho do Presidente do Conselho.
3. Observar-se-á, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 1.º e 5.º
do Decreto-Lei n.º 49 132, de 18 de Julho de 1969.
Art. 15.° — 1. Todas as informações estatísticas de ordem individual colhidas pelo
Instituto ou pelos órgãos seus delegados são de natureza estritamente confidencial, pelo
que:
a) Não podem ser discriminadamente insertas em quaisquer publicações ou
fornecidas a quaisquer pessoas ou entidades, nem delas pode ser passada certidão;
b) Constituem segredo profissional para todos os funcionários e agentes que delas
tomem conhecimento;
c) Nenhum tribunal, serviço ou autoridade pode ordenar ou autorizar o seu exame.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior os casos em que:
a) A publicação deva fazer-se por expressa disposição da lei;
b) A propícia pessoa ou entidade a que respeitem as informações estatísticas, por
declaração escrita, autorize expressamente a sua divulgação ou lhes retire o carácter
confidencial;
c) Tenha sido instaurado processo por transgressão estatística neste caso a
excepção abrange só as pessoas intervenientes no processo.
Art. 16.° Sempre que a mais de um serviço, organismo ou entidade públicas sejam
necessárias informações estatísticas iguais ou semelhantes relativas ao mesmo sector de
actividade, o Instituto poderá propor as providências convenientes para que a respectiva
recolha seja confiada a um dos serviços ou entidades interessadas, definindo-se as
condições de utilização comum das mesmas informações.
Art. 17.º — 1. A realização de quaisquer inquéritos estatísticos que interessem a
serviços do Estado ou das autarquias locais, a organismos corporativos ou a outras
entidades públicas ou com funções de interesse público, ainda que sejam órgãos
estatísticos delegados, deverá ser sempre solicitada ao Instituto, que, conforme as
circunstâncias, os autorizará ou os efectuará pelos seus próprios serviços.
2. Da decisão do director do Instituto cabe recurso para o Conselho Nacional de
Estatística, e da resolução deste para o Presidente do Conselho.
Art. 18.° — 1. Nenhum serviço do Estado ou das autarquias locais, organismo
corporativo ou outra entidade pública ou com funções de interesse público poderá emitir
quaisquer manifestos, mapas, verbetes, boletins, declarações, questionários ou outros
instrumentos de notação de dados numéricos, ou de cujas respostas estes possam
resultar, e cujo preenchimento seja pedido a funcionários, autoridades, serviços,
organismos ou pessoas, singulares ou colectivas, que se encontrem em território
português ou nele exerçam actividade, sem prévia autorização do Instituto, mediante o
registo dos respectivos instrumentos de notação.
2. Quando os instrumentos submetidos a registo não se harmonizem com os
requisitos técnicos adequados ou com as exigências de fácil preenchimento, o Instituto
fará depender o registo da introdução das alterações convenientes.
3. Será recusado o registo de instrumentos de notação que se destinem à recolha de
dados contidos em instrumentos já aprovados.
4 Os registos serão concedidos por período determinado, prorrogável a pedido da
entidade interessada
5. Nenhuma alteração pode ser feita nos instrumentos registados sem nova decisão
do Instituto.
6. Os registos poderão ser anulados pelo instituto quando tal se mostre conveniente
7. Das decisões do director do Instituto em matéria de registos cabe recurso nos
termos do n.º 2 do artigo 17.°
Art. 19.° Nenhuma das entidades a que se refere o n.º 1 do artigo anterior poderá
publicar quaisquer dados estatísticos sem os sujeitar à prévia aprovação do Instituto,
salvo se se tratar de órgãos que, para aquele efeito, tenham recebido delegação.

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Art. 20 ° — 1. A prestação de informações estatísticas a organismos estrangeiros ou


internacionais é da exclusiva competência do Instituto.
2. Sempre que assim for superiormente determinado, poderão tais informações ser
previamente examinadas pelo departamento do Estado a que respeitem, o qual decidirá
da conveniência do seu envio.
SUBSECÇÃO II - Da organização

Art. 21.º — 1. O Instituto é dirigido por um director, com a categoria de director-


geral.
2. No exercício da competência do Instituto respeitante às províncias ultramarinas, o
director actua como director-geral do Ministério do Ultramar, submetendo a despacho do
respectivo Ministro os assuntos correspondentes e promovendo a execução das suas
decisões.
3. O director do Instituto é coadjuvado por dois subdirectores, um dos quais
substituirá o director nos seus impedimentos.
Art 22.°—1. O Instituto Nacional de Estatística compreende:
a) Os serviços centrais, com sede em Lisboa;
b) As delegações, com competência limitada a determinadas áreas do território
nacional.
2. Anexos ao Instituto funcionarão os centros de estudos especializados já existentes
ou que venham a ser criados.
Art 23° — 1. Os serviços centrais compreendem:
a) Centro de Informática;
b) Gabinete de Planeamento e Controle Geral;
c) Direcção dos Serviços de Estudos;
d) Direcção dos Serviços de Coordenação e Administração Geral;
e) Direcção dos Serviços de Estatísticas Correntes;
f) Direcção dos Serviços de Censos e Inquéritos.
2. A organização e competência de cada um destes serviços constarão de
regulamento.
Art. 24°. O Instituto disporá de delegações metropolitanas e ultramarinas.
Art. 25.° — 1. O âmbito das delegações metropolitanas coincidirá com o das regiões
ou sub-regiões-plano, sem prejuízo do disposto na parte final do n.º 4.
2. A organização e competência das delegações metropolitanas serão definidas em
regulamento.
3. São criadas as delegações regionais de Coimbra, Évora e Porto, e sê-lo-ão, à
medida que as circunstâncias o permitam, por decreto referendado pelo Presidente do
Conselho e pelo Ministro das Finanças, as delegações sub-regionais que se considere
aconselhável criar.
4. São mantidas, como regionais, as delegações do Funchal e de Angra do Heroísmo;
e como sub-regionais, as de Ponta Delgada e Horta.
5. A instalação e o equipamento das delegações dos arquipélagos da Madeira e dos
Açores constituem encargo das Juntas Gerais dos Distritos Autónomos.
Art. 26.° — 1. As delegações ultramarinas constituem direcções de serviços, nos
Estados de Angola e Moçambique, e repartições ou serviços, nas restantes províncias.
2. A organização e competência das delegações ultramarinas são as definidas em
diploma especial.
3. As despesas com as delegações ultramarinas serão suportadas integralmente
pelas respectivas províncias.
SUBSECÇÃO III - Do pessoal

Art. 27.° — 1. Os serviços centrais e as delegações metropolitanas terão o pessoal


permanente que consta do quadro anexo a este diploma e dele faz parte integrante.
2. O quadro do pessoal pode ser alterado mediante decreto conjunto do Presidente
do Conselho e do Ministro das Finanças.
3. O pessoal das delegações das províncias ultramarinas é o constante do Decreto
n.º 47 168, de 26 de Agosto de 1966, e legislação complementar.

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Art. 28.° Para coadjuvar o pessoal permanente poderá, mediante autorização


ministerial, ser assalariado ou contratado pessoal além do quadro, desde que as
respectivas remunerações possam ser satisfeitas por conta da verba anualmente inscrita
no orçamento do Instituto para esse efeito ou das disponibilidades existentes nas verbas
destinadas ao pessoal do quadro.
Art. 29.° — 1. Mediante autorização ministerial, poderá ainda o Instituto admitir, a
título eventual, pessoal necessário para a execução dos recenseamentos, inquéritos e
outros trabalhos estatísticos, ou para a substituição dos funcionários deslocados na
realização dos mesmos.
2. A admissão e o despedimento deste pessoal serão efectuados com dispensa de
quaisquer formalidades legais, incluindo o visto do Tribunal de Contas.
Art. 30.º. Os indivíduos que desempenhem as funções de agentes externos
encarregados da distribuição, recolha e centralização dos instrumentos de notação serão
admitidos e dispensados, nos serviços centrais, por despacho do director do Instituto, e,
nas delegações metropolitanas, por despacho dos respectivos chefes.
Art. 31.° Quando o volume ou a urgência das tarefas a cargo do Instituto e,
designadamente, a realização das grandes operações censitárias o aconselhem, poderá
recorrer-se ao trabalho extraordinário do pessoal do Instituto, em condições a fixar por
despacho do Presidente do Conselho sob proposta do director e por conta da verba
anualmente inscrita no orçamento do Instituto para esse efeito ou das disponibilidades
existentes nas verbas destinadas ao pessoal.
Art 32.° — 1. O provimento dos lugares do Instituto, salvo os mencionados no artigo
35 °, é feito por nomeação.
2. Terão carácter provisório durante dois anos todas as nomeações para ingresso no
quadro e durante um ano as nomeações para lugares de direcção de funcionários já
pertencentes ao quadro.
3. Findo o prazo de nomeação provisória, serão os funcionários providos
definitivamente, se tiverem dado provas de aptidão para o lugar, ou, no caso contrário,
exonerados; no último caso, porém tratando-se de funcionários do quadro, voltarão ao
seu anterior cargo, que, entretanto, poderá ser preenchido interinamente.
Art. 33.º — 1. Se a nomeação para qualquer lugar do Instituto recair em funcionário
público ou administrativo, será feita em comissão de serviço, pelo prazo de um ano,
prorrogável por iguais períodos, podendo, todavia, converter-se em definitiva após um
ano de bom e efectivo serviço.
2. Verificando-se a prorrogação, considera-se aberta vaga no quadro donde proceda
o funcionário, podendo este, no entanto, regressai ao mesmo quadro, a seu pedido,
desde que se encontre vago o lugar que desempenhava ou outro de igual categoria.
3. Se a comissão cessar por decisão ministerial e não existir vaga onde o funcionário
possa ser provido, ficará este a prestar serviço cm qualquer organismo dependente da
Presidência do Conselho ou do departamento de origem, consoante decisão dos Ministros
respectivos.
4. No decurso dessa situação, o funcionário terá direito ao vencimento
correspondente à sua categoria, a cargo do departamento onde prestar serviço ou, se tal
não for possível, por conta das verbas orçamentais do Instituto.
Art. 34.º Os lugares de director c subdirectores serão providos, cm comissão de
serviço, por tempo indeterminado, sendo-lhes aplicável, após três anos de exercício dos
cargos, o regime estabelecido nos nºs 2 e seguintes do artigo 33.º, caso possuam já a
qualidade de funcionários.
Art. 35.º — 1. Serão sempre providos por contrato os lugares:
a) De categoria igual ou inferior à letra S;
b) De supervisores e agentes de censos e inquéritos,
c) De auxiliares técnicos c técnicos auxiliares,
d) De pessoal não administrativo do centro de informática;
e) De pessoal do serviço de reprografia;
f) De técnicos estagiários.
2. O pessoal a que se refere o número anterior, bem como o contrato ao abrigo do
artigo 28º, poderá, em caso de urgente conveniência de serviço, tomar posse e entrar no

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exercício de funções, nos termos previstos no artigo 24.º, § 1.ª alínea a), do Decreto nº
22 257, de 25 de Fevereiro de 1933.
3. Se o funcionário contratado for ocupar outro lugar a que não corresponda
vencimento diferente, não há lugar a celebração de novo contrato, bastando o
correspondente averbamento no contrato e a anotação da nova situação pelo Tribunal de
Contas.
Art 36.º Constarão de decreto regulamentar, referendado pelo Presidente do
Conselho c pelos Ministros das Finanças e do Ultramar, os processos de recrutamento e
os requisitos de provimento do pessoal do Instituto, bem como outras disposições que
lhe digam respeito, incluindo as relativas a remunerações.
Art. 37º As normas respeitantes aos concursos de ingresso no quadro e de promoção
são, na parte aplicável, as que constam do Decreto nº 47 792, de 12 de Julho de 1967, e
legislação complementar aplicável.
Art. 38º O Instituto organizará cursos de preparação e aperfeiçoamento para o seu
pessoal, os quais poderão ser também frequentados por funcionários de outros serviços
ou organismos, mediante acordo entre os respectivos dirigentes
Art 39.º As normas de organização e funcionamento dos cursos, bem tomo a
remuneração dos monitores, serão definidas em regulamento aprovado por portaria do
Presidente do Conselho.
Art 40.º As despesas com os cursos serão suportadas pelas verbas inscritas no
Orçamento Geral do Estado ou nos orçamentos das províncias ultramarinas, conforme o
lugar onde decorram.

CAPÍTULO III

Da recolha directa de dados estatísticos e das transgressões


estatísticas

SECÇÃO I - Da recolha directa de dados estatísticos


Art. 41.º O Instituto poderá proceder a recolha directa das informações estatísticas
quando elas não forem prestadas nos prazos fixados ou for julgado necessário verificar a
exactidão das mesmas
Art 42.º Os funcionários encarregados da recolha directa serão considerados agentes
de autoridade enquanto se encontrarem no exercício das respectivas funções, podendo
solicitar das autoridades administrativas e policiais todo o auxílio de que necessitem.
Art. 43.º — 1. É obrigatória a prestação das informações pedidas pelos funcionários
do Instituto encarregados da recolha directa de informações estatísticas, bem como a
exibição dos livros e documentos por eles solicitados para esse fim
2. Se for recusada a exibirão de qualquer livro ou documento que deva legalmente
existir, o funcionário encarregado da diligência procederá nos termo do n.º 2 do artigo
840º do Código de Processo Civil.
3. Se a pessoa notificada não se apresentar para a diligência nem justificar a falta e
as informações não puderem ser prestadas ou os livros e documentos facultados,
solicitar-se-a à autoridade policial que apresente o notificado sob prisão no novo dia
designado para a diligência.
4. A recusa da prestação de informações ou da exibição de livros e documentos,
bem como a falsidade daquelas, serão punidas, respectivamente, com as penas
aplicáveis a desobediência e às falsas declarações
5. Os autos de notícia levantados pelos funcionários encarregados da recolha directa
fazem fé em juízo, até prova em contrario, quanto aos factos por eles verificados.
Art 44.º — 1. As pessoas ou entidades a quem incumbe fornecer as informações
estatísticas são responsáveis pelas despesas a que der lugar a recolha directa, salvo se
esta se tiver destinado a verificar as informações fornecidas e não se tiver apurado a sua
inexactidão.
2. A importância a cobrar nunca será inferior a 1000$ e compreenderá:

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a) As despesas de transporte e ajudas de custo dos funcionários encarregados da


recolha;
b) O dobro dos vencimentos dos mesmos funcionários relativamente ao tempo gasto
na recolha;
c) Quaisquer outras despesas provocadas pelas diligências;
d) As multas aplicadas em processos de transgressão estatística que porventura
hajam sido instaurados antes do decidida a recolha directa.
3. Se a obrigação de fornecer informações estatísticas recair sobre duas ou mais
pessoas, serão elas solidariamente responsáveis pelo pagamento das quantias devidas.
4 Tratando-se de serviços públicos ou entidades com funções de interesse público, a
responsabilidade recai, pessoal e solidariamente, sobre os seus diligentes.
5. As importâncias devidas que não forem voluntariamente pagas pelos responsáveis
serão cobradas coercivamente em processos de execução, através dos tribunais do
contencioso das contribuições e impostos, constituindo título executivo a certidão de que
constem, além do despacho do director do Instituto mandando cobrar as quantias cm
dívida, as indicações exigidas pelo Código de Processo das Contribuições e Impostos.
Art. 45.° As despesas efectuadas pelo Instituto na realização dos inquéritos ou
trabalhos previstos na primeira parte da alínea c) do artigo 13.° serão pagas pelas
entidades a que os mesmos se destinarem.

SECÇÃO II - Das transgressões estatísticas


Art. 46.° Constitui transgressão estatística a inobservância das leis e regulamentos
em vigor sobre estatística e ainda das resoluções, instruções e normas dimanadas do
Conselho Nacional de Estatística e do Instituto.
Art. 47.° — 1. As transgressões estatísticas são punidas com multa de 50$ a 10
000$, graduada segundo a gravidade da falta.
2. No caso de reincidência, o quantitativo da multa, será o dobro da anteriormente
aplicada, ainda que exceda o limite máximo fixado no número anterior.
3. Verifica-se reincidência sempre que, no prazo de três anos, a contar da
condenação definitiva, o arguido pratique outra transgressão estatística.
4. O pagamento da multa não dispensa o transgressor de cumprir a obrigação
infringida.
Art 48.° — 1. Se a obrigação de prestar informações sucumbir simultaneamente a
duas ou mais pessoas, serão todas solidariamente responsáveis pela multa aplicada.
2. Quando a mesma obrigação respeitar a pessoas colectivas, a responsabilidade
recai solidariamente sobre os indivíduos que façam parte dos seus corpos gerentes em
exercício ao tempo da prática da infracção.
3. Pelas infracções cometidas em serviços públicos ou entidades com funções de
interesse público serão pessoal e solidariamente responsáveis os seus dirigentes.
Art. 49.° — 1. Sobre participação do chefe do serviço respectivo o julgamento das
transgressões compete ao chefe do serviço do contencioso, depois de notificado o
arguido para apresentar a sua defesa e de praticadas as diligências convenientes ao
esclarecimento da verdade.
2. Das decisões condenatórias cabe recurso hierárquico para o director do Instituto,
que decidirá definitivamente.
3. Os processos de transgressão são isentos de custas.
4. As importâncias das multas que não forem pagas voluntariamente pelos
infractores serão cobradas coercivamente em processo de execução, através dos
tribunais do contencioso das contribuições e impostos, servindo a própria guia de título
executivo.
5. A participação, julgamento a recurso de transgressões estatísticas respeitantes
às delegações ultramarinas serão objecto de regulamento.

CAPÍTULO IV - Disposições finais e transitórias


Art. 50.° — 1. O pessoal actualmente ao serviço no instituto será distribuído pelos
novos lugares nas mesmas categorias ou em categorias equivalentes ou que as
substituam, desde que satisfaça aos requisitos de provimento, mediante lista aprovada

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

pelo Presidente do Conselho e Publicada no Diário do Governo, com dispensa de


quaisquer outras formalidades, salvo anotação pelo Tribunal de Contas da nova situação
do pessoal.
2. Os actuais terceiros-mecanógrafos auxiliares e adjunto com boa classificação de
serviço poderão ser colocados como terceiros-mecanógrafos; o pessoal a desempenhar
as unções de agentes de censos e inquéritos com boa classificação de serviço poderá ser
colocado nos lugares em que actualmente serve.
3. Durante os dois primeiros anos, após a entrada em vigor deste diploma, a
promoção do pessoal do Instituto a lugares superiores do quadro poderá ser feita para
qualquer das categorias, desde que sejam satisfeitos os requisitos de provimento, sem
dependência do tempo de serviço prestado na categoria inferior.
4. Os funcionários de nomeação vitalícia que forem colocados em cargos que devam
ser providos por contrato manterão aquela forma de provimento.
Art. 51.º Os actuais escriturários-dactilógrafos de 1.a classe além do quadro
admitidos ao abrigo de legislação anterior, habilitados com a escolaridade obrigatória,
com três anos de efectivo serviço e classificação de Bom c aproveitamento no curso
elementar de estatística a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 69.° do Decreto n.º
428/73, desta data, poderão concorrer aos lugares de terceiro-oficial e de auxiliar
técnico, independentemente do limite de idade, desde que, quanto a esta, tenham sido
contratados dentro desse limite.
Art 52.° Os actuais chefes das delegações insulares poderão ser mantidos nas suas
actuais funções ou transferidos para outras.
Art. 53.° O pagamento dos vencimentos do pessoal poderá ser feito por conta das
verbas actualmente inscritas nas respectivas dotações até à publicação no diploma que
as reforçar, considerando-se antecipados os duodécimos das mesmas dotações.
Art. 54.º O presente diploma entrará em vigor, com o respectivo regulamento, em 1
de Setembro de 1973, podendo, porém, ser publicada antes daquela data, mas para
produzir efeitos a partir da mesma, a lista a que se refere o n.º 1 do artigo 50.°
Art. 55.° Continuam em vigor os diplomas legais que regem os centros de estudos
anexos ao Instituto
Art. 56.° Ficam revogados o Decreto-Lei n.º 46 925, de 29 de Março de 1966, o
Decreto-Lei n.º 47 434, de 30 de Dezembro de 1966, o Decreto-Lei n.º 85/70, de 7 de
Março, e o Decreto-Lei n.º 276/71, de 23 de Junho.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros. — Marcello Caetano — João Mota Pereira


de Campos — Manuel Artur Cotta Agostinho Dias — Joaquim Moreira da Silva Cunha.

Promulgado em 22 de Agosto de 1973. Publique-se.


O Presidente da República, Américo Deus Rodrigues Thomaz.

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

O Ministro de Estado, João Mota Pereira de Campos.


Nota —Os Decretos nº 22 257, 47 168 e 428/73, a que se refere o premente
diploma, foram publicados, respectivamente, no Boletim Oficial. 1.º série, n.º 30, de 29
de Julho de 1933, de 3 de Setembro de 1966, e 109, de 18 de Setembro de 1973.

Disposições aplicáveis por força do Decreto nº 427/73.

Decreto n.º 47 792

Regulamento dos concursos do pessoal do Instituto


Nacional de Estatística

CAPÍTULO I - Disposições gerais


Artigo 1.º O presente regulamento aplica-se aos concursos destinados ao
recrutamento de pessoal para os lugares dos serviços centrais do Instituto Nacional de
Estatística e das suas delegações nas ilhas adjacentes Art. 2.º — 1. Os concursos podem
ser:
a) De admissão — os que se destinam ao recrutamento de pessoal para os lugares
de ingresso no quadro do pessoal permanente;
b) De promoção — os que se destinam do acesso dos funcionários desse quadro aos
lugares das categorias superiores respectivas;
c) Mistos -- os que são simultaneamente de promoção e admissão, por se
destinarem ao acesso de funcionários do quadro, mas permitirem também a admissão de
candidatos a ele estranhos.
2. Todos os concursos serão com prestação de provas, com excepção dos destinados
ao provimento dos lugares de técnico estatístico, que serão meramente documentais
Art. 3.º — 1. São de admissão
a) Os concursos que eventualmente se efectuem para lugares de chefe de
repartição, nos casos previstos no nº 3 do artigo 21.º do Decreto nº 46 926, de 29 de
Março de 1966.
b) Os concursos para lugares de técnico estatístico, terceiro-oficial e dactilografo
2. São de promoção os concursos para lugares de primeiro e segundo-oficial,
segundo-mecanografo, segundo-mecanograto adjunto, terceiro-mecanografo e terceiro-
mecanografo adjunto.
3. São mistos os concursos para lugares de chefe de secção.
4. Os funcionários pertencentes ao quadro do Instituto poderão apresentar-se ao,
concursos de admissão e aos concursos mistos nas mesmas condições dos candidatos
estranhos ao quadro, desde que possuam os requisitos para estes exigidos, com
dispensa, porém, do relativo ao limite de idade.
Art 4.º — 1. Os concursos serão válidos pelo período de três anos, a contar da data
da publicação das listas com os respectivos resultados.
2. Para concursos de admissão poderá o Presidente do Conselho fixar prazos de
validade mais curtos.
Art 5.º Os documentos juntos pelos candidatos aos processos de concurso podem
ser restituídos, mediante recibo aos que desistam do concurso ou a ele não sejam
admitidos aos que não forem aprovados e aos que, tendo sido aprovados, desistam do
provimento ou não o tenham obtido durante o prazo de validade.

CAPÍ1ULO II - Das condições de admissão aos concursos


Art. 6.º — 1. São requisitos gerais exigíveis nos concursos de admissão:
a) Ter a nacionalidade portuguesa, nos termos exigidos na lei geral;
b) Ter idade compreendida entre os 21 e os 35 anos, com as excepções, quanto a
este limite, previstas no n.º 2;
c) Possuir as habilitações exigidas para a categoria;

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

d) Não estar interdito judicialmente, nem suspenso do exercício de direitos políticos,


nem ter sofrido pena que, nos termos da lei, importe a impossibilidade de provimento em
cargos públicos, salvo o caso de reabilitação de que resulte a cessação da respectiva
incapacidade;
e) Possuir as condições físicas necessárias para o exercício do cargo, não sofrer
de doença contagiosa e estar vacinado contra o tétano e a varíola e quaisquer outras
doenças em relação às quais seja obrigatória a vacinação;
f) Ter cumprido as obrigações a que esteja sujeito pelas leis do recrutamento militar,
tratando-se de candidatos do sexo masculino;
g) Estar integrado na ordem social e constitucional vigente, com activo repúdio do
comunismo e de todas as ideias subversivas;
h) Não fazer parte de associações ou instituições de carácter secreto.
2. O limite de 35 anos a que se refere a alínea b) do n.º 1 não é exigível:
a) Aos candidatos que já sejam funcionários do Estado ou dos corpos
administrativos, desde que tenham sido admitidos nos respectivos quadros com idade
inferior àquele limite;
b) Nos concursos para lugares de chefe de repartição e dactilógrafos;
c) Nos concursos para lugares de terceiro-oficial, em relação ao pessoal auxiliar do
Instituto, nos termos previstos na alínea b) do artigo 27.° do Decreto n.º 46 926, de 29
de Março de 1966.
Art. 7.° — 1. Não poderão ser admitidos a concurso candidatos sem aproveitamento
no respectivo curso de preparação ou aperfeiçoamento profissional, quando este for
exigido, salvo se o mesmo se não tiver efectuado em tempo oportuno e a lei afastar a
exigência nesses casos.
2. Os referidos cursos consideram-se efectuados em tempo oportuno quando a
respectiva lista das classificações tiver sido publicada durante o ano anterior à data da
publicação do aviso de abertura do concurso.
Art. 8.° — 1. Só poderão apresentar-se aos concursos de promoção os funcionários
que tenham, pelo menos, três anos de efectivo exercício na respectiva categoria, a não
ser nos casos previstos no artigo seguinte.
2. São obrigados a apresentar-se aos concursos, com excepção dos destinados ao
provimento de lugares de chefia, os funcionários que tenham o tempo de serviço a que
se refere o número anterior, os quais serão oficiosamente admitidos. A falta de
comparência ao concurso e a desistência ou exclusão dos funcionários nessas condições
equivalem à reprovação, salvo se determinadas por doença grave, verificada nos termos
da lei geral.
3. A não admissão a concurso dos funcionários a ele obrigados, por falta de
frequência ou aproveitamento no respectivo curso de preparação ou aperfeiçoamento
profissional, quando exigível, equivalem também à reprovação no concurso.
Art. 9.° — 1. Quando o número de candidatos aprovados em concurso de promoção
não seja suficiente para o preenchimento das vagas que ocorram durante o prazo da sua
validade, poderá o Presidente do Conselho autorizar que no concurso imediato sejam
admitidos funcionários sem o tempo de serviço exigido no n.º 1 do artigo antecedente.
2. Poderá também ser autorizada a admissão aos concursos, abertos nos termos do
número anterior, de funcionários de categoria imediatamente inferior à dos candidatos
normais, desde que tenham, pelo menos, três anos de bom e efectivo serviço nessa
categoria.
Art. 10.° Os funcionários reprovados só poderão ser admitidos a novo concurso, para
a mesma categoria ou para a imediata, depois de decorrido um ano sobre a publicação
da lista de classificações do concurso em que tiverem sido reprovados.
Art. 11.° — 1. Não poderá ser admitido a novo concurso, para a mesma categoria ou
para a imediata, o funcionário que for reprovado duas vezes no respectivo concurso.
2. É aplicável a mesma doutrina aos concorrentes reprovados em dois concursos de
admissão para o mesmo lugar.

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CAPÍTULO III - Dos programas dos concursos


Art. 12.°—1. Os programas das provas dos concursos serão organizados pelo
Instituto e, depois de aprovados pelo Presidente do Conselho, publicados no Diário do
Governo
2. O Presidente do Conselho poderá delegar no director do Instituto a aprovação dos
programas.
3. É da competência do director do Instituto a aprovação dos programas dos
concursos para dactilógrafos.
Art. 13.° — 1. Os concursos constarão normalmente de provas escritas e orais, mas
poderão incluir provas práticas sempre que a natureza da função o aconselhar.
2. Nos concursos para terceiro-oficial só haverá prova escrita.
3. Os concursos para dactilógrafo constarão apenas de provas práticas de
dactilografia
Art. 14.° Quando os programas dos concursos não contenham normas específicas
para as provas práticas, ser-lhes-ão aplicáveis, com as necessárias adaptações, as
disposições estabelecidas para as provas escritas e orais, conforme melhor se ajustar à
natureza da prova.
Art. 15.° Nos programas dos diversos concursos poderão atribuir-se, consoante a
natureza das funções e a importância relativa das respectivas provas, coeficientes
diferentes, quer às diversas valorizações a que nos artigos 46 ° a 48 ° se manda atender
para calcular a média ou classificação final, quer às valorizações das provas
determinantes das médias das partes escrita ou oral.

CAPÍTULO IV - Dos júris dos concursos


Art. 16°—1. O júri de cada concurso será constituído por um presidente e dois
vogais.
2. Além dos vogais efectivos serão designados dois suplentes para cada júri.
3. Todos os membros do júri serão de categoria igual ou superior à dos lugares a
cujo provimento o concurso se destina.
4. Os júris dos concursos para lugares de direcção e de técnico estatístico serão
sempre presididos pelo director do Instituto.
Art. 17.°—1. Os júris serão designados pelo Presidente do Conselho, sob proposta do
director do Instituto, salvo o disposto nos números seguintes.
2. Com excepção dos concursos a que se refere o n.º 4 do artigo anterior, poderá o
Presidente do Conselho delegar no director do Instituto a designação dos júris de
concursos para todas ou algumas das categorias.
3. É da competência do director do Instituto a designação dos júris dos concursos
para lugares de dactilografo
Art. 18º — 1. Os membros dos júris serão substituídos nos casos de falta c
impedimento, considerando-se entre as causas de impedimento a incompatibilidade.
2. A incompatibilidade será apreciada pelo director do instituto, ou pelo Presidente
do Conselho, quando àquele respeite, em face de circunstâncias ponderosas que possam
razoavelmente levar a suspeitar da imparcialidade da actuação do membro do júri.
3. Se a falta ou impedimento for do presidente, será este substituído
a) Se foi o director do Instituto, pelo subdirector;
b) Nos outros casos, ou estando também impedido o subdirector, pelo vogal de
maior categoria, e, em igualdade de categorias, pelo mais antigo.
4. Os vogais serão substituídos pelos suplentes, quer nos casos previstos no nº
1, quer quando substituam o presidente.
Art. 19.º — 1. Os júris só poderão funcionar quando estiver presente a maioria
absoluta dos seus membros, procedendo-se, porém, sempre que seja necessário e for
possível, à substituição destes, nos termos do artigo anterior
2. O presidente, ou o seu substituto, terá voto de qualidade, em caso de empate.
Art 20º Serão lavradas actas, em livro especial, das sessões de cada júri de
concursos, donde deverão constar sucintamente todas as deliberações tomadas,
incluindo as decisões sobre as classificações das provas.

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CAPÍTULO V - Do processo dos concursos

SECÇÃO I - Da abertura dos concursos


Art. 21 º — 1. A abertura dos concursos será autorizada por despacho do Presidente
do Conselho e anunciada por aviso expedido pelo Instituto e publicado no Diário do
Governo.
2. Tratando-se de concursos de admissão, poderá o Instituto dar conhecimento da
abertura por outros meios de divulgação, incluindo anúncios na imprensa diária, mas
para todos os efeitos só se atenderá à publicação feita no Diário do Governo
Art 22.º — 1 Os avisos de abertura dos concursos de admissão deverão indicar:
a) A natureza do concurso (documental ou com prestação de provas);
b) A categoria dos lugares a prover, ou, quando estabelecida limitação, os lugares
ou vagas, dessa categoria, para cujo provimento o concurso é válido;
c) As condições de admissão a concurso;
d) O prazo para apresentação dos requerimentos;
e) Os documentos a juntar;
f) Os locais onde poderá ser feita a apresentação dos requerimentos e documentos;
g) O prazo de validade do concurso;
h) O número de vagas existentes e a sua localização;
i) O numero e a data do Diário do Governo em que foi feita a publicação do
programa das provas a prestar;
j) A localidade onde teia lugar a prestação das provas, quando a mesma se deva
efectuar cm qualquer das delegações.
2. O prazo a que se refere a alínea d) do número anterior será fixado até 30
dias, a contar da data da publicação do aviso no Diário do Governo.
Art. 23.° — 1. Os avisos de abertura dos concursos de promoção deverão indicar:
a) As menções a que se referem as alíneas b), c) e g) a i) do n.º 1 do artigo
anterior;
b) A lista dos funcionários obrigatoriamente chamados ao concurso;
c) Os documentos a apresentar pelos funcionários que concorram facultativamente;
d) O prazo para apresentação de reclamações à lista a que se refere a alínea b), dos
requerimentos e documentos dos candidatos facultativos e dos documentos que
quaisquer candidatos queiram juntar para a prova das preferências de que pretendam
beneficiar
2. O prazo a que se refere a alínea d) do numero anterior será fixado nos termos do
nº 2 do artigo antecedente.

SECÇÃO II

Dos requerimentos e documentos para admissão aos concursos


Art. 24.º — 1. Os requerimentos para admissão aos concursos serão dirigidos ao
director do Instituto e deverão conter obrigatoriamente:
a) Para concursos de admissão: a identificação do candidato, pela menção do nome,
dará de nascimento, naturalidade, filiação, estado civil c residência e do número e data
do respectivo bilhete de identidade, com referência ao arquivo onde foi emitido, a
indicação das suas habilitações e a assinatura;
b) Para concursos de promoção: a identificação do candidato, pela menção do nome,
categoria e lugar em que se encontra provido, as suas habilitações especiais e a
assinatura;
c) Para concursos mistos: as indicações constantes das alíneas a) ou b), consoante
se trate de candidatos estranhos ao quadro ou de funcionários do Instituto.
2. Nos requerimentos deverão ainda os candidatos mencionar as preferências de que
beneficiem, e poderão também indicar o local ou locais onde prefiram ser colocados, se
lhes vier a caber o provimento.
3. Quando seja exigível, para admissão ao concurso, aproveitamento no respectivo
curso de preparação ou aperfeiçoamento profissional, deverão os candidatos mencionar

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

nos requerimentos o curso que frequentaram, pela referência do período cm que teve
lugar.
Art 25º — 1. Os candidatos a concursos de admissão só são obrigados a juntar aos
requerimentos os documentos comprovativos dos requisitos enunciados nas alíneas a) a
c) e g)do nº 1 do artigo 6.º, mas o respectivo provimento, quando a ele venham a ter
direito, fita dependente da oportuna apresentação, nos termos do artigo 57.°, dos
documentos necessários para a prova dos restantes requisitos para o mesmo exigidos
2. Os candidatos devem ainda juntar os documentos comprovativos das preferências
legais de que pretendam beneficiar, e, nos concursos documentais, podem juntar
trabalhos de sua autoria sobre matérias de interesse para ar. funções a exercer.
3. Não carece de prova pelos candidatos o aproveitamento no curso de preparação
ou aperfeiçoamento profissional, quando exigível, devendo este requisito ser verificado
oficiosamente pelo Instituto, que fará constar do processo as classificações obtidas no
curso pelos concorrentes.
Art. 26.° — 1. A junção de documentos pelos candidatos a concursos de admissão
será dispensada nos termos dos números seguintes.
2. Os que sejam funcionários do Instituto, ou nele estejam prestando serviço, são
dispensados de juntar os documentos que no mesmo já hajam apresentado.
3. Os que já tenham requerido a admissão a outro concurso no Instituto são
dispensados de juntar os documentos anteriormente apresentados e que nele ainda se
encontrem, desde que no requerimento identifiquem o concurso precedente e os
documentos que deste desejem aproveitar, os quais serão desentranhados do processo
anterior e juntos ao do novo concurso, lavrando-se em ambos os termos
correspondentes
4. Os que sejam funcionários do Estado ou dos corpos -administrativos ficam
dispensados da junção dos documentos arquivados nos respectivos serviços, desde
que apresentem certidão donde constem aquela qualidade e a especificação dos
documentos arquivados, cuja dispensa pretendam. Poderá, no entanto, ser exigida a
junção de qualquer dos documentos, se os termos da certidão suscitarem dúvidas sobre
algum dos requisitos ou alguma das preferências a provar.
5. Aos que tenham apresentado documentação em concurso aberto noutro serviço,
mas cujo prazo de abertura coincida, ainda que parcialmente, com o do concurso do
instituto, será aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no número
anterior.
6. A dispensa prevista no presente artigo não abrange a declaração a que se refere
o artigo 1.° do Decreto-Lei nº 27 003, de 14 de Setembro de J936, que será sempre
exigível
Art. 27.°—1. Os candidatos facultativos a concursos de promoção só serão obrigados
a juntar:
a) Os documentos necessários à prova das preferências legais de que pretendam
beneficiar;
h) A declaração a que se refere o artigo 1.° do Decreto-Lei n.º 27 003, de 14 de
Setembro de 1936.
2. Os candidatos obrigatórios apenas terão de apresentar os documentos previstos
na alínea a) do número anterior.
Art. 28.° — 1. Os requerimentos serão entregues, com os documentos que os devam
acompanhar, na sede do instituto ou em qualquer das delegações insulares, até o último
dia do prazo e dentro das horas de expediente.
2. Poderão também os requerimentos e documentos ser remetidos pelo correio, mas
apenas serão juntos ao processo aqueles que forem recebidos dentro do prazo, nos
termos definidos na parte final do número anterior.
3. No caso de expedição pelo correio, somente serão admitidas reclamações, quanto
ao recebimento de requerimentos e à respectiva data, com base em prova feita pelo
recibo do registo dos correios.
4. Sempre que seja solicitado pelos interessados, será passado recibo da
apresentação dos requerimentos, pelo funcionário que proceda a esse serviço, contendo
a especificação dos documentos entregues, a data e a assinatura do funcionário.

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SECÇÃO III - Das decisões sobre admissão aos concursos


Art. 29.°—1. Findo o prazo de abertura do concurso, as delegações insulares, no
caso de não terem recebido qualquer requerimento, comunicarão o facto à sede do
Instituto, no primeiro dia útil seguinte, por telegrama, a confirmar por ofício, expedido
sob registo e pela via mais rápida.
2. Tendo recebido requerimentos, as delegações verificarão a sua regularidade e a
dos documentos juntos e remetê-los-ão para a sede, nos três dias seguintes ao fim do
prazo do concurso, com ofício, nos termos prescritos no número anterior.
3. Se a verificação dos requerimentos e documentos, porém, mostrar deficiências
relativamente a candidatos residentes nas ilhas adjacentes, serão estes convidados,
por ofício expedido sob registo e com aviso de recepção, pela via mais rápida, para, no
prazo de dez dias, a contar do recebimento do ofício, sanarem as deficiências verificadas,
sob pena de exclusão do concurso. Nos três dias seguintes ao fim deste prazo será
enviada à sede do Instituto, nos termos prescritos no n.º 2, toda a documentação
recebida, incluindo os avisos de recepção.
Art. 30.° — 1. Findo o prazo de abertura do concurso, a secretaria do Instituto
examinará os requerimentos e os documentos recebidos, e, se verificar quaisquer
deficiências, convidará os respectivos candidatos a saná-las, nos termos estabelecidos no
n.º 3 do artigo anterior.
2 Recebidas as comunicações das delegações insulares, procedei á também a
secretaria ao exame da documentação por elas enviada, devendo providenciar, de
harmonia com o número antecedente, em relação às deficiências que nas mesmas não
hajam sido notadas.
Art. 31.°—1. Cumprido o disposto no artigo anterior, decidirá o director do Instituto
sobre a admissão dos candidatos, fundamentando sempre as exclusões.
2. Será depois organizada a lista dos candidatos admitidos e excluídos, por ordem
alfabética e separada, com a menção, relativamente a cada um dos últimos, dos
motivos de exclusão.
3. A lista será publicada no Diário do Governo e no respectivo aviso deverão ser
anunciados, se já for possível, o dia, hora e local em que terá início a prestação das
provas.
Art 32°—1. Os candidatos excluídos poderão recorrer para o Presidente do Conselho,
no prazo de dez dias, a contar da publicação da lista, mediante requerimento, a
apresentar na seda do Instituto ou nas delegações insulares, em que exponham os
fundamentos do recurso.
2. A interposição do recurso não suspende o prosseguimento do concurso.
Poderá o director do Instituto, porém, suspender o início das provas, até à decisão
do recurso hierárquico, se em face das circunstâncias concretas, incluindo a natureza das
provas, parecer preferível garantir, para o caso de procedência do mesmo, a prestação
simultânea das provas, em ordem a permitir a sua mais justa apreciação relativa, e
desde que a suspensão não cause prejuízo aos serviços.
3. Os recursos serão submetidos a decisão depois de devidamente informados pelo
director do Instituto sobre os respectivos fundamentos.
4. As decisões que neguem provimento aos recursos serão notificadas aos
recorrentes pelo Instituto, mediante ofício expedido sob registo.
5. Se os recursos obtiverem provimento, será publicada lista adicional dos
candidatos neles admitidos.
Do respectivo aviso deverá constar a indicação do dia, hora c local em que terá início
a prestação das provas para todos os candidatos, ou para os admitidos por via do
recurso, conforme for necessário.

SECÇÃO IV - Da prestação de provas


Art. 33 —1. A prestação das provas terá início no prazo máximo de 30 dias, a contar
da publicação da lista dos candidatos admitidos, salvo nos casos de suspensão do
concurso, prevista no nº 2 do artigo 32.º, e de necessidade de maior dilação, por força
do disposto nos números seguintes

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Publicado no Boletim Oficial, 1ª Série, n.º 112, de 25 de Setembro de 1973

2. Se o início das provas não tiver sido anunciado no aviso da publicação da lista
dos candidatos admitidos, será anunciado por novo aviso, com a antecedência mínima
de dez dias.
3. Não poderá dar-se início às provas sem terem decorrido 60 dias após a publicação
do programa do concurso, ou de quaisquer alterações ao mesmo.
Art 34.º — 1. As provas terão lugar na sede do Instituto.
2. Exceptuam-se as provas dos concursos para lugares de dactilógrafo das
delegações insulares, que se efectuarão na própria delegação, perante o respectivo
chefe, assistido por um funcionário.
A classificação, porém, será feita nos serviços centrais, por um júri nomeado nos
termos do artigo 16.º e do n.º 3 do artigo 17.º, para o que as provas serão remetidas à
sede do Instituto, sob registo, com copias das actas relativas à sua prestação.
Art 35º — 1. Para cada prova escrita serão elaborados antecipadamente pelo júri
três pontos, numerados de um a três, em conformidade com o respectivo programa.
2. Os pontos serão rubricados pelo júri c encerrados em sobrescritos que serão
também por ele rubricados e fechados a lacre, com o sinete do Instituto, mencionando-
se, em cada sobrescrito, o número do respectivo ponto e o concurso e a prova a que se
destina
Art 36º — 1. Antes do início de cada prova escrita, o presidente do júri mandará
proceder à chamada dos concorrentes, que serão identificados mediante a apresentação
do bilhete de identidade, quando não sejam conhecidos do júri, por serem funcionários
do Instituto.
2. A chamada será feita pela lista dos concorrentes admitidos, anotando-se
nela todas as faltas, desistências e exclusões
3. A lista, com as respectivas anotações, será assinada no final da prova por todos
os membros do júri.
Art. 37 º Feita a chamada dos concorrentes e distribuídos a todos o papel necessário
para a prova, rubricado pelo presidente do júri, será tirado à sorte, por escolha do
primeiro dos candidatos presentes, segundo a lista alfabética, o ponto a resolver, que cm
seguida será lido ou distribuído a todos os candidatos.
Art. 38º — 1 Aos candidatos será fornecida a legislação que pretenderem, mas não
poderão os mesmos comunicar entre si ou com pessoas estranhas ao júri, nem consultar
livros ou apontamentos
2. Os candidatos que infringirem ou tentarem infringir esta determinação serão
excluídos do concurso
3. Serão igualmente excluídos os que passarem a outro o ponto já resolvido ou
qualquer indicação sobre o mesmo, bem como os que na resolução do ponto se sirvam
de elementos fornecidos por terceiros.
Art. 39º — 1. As provas escritas terão a duração máxima de quatro horas, contadas
do momento em que terminar a distribuição do ponto ou a sua leitura.
2. O presidente do júri declarará iniciado e concluído o período para a resolução do
ponto, e, findo ele, procederá o júri à recolha das provas, no estado em que se
encontrem, assinadas pelos candidatos e por eles rubricadas em todas as folhas.
Art. 40.°—1. Concluídas as provas escritas, procederá o júri à respectiva
classificação, no mesmo dia ou nos dias seguintes que para o efeito forem necessários.
2. As provas serão classificadas por notas expressas de 0 a 20, sem qualquer
arredondamento.
Para esse efeito, atender-se-á não só à exactidão das respostas, como também os
conhecimentos e inteligência manifestados no desenvolvimento do ponto e à clareza e
correcção da exposição.
3. A classificação de cada prova será atribuída por votação de todos os membros do
júri.
4. Considerar-se-ão desde logo reprovados os candidatos que na prova escrita
obtenham média interior a 10 valores.
Art. 41.º — 1. A falta de comparência a qualquer prova implica a exclusão do
concurso, salvo se o candidato for autorizado a prestá-la nos termos do numero
seguinte.

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2. Se o candidato tiver falta por motivo de força maior, poderá ser admitido a
prestar a prova no dia que for designado pelo júri, dentro do período de realização
da»-provas, se até ao segundo dia posterior ao da falta, mas sempre sem prejuízo
daquele limite, justificar a falta perante o júri, comprovando o motivo.
3. A justificação da falta por doença só poderá ser feita por atestado médico,
confirmado pelo delegado ou subdelegado de saúde.
Art 42º — 1 Feita a classificação das provas escritas será afixada a lista dos
candidatos admitidos às provas orais, a qual será assinada pelo presidente do júri.
2. A lista indicará, se já for possível, o dia e a hora em que terão início aquelas
provas.
No caso contrário, será afixado aviso para esse fim.
3. O início das provas orais será sempre anunciado com a antecedência, pelo
menos, de 48 horas.
Art. 43 º — 1. As provas orais constarão de interrogatórios sobre as diversas
matérias do programa, com a duração máxima de 40 minutos
2. O tempo de interrogatório é igualmente distribuído pelos arguentes, salvo
disposição em contrário do programa do concurso.
Art. 44.º — 1. As provas orais serão classificadas nos termos dos n.º 2 e 3 do artigo
40.º
2. Consideram-se desde logo reprovados os candidatos que na prova oral obtenham
classificação inferior a 8 valores.
Art. 45.º Compete ao presidente do júri dirigir a realização das provas e manter a
ordem nos locais onde elas se realizem.

SECÇÃO V - Da classificação e graduação dos concorrentes


Art. 46.º A classificação final nos concursos de admissão será a que corresponda,
sem qualquer arredondamento, a média das valorizações obtidas pelos concorrentes nas
provas escritas e orais e nos cursos de preparação profissional, quando exigíveis.
Art 47º — 1. A classificação final nos concursos de promoção será a que
corresponda, sem qualquer arredondamento, à média das valorizações obtidas pelos
concorrentes nas provas escritas e orais, no respectivo curso de preparação ou
aperfeiçoamento profissional, quando exigível, e nas informações de serviço dos últimos
três anos.
2. A média final assim obtida será aumentada de um valor em relação aos
funcionários que tenham sido louvados no período dos últimos três anos.
Art. 48.° Na classificação final dos concursos mistos observar-se-á para todos os
candidatos o disposto no artigo 46.°, atendendo-se às informações de serviço, quanto
aos candidatos que sejam já funcionários, somente nos termos da alínea c) do n.º 1 do
artigo 52.°, com referência à alínea b) do mesmo preceito.
Art. 49.° Nos casos em que nos programas de concursos e ao abrigo do disposto no
artigo 15.° sejam atribuídos coeficientes diferentes para as diversas valorizações, a
classificação final e as médias das partes escritas e orais serão determinadas de
harmonia com aqueles coeficientes
Art. 50.° Consideram-se reprovados os candidatos cuja classificação final, obtida
sem arredondamentos, for inferior a 10 valores.
Art. 51.°—1. Será preenchido para cada candidato um boletim de classificação.
2. Os boletins serão assinados pelo presidente do júri e juntos ao respectivo
processo de concurso.
Art. 52.° — 1. Nos concursos com prestação de provas, em igualdade de valorização,
constituem preferências a observar para efeitos da ordem de graduação dos candidatos,
depois das previstas na lei geral como primeiras preferências:
a) Nos concursos de admissão:
1.° Estar já a prestar serviço no Instituto;
2.° Ter melhores habilitações, com interesse para o cargo a prover;
3.° Ter exercido outros cargos públicos ou administrativos;
4.° Ter maior tempo de serviço no exercício desses cargos;
b) Nos concursos de promoção:
1.° Ter melhores classificações de serviço,

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2.° Ter mais tempo de serviço na categoria;


3.° Ter melhor classificação em concurso anterior;
c) Nos concursos mistos:
1.° Ser funcionário do Instituto, concorrendo para fins de promoção;
2.° Pela ordem respectiva, as estabelecidas nas alíneas a) ou b), consoante os
candidatos em igualdade sejam estranhos ao quadro ou se encontrem nas condições do
n.º 1.° desta alínea.
2. As preferências referidas neste artigo não se acumulam, 6 se recorrendo à
seguinte quando, pela anterior, permanecer a igualdade entre os candidatos.
Art. 53.° — 1. Efectuada a classificação final dos candidatos, organizará o júri a lista
dos aprovados, por ordem e crescente das respectivas classificações, sem qualquer
arredondamento, observando-se para a graduação, quando necessário, o regime de
preferências estabelecido no artigo 52.°
2. A lista será publicada no Diário do Governo.
Art. 54.° — 1. A graduação dos candidatos admitidos aos concursos documentais
será feita em função das classificações obtidas no curso superior exigido.
2. Tais classificações poderão ser aumentadas, porém, é três valores, para os
candidatos que apresentarem trabalhos de sua autoria, sobre matérias de interesse para
as funções a exercer e nos quais revelem conhecimentos ou aptidões especiais
justificativos daquela valorização.
3. Em igualdade de condições entre candidatos, na graduação estabelecida
conforme os números antecedentes, observar-se-á o disposto sobre preferências na
alínea a) do n.º 1 do artigo 52.°
4. Concluída a graduação dos candidatos, será organizada a respectiva lista, por
ordem decrescente, e publicada no Diário do Governo.
Art. 55.° — 1. Da classificação final e graduação dos candidatos cabe recurso para o
Presidente do Conselho, a interpor, no prazo de dez dias, a contar da publicação da lista,
mediante requerimento, a apresentar na sede do Instituto ou nas delegações insulares,
em que se exponham os fundamentos do recurso.
2. Os recursos serão submetidos a decisão, depois de o júri se pronunciar sobre os
respectivos fundamentos, no prazo máximo de oito dias.
3. Os recursos não podem ter por objecto os juízos de valor formulados pelos júris
ou os critérios de valorização de provas por eles adoptados, a não ser nos casos em que
os mesmos estejam vinculados à observância de critérios fixados em regulamento.
4. As decisões que neguem provimento aos recursos serão notificadas aos
recorrentes pelo Instituto, mediante ofício expedido sob registo.
5. Se os recursos obtiverem provimento, será publicada no Diário do Governo nova
lista com as classificações e graduação devidamente rectificadas.

CAPÍTULO VI - Do provimento dos candidatos aprovados


Art. 56.° O provimento das vagas será feito pela ordem de graduação constante das
listas publicadas nos termos dos artigos 53.° e 54.°
Art. 57.° — 1. Para os lugares de ingresso, os concorrentes, à medida que lhes
couber o provimento, serão convidados, por ofício expedido sob registo e com aviso de
recepção, a apresentar ou fazer apresentar na sede do Instituto, no prazo de quinze dias,
os documentos necessários à prova dos requisitos legais exigidos que ainda não tenham
apresentado ou cujo prazo de validades já tenha expirado, sob pena de perda dos
direitos conferidos pelo concurso.
2. O ofício será remetido para a residência indicada no requerimento de admissão ao
concurso, salvo se o interessado tiver comunicado posteriormente ao Instituto, por
escrito, a mudança de residência.
3. É aplicável às comunicações previstas no número antecedente o disposto nos
n.os 3 e 4 do artigo 28.°
4. Tratando-se de lugares de dactilógrafo de delegação insular, a apresentação dos
documentos, por parte de candidatos residentes na respectiva área, deverá ser feita na
própria delegação.

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5. O prazo a que se refere o n.º 1 poderá ser prorrogado a pedido dos interessados,
nos casos de força maior, devidamente justificados.
Art. 58.° No provimento dos lugares, desde que o número de vagas o permita,
procurar-se-á atender às preferências manifestadas pelos candidatos no requerimento de
admissão ao concurso ou em declaração posterior.
Art. 59.° — 1. Os candidatos poderão desistir da primeira vaga para que sejam
chamados, passando neste caso, para o último lugar da lista de graduação do concurso.
2. A segunda desistência implica a perda dos direitos conferidos pelo concurso e a
impossibilidade de admissão a outro concurso para a mesma categoria ou para a
imediata.
3. A sanção prevista na última parte do número anterior não prejudica a admissão
obrigatória a novo concurso de promoção, nos termos do disposto no nº 2 do artigo 8 °
Art 60.º Os funcionários que sejam providos ou promovidos mediante concurso, por
desistência de candidatos com melhor graduação, nos termos do artigo anterior, não
poderão ser transferidos para outras vagas enquanto não tiverem sido providos ou
promovidos os restantes candidatos aprovados no mesmo concurso.
Presidência do Conselho, 12 de Julho de 1967. – O Presidente do Conselho, António
de Oliveira Salazar.

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