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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

AULA 04
PROFESSOR: CARLOS DHIEGO CAMPOS LIRA
dcclira@gmail.com
As manifestações
3. PATOLOGIAS DE UMIDADE
patológicas de umidade
apresentam diversas formas


de manifestação
Manchas, bolhas e eflorescências
Formação de bolor
entre as

quais pode-se
Aparecimento de fissuras e trincascitar:

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▪ Manchas

As manchas podem se manifestar acompanhadas ou não da


formação de eflorescências ou vesículas.

Para ocorrer a eflorescência, é determinante haver a presença e


a ação dissolvente da água (FIORITO, 1994).

As vesículas podem ser causadas por uma série de fatores tais


como, a existência de pedras de cal não completamente extintas,
matérias orgânicas contidas nos agregados, torrões de argila
dispersos na argamassa ou outras impurezas (BAUER, 1994).

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▪ Manchas

No caso de tintas impermeáveis, a eflorescência deposita-se


entre a camada de tinta e a camada de reboco, desta forma,
comprometendo a aderência entre ambas. Estas tintas são
também responsáveis pela formação de bolhas que resultam da
percolação da água através da alvenaria acumulando entre o
revestimento e a tinta.

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▪ Aparecimento de fissuras e trincas

◼ As trincas provocadas por variação de umidade dos materiais de


construção, entre um caso e outro, podem apresentar variação de
abertura em função das propriedades higrotérmicas dos materiais
e das amplitudes de variação da temperatura ou da umidade
(THOMAZ, 1989);

◼ Um tipo de fissura bastante característico ocorre verticalmente no


terço médio da parede, podendo ser causada tanto pela contração
de secagem do componente de alvenaria quanto por suas
movimentações reversíveis;

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◼ Em estudo realizado pelo IPT com blocos vazados de
solo-cimento, pode-se constatar o aparecimento de
microfissuras verticais nas paredes de blocos, após a
ocorrência de chuvas que provocaram o umedecimento
das paredes;

◼ Como os blocos haviam sido empregados na obra com


idade superior a 90 dias, deduziu-se que as fissuras
eram ocasionadas por movimentações reversíveis
originadas pela brusca variação de umidade;

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◼ Movimentações reversíveis ou irreversíveis podem originar
também destacamentos entre componentes de alvenaria e
argamassa de assentamento em função de inúmeros
fatores tais como, aderência entre a argamassa e
componentes de alvenaria, tipo de junta adotada, módulo
de deformação dos materiais em contato, propriedades
higroscópicas desses materiais e intensidade da variação
de umidade (THOMAZ, 1989);

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◼ Trincas horizontais também podem aparecer na base das
paredes, onde os componentes de alvenaria em contato direto
com o solo absorvem sua umidade, apresentando
movimentações diferenciadas em relação às fiadas superiores
que estão sujeitas à insolação direta e à perda de água por
evaporação. Essas trincas quase sempre estão acompanhadas
por eflorescências o que facilita seu diagnóstico;

◼ Outro tipo bastante característico de fissura causada por


umidade é aquele presente no topo de muros pela absorção de
água (de chuva ou mesmo de orvalho), uma vez que a
argamassa do topo da parede movimenta-se diferencialmente
em relação ao corpo do muro e acaba destacando-se do mesmo.

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• Quando se trata de umidade, os problemas podem estar
presentes em todas as fases de uma edificação, desde o
projeto até a manutenção;

• É essencial que sejam corrigidos os defeitos na fase de


projeto, a prevenção é a melhor solução;

• A escolha dos materiais usados e tipos de sistemas


construtivos ajudarão a prevenir o surgimento de danos
por umidade, assim como uma impermeabilização de
qualidade.
• Deve-se ter atenção na escolha da impermeabilização, já
que reparos e uma nova aplicação são dispendiosos;

• É frequente a falha de não se dar atenção ao sistema de


impermeabilização, gerando gastos superiores a primeira
impermeabilização;

• Também deve ser levado em conta o microclima em que se


insere a edificação, o qual é de suma importância para se
evitar a ação de água como a agente de patologias;

• A incidência de chuva e vento pode variar de uma fachada


para outra, exigindo características especiais e cuidados.
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FISSURAS CAUSADAS POR


ALTERAÇÕES QUÍMICAS DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

1. GENERALIDADES

Os materiais de construção são susceptíveis de deterioração pela


ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas.

Edifícios que abrigam fábricas de laticínios, cervejas, álcool, açúcar,


sal, celulose e produtos químicos em geral podem ter seus materiais
e componentes seriamente avariados por essas substâncias.

Nesses casos, as patologias manifestam-se frequentemente na


forma de lixiviação.
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2. CARBONATAÇÃO

Quando o concreto é exposto ao gás carbônico (CO2), a solução


alcalina existente em seus poros pode ter seu pH reduzido;

A alta alcalinidade (pH › 12,0) devida, principalmente, à presença


de hidróxido de cálcio – Ca (OH)2 – proveniente das reações químicas
de hidratação do cimento, pode ser reduzida;

Ca (OH)2 + CO2 Ca CO3 (pH < 9,4);


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A carbonatação neutraliza a natureza alcalina da pasta de cimento


hidratada, prejudicando a proteção do aço contra a corrosão;

Quando a frente com pH baixo atinge a superfície da armadura, a


película passivadora é rompida, podendo haver corrosão;

A extensão da carbonatação pode ser determinada com facilidade


pelo tratamento de uma superfície recentemente exposta com uma
solução de fenolftaleína – o Ca (OH)2 se torna rosa e a parte
carbonatada incolor ;
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3. AÇÃO DE CLORETOS

A presença de íons cloreto em estruturas de concreto armado é


uma das principais causas da corrosão de suas armaduras;

Além da água do mar e atmosferas marinhas, os cloretos podem


estar presentes em águas industriais, aditivos aceleradores de pega
que contenham Ca Cl2 , limpeza de pisos e fachadas cerâmicas com
ácido muriático, etc;

O íons cloreto agem tanto na fase inicial, com o rompimento


pontual do filme passivador, como na aceleração da propagação do
processo corrosivo;
NBR 6118/2014 - Durabilidade.

Classes de agressividade ambiental (CAA)


Qualidade do concreto
Cobrimento nominal do concreto
Base de pilar de ponte próximo ao solo úmido
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O ingresso e a progressão dos cloretos no concreto podem ser


explicados por um mecanismo duplo, de sucção e difusão;

A difusão é o transporte da matéria através da matéria, como por


exemplo a difusão de gases na atmosfera, em determinado
ambiente;

A difusão pode também ocorrer entre dois sólidos ou por um gás


partículas através de um corpo sólido;

O fenômeno pode ser estudado através das Leis de FICK, para


modelagem da difusão com a distância e o tempo;
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Deterioração das armaduras


▪ Causada pela corrosão
▪ Decorrente de processos eletroquímicos;
▪ Intensifica-se com a presença de elementos agressivos;

▪ As edificações encontram-se inseridas em meios cada


vez mais agressivos
▪ Ambientes industriais;
▪ Poluição das grandes cidades.

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Deterioração das armaduras

▪ As armaduras do concreto são invariavelmente instaladas nas


proximidades da superfície;
▪ Indispensável para proteger as barras de aço do contato com o
ambiente externo:
▪ Adensamento bem feito;
▪ Cobrimento adequado das armaduras.

▪ Esses cuidados são muitas vezes negligenciados.

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DAS
CONSTRUÇÕE
S
▪ Ocorrência de fissuração
▪ Porta de entrada para a água e o ar/poluentes;
▪ Podem iniciar ou acelerar os processos de corrosão.

▪ As reações de corrosão produzem óxido de ferro


▪ Volume muito superior ao do aço;
▪ Ocorre perda de seção e de capacidade resistente do aço;
▪ O óxido de ferro expande e agrava as fissuras existentes no concreto;
▪ As fissuras podem evoluir para um quadro de lascamento.

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Deterioração da
armadura

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4. ALTERAÇÕES ENVOLVENDO A FORM AÇÃO DE PRODUTOS


EXPANSIVOS

Hidratação retardada das cales.

Ataque por sulfatos.

Reação álcali-agregado.

Corrosão das armaduras de concreto.


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5. HIDRATAÇÃO RETARDADA DAS CALES

Uma cal bem hidratada não apresenta óxidos livres de cal e


magnésio, as cales mal hidratadas podem apresentar teores bastante
elevados desses óxidos, que são ávidos por água.

Se houver umidificação do componente ao longo de sua vida útil,


os óxidos livres tendem a hidratar-se, ocorrendo um aumento de
volume em torno de 100%.
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Em argamassas de assentamento a expansão pode provocar


fissuras horizontais no revestimento, acompanhando as juntas de
assentamento.

Entretanto, o efeito mais nocivo está nos revestimentos em


argamassa, cuja expansão tende a produzir danos generalizados no

revestimento
pulverulências). (fissuras, descolamento, desagregações e
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6. ATAQUE POR SULFATOS

É o nome genérico de uma série de processos inter-relacionados e


às vezes sequenciais que levam à decomposição da matriz cimentícia
do concreto, ocasionando queda em suas propriedades mecânica,
estabilidade dimensional e durabilidade.

O aluminato tricálcico (C3A) , constituinte do cimento, pode


reagir com sulfatos em solução formando um composto
denominado etringita. Essa reação (C3A › 5%) é acompanhada de
grande expansão.

Para que a reação ocorra é necessária a presença de cimento, de


água e de sulfatos solúveis (por isso a utilização conjunta de cimento
e gesso é perigosa).
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Os sulfatos podem provir do solo, águas contaminadas, cerâmicas


fabricadas com argilas com alto teor de sais solúveis, etc.

A água pode provir da chuva em superfícies mal impermeabilizadas,


umidade da edificação (lavagem de pisos, por exemplo), etc.

A s patologias são em forma de trincas horizontais e verticais,


quase sempre em conjunto com eflorecências.
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7. FORMAS DE DEGRADAÇÃO DO CONCRETO DEVIDO AO ATAQUE


POR SULFATOS

Segundo METHA (2008), o ataque por sulfatos pode manifestar-se de


duas formas:

EXPANSÃO E FISSURAÇÃO DO
CONCRETO;

D i m i n u i ç ã o progressiva de
resistência e perda de massa.
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8. PREVENÇÃO CONTRA O ATAQUE POR SULFATOS

Minimizar o acesso da água contendo sulfatos à estrutura (projeto


estrutural, drenagem, barreiras, revestimentos);

Produzir concreto de baixa permeabilidade (dosagem);

Seleção de materiais cimentícios adequados (por exemplo, utilização


de cimento resistente a sulfatos – RS, com baixo % de C3A);

Produzir concretos com baixa relação água cimento.


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9. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)

Não é um processo de deterioração pela ação direta do meio


ambiente;

A RAA é proveniente de reações químicas envolvendo os álcalis do


cimento Portland (K2O e Na2O) e certos minerais silicosos reativos
presentes no agregado;

Provoca expansão e fissuração do concreto, levando à perda de


resistência e módulo de elasticidade, podendo favorecer o
aparecimento de outros processos de deterioração do concreto, como
a carbonatação e corrosão das armaduras;
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Pipocamento e exsudação de um líquido viscoso (STANTON, 1940)


na descrição de investigações de estruturas fissuradas de concreto
na Califórnia;

Manifestações patológicas percebidas em estruturas localizadas em


ambientes úmidos, a presença de umidade é condição necessária ao
aparecimento dessas manifestações;

Alguns exemplos são barragens, pilares de pontes, quebra mares,


galerias de águas pluviais, etc;
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10. PREVENÇÃO CONTRA A REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA)

USO DE AGREGADOS NÃO REATIVOS.

U SO DE MATERIAIS (CIMENTOS,
PRINCIPALMENTE) COM BAIXO TEOR
DE ÁLCALIS.
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11. CHUVAS ÁCIDAS

◼ Os ambientes urbanos e industriais lançam na atmosfera uma


série de compostos que podem precipitar de forma seca ou úmida
na superfície das construções;

◼ As chuvas ácidas são resultantes da combinação de gases


presentes na poluição atmosférica com hidrogênio presente na
atmosfera sob a forma de vapor d’água;

◼ Os óxidos de enxofre produzem ácido sulfúrico (H2SO4) com pH


entre 2,2 e 4,5 (a chuva normal tem pH aproximado de 5,0);

◼ As chuvas ácidas, ao atingirem as estruturas de concreto, podem


provocar sua degradação, principalmente por dissolução da matriz
cimentícia .
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12. ZONA DE ATMOSFERA MARINHA

◼ Apesar dessa região não estar em contato direto com o mar, nela
as estruturas de concreto armado recebem uma quantidade
razoável de sais, capazes de cria depósitos salinos na superfície,
onde ocorrem ciclos de molhagem e secagem;

◼ Os ventos podem carregar os sais na forma de partículas sólidas


ou como gotas de solução salina

◼ A quantidade de sais diminui em função da distância ao mar,


reduzindo significativamente a partir de 700m (MEIRA, 2004);

◼ A forma mais frequente de degradação nesta zona é a corrosão


das armaduras do concreto pela ação dos íons cloreto.
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13. RESUMO MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO

Deterioração da superfície •Abrasão: movimento de objetos ou materiais


(equipamentos pesados, grãos no silo)
•Erosão: contato com partículas sólidas em suspensão em líquidos
(linhas de esgoto)
• Cavitação: formação e colapso subseqüente de bolhas de vapor
(mudanças súbitas de direção do fluxo)
Deterioração das armaduras • Corrosão do aço

Deterioração dos agregados • Reação álcali-agregado

Deterioração da • Ataque por sulfatos


matriz cimentícia • Ataque pela água do mar
• Ataque por ácidos
• Carbonatação
• Cristalização de sais

SKALNY (2007)
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FISSURAS CAUSADAS PELA
RETRAÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE CIMENTO

1. O FENÔMENO DA RETRAÇÃO

A r etração está associada à deformação em pastas de cimento,


concretos sem que haja qualquer tipo de
argamassas e
carregamento;

D e u m a forma geral, a principal causa da retração é a perda de


água da pasta de cimento;
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2. FORMAS DE RETRAÇÃO
Três formas de retração são as mais importantes em produtos à
base de cimento:

Retração química: a reação química entre o cimento e a água se dá


com redução de volume ;

-A hidratação do cimento resulta em produtos que possuem


características de pega e endurecimento;

-Os aluminatos (C3A) se hidratam a uma velocidade maior que os


silicatos, sua rápida hidratação deve ser desacelerada de alguma
forma (em geral, através do uso de gipsita);

-Os silicatos (C3S e C2S) compõem cerca de 75% do cimento


Portland, tendo papel dominante na taxa de desenvolvimento da
resistência mecânica do concreto
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Retração de secagem: a quantidade excedente de água,


empregada no preparo do concreto ou argamassa para a obtenção
da trabalhabilidade necessária, permanece livre no interior da
massa. Em sua evaporação ocorre retração de volume;

-A retração é tanto maior quanto maior for a velocidade de


evaporação da água, que depende da temperatura do ar,
temperatura do concreto, umidade relativa do ar e velocidade do
vento;

-A saída da água do concreto endurecido, mantido em ambiente


não saturado é a causa da retração por secagem;

- Uma parte desse movimento é irreversível


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Retração por carbonatação:

Ca (OH) 2 + CO 2 CaCO 3 + H 2 O

- A reação é acompanhada de redução de volume;

-Um processo consequente da carbonatação, além da redução de


alcalinidade, é a retração do concreto;

-A retração proveniente da carbonatação é menos importante que


a neutralização da natureza alcalina da pasta de cimento;

-A carbonatação aumenta a retração em umidades intermediárias


mas não a 25% e a 100%;
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3. RESTRIÇÃO E FISSURAÇÃO

A restrição dos componentes de concreto pode induzir à


compressão ou a tração, sendo a última a mais importante;

Existem duas formas de restrição externas e internas;

A restrição externa ocorre quando o movimento da seção de um


elemento de concreto é total ou parcialmente impedido por
elementos adjacentes rígidos;

A restrição interna existe por gradiente de temperatura e


umidade no interior da seção;
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Um exemplo de restrição interna é o de uma massa de concreto na


qual se desenvolve o calor devido à hidratação do cimento;

O calor é dissipado da superfície do concreto, ocorrendo um


gradiente de temperatura na seção e uma retração diferencial entre a
superfície e o interior do concreto;

O fenômeno pode ocorrer quando grandes volumes de concreto


simples (não armado) são lançados em barragens de gravidade
(concreto massa), onde existe risco de fissuração térmica;
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4. CONCRETAGEM DE GRANDES MASSAS (BARRAGENS)

A r eação de hidratação do cimento, sendo exotérmica, provoca a


elevação de temperatura em quantidades consideráveis;

A quantidade de calor gerada é função do teor de cimento;

O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as


condições de dissipação de energia térmica;

A baixa dissipação gera tensões que podem levar à dissipação do


concreto;

As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas


forem superiores à resistência à tração do concreto.
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O controle da temperatura de lançamento é uma das melhores


formas de evitar fissuras térmicas nas estruturas de concreto;

U m a técnica usual é adicionar gelo ou água


gelada na betoneira, durante o preparo do concreto;

O aumento de temperatura será tanto maior, quanto pior forem as


condições de dissipação de energia térmica;

O intervalo de lançamento entre camadas também é utilizado para o


controle da temperatura máxima do concreto;

As fissuras ocorrerão quando as tensões de tração desenvolvidas


forem superiores à resistência à tração do concreto.
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GAMBALE, 1998
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5. FATORES QUE INTERVÊM NA RETRAÇÃO

Composição química e finura do cimento:


a retração aumenta com a finura do cimento , seu teor de cloretos
(CaCl2 , normalmente empregado como aditivo acelerador de pega) e
alcalis (K2O e Na2O).

Quantidade de cimento adicionada à mistura:


quanto maior o consumo de cimento, maior é a retração.

Natureza dos agregados:


maior retração para os agregados com maior poder de absorção de
água (basalto e agregados leves, por exemplo).
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Granulometria dos agregados:


quanto maior a finura dos agregados, maior será a quantidade
necessária de pasta de cimento para recobri-los, e maior será ,
portanto, a retração.

Quantidade de água na mistura:


quanto maior for a relação água / cimento maior será a retração de
secagem.

Condições de cura:
Se a evaporação da água iniciar-se antes do término da pega do
aglomerante, a retração sofrerá grande aumento.

Umidade relativa do ar:


Nos ambientes mais úmidos a retração é menor.
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RECUPERAÇÃO E REFORÇO ESTRUTURAL

I- CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A necessidade de reparar ou reforçar uma estrutura restaurando sua


segurança e aumentando sua durabilidade tem sido cada vez mais
comum porque:

Estruturas mais esbeltas;

Solicitações mais intensas;


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Ambientes mais agressivos;

Consciência e maior conhecimento na manutenção;

Recuperação ou aumento do valor imóvel;

Inviabilidade de demolição e reconstrução;

Mudanças de uso da construção.


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II- MATERIAIS

1. CONCRETO

Requer um traço que altere para melhor algumas de suas

características naturais.

Podem ser necessárias:

- altas resistências iniciais;

- ausência de retração de secagem;

- elevada aderência ao substrato;

- baixa permeabilidade.
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A obtenção destas características pode se dar através de:

- aditivos plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, etc;


-adições minerais como escória de alto forno, cinzas volantes,
microssílica,etc;

- via de regra, baixa relação água/cimento.

As exigências mencionadas reduzem a viabilidade de emprego de

concreto dosado em canteiro para uso em reparos e reforços.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

A seleção do material depende do problema patológico em questão,

características da região a ser reparada (horizontal, vertical, “sobre


cabeça”), agressividade do ambiente, etc.

2. GRAUTES BASE CIMENTO

Material fluido e auto adensável no estado recém misturado,

formulado para preencher cavidades e subsequentemente tornar-se

aderente, resistente e sem retração no estado endurecido.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Conveniente para reparo em locais de acesso difícil ou em casos de

seções densamente armadas.

3. ARGAMASSAS POLIMÉRICAS

Argamassas de cimento Portland modificadas com polímeros.

Podem ser formuladas com resinas acrílicas tipo metacrilato ou com

resinas à base de PVA.


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4. ARGAMASSAS BASE EPOXI

Toleram pH na faixa de 2,0 a 10,0.

O epóxi tem boas propriedades físicas e mecânicas, além de ótima

aderência a vários tipos de superfícies.

III-PREPARO E LIMPEZA DO SUBSTRATO

1. PREPARO

São tratamentos prévios das superfícies dos componentes

estruturais.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Exemplos:

- Escarificação manual (talhadeira, marreta);

- Disco de desbaste (lixadeiras rotativas);

- Escarificação mecânica (martelete pneumático);

- Lixamento manual (lixas comuns);

- Lixamento elétrico (discos de lixa);

- Escovamento manual;

- Apicoamento com martelo.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

2. LIMPEZA DAS SUPERFÍCIES

Conjunto de procedimentos aplicados sobre os elementos estruturais


antes da aplicação dos materiais de reparo.

Exemplos:

- Jato de água fria sob alta pressão;


- Jato de água quente sob alta pressão;
- Jato de água sob baixa pressão;
- Lavagem com soluções ácidas;
- Lavagem com soluções alcalinas;
- Remoção de óleos e graxas superficiais;
- Jato de ar comprimido sob pressão;
- Aspiração à vácuo.
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IV. TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DO MATERIAL DE REPARO

- Montagem de forma e preenchimento convencional;

- Montagem de forma e bombeamento;

- Encunhamento de argamassa seca (DRY PACK);

- Agregado pré-colocado e grauteamento;

- Concreto projetado via seca;

- Concreto projetado via úmida;

- Injeção de fissuras e/ou trincas;

- Aplicação de sobrecapas (overlays).


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V- TRATAMENTO DE FISSURAS

1. TÉCNICAS A ADOTAR

Tratamento depende da causa.

Fissuras ativas (variação de espessura).

Fissuras passivas.

Necessidade ou não de reforços estruturais.

Superficiais (tratamentos mais simples).

Nata de cimento com aditivo expansor.

Profundas (resinas epoxídicas).


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2. OBJETIVO GERAL

Criação de barreira (fissuras ativas e passivas).

Impedir o transporte nocivo de líquidos e gases.

Evitar o ataque às armaduras.

3. FISSURAS ATIVAS

Eliminação da causa geradora (torná-la


passiva)

Não restabelecer o monolitismo.

Fissuração em outro local.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Vedação / cobrimento dos bordos externos.

Preenchimento com material elástico e não resistente.

Convivência com a patologia instaurada.

Impedimento da degradação do concreto.

4. FISSURAS PASSIVAS

Fechamento da fissura com material resistente / aderente.

Injeção de resina epoxídica.

Peça volta a ser monolítica.


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5. INJEÇÃO DE FISSURAS

E x í g i v e i s para aberturas maiores que 0,1 mm.

Prenchimento do espaço formado entre as bordas da fenda.

Fissuras passivas – materiais rígidos (epóxi ou grautes).

Fissuras ativas – materiais elásticos (resinas acrílicas ou

poliuretânicas).
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6. RESINAS EPOXÍDICAS

Fissuras inativas – Produtos não retráteis.

A l t a capacidade resistente e aderente.

Bom comportamento frente aos agentes agressivos.

Endurecimento rápido.

Bicomponentes líquidos – melhor qualidade.


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7. PROCEDIMENTO DE INJEÇÃO

Abertura de furos ao longo do desenvolvimento da fissura.

D = 10 mm e 50 mm ≤ l ≤ 300 mm.

Limpeza da fenda (ar comprimido).

Fixação de tubinhos plásticos nos furos.

Selagem com cola epoxídica (espátula).

Injeção tubo a tubo.


PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

8. COSTURA DE FISSURAS (GRAMPEAMENTO)

Fissuras ativas (isoladas).

Disposição de armaduras adicionais (grampos).

Discutível (pode gerar fissuras em regiões adjacentes).

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