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ROSANGELA TRAJANO
A MENINA ANSIOSA
A menina ansiosa
Rosângela Trajano
Era uma vez uma menina bastante ansiosa. Tinha ansiedade por tudo. Quando
era dia de prova a sua ansiedade aumentava e dois dias antes já começava a
ficar preocupada. Estudava muito, mas acabava dando um branco na sua
cabecinha no dia da prova, pois ficava tensa e perturbada.
A menina ansiosa sentia o coração acelerar, suor pelo corpo, mexia o pezinho
direito pra lá e pra cá, ficava impaciente e com medo de que alguma coisa
muito estranha acontecesse. Os sintomas eram horríveis!
Porém, a menina começou a brincar mais com as suas amigas, a se sujar toda
de lama, a correr pelo pátio, a subir nas árvores e foi esquecendo a ansiedade
aos poucos. De forma, que aprendeu a saber esperar o momento exato das
coisas para se preocupar com elas e nunca preocupar-se demasiadamente.
A menina ansiosa sabia que se continuasse daquele jeito acabaria ficando
doente e precisaria de ajuda psicológica. Então, em conversa com a sua vovó
seguiu os seus conselhos e nunca mais ficou ansiosa diante de algo que só
aconteceria num futuro próximo e que de nada adiantava ela ficar ansiosa para
o dia chegar rápido, pois acabaria prejudicando a si mesma. Tinha mais era
que brincar e esquecer das coisas, disse a vovó.
– Ansiedade é coisa séria, minha netinha.
– Eu sei, vovó, mas não consigo controlar as minhas emoções.
– Vá brincar! Brinque muito para esquecer as coisas que passam nessa
cabecinha!
– Posso ir brincar agora? E o meu dever de casa?
– Vá brincar! A gente faz o dever de casa mais tarde. Desde que você não
esqueça dele.
Então, a menina soltava o caderno e o lápis e se jogava em cima das suas
bonecas e ursinhos de pelúcias, esquecendo-se da sua ansiedade.
1 – O que é ansiedade?
O MENINO DA AUTOESTIMA
O menino da autoestima
Rosângela Trajano
Era uma vez um menino que tinha uma linda autoestima! Gostava de si,
gostava do seu jeito alegre de ser e de conversar com as pessoas.
O menino quando se olhava no espelho via uma pessoa feliz, bonita e
saudável. Era ele aquele menino do espelho! Sabia que era o mais belo de
todos os meninos!
Quando o menino da autoestima recebia uma crítica não ficava aborrecido, não
abaixava a cabeça e nem entristecia, simplesmente sorria e continuava o seu
andar com os passinhos apressados.
Aquele menino dos olhos trocados, narigudo e de cabelos vermelhos se amava
por dentro e por fora. Nem ligava quando as pessoas diziam que era feio, pois
aprendera com a vovó a se amar do jeito que era, ou seja, aprendera que ter
autoestima era uma coisa boa para o seu crescimento emocional.
O menino dizia a todos que quem tem autoestima é mais feliz, porque aprende
a se amar e respeita os seus sentimentos e emoções. Diziam que ele era
chorão. E daí? Chorar, às vezes, é bom para aliviar a dor. Não importa muito o
que as pessoas nos dizem, mas o que pensamos sobre nós.
É preciso gostar da gente, comentava o menino. Gostar dos nossos defeitos,
também, pois com eles aprendemos a ser melhores.
1 – O que é autoestima?
Rosângela Trajano
Era uma vez um menino que tinha medo do escuro. Quando a mamãe
desligava a luz do quarto, o menino ficava a ver monstros e dragões, tremia-se
de assustado.
Certo dia, apareceu um vaga-lume no quarto do menino e lhe disse que não
tivesse medo, pois estaria com ele sempre que pudesse e que o escuro serve
para nos acalmar e nos fazer dormir mais tranquilos.
O menino ficou feliz ao ver o vaga-lume, mas não compreendeu bem o que ele
disse e perguntou
1 – O que é o medo?
Rosângela Trajano
Era uma vez um menino miudinho, narigudo, cabeção e muito meigo para com
as pessoas ao seu redor.
Mas, aquele menino narigudo se sentia sozinho mesmo estando rodeado por
pessoas. Ele não sabia dizer o motivo, porém sentia solidão em todos os
lugares que ia.
Tinha um cachorro bonito e que latia forte, ainda assim sentia-se sozinho.
Era preciso fazer alguma coisa para curar a solidão daquele menino quieto e
que não costumava falar muito diante dos outros.
Mas nem indo ao psicólogo o menino teve jeito. Então, o pai ficou preocupado
Fazer algo que gostava encheu os vazios da alma do menino e ele nunca mais
se sentiu sozinho. Onde chegava mostrava o seu caderninho cheio de poesias,
e as pessoas liam e se encantavam com os seus escritos.
O mais importante que o menino narigudo fez foi falar de si na sua poesia, ou
seja, colocar tudo o que sentia naquilo que escrevia. O que fez com que a
solidão fosse desaparecendo aos poucos e se sentisse completo, uma
completude alegre e cheia de beleza.
É preciso descobrir algo que gostamos de fazer e assim não nos sentiremos
mais sozinhos mesmo rodeado de pessoas. Agora, o menino narigudo tem
muita gente perto de si e não fica mais no canto da parede, tímido, à procura
de um outro, pois encontrou a si mesmo dentro da poesia e pôde reinventar-se
um milhão de vezes.
– E quem não sabe fazer poesia como faz para não se sentir sozinho?,
perguntou a amiguinha.
– Faz outra coisa que gosta! Pode ser desenhos, cartas, diários… tem sempre
algo que a gente gosta de fazer.
– Se você realmente se sente sozinha vai descobrir algo que gosta de fazer. As
pessoas sozinhas são criativas e habilidosas nas artes em geral.
– Quando a solidão bater bem forte em você pense no que pode fazer para
afastá-la. O seu pensamento vai mostrar uma solução.
O menino que não era mais narigudo fez uma poesia para a sua amiguinha que
ficou bastante agradecida e determinada a pensar em algo para acabar com a
sua solidão igual fez o menino.
Exercícios para reflexão.
1 – O que é solidão?
A MENINA CARENTE
A menina carente
Rosângela Trajano
Era uma vez uma menina bastante carente, ou seja, tinha necessidade de
carinho.
A menina carente vivia pelos cantos da casa, ninguém ligava para ela, ninguém
lhe dava atenção, ninguém lhe ouvia.
Não tinha amigos íntimos e nem animal de estimação. Os seus papais não
tinham tempo para ela, e só se preocupavam com coisas muito importantes.
– De carinho.
A menina tomou um susto ao ouvir aquilo. Ela pensou como daria carinho à
borboleta se nunca tinha recebido de ninguém e nem sabia direito como se
fazia aquilo.
– Só isso?
Então, a menina atendeu ao pedido da borboleta e fez cócegas nas suas asas
amarelas com bolinhas azuis. Enquanto recebia o carinho da menina, a
borboleta decidiu cantar uma linda canção para ela.
– É verdade?
– Achei linda sua canção! Foi a primeira vez que alguém cantou para mim!
– Foi a primeira vez que alguém fez cócegas nas minhas asas! É preciso fazer
algo pelas pessoas.
A menina terminou de fazer cócegas nas asas da borboleta e ela voou para
fora da janela. Foi embora toda contente por deixar de ser carente e a menina
também estava alegre por compreender o que disse-lhe a borboleta.
O MENINO DO RISINHO
O menino do risinho
Rosângela Trajano
Era uma vez um menino que gostava de sorrir. Tudo trazia-lhe contentamento.
Quando passeava com a mamãe sorria às pessoas que nunca tinha visto, às
plantas, aos animais, às nuvens e ao sol.
O menino do risinho sabia que sorrir deixa a gente mais bonito e saudável.
Quem sorri muito custa a adoecer, dizia a vovó. Logo, o menino aprendeu a
colocar um sorriso gigante no rosto, daqueles que vão de uma ponta a outra da
sua carinha redonda.
O menino do risinho nunca ficava triste por muito tempo. Nem mesmo quando
o seu cachorro morreu. Foi só uns dias de tristeza e saudades, depois ele
voltou a abrir um sorriso do tamanho do mundo para todos de casa que ficaram
felizes ao vê-lo sorrindo, novamente.
Às vezes há coisas que nos deixam tristes e nos roubam o sorriso, mas não
devemos permitir que isso dure muito tempo. Um sorriso é o melhor remédio
para quem sofre de esteliptocosodose. O que é isso, menino? Não sei, inventei
para dizer que sorrir é bom demais!
1 – O que é um sorriso?