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1. Introdução...........................................................................................................................2

1.2. Objectivos.......................................................................................................................3

1.2.1. Objectivo geral.........................................................................................................3

1.2.2. Objectivos específicos.............................................................................................3

2. Revisão da literatura...........................................................................................................4

2.1. Breve resumo histórico da magistratura no ministério publico em Moçambique..............4

2.2. Conceito de magistratura.............................................................................................7

2.3. Atividade jurisdicional e hierarquia administrativa da Magistratura..........................8

2.4. DEVERES, INCOMPATIBILIDADES, DIREITOS E REGALIAS DOS


MAGISTRADOS JUDICIAIS...................................................................................................9

2.5. Autonomia e responsabilização dos magistrados e advogados...................................9

3. Conclusão.............................................................................................................................11

4. Referência bibliográfica.......................................................................................................12
1. Introdução
O Ministério Público é um órgão de administração da justiça, integrado na função judicial do
Estado. É uma magistratura paralela e independente da magistratura judicial. Os agentes do
Ministério Público são magistrados em termos equiparáveis aos juízes: devem agir sempre
com estrita obediência à lei, com objectividade e isenção. A carreira dos magistrados do
Ministério Público processa-se em três categorias: procurador-adjunto (base), procurador da
República e procurador-geral adjunto (topo). O Ministério Público é uma instituição que tem
por finalidade garantir o direito à igualdade e a igualdade perante o Direito, bem como o
rigoroso cumprimento das leis à luz dos princípios democráticos. Ministério Público muitas
funções. Por exemplo, exercer a acção penal, dirigir a investigação criminal, participar na
execução da política criminal, representar o Estado, defender a legalidade democrática,
defender os direitos e interesses das crianças e jovens, exercer o patrocínio oficioso dos
trabalhadores e suas famílias na defesa dos seus direitos de carácter social, defender os
interesses colectivos e difusos, defender a independência dos tribunais e velar para que a
função jurisdicional se exerça em conformidade com a Constituição e as leis. O Ministério
Público goza de autonomia em relação aos demais órgãos do poder central, regional e local,
sejam eles de natureza legislativa, executiva ou judicial. Os magistrados do Ministério
Público também são autónomos dentro do próprio Ministério Público: estão vinculados a
critérios de legalidade e objetividade e sujeitos apenas às diretivas, ordens e instruções
previstas no Estatuto do Ministério Público e que sejam conformes à lei. O Ministério
Público é uma magistratura hierarquizada, o que não colide com a autonomia dos
magistrados. A hierarquia do Ministério Público é exclusivamente interna e consiste na
subordinação dos magistrados aos seus concretos superiores hierárquicos, nos termos
definidos no Estatuto, e na consequente obrigação de acatamento por aqueles das directivas,
ordens e instruções recebidas. Os magistrados do Ministério Público podem solicitar ao
superior hierárquico que a ordem ou instrução sejam emitidas por escrito, devendo sempre sê-
lo por esta forma quando se destine a produzir efeitos em processo determinado.

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1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
 Descrever a carreira dos magistrados no ministério publico;
1.2.2. Objectivos específicos
 Conceito de magistratura;
 Breve resumo histórico da magistratura no ministério publico em Moçambique;
 Atividade jurisdicional e hierarquia administrativa da Magistratura;

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2. Revisão da literatura

O Ministério Público é um órgão de administração da justiça, integrado na função judicial do


Estado.

2.1. Breve resumo histórico da magistratura no ministério publico em Moçambique.

A República de Moçambique, situada no litoral sudoeste da África, tem 801.590 km 2 e cerca
de 26 milhões de habitantes. Colonizada por portugueses, que lá chegaram em 1498, Maputo
é a sua capital. O idioma oficial é o português, porém se falam mais 23 dialetos em seu
extenso território. Rica em gás e carvão mineral, guarda, em vários aspectos, semelhanças
com o Brasil, país com o qual mantém relações próximas. Após um longo período de
guerrilha, Moçambique tornou-se independente de Portugal em 1975, adotando o regime
comunista, com apenas um partido político (Frente de Libertação de Moçambique – Frelimo),
e mantendo relações próximas com Cuba e a extinta União Soviética.

Em 1990 foi promulgada nova Constituição, adotando-se o sistema multipartidário e o


sistema capitalista. A Constituição de 1990 sofreu modificações em 2004 e logo ao início
reconhece o pluralismo jurídico, ou seja, a existência de vários sistemas normativos e de
resolução de conflitos.

Isso significa que, atenta a uma realidade que une diversas etnias e culturas, a Carta Magna
admite a existência de formas de solução fora do sistema judicial do Estado. Procura-se, de
forma inteligente, conciliar o antigo, representando pelas práticas milenares das populações
tradicionais, com o novo, trazido, via Portugal, por novas práticas dos países da União
Europeia, com ênfase ao Estado de Direito e à proteção dos direitos fundamentais.

A Constituição prevê a existência do Tribunal Supremo (TS), Tribunal Administrativo (TA) e


Tribunais Judiciais. Na área dos Tribunais Administrativos, existem cortes especializadas,
por exemplo, em questões aduaneiras e fiscais, que se reportam ao TA, e não ao TS.

Além dos Tribunais Judiciários, há um Conselho Constitucional, composto de sete juízes


conselheiros, a quem compete o controle de constitucionalidade das leis e que, inclusive,
atende consulta do Poder Executivo sobre a constitucionalidade de um projeto de lei antes
que ele seja promulgado. Portanto, não cabe aos Tribunais Judiciais reconhecer
inconstitucionalidade de leis.

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A magistratura de carreira é exercida por magistrados judiciais e magistrados do Ministério
Público. O ingresso é por concurso e depois faz-se um curso de um ano, findo ao qual os
participantes escolhem se serão juízes ou procuradores da República. A partir daí seguirão
carreiras diferentes e se subordinarão a conselhos diversos.

Os vencimentos são baixos, o que se explica pelo baixo Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) da ONU, que coloca o país na modesta 181ª colocação (o Brasil está no 79º lugar). Um
juiz inicia sua carreira no Tribunal Distrital (pequenas causas) recebendo em torno de 500
dólares. No cargo mais alto da hierarquia, Tribunal Supremo, recebe cerca de 2 mil dólares.

A carreira da magistratura judicial é estabelecida pela Lei 7/2009, que é o Estatuto dos
Magistrados Judiciais. Todos os cargos denominam-se juízes, vindo em seguida a
especificação. Assim, temos, juiz conselheiro, no TS, juiz desembargador (Tribunal Superior
de Recurso, equivalente ao nosso Tribunal de Justiça), juiz de Direito A e B (Tribunal
Judicial de Província, equivalente ao nosso juiz de Direito, mas que julga recursos em casos
de pequeno valor) e juiz de Direito C e D (Tribunais Distritais, equivalentes ao nosso Juizado
Especial de Pequenas Causas).

Muito embora reduzidos os vencimentos, o estatuto prevê as vantagens do cargo. Assim, os


juízes conselheiros e os juízes desembargadores têm o título de venerando. Os conselheiros
fazem jus a veículo oficial, verba de representação, passaporte diplomático extensivo ao
cônjuge e filhos e passagem em classe executiva. Os juízes de Direito têm o título de
meritíssimo.

Toda a carreira é regulada pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, previsto no artigo
128 e seguintes do estatuto. Ele é composto por 16 membros, com mandato de 5 anos, sendo
presidido pelo presidente do TS. Todas as atividades judiciárias emanam do conselho, por
exemplo, propor a nomeação de juízes, fiscalização, inspeções, apresentação do orçamento e
promoção, sendo que esta exige três anos de permanência no cargo e avaliação com, no
mínimo, a classificação "bom". Entre as penalidades disciplinares existe a de despromoção.

O sistema prevê, ainda, no artigo 216 da Constituição, juízes eleitos, que só atuam em
primeira instância e sobre matéria de fato. Esse juiz tem por principal função, facilitar
acordos, explicar ao juiz de Direito os costumes locais ou serem tradutores dos dialetos das

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partes ou testemunhas. A forma de indicação e outros dados está prevista no artigo 79 e
seguintes da Lei 10/92.

Há, todavia, discussão jurídica sobre a vigência da legislação que trata dos juízes eleitos,
sustentando alguns que a Lei 10/92 foi revogada pela Constituição de 2004. Por outro lado,
dificuldades surgem na sua atuação, como a resistência dos juízes de Direito e até a falta de
pagamento de seus vencimentos, fato que levou os que atuam no Tribunal da Província de
Nampula a suspenderem suas atividades, reclamando quitação dos atrasados.

A Constituição também reconhece os Tribunais Comunitários, e a Lei 10/92 regulamentou-


os. Basicamente, deliberam e promovem conciliação sobre pequenas controvérsias de
natureza civil, seguindo os usos e costumes locais. Decidem, também, pequenos delitos em
que não haja pena de prisão. Julgam por equidade e bom senso. Assemelham-se aos nossos
antigos juízes de Paz, praticamente extintos com a Constituição de 1988.

O Ministério Público tem tratamento à parte e, muito embora tenha evoluído muito com o
Estatuto do Ministério Público, não goza de todas as prerrogativas como no Brasil. Por
exemplo, segundo o artigo 239 da Constituição, o procurador-geral da República não precisa
ser membro da carreira. O Conselho Superior do Ministério Público é o órgão de gestão e
disciplina, tendo os seus 10 integrantes o título de conselheiro e um mandato de cinco anos.

Registre-se, ainda que todos os cursos de formação, não só para os juízes, mas também para
os agentes do Ministério Público, membros da Polícia Judiciária e funcionários judiciais, são
dados pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária, órgão tradicionalmente coordenado por
magistrados judiciais, mas subordinado ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e
Religiosos.

Em que pese seus avanços e a vigência de um estado de Direito, Moçambique ainda encontra
dificuldades para levar aos tribunais os ilícitos de corrupção de maior gravidade. A título de
exemplo, menciona-se que “a Odebrecht admitiu, contudo, ter pago luvas, avaliadas em 900
mil dólares, a funcionários do Governo de Moçambique entre 2011 e 2014. O objetivo era
obter o contrato de construção de um aeroporto em Nacala, no norte, a única obra da empresa
brasileira no país. Inicialmente orçado em 90 milhões de dólares, o projeto acabou por custar
216,5 milhões”.

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Ao contrário do que ocorre no Brasil, tais casos não têm gerado a prisão dos envolvidos e
nem sequer julgamento de mérito. Entre as razões para tal fato cita-se a inexistência em
Moçambique de lei permitindo a delação premiada.

Eis, em síntese, as bases do sistema de Justiça de Moçambique. Conhecê-lo, com suas boas
iniciativas e também dificuldades, é importante para o profissional do Direito em um mundo
globalizado. Além disso, o Brasil é presença constante em Moçambique, onde, entre outras
coisas, realiza a exploração do carvão mineral em larga escala.

2.2. Conceito de magistratura

Magistratura é a carreira de Estado que tem a atribuição constitucional de administrar Justiça


no exercício do Poder Judiciário. 

A carreira da Magistratura é dividida em classes, composta por Magistrados, que de forma


permanente ou temporária ocupam cargos e atuam com competências estabelecidas por lei.

São Magistrados os Ministros dos Tribunais Superiores, os Desembargadores e Juízes dos


Tribunais locais.

De acordo com Cândido Rangel Dinamarco, Magistratura é o “conjunto das pessoas


investidas nos órgãos judiciários para o exercício da jurisdição, ou seja, o conjunto dos juízes
do país”.1 

O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa assim descreve o significado do termo:

“Magistratura [Do lat. Magistratus, magistrado + -ura.) S.f. 1. Dignidade ou funções de


magistrado. 2. A classe dos magistrados. 3. Duração do cargo do magistrado. -Magistratura
em pé. O Ministério Público”.2 

Décio Cretton conceitua a Magistratura como sendo “o conjunto de juízes de todos os graus
que compõem o Poder Judiciário de cada país”.3 

Cassio Scarpinella Bueno4 adverte que não se deve tomar o continente pelo conteúdo,
diferenciando Magistratura de Magistrado, que conceitua como sendo a pessoa natural
integrante da Magistratura, que recebe denominações diversas (Ministro, Desembargador ou
Juiz), mas em termos gerais pode ser tratado pelo substantivo Juiz. 

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2.3. Atividade jurisdicional e hierarquia administrativa da Magistratura
Embora subdivididos em instâncias, ou graus de jurisdição, no exercício da atividade
jurisdicional não há subordinação do magistrado a Tribunal ou ao Conselho Nacional de
Justiça. Inexististe hierarquia, considerada como um dos Poderes inerentes à Administração
Pública, no sentido de permitir a interferência na autonomia e independência do julgamento
do magistrado de instância inferior.

O modo de revisão das decisões judiciais observa os mecanismos processuais adequados para
impugnação, que não se confundem com subordinação hierárquica funcional.

Como ressaltado por Humberto Theodoro Júnior, 5  os tribunais estão posicionados em grau
superior em relação aos juízos de primeiro grau, em hierarquia jurisdicional, por atribuição de
competência recursal decorrente do princípio do duplo grau de jurisdição. 

Necessário ponderar, contudo, que o juiz também exerce funções atípicas quando, v.g.,
assume a diretoria de fórum, a administração de prédio, integra a assessoria da alta
administração do Tribunal, preside procedimentos licitatórios, etc. 

Ao realizar essas atividades, que não são próprias do Poder Judiciário, está submetido
hierarquicamente não apenas ao Tribunal respectivo, como a controle do Conselho Nacional
de Justiça e do correspondente Tribunal de Contas. 

Estes atos de administração atípicos da função jurisdicional estão sujeitos ao controle de


revisão, à invalidação ou revogação, inclusive de ofício, pelos órgãos superiores,
submetendo-se à hierarquia administrativa.

Sob o aspecto ético o juiz está subordinado a Poder Disciplinar que é exercitado pelas
Corregedorias Gerais de Justiça, pela Corregedoria Nacional de Justiça e pelos colegiados
incumbidos de fiscalização e aplicação de medidas punitivas (Tribunal Pleno, Órgão Especial
e Plenário do Conselho Nacional de Justiça).

Embora integrantes da estrutura do Poder Judiciário, esses órgãos, quando exercem o Poder
Disciplinar, praticam atos administrativos e não atos jurisdicionais. Por isso mesmo, essa
aplicação do Poder Administrativo Disciplinar está sujeita a controle judicial.

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A legislação processual, a par de definir as atividades e meios destinados à solução dos
conflitos submetidos ao Poder Judiciário, também define quem são os personagens do
processo, prescrevendo a atuação do juiz, dos auxiliares da Justiça, das partes, Ministério
Público, advogados e de todos aqueles que de alguma forma possam intervir no processo. 

Para que o Poder Judiciário possa atender ao seu mister constitucional de administração da
Justiça, no âmbito da estrutura destinada ao cumprimento de sua função, é necessária a
organização da Magistratura que pode ser compreendida sob a acepção objetiva ou subjetiva.

2.4. DEVERES, INCOMPATIBILIDADES, DIREITOS E REGALIAS DOS


MAGISTRADOS JUDICIAIS

Os magistrados judiciais têm domicílio necessário na sede do juízo onde exercem funções,
podendo, todavia, residir em qualquer ponto da comarca, desde que não haja inconveniente
para o exercício de funções. Quando as circunstâncias o justifiquem, e não haja prejuízo para
o exercício das suas funções, os juízes de direito podem ser autorizados pelo Conselho
Superior da Magistratura a residir em local diferente do previsto no número anterior. Os
juízes do Supremo Tribunal de Justiça e das relações estão dispensados da obrigação de
domicílio, salvo determinação em contrário do Conselho Superior da Magistratura, por
motivo de serviço.

2.5. Autonomia e responsabilização dos magistrados e advogados

A independência do judiciário foi reconhecida pela primeira vez em Moçambique na


Constituição de 1990. Desde então, registaram-se avanços significativos quanto à garantia do
respeito pela separação entre o Executivo e o Judiciário, mas desafios ainda existem. A
tensão entre o Judiciário e o Executivo constitui uma questão de base fundamental. Além
disso, a falta de juízes, de procuradores e de advogados formados e qualificados continua a
ser um dos problemas mais críticos do sector da justiça. Apesar das melhorias introduzidas
em termos de formação, os números estão muito aquém das necessidades dos cidadãos
moçambicanos, particularmente dos que vivem fora de Maputo.

Juízes Independência do judiciário Um juiz não deverá apenas estar livre de conexões
inapropriadas com os poderes Executivo e Legislativo e de influências inadequadas por parte
dos citados poderes; deverá também parecer livre aos olhos de um observador razoável.220 A
separação formal de poderes entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário foi pela primeira

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vez consagrada na Constituição de 1990. Até então, como estabelecido na Constituição de
1975

na Lei da Organização Judiciária de Moçambique,221 todos os níveis de tribunais


submetiamse à autoridade da Assembleia Popular e, para efeitos administrativos, à tutela do
Ministério da Justiça, que tinha poderes para nomear, transferir ou exonerar juízes. A
Constituição de 1990 criou os alicerces para um novo sistema, definindo os tribunais como
um órgão de soberania, juntamente com o Presidente da República, a Assembleia da
República, o Conselho de Ministros e o Conselho Constitucional.222 Estes princípios
constitucionais foram codificados no Estatuto dos Magistrados Judiciais de 1991223 e na Lei
Orgânica dos Tribunais Judiciais de 1992.224 O art. 4 do Estatuto dos Magistrados Judiciais
estabelece claramente que: Os magistrados judiciais julgam apenas segundo a Constituição, a
lei e a sua consciência, não estando sujeitos a ordens ou instruções, salvo o dever de
acatamento pelos tribunais inferiores das decisões proferidas, em via de recurso, pelos
tribunais superiores.225 A Constituição de 1990 consagrou igualmente a existência de um
órgão de supervisão independente responsável pelo judiciário, o Conselho Superior da
Magistratura Judicial (CSMJ),226 composto por 16 membros: o Presidente do Tribunal
Supremo (que é ex officio Presidente do Conselho),227 o Vice-Presidente do Tribunal
Supremo, dois membros nomeados pelo Presidente da República, cinco membros nomeados
pela Assembleia da República com base na sua representação proporcional e sete juízes
eleitos pelos seus pares.228 A Constituição de 2004 reforçou o quadro estabelecido pela
Constituição de 1990, procurando garantir a independência política e administrativa do
judiciário. A Constituição de 2004 estabelece que: Os tribunais são uma instituição com
autoridade soberana, igual às outras instituições com autoridade soberana, tal como
estabelecido nos princípios de separação e interdependência de poderes constantes da
Constituição (art.133, 134); Os juízes são independentes e apenas devem obediência à lei.
Eles são imparciais e não podem ser exonerados das suas funções (não podem ser
transferidos, suspensos, reformados compulsivamente ou despedidos), excepto nos casos
estabelecidos na lei (art. 217, 218, n.o 2); Os juízes apenas podem ser responsabilizados em
processos cíveis, criminais ou disciplinares, por actos cometidos durante o exercício das suas
funções nos casos especificados na lei (art. 218, n.o1)

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3. Conclusão

O Ministério Público tem tratamento à parte e, muito embora tenha evoluído muito com o
Estatuto do Ministério Público[6], não goza de todas as prerrogativas como no Brasil. Por
exemplo, segundo o artigo 239 da Constituição, o procurador-geral da República não precisa
ser membro da carreira. O Conselho Superior do Ministério Público é o órgão de gestão e
disciplina, tendo os seus 10 integrantes o título de conselheiro e um mandato de cinco anos.

Moçambique ainda encontra dificuldades para levar aos tribunais os ilícitos de corrupção de
maior gravidade. A título de exemplo, menciona-se que “a Odebrecht admitiu, contudo, ter
pago luvas, avaliadas em 900 mil dólares, a funcionários do Governo de Moçambique entre
2011 e 2014. O objetivo era obter o contrato de construção de um aeroporto em Nacala, no
norte, a única obra da empresa brasileira no país. Inicialmente orçado em 90 milhões de
dólares, o projeto acabou por custar 216,5 milhões.

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4. Referência bibliográfica

www.ministeriopublico.pt/iframe/estatuto-do-ministerio-publico, acesso 29/9/2017.


www.pgr.gov.mz/index.php/conselho-superior-da-magistratura-do-ministerio-publico
ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil. 12. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008. Volume 2: processo de conhecimento.

BERTELLI, Vilson; SÁ, Luiza Vieira. Magistratura: história, legislação e realidade. Campo


Grande: TJMS, 2009.

DAMASCENO, João Batista. Judiciário e república. São Paulo: Estúdio Editores.com, 2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 8. ed. São Paulo:


Malheiros Editores, 2016. Volume 1.

DINAMARCO, Cândido Rangel; LOPES, Bruno Vasconcelos Carrilho. Teoria geral do


novo processo civil. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.

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