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PATOLOGIA 3

NEOPLASIAS

Neoplasma = tumor: massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos
tecidos normais, e persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as
alterações. Toda a população de células neoplásicas dentro de um tumor individual surge de uma única célula
que sofreu alterações genéticas e, portanto, se diz que os tumores são clonais.
Tumores benignos: características macro e microscópicas são consideradas relativamente inocentes,
significando que ele permanece localizado, não consegue se disseminar para outros sítios e geralmente pode ser
removido por cirurgia local e o paciente sobrevive.
Tumores malignos: são referidos coletivamente como cânceres. A lesão pode invadir e destruir as estruturas
adjacentes e se disseminar para sítios distantes (metastatizar) levando à morte.

METÁSTASES
Conceito: são implantes tumorais descontínuos com o tumor primário.
Vias de disseminação:
- Implante em cavidades corporais: neoplasma maligno penetra em uma cavidade. Cavidade peritoneal
é a mais frequentemente acometida, mas outras cavidades também podem ser afetadas, como cavidade pleural,
pericárdica, subaracnóidea e do espaço articular.
- Disseminação linfática: o transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a
disseminação de carcinomas (neoplasia epitelial), e os sarcomas também podem usar essa rota.
- Disseminação hematogênica: típica dos sarcomas (neoplasia mesenquimal). Invasão de vasos (veias e
artérias).

Obs: tem um slide de carcinomatose peritoneal que o prof simplesmente ignorou, leu o titulo e mais
nada. E não tem no livro.

EPIDEMIOLOGIA
- Câncer de pele: é o mais comum, tanto em homens quanto em mulheres; é um tumor que não possui
mortalidade e morbidade significativa.
- Cânceres mais comuns no sexo masculino (exceto o de pele): câncer de próstata, de pulmão
(significativo não pela sua frequência, mas sim pela mortalidade) e de cólon.
- Cânceres mais comuns no sexo feminino (exceto o de pele): câncer de mama, de pulmão e de cólon.
Fatores geográficos e ambientais: Apesar de tanto os gatilhos genéticos quanto os ambientais terem
um papel na patogenia do câncer, acredita-se que os fatores geográficos e ambientais sejam os contribuintes
mais significativos na maioria dos cânceres esporádicos comuns. Entre os fatores ambientais carcinogênicos
estão os raios ultravioleta, poluição, medicamentos, exposição no trabalho e em casa (alimentação não
balanceada, álcool, fumo).
Idade: A idade tem uma influência importante na probabilidade de ser atingido por câncer. A maioria
dos carcinomas ocorre nos anos mais tardios da vida (>55 anos). A incidência crescente com a idade pode ser
explicada pelo acúmulo de mutações somáticas associadas à emergência de neoplasmas malignos. O declínio
na imunocompetência, que acompanha o envelhecimento, também pode ser um fator.
Predisposição genética ao câncer: Para um grande número de tipos de câncer, inclusive as formas
mais comuns, há não somente influências ambientais, como também predisposições hereditárias. Os genes que
apresentam relação de causa com os neoplasmas que mostram um componente hereditário forte, em geral,
estão envolvidos nas formas esporádicas muito mais comuns do mesmo tumor.
Inflamação crônica: Nas situações em que há uma inflamação crônica não resolvida, como ocorre na
hepatite viral ou na gastrite crônica, a resposta imune pode se tonar desadaptada, promovendo a tumorigênse.
Condições pré-cancerosas: Algumas desordens não neoplásicas (gastrite crônica atrófica da anemia
perniciosa, queratose cutânea solar, colite ulcerativa crônica, leucoplasias da cavidade oral, vulva e pênis)
apresentam uma associação muito bem definida com o câncer, e por isso foram denominadas condições pré-
cancerosas. Algumas formas de neoplasia benigna também constituem condições pré-cancerosas (adenoma
viloso do cólon).
Alterações para transformação maligna
- Autossuficiência dos sinais de crescimento: capacidade de proliferação sem estímulos externos;
- Insensibilidade a sinais inibidores de crescimento: os tumores não respondem às moléculas inibidoras
de crescimento (fator de crescimento transformador beta – TGFbeta e CDKI);
- Evasão da apoptose (célula fica com a meia vida maior): resistência à morte celular programada –
inativação do p53 ou ativação de genes antiapoptóticos;
- Defeitos no reparo do DNA: leva à instabilidade genômica e à mutações em proto-oncogenes ou
genes supressores de tumor;
- Potencial ilimitado de replicação: capacidade de proliferação sem restrições, evitando a senescência e
a catástrofe mitótica;
- Angiogênese ilimitada (condição para existir o tumor - criação do seu arcabouço): os tumores
induzem a angiogênese para que haja suprimento vascular;
- Capacidade de invadir e metastatizar
- Capacidade de escapar a regulação imune
Oncogenes e Proto-oncogenes
Oncogenes: se caracterizam pela capacidade de promover o crescimento celular na ausência de sinais
promotores de crescimento normais.
Proto-oncogenes: contrapartes celulares não mutadas dos oncogenes. Quando há a mutação do proto-
oncogene ele se transforma em um oncogene.
Genes supressores de tumor
Gene rb: regulação do ciclo celular. Papel reforçador da G1 (intervalo entre a mitose e a replicação
celular) – é onde ocorre a sinalização para a célula entrar no ciclo celular, sair dele, se diferenciar ou morrer.
Gene p53 (mais de 50% dos tumores contêm mutações nesse gene): ele age como um policial
molecular que evita a propagação de células geneticamente danificadas;
Gene APB/β-catenina: função principal é diminuir a regulação dos sinais promotores de crescimento.
Evasão da apoptose
Proteína BCL2: proteção das células tumorais contra a apoptose (previne a morte celular programada
pela via mitocondrial. Prolongam a sobrevida das células. Exemplo: linfoma folicular – superexpressão de
BCL2).
Potencial de replicação ilimitado: telomerase
Manutenção do telômero (ativação da telomerase para evitar o encurtamento dos telômeros) : evita a
senescência celular e a catástrofe mitótica.
Agentes carcinogênicos:
Carcinógenos químicos: alquilantes; hidrocarbonetos policíclicos; amidas; etc
Radiação: raios UV; energia nuclear
Vírus e outros agentes infecciosos: HPV; EPV; HBV (hepatite B); HHV-8 (herpes)
ASPECTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA
Caquexia por câncer:
- Perda progressiva de gordura e de massa magra corpórea, acompanhada por profunda fraqueza,
anorexia e anemia.
- Perda do apetite.
- Alterações no metabolismo.
- Produção do fator de necrose tumoral.
- Produção de outros fatores humorais que aumentam o catabolismo muscular e adiposo.
Síndromes paraneoplásicas:
- Estão relacionadas a fatores que o tumor produz que podem causar alterações.
- São complexos de sintomas em indivíduos portadores de câncer, que não podem ser explicados.
Acometem cerca de 10% das pessoas com doenças malignas.
- Exemplos: Endocrinopatias; hipercalcemia; acantose nigricans; baqueteamento digital; osteoatropatia
hipertrófica; diáteses hemorrágicas.
Graduação:
- Baseia-se no grau de diferenciação das células tumorais, e em alguns cânceres, no número de mitoses
ou nas características arquitetônicas.
- Heterogeneidade tumoral.
- Evolução (conceitos de diferenciação, indiferenciação, desdiferenciação)
Estadiamento:
- É baseado no tamanho da lesão primária, na extensão de sua disseminação para os linfonodos
regionais e na presença ou ausência de metástases hematogênicas.
- Sistema de classificação TNM: T=tumor primário; N=envolvimento dos linfonodos regionais;
M=metástase.

DOENÇAS DA IMUNIDADE
Reações de hipersensibilidade:
 Tipo I: hipersensibilidade imediata – alergias; mediada por IgE; dilatação vascular, edema, contração
muscular, produção de muco, inflamação.
 Tipo II: mediada por anticorpos - IgG ou IgM; anemias hemolíticas; febres reumáticas.
 Tipo III: formação de complexo antígeno-anticorpo na circulação ou no local do depósito do
antígeno; doença do soro; lúpus eritematoso sistêmico.
 Tipo IV: mediada por linfócitos T; tipo tardia; citotoxicidade mediada por células T; tuberculose;
dermatite de contato.

TIPOS DE REJEIÇÃO
Hiperaguda: rejeição extremamente rápida (horas pós-cirurgia), causada por oclusão das artérias do
enxerto;
Aguda: de dias a semanas pós-transplante, mediada por resposta imune celular;
Crônica: de meses a anos pós-transplante, mediada por doença vascular no enxerto.

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