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Aula 07

Aspectos de Dir Processual Aplicáveis à Fazenda Pública p/


Magistratura Estadual 2019 Curso Regular
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Sumário
Sumário .................................................................................................. 1

Considerações Iniciais ............................................................................... 3

1 – Mandado de Segurança ........................................................................ 4

1.1 – Considerações Iniciais .................................................................... 4

1.2 – Direito Líquido e Certo.................................................................... 5

1.3 – Das hipóteses de não cabimento do Mandado de Segurança................ 9

1.4 – Da legitimidade Ativa ................................................................... 20

1.5 – Da legitimidade passiva ................................................................ 22

1.6 – Do litisconsórcio passivo necessário ............................................... 30

1.7 – Espécies de Mandado de Segurança ............................................... 31

1.8 – Do prazo para impetração ............................................................. 32

1.9 – Da desistência do Mandado de Segurança ....................................... 35

1.10 – Da atuação do Ministério Público .................................................. 38

1.11 – Da competência ......................................................................... 39

1.12 – Do procedimento ....................................................................... 42

1.13 – Do cabimento de medida liminar .................................................. 46

1.14 – Da sentença e coisa julgada ........................................................ 49

1.15 – Dos Honorários Advocatícios........................................................ 54

1.16 – Do Mandado de Segurança Originário de Tribunal .......................... 55

1.17 – Dos efeitos financeiros da segurança ............................................ 58

2-Mandado de Segurança Coletivo ............................................................ 60

2.1 – Considerações Iniciais .................................................................. 60

2.2 – Legitimidade Ativa ....................................................................... 65

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3-Legislação Pertinente ........................................................................... 73

4-Jurisprudência Correlata ....................................................................... 79

5-Bibliografia ......................................................................................... 91

6-Resumo da Aula .................................................................................. 92

7–Questões Objetivas ........................................................................... 100

7.1 – Quesitos ................................................................................... 100

7.2 – Gabaritos.................................................................................. 115

8-Considerações Finais .......................................................................... 116

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Considerações Iniciais

Olá meus amigos, tudo bem? Firmes nos estudos?

Vamos seguir com mais uma aula.

Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos canais do curso e nos seguintes


contatos:

profigormaciel@gmail.com

@ProfIgorMaciel

Grande abraço,

Igor Maciel

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1 – Mandado de Segurança

1.1 – Considerações Iniciais

O Mandado de Segurança é uma ação judicial erigida à categoria de


garantia constitucional, previsto nos incisos LXIX e LXX, do artigo 5º, da
Constituição Federal:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

Segundo Samuel Fonteles (2015, pg. 52):

Historicamente, a primeira Constituição a positivar o mandado de segurança é a de


1934. Antes deste marco, a missão do mandado de segurança vinha sendo
cumprida pelo habeas corpus, com a peculiar feição que se lhe atribuiu pela doutrina
brasileira. É interessante perceber que a Constituição de 1937 (...) não o
mencionou. Depois dela, todas as Constituições vindouras mencionaram o mandado
de segurança, a partir da Carta de 1946.

Também chamado de writ, tal remédio constitucional encontra-se regulado


no direito brasileiro pela Lei 12.016/2009 e é cabível ante a existência de um
direito líquido e certo ameaçado ou violado por um ato ilegal ou abusivo de
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
públicas.

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O manejo do mandado de segurança deve ser, contudo, residual, eis que


apenas será cabível quanto aos direitos não amparados por habeas corpus ou
habeas data. Neste sentido, o artigo 1º, da Lei 12.016/2009:

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.

1.2 – Direito Líquido e Certo

Segundo a melhor doutrina, atualmente, o direito líquido e certo é aquele


que diz respeito à prova dos fatos postos em juízo. Independente da discussão
jurídica em relação ao tema, os fatos devem vir todos provados juntamente com
a petição inicial, sendo inviável a dilação probatória no seio do procedimento.

Para Leonardo Cunha (2016, pg. 503):

Na verdade, o que se deve ter corno líquido e certo é o fato, ou melhor, a afirmação
de fato feita pela parte autora. Quando se diz que o mandado de segurança exige
a comprovação de direito líquido e certo, está-se a reclamar que os fatos alegados
pelo impetrante estejam, desde já, comprovados, devendo a petição inicial vir
acompanhada dos documentos indispensáveis a essa comprovação. Daí a exigência
de a prova, no mandado de segurança, ser pré-constituída.

A exceção fica por conta da previsão dos parágrafos 1º e 2º, do artigo 6º,
da Lei 12.016/2009:

§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em


repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício,
a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do
documento para juntá-las à segunda via da petição.

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§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a


ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

Assim, acaso o documento essencial para manejo do Mandado de


Segurança esteja em posse de autoridade pública que recuse a fornecê-la, o juiz
ordenará, de forma preliminar, a exibição do documento em original ou cópia
autêntica, no prazo de 10 (dez) dias.

Se a autoridade que detiver o documento for a própria coatora, a ordem de


exibição do documento será dada na própria notificação.

Assim, independente da matéria jurídica em debate – se controversa ou


não - a discussão do mandado de segurança depende da comprovação dos fatos
por prova documental, o que já viabilizaria o manejo do writ. Neste sentido,
pacífica a orientação do Supremo Tribunal Federal:

Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.

Possível, inclusive, que se discuta no seio do mandado de segurança a


inconstitucionalidade de norma como causa de pedir – não como o pedido. É
dizer: alegando que determinado ato concreto praticado seria baseado em lei
inconstitucional, poderá o impetrante pedir o reconhecimento da
inconstitucionalidade da norma e a consequente anulação do ato coator.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. CRITÉRIOS PARA COMPOR A LISTA TRÍPLICE DE CANDIDATOS À
VAGA DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
CARÊNCIA DO DIREITO DE AÇÃO POR SUPERVENIENTE PERDA DE OBJETO.
EXAURIMENTO DO OBJETO DA IMPETRAÇÃO. WRIT QUE ATACA LEI EM TESE.
DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA VIA MANDAMENTAL PARA
OBTER DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE.
(...)
3. "Consoante orientação jurisprudencial do STJ, embora se admita, em
mandado de segurança, invocar a
inconstitucionalidade/constitucionalidade da norma como fundamento

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para um pedido (= controle incidental de constitucionalidade), nele não se


admite que a declaração de inconstitucionalidade/constitucionalidade
(ainda que sob pretexto de ser incidental), constitua, ela própria, um
pedido autônomo, tal como formulado"
(AgRg nos EDcl nos EDcl no RMS 22.680/MT, Relator Desembargador convocado
Celso Limongi, Sexta Turma, DJe 30/3/2011). Outro precedente: AgRg nos EDcl no
RMS 30.008/BA, Relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
9/11/2010.
4. Recurso ordinário não provido.
(RMS 41.416/PE, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 18/02/2014, DJe 04/08/2014)

Vedada, contudo, a impetração de mandado de segurança contra a própria


lei em tese, conforme será demonstrado.

Ressalte-se que o Código de Processo Civil dispõe sobre a viabilidade de


apresentação da prova documentada em juízo, hipótese diferente da prova
documental. Segundo Leonardo Cunha (2016, pg. 506):

o mandado de segurança não admite outro tipo de prova a não ser a documental.
No particular, cumpre advertir que prova documental não se confunde com prova
documentada. O mandado de segurança somente é viável se houver prova
documental, e não documentada. Assim, documentada que seja uma prova
testemunhal ou pericial, não poderá ser utilizada como comprovação de direito
líquido e certo. Nesse sentido, um documento que contenha a declaração
testemunhal antecipada comprova; apenas, a declaração, e não o fato declarado
não servindo como meio de demonstrar o direito líquido e certo.

Isto porque necessário que o Impetrante já na inicial elida a presunção de


legitimidade existente por trás dos atos administrativos. Assim, o STJ já decidiu
que não cabe mandado de segurança para fornecimento de determinado
medicamento, quando a prova está baseada em laudo médico particular:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. MEDICAÇÃO INDICADA POR LAUDO MÉDICO
PARTICULAR NÃO FORNECIDA PELO SUS. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA PARA VERIFICAR PERTINÊNCIA E EFICÁCIA DO REMÉDIO.

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IMPOSSIBILIDADE. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRECEDENTES DO STJ.


AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Com efeito, esta Corte Superior possui entendimento firmado no sentido de que
as pessoas doentes, as quais não possuem disponibilidade financeira para custeio
do tratamento, têm direito a receber os medicamentos do Estado em caso de
comprovada necessidade, em razão da primazia do direito à vida e à saúde, nos
termos da interpretação dos dispositivos constitucionais relacionados ao tema e da
Lei 8.080/90. Nesse sentido: AgRg no AREsp 476.326/PI, Segunda Turma, Rel.
Ministro Humberto Martins, DJe de 7.4.2014; AgRg no REsp 1.028.835/DF, Primeira
Turma, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe de 15.12.2008.
2. Efetivamente, nos caso dos autos, a Corte a quo não afastou o direito ao
recebimento de medicamento, entretanto, não admitiu a utilização do mandado de
segurança para discutir a referida pretensão por inexistência de direito líquido e
certo decorrente de ausência de prova pré-constituída.
3. Assim, é incontroverso que o remédio pleiteado pelo recorrente é diverso dos
medicamentos fornecidos pelo Estado para o tratamento da doença específica e não
está relacionado nas portarias reguladoras do Sistema Único de Saúde.
4. Ademais, a utilização da medicação foi sugerida por laudo médico particular, sem
a efetiva demonstração da eficácia do remédio em detrimento aos fornecidos pelo
sistema estatal. Nesses casos, é de extrema importância submeter a referida
prescrição médica ao efetivo contraditório, pois o direito à saúde prestado não
significa a livre escolha de medicação e tratamento a ser custeado pelo ente público.
5. Tais considerações exigem, necessariamente, dilação probatória que afastam o
reconhecimento de direito líquido e certo indispensável à concessão da segurança
e atraem a inadequação da via eleita do mandamus.
6. Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte Superior: RMS 46.393/RO,
2ª Turma, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe de 30.10.2014; AgRg no RMS
34.545/MG, 1ª Turma, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe de 3.2.2012; RMS
30.746/MG, 2ª Turma, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe de 6.12.2012; RMS
28.338/MG, 2ª Turma, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe de 17.6.2009.
7. Agravo regimental não provido.
(AgRg no RMS 46.373/RO, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 23/04/2015)

A ausência de direito líquido e certo possui como consequência a extinção


do processo sem resolução do mérito. É que (FONTELES, 2015, pg. 58):

a inexistência de direito líquido e certo não significa que falece ao impetrante o


direito alegado, mas apenas que não lhe é possível a demonstração mediante prova
pré constituída.

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Neste sentido, tem-se o parágrafo 6º, do artigo 6º e o artigo 19 da Lei


12.016/2009:

Artigo 6º.
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo
decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir
o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos
e os respectivos efeitos patrimoniais.

Por outro lado, acaso o magistrado aprecie o mérito da demanda e julgue


improcedente o pedido do Impetrante, tal decisão faz coisa julgada material,
impedindo a parte de propor nova demanda com idêntico fundamento.

1.3 – Das hipóteses de não cabimento do Mandado de


Segurança

A Lei 12.016/2009 trouxe algumas restrições para o manejo do Mandado


de Segurança. Tais hipóteses de não cabimento são, a princípio constitucionais,
eis que não impedem a busca do Impetrante pelo direito material por meio de
outros tipos de demanda.

Vejamos uma a uma.

a) Ato de gestão comercial

De acordo com o parágrafo 2º, do artigo 1º, da Lei 12.016/2009:

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§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial


praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público.

As sociedades de economia mista e as empresas públicas possuem natureza


jurídica de direito privado e, atuando como tal, seus atos não ostentam seus
dirigentes o caráter de autoridade passível de controle pela via do mandado de
segurança.

Contudo, em que pese possuírem natureza jurídica de direito privado, tais


entes submetem-se às regras de concurso público e de licitações. Neste caso, os
seus atos revestem-se de caráter público, sendo cabível a impetração de
mandado de segurança contra eles.

Na atuação das empresas públicas e das sociedades de economia mista,


necessário que se distinga, portanto, os atos de império dos atos de gestão para
que se possa analisar o cabimento de mandado de segurança. Neste sentido:

Súmula 333 – STJ - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Ressalte-se que o STJ diferencia inclusive o ato praticado quando do


julgamento da licitação, daquele ato praticado quando da execução do contrato.
Este é considerado ato de estão e, portanto, não passível de Mandado de
Segurança.

Exemplo clássico em provas, tem-se a aplicação de multa contratual:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EMPRESA PÚBLICA. CONTRATO


FIRMADO A PARTIR DE PRÉVIO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO PARA ADEQUAÇÃO
DE REDE ELÉTRICA DE AGÊNCIA BANCÁRIA. APLICAÇÃO DE MULTA CONTRATUAL.
ATO DE GESTÃO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA.
1. A imposição de multa decorrente de contrato ainda que de cunho
administrativo não é ato de autoridade, posto inegável ato de gestão
contratual. Precedentes jurisprudenciais: AGRG RESP 1107565, RESP 420.914,
RESP 577.396

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2. Os atos de gestão não possuem o requisito da supremacia, por isso são meros
atos da administração e não atos administrativos, sendo que a Administração e o
Particular encontram-se em igualdade de condições, em que o ato praticado não se
submete aos princípios da atividade administrativa, tampouco exercido no exercício
de função pública, não se vislumbrando ato de autoridade.
3. Sob este enfoque preconiza a doutrina que: Atos de gestão são os que a
Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal
ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos
negociais com os particulares, que não exigem coerção sobre os interessados. (in
Direito Administrativo Brasileiro, 31ª Edição, pág. 166, Hely Lopes Meirelles).
4. In casu, versa mandado de segurança impetrado por empresa privada em face
da Caixa Econômica Federal visando anular ato do Presidente da Comissão de
Licitação que, nos autos do contrato para prestação de serviços de adequação da
rede elétrica de agência bancária aplicou a penalidade de multa por atraso da obra.
5. Deveras, apurar infração contratual e sua extensão é incabível em sede de writ,
via na qual se exige prova prima facie evidente.
6. A novel Lei do Mando de Segurança nº 12.026/2009 sedimentou o entedimento
jurisprudencial do descabimento do mandado de segurança contra ato de gestão,
em seu art. 1º, par. 2º, in verbis: "Não cabe mandado de segurança contra os atos
de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionária de serviço público." 7.
Consectariamente, a Caixa Econômica Federal mesmo com natureza jurídica de
empresa pública que, integrante da Administração Indireta do Estado, ao fixar
multa em contrato administrativo pratica ato de gestão não passível de impugnação
via mandado de segurança, mercê de não se caracterizar ato de autoridade.
8. Recurso Especial desprovido.
(REsp 1078342/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
09/02/2010, DJe 15/03/2010)

b) Ato contra o qual caiba recurso administrativo com efeito


suspensivo

De acordo com o artigo 5º, inciso I, da Lei 12.016/2009:

Artigo 5º. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;

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Acaso o particular possua à sua disposição recurso administrativo dotado de


efeito suspensivo, independente de caução, não faz sentido a busca ao Judiciário
pela via do Mandado de Segurança.

Por outro lado, (FONTELES, 2016, pg. 61):

O particular não é obrigado a exaurir a via administrativa antes de ingressar na via


judicial. O que não se admite é a simultaneidade entre o mandamus e o recurso
administrativo com efeito suspensivo (...). Com isso, deverá haver renúncia ao
direito de recorrer ou o decurso do prazo para a interposição do recurso
administrativo, após o que voltara a ser possível impetrar o mandado de segurança.

Ressalte-se que a Súmula Vinculante 21, do STF veda a exigência de


depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. E, além disso, a
Súmula 429 do STF possibilita a impetração do writ mesmo pendente recurso
administrativo com efeito suspensivo, presumindo-se a renúncia com ao recurso
administrativo com a discussão judicial:

Súmula Vinculante 21 – STF – É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

Súmula 429 – STF - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo


não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

c) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo

De acordo com o artigo 5º, inciso II, da Lei 12.016/2009, não será
concedido mandado de segurança quando se tratar:

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

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Por outro lado, a Súmula 267, do STF estabelece que:

Súmula 267 – STF - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível
de recurso ou correição.

Assim, enquanto o inciso II, do artigo 5º, da Lei 12.016 veda a concessão
de mandado de segurança apenas contra decisão judicial da qual caiba recurso
com efeito suspensivo, a Súmula 267 do STF estabelece que não caberá mandado
de segurança contra qualquer ato judicial passível de recurso ou correição.

Para conciliar estes dois dispositivos, a melhor interpretação é a que


confere a possibilidade de impetrar mandado de segurança em face da decisão
cujo recurso cabível, concretamente, é insuficiente para atender ao pedido do
recorrente (CUNHA, 2016, pg. 557).

Isto porque o Mandado de Segurança não pode ser utilizado como


sucedâneo recursal. Por outro lado, caberá o writ em face de decisão judicial
contra a qual não caiba recurso e que seja ilegal ou abusiva. São hipóteses de
decisões teratológicas e que devem ser extirpadas do mundo jurídico.

Ademais (CUNHA, 2016, pg. 557):

É possível, de igual modo, que o terceiro prejudicado, que não disponha de mais
prazo para interpor recurso, possa valer-se do mandado de segurança. Nesse caso,
o mandado de segurança serve como sucedâneo recursal, sendo impetrado contra
o próprio ato judicial, destinando-se a obter sua reforma ou anulação.

Trata-se da disposição da Súmula 202 do STJ:

Súmula 202 – STJ - A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial,
não se condiciona à interposição de recurso.

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Veja que tal hipótese é aquela em que o terceiro sequer é parte no


processo, mas fora prejudicado pela decisão, conforme já decidiu o STJ:

AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. SÚMULA 267
DO STF.
1. Incabível o mandado de segurança contra ato judicial passível de impugnação
por meio próprio, tendo em vista não ser sucedâneo recursal.
2. Não se aplica a Súmula 202/STJ quando o terceiro toma a iniciativa de
ingressar no feito, tem sua pretensão indeferida e, mesmo devidamente intimado,
deixa de interpor o recurso cabível. Precedente.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgRg no RMS 43.016/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,
julgado em 28/06/2016, DJe 01/08/2016)

d) Decisão judicial transitada em julgado

De acordo com o artigo 5º, inciso III, da Lei 12.016/2009, não será
concedido mandado de segurança quando se tratar:

III - de decisão judicial transitada em julgado.

Não se pode admitir a impetração de mandado de segurança em face de


decisão judicial transitada em julgado, sob pena de se caracterizar um sucedâneo
da ação rescisória. Assim, já estava trilhada a jurisprudência do STF:

Súmula 268 – STF - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com
trânsito em julgado.

e) Lei em tese

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De acordo com a Súmula 266 do STF:

Súmula 266 – STF - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Há, contudo, uma exceção: a lei de efeitos concretos. Tais leis são
(FONTELES, 2015, pg. 68):

assim denominadas porque dispensam existência de um ato administrativo para


produzirem seus efeitos no suporte fático. Tais normas, que apenas são chamadas
de leis em sentido amplo, são atos administrativos no seu âmago, pois falta-lhes a
marca da abstração.

Assim, caberá mandado de segurança em face de lei dotada de efeitos


concretos. Exatamente por isso, a CESPE, no concurso de Advogado da União
realizado em 2010 considerou como incorreta a seguinte alternativa:

CESPE – AGU - 2010

Tal como ocorre na ADI, não é admitida a impetração de mandado de segurança


contra lei ou decreto de efeitos concretos.

Neste sentido:

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO NORMATIVO


DE EFEITOS CONCRETOS. POSSIBILIDADE. TAXA DE VISTORIA E TAXA DE
VALIDAÇÃO DE VISTORIA. BITRIBUTAÇÃO. ANÁLISE DE LEI LOCAL. SÚMULA
280/STF. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ.

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1. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, é possível a impetração de


mandado de segurança contra ato normativo, de efeitos concretos, que incide
diretamente na esfera jurídica do impetrante.
(...)
(AgRg no REsp 1518800/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 28/04/2015, DJe 06/05/2015)

E o parlamentar, pode impetrar mandado de segurança contra projeto


de lei?

Hipótese diversa é a possibilidade de impetração pelo parlamentar com o


objetivo de sustar o trâmite de projeto de lei ou de emenda à Constituição que
se afigurem ilegais ou inconstitucionais. A ideia é que se trata de direito subjetivo
do parlamentar a participação em um processo legislativo hígido, correto,
desprovido de qualquer mácula.

Assim, não se combate a lei em tese, mas o processo legislativo em si.

A regra, portanto, é o não cabimento sequer de ação judicial para se realizar


o controle prévio de constitucionalidade dos atos normativos. Contudo, o
Supremo Tribunal Federal tem admitido estas duas exceções1:

a) caso a proposta de emenda à Constituição seja manifestamente ofensiva à


cláusula pétrea; e

b) na hipótese em que a tramitação do projeto de lei ou de emenda à Constituição


violar regra constitucional que discipline o processo legislativo.

1
Disponível em http://www.dizerodireito.com.br/2013/07/mandado-de-seguranca-contra-
.proposicao.html. Acesso em 10/01/2017.

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Ressalte-se que se trata de direito subjetivo exclusivo do parlamentar e


que, acaso este venha a perder o mandato no curso do processo, o mandado de
segurança deverá ser extinto sem resolução do mérito.

Neste sentido:

Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE PREVENTIVO


DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1.
Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade
material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação).
O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do
parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança
com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou
emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que
disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de
23.04.04). Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade
está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação
legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do
STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do
processo de formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final
aprovação ou não. 2. Sendo inadmissível o controle preventivo da
constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir
a parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle
abstrato repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais
eficiente, de provocar esse mesmo controle antecipadamente, por via de mandado
de segurança. 3. A prematura intervenção do Judiciário em domínio jurídico e
político de formação dos atos normativos em curso no Parlamento, além de
universalizar um sistema de controle preventivo não admitido pela Constituição,
subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação plausível, a
prerrogativa constitucional que detém de debater e aperfeiçoar os projetos,
inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. Quanto mais
evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos de leis,
menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do Legislativo,
de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se for o caso. Partir da
suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de
responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto
assim se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle
repressivo pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento
jurídico. 4. Mandado de segurança indeferido.

(MS 32033, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
033 DIVULG 17-02-2014 PUBLIC 18-02-2014 RTJ VOL-00227-01 PP-00330)

Assim, o cabimento do mandado de segurança pelo parlamentar dirá


respeito aos aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa.

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Exatamente por isso, a PUC/PR, no concurso de Procurador do Estado do Paraná


realizado em 2015 considerou como incorreta a seguinte alternativa:

PUC/PR – PGE/PR - 2015

É admissível o controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade material de


projeto de lei pela via do mandado de segurança.

f) Convalidação de compensação de créditos tributários

De acordo com a jurisprudência do STJ, não se admite o mandado de


segurança para se convalidar compensação tributária efetuada na seara
administrativa. Trata-se da hipótese em que o contribuinte, imaginando possuir
um crédito perante o fisco, apresenta requerimento para compensar referido
crédito com eventual débito.

Na seara administrativa, acaso tal direito seja negado, não poderá o


contribuinte impetrar o writ para convalidar tal compensação, por ser necessária
dilação probatória:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA PELO STF. CONVALIDAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS
EFETUADA PELO CONTRIBUINTE UNILATERALMENTE. MANDADO DE SEGURANÇA.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA.
1. O mandado de segurança é instrumento adequado à declaração do direito de
compensação de tributos indevidamente pagos, em conformidade com a Súmula
213 do STJ. (Precedentes das Turmas de Direito Público: AgRg no REsp
1044989/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/08/2009, DJe 25/08/2009; EDcl no REsp 1027591/SP, Rel. Ministra ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/06/2009, DJe 25/06/2009; RMS

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13.933/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, DJ 31.08.2007; REsp 579.488/SP,


Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 23.05.2007; AgRg no REsp
903.020/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJ 26.04.2007; e RMS 20.523/RO,
Rel.Ministro LUIZ FUX, DJ 08.03.2007).
2. Ao revés, é defeso, ao Judiciário, na via estreita do mandamus, a
convalidação da compensação tributária realizada por iniciativa exclusiva
do contribuinte, porquanto necessária a dilação probatória. (Precedentes:
EDcl nos EDcl no REsp 1027591/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 03/09/2009, DJe 21/09/2009; REsp 1040245/SP, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 30/03/2009; AgRg no
REsp 725.451/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/12/2008, DJe 12/02/2009; AgRg no REsp 728.686/SP, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 25/11/2008;
REsp 900.986/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/03/2007, DJ 15/03/2007; REsp 881.169/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2006, DJ 09/11/2006).
3. A intervenção judicial deve ocorrer para determinar os critérios da compensação
objetivada, a respeito dos quais existe controvérsia, v.g. os tributos e contribuições
compensáveis entre si, o prazo prescricional, os critérios e períodos da correção
monetária, os juros etc; bem como para impedir que o Fisco exija do contribuinte
o pagamento das parcelas dos tributos objeto de compensação ou que venha a
autuá-lo em razão da compensação realizada de acordo com os critérios autorizados
pela ordem judicial, sendo certo que o provimento da ação não implica
reconhecimento da quitação das parcelas ou em extinção definitiva do crédito,
ficando a iniciativa do contribuinte sujeita à homologação ou a lançamento
suplementar pela administração tributária, no prazo do art. 150, § 4º do CTN.
4. A Administração Pública tem competência para fiscalizar a existência ou não de
créditos a ser compensados, o procedimento e os valores a compensar, e a
conformidade do procedimento adotado com os termos da legislação pertinente,
sendo inadmissível provimento jurisdicional substitutivo da homologação da
autoridade administrativa, que atribua eficácia extintiva, desde logo, à
compensação efetuada.
5. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente,
pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais,
o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela
parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar
a decisão.
6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art.
543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1124537/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
25/11/2009, DJe 18/12/2009)

Situação diversa é a que o contribuinte ingressa em juízo com mandado de


segurança e pretende ver reconhecida a inexigibilidade de determinada exação

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tributária. Neste caso, poderá o Impetrante requerer a declaração do direito a


compensação do crédito apurado com eventual débito tributário.

Neste sentido:

Súmula 213 – STJ - O mandado de segurança constitui ação adequada para a


declaração do direito à compensação tributária.

g) Em substituição à ação de cobrança

De acordo com a Súmula 269, do Supremo Tribunal Federal, não cabe


Mandado de Segurança como remédio substitutivo da ação de cobrança:

Súmula 269 – STF - O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de


cobrança.

1.4 – Da legitimidade Ativa

Tanto a pessoa física como a pessoa jurídica poderão impetrar o Mandado


de Segurança. Tais entes, normalmente, precisam ter capacidade de ser parte,
mercê da sua personalidade jurídica e capacidade para adquirir direitos e
obrigações (CUNHA, 2016, pg. 522).

Há entes que, em que pese não terem legitimidade para ajuizar o


procedimento comum, poderão impetrar mandado de segurança: é o caso de
entes despersonalizados, como a Câmara de Vereadores, uma Secretaria de
Estado ou Município ou o Tribunal de Contas.

Segundo Leonardo Cunha, tais entes (2016, pg. 522):

não desfrutam, geralmente, de legitimidade para agir em processo judicial, mas


podem impetrar mandado de segurança, desde que objetivem garantir ou

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resguardar uma prerrogativa institucional, ostentando, no writ, legitimidade ativa


ad causam.

Assim, acaso ingressem com mandado de segurança para garantir ou


resguardar prerrogativas institucionais, poderão tais entes figurar como parte
ativa do writ. Neste sentido:

Súmula 525 – STJ - A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,


apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para
defender os seus direitos institucionais.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC.


INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANDADO DE SEGURANÇA
IMPETRADO POR CÂMARA MUNICIPAL PARA DISCUTIR RETENÇÃO DE VALORES DO
FPM. ILEGITIMIDADE ATIVA.
1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica
caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.
2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade
judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus
interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao
funcionamento, autonomia e independência do órgão, não se enquadrando, nesse
rol, o interesse patrimonial do ente municipal.
Nesse sentido: REsp 1.164.017/PI, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe de
6.4.2010.
3. Recurso especial não provido.
(REsp 1429322/AL, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 20/02/2014, DJe 28/02/2014)

Ademais, acaso o impetrante venha a falecer no curso do processo, por se


tratar de direito personalíssimo e, portanto, intransmissível, a jurisprudência
pátria entende que – no caso específico do Mandado de Segurança – o
falecimento do impetrante gera a extinção do processo sem resolução do mérito:

ADMINISTRATIVO. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL. SUBSTITUIÇÃO DO VALOR DA


FUNÇÃO INCORPORADA SOB A ÉGIDE DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º
39/85, A QUAL FOI REVOGADA PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 58/03.
FALECIMENTO DA IMPETRANTE. EXTINÇÃO DO FEITO.

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1. Com o falecimento da Impetrante, não há como se prosseguir no julgamento do


feito, em face do caráter mandamental do writ e da natureza personalíssima do
direito ora postulado.
2. Extinção do mandamus sem julgamento do mérito, ressalvando-se aos herdeiros
do Impetrante o direito de recorrerem às vias ordinárias.
(RMS 27.818/PB, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
14/02/2012, DJe 29/02/2012)

Naturalmente, poderão os herdeiros discutir a demanda pelas vias


ordinárias.

Além disso, quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,


qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança (Artigo 1º, parágrafo
3º, Lei 12.016/2009). Ressalte-se que proposta a demanda individual, o ingresso
de algum litisconsorte ativo apenas pode ocorrer até o despacho inicial:

Lei 12.016/2009, Artigo 10.


§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição
inicial.

Quanto ao Mandado de Segurança Coletivo, trataremos mais abaixo, em


tópico específico.

1.5 – Da legitimidade passiva

Grande controvérsia havia na doutrina acerca de quem ocuparia o polo


passivo do Mandado de Segurança: se a autoridade impetrada ou a pessoa
jurídica a cujos quadros pertença a autoridade.

Isto porque a demanda será proposta em face da Autoridade coatora,


segundo dispõe a Lei 12.016/2009:

Art. 6º. A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei
processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem
a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a

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pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce
atribuições. (...)
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda
via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito;

Assim, exige a Lei 12.016/2009 que tanto a autoridade coatora como a


pessoa jurídica a que estiver vinculada sejam notificadas da petição inicial (a
primeira para prestar informações e a segunda para ingressar no feito, acaso
deseje).

A questão central é resumida por Leonardo Cunha (2016, pg. 527):

Caso a legitimidade passiva fosse da autoridade coatora, e não da pessoa jurídica,


seria coerente concluir que a modificação da pessoa que exerce o cargo poderia
acarretar a extinção do processo sem resolução do mérito. (...)

É que, sendo a autoridade a parte legítima, modificada esta, exsurgiria sua


ilegitimidade. Isso, contudo, não ocorre exatamente porque a legitimidade passiva
é da pessoa jurídica a cujos quadros pertence a autoridade. Desse modo, havendo
modificação ou substituição da pessoa que preenche aquele cargo, não sobrevém
qualquer ilegitimidade. pois a pessoa jurídica é a mesma, ou seja, a parte
legitimada para o polo passivo não se alterou.

Pacífico o entendimento na jurisprudência pátria que o polo passivo da


demanda de Mandado de Segurança é ocupado pela pessoa jurídica de direito
público, até porque é esta quem sofre as consequências financeiras e patrimoniais
da eventual concessão da segurança.

PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PESSOA JURÍDICA.


LEGITIMIDADE PASSIVA. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. PRETENSÃO DE
REVOLVIMENTO DE MATÉRIA MERITAL.(...)
3. In casu, inexiste omissão no julgado, tendo em vista que a tutela jurisdicional
foi prestada nos limites em que reclamada, eis que a embargante, por ocasião do

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recurso especial, limitou-se a defender que os sujeitos passivos em mandado de


segurança são necessariamente pessoas físicas, e o acórdão embargado,
contrariando esta tese, expressamente esclareceu que a pessoa jurídica de
direito público a suportar os ônus da sentença, por ter interesse direto na
causa, revela-se parte legítima para figurar no pólo passivo da ação
mandamental. (...)
(EDcl no REsp 547.235/RJ, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 05/08/2004, DJ 20/09/2004, p. 190)

Superada tal discussão, passemos agora à análise do conceito e Autoridade


pública, para os fins legais. Para Guilherme Barros (2015, pg. 327):

O conceito de autoridade pública para fins de impetração do mandado de segurança


é amplo, engloba agentes públicos da Administração Direta e Indireta, bem como
particulares, seja pessoa natural ou jurídica. O conceito chave para a compreensão
do cabimento da ação constitucional é o exercício de função pública, seja em toda
sua atividade ou parte dela.

Assim, o conceito engloba não apenas os agentes públicos, mas também


dirigentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado no exercício
de funções públicas (concurso público e procedimentos licitatórios, em especial),
bem como alguns agentes privados.

É o que se extrai do disposto na Lei 12.016/2009:

Artigo 6º.
§ 3º. Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado
ou da qual emane a ordem para a sua prática.
Artigo 1º.
§ 1º. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem
como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
Também os representantes de partidos políticos poderão figurar como
Autoridade Impetrada nos Mandados de Segurança, sendo correta a afirmação
segundo a qual: cabe mandado de segurança contra atos de particulares.

Vejamos algumas situações com ampla incidência em provas:

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a) Órgãos Colegiados

Possível impetrar Mandado de Segurança em face de ato praticado por


órgão colegiado. Contudo, a doutrina entende que quem deve figurar como
autoridade impetrada é o presidente do órgão.

Assim, por exemplo, em Mandado de Segurança impetrado contra ato do


Tribunal de Contas do Estado, deve ser apontado como autoridade coatora o
presidente do respectivo órgão.

Contudo, quando da análise da competência para processar e julgar o feito,


há que se analisar a função exercida pelo presidente do órgão no momento da
prática do ato impugnado.

É que algumas autoridades, a exemplo do Ministro de Estado, possuem o


privilégio de responderem a mandados de segurança perante o Superior Tribunal
de Justiça. Todavia, apenas serão de competência do STJ os mandados de
segurança impetrados contra atos praticados no exercício da função pública de
Ministro de Estado.

Acaso referido Ministro também seja presidente de órgão colegiado, tal


fato, por si só, não atrairá a competência do STJ para apreciar eventual mandado
de segurança contra ato do respectivo órgão colegiado.

Neste sentido:

Súmula 177 – STJ – O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar


e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado
presidido por ministro de estado.

b) Ato administrativo complexo

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Certos atos administrativos dependem da manifestação de mais de um


órgão de diferentes esferas para se tornarem válidos e eficazes. Exemplo: o ato
de nomeação de magistrado federal escolhido pelo quinto constitucional depende
da manifestação do Conselho da OAB, do respetivo Tribunal e da nomeação pelo
Presidente da República.

Neste caso, a autoridade coatora será o próprio Presidente, conforme


entendimento pacífico do STF:

Súmula 627 – STF - No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado


da competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora,
ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do
procedimento.

c) Atos praticados no exercício da competência delegada

Em ato praticado no exercício de competência delegada, quem deverá


figurar como autoridade coatora: aquela que delegou os poderes ou a autoridade
que recebeu a delegação?

Através da Súmula 510, o Supremo Tribunal Federal pacificou o tema, em


uma confusa redação:

Súmula 510 – STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência


delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Assim, quem deverá figurar como Autoridade Coatora será a autoridade


que recebera a delegação de competência. Exatamente por isto, o CESPE, no
concurso de Analista do Ministério da Justiça, realizado em 2013, considerou
como incorreta a seguinte afirmativa:

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CESPE – Analista – Ministério da Justiça - 2013

O mandado de segurança é uma das mais importantes ações judiciais de controle


dos atos da administração pública. Quando o ato for praticado por autoridade no
exercício de competência delegada, o mandado de segurança caberá contra a
autoridade delegante.

A indicação errada da Autoridade Impetrada induz necessariamente à


extinção do processo sem resolução do mérito?

Conforme dito acima, o polo passivo da demanda é ocupado não pela


autoridade impetrada, mas pela pessoa jurídica a que ela esteja vinculada. Dois
exemplos justificam a afirmação:

i. A lei previu expressamente a possibilidade da autoridade impetrada


recorrer da decisão judicial, um reforço desnecessário acaso esta fosse
a verdadeira parte no processo;

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.


§ 2º. Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

ii. Além disso, a autoridade é notificada não para apresentar defesa, mas
para prestar informações, independente, de estar ou não assistida por
advogado, eis que a Autoridade não precisa manifestar-se em juízo

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através de procurador, podendo ela própria assinar o ofício com as


informações prestadas ao juízo.

Em caso de indicação errônea da autoridade impetrada, tal fato por si só


não deve induzir de imediato a extinção do processo sem resolução do mérito. É
que segundo entendimento do STJ, possível a aplicação da Teoria da
Encampação, visando evitar a extinção de inúmeros mandados de segurança,
acaso presentes três requisitos:

i. Necessidade de vínculo hierárquico entre a autoridade que ordenou a


prática do ato e aquela que prestou informações no Mandado de
Segurança;

ii. A indicação errônea da autoridade coatora não pode acarretar a


mudança na competência para processar e julgar o feito, conforme
estabelecido na Constituição Federal;

iii. A autoridade impetrada, ao apresentar suas informações, não pode se


limitar a arguir sua ilegitimidade passiva. Necessário que a autoridade
impetrada apresente manifestação quanto ao mérito do ato combatido;

Assim, a teoria da encampação permite ao magistrado julgar o mandado


de segurança ainda que erroneamente indicada a autoridade impetrada, acaso
presentes os requisitos acima elencados.

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ESAF – PGFN – 2012 - ADAPTADA

Em 2009 foi promulgada a nova lei do mandado de segurança em uma tentativa de


reunir a regulamentação do instituto em um só diploma legislativo, além de
atualizar uma legislação que remontava à metade do século passado. Sobre o
importante writ constitucional, assinale a opção correta.

i. Apesar de a autoridade coatora apresentar as informações em primeira


instância, cabe ao ente público da qual faz parte assumir a condução do
processo, sendo deste a atribuição para interpor os recursos cabíveis, não se
estendendo à autoridade o direito de recorrer.

ii. Para se aplicar a teoria da encampação no mandado de segurança, é


indispensável que exista vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou
informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; que a autoridade
se manifeste a respeito do mérito nas informações prestadas; e que tal
indicação não proporcione modificação de competência jurisdicional.

Comentários

O item “i” está falso, tendo em vista que estende-se à autoridade impetrada
o direito de recorrer, conforme expressa disposição do artigo 14, parágrafo 2º,
da Lei 12.016/2009.

Ressalte-se que, para Leonardo Cunha, a lei concede à autoridade coatora


a possibilidade de modificar o conteúdo decisório a fim de se preservar de
eventual responsabilidade pela prática do ato declarado abusivo ou ilegal. Assim,
é indispensável que no caso concreto seja demonstrado o interesse recursal da
autoridade, que é diverso do interesse recursal público.

Já o item “ii” está correto, definindo com clareza a aplicação da teoria da


encampação.

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1.6 – Do litisconsórcio passivo necessário

De acordo com o artigo 24, da Lei 12.016/2009:

Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei


no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Aplicam-se, pois, ao writ os procedimentos relativos ao litisconsórcio


previstos no Código de Processo civil. De acordo com o Novo CPC, referidas
disposições são:

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto,
ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes
na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da
sentença.
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou
resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela
natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devam ser litisconsortes.
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará
ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do
prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o
juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

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Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte


adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os
atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo,
e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

Assim, sendo caso de litisconsórcio necessário, a eficácia da sentença


depende da citação de todos os litisconsortes no processo. Neste sentido:

Súmula 631 – STF - Extingue-se o processo de mandado de segurança se o


impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo
necessário.

Exemplo desta hipótese é a impetração de mandado de segurança contra


decisão judicial, onde a autoridade impetrada seria, por exemplo, o juiz de
determinada comarca. Necessariamente, deverá o Impetrante promover a
citação da parte adversa no processo original, como litisconsorte passivo.

1.7 – Espécies de Mandado de Segurança

O mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e certo


que tenha sido violado ou que estiver sendo ameaçado por ato ilegal, abusivo ou
arbitrário de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no exercício de
funções públicas.

Segundo Leonardo Cunha (2016, pg. 515):

Daí se infere que o mandado de segurança pode ser preventivo ou repressivo.


Quando destinado a prevenir uma lesão ou evitar uma ameaça, o writ será
preventivo. Caso o impetrante se rebele contra uma lesão efetiva ou violação a
direito, o mandado de segurança será repressivo.

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1.8 – Do prazo para impetração

De acordo com o artigo 23, da Lei 12.016/2009, o prazo para impetração


do mandado de segurança é de 120 dias, contados da ciência do ato ilegal ou
abusivo pelo interessado. Tal prazo deve ser contado em dias corridos e não em
dias úteis.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120


(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

Trata-se de prazo decadencial e, como tal, não se suspende nem


interrompe. Nem mesmo o pedido de reconsideração na esfera administrativa é
capaz de interromper a fluência do prazo:

Súmula 430 – STF - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe


o prazo para o mandado de segurança.

Segundo Guilherme Barros (2015, pg. 330):

Quanto ao início da contagem do prazo, é importante notar que somente o recurso


administrativo, com efeito suspensivo- e não o pedido de reconsideração -,
interrompe o curso do prazo decadencial do mandado de segurança.

Em que pese não estar previsto constitucionalmente, o Supremo Tribunal


Federal reconheceu a constitucionalidade do prazo decadencial previsto na
legislação:

Súmula 632 – STF - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança.

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Ressalte-se, contudo, que, em que pese o prazo ser decadencial e,


portanto, não se suspender ou interromper, o Superior Tribunal de Justiça
apreciou hipótese em que o último dia do prazo para impetração ocorria em
um dia de recesso forense ou feriado.

Neste caso, entendeu o STJ que deveria ser prorrogado o prazo de


impetração para o primeiro dia útil subsequente:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ART.


18 DA LEI Nº 1.533/51. PRAZO MANDAMENTAL. CONTAGEM.
1. O prazo para a impetração do mandado de segurança (art. 18 da Lei nº
1.533/51) tem início no primeiro dia útil após a ciência do ato impugnado.
Outrossim, caso o marco final recaia em um feriado forense, prorroga-se o
prazo para o primeiro dia útil seguinte. Precedentes do STJ e do STF.
2. O plantão judiciário constitui figura concebida para permitir o exame durante os
feriados e recessos forenses das medidas de caráter urgente, ou seja, possibilitar
o acesso ao Poder Judiciário ininterruptamente para salvaguardar o direito daquele
que se vê na iminência de sofrer grave prejuízo em decorrência de situações que
reclamam provimento jurisdicional imediato.
3. O termo final do prazo para impetração do mandado de segurança não se
enquadra nesse conceito de emergência, sendo igualmente certo que, caso se
albergasse a tese contraposta, o funcionamento contínuo do Poder Judiciário
acabaria, na verdade, prejudicando aquele que tivesse interesse na impetração de
um writ, pois, ainda que não houvesse urgência no pleito, o prazo para o
ajuizamento acabaria por ser reduzido em virtude do plantão.
4. A impetração do mandado de segurança observou o disposto no art. 18 da Lei
nº 1.533/51, não havendo que se cogitar de decadência, daí porque os autos devem
retornar à Corte de origem para que dê prosseguimento ao feito, sendo induvidoso
que a causa não está madura para pronto julgamento na medida em que sequer
foram prestadas informações pela autoridade coatora.
5. Recurso ordinário provido em parte.
(RMS 22.573/MS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/02/2010, DJe 24/02/2010)

Fato é que impetrado Mandado de Segurança contra omissão da Autoridade


Impetrada, não há que se falar em fluência do prazo decadencial, podendo o writ
ser intentado a qualquer momento, enquanto persistir a omissão:

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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DECADÊNCIA


AFASTADA. ATO OMISSIVO CONTINUADO. PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO.
SÚMULA 83 DO STJ. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento segundo o
qual não se verifica a decadência para a impetração do mandado de segurança
quando há conduta omissiva ilegal da Administração, uma vez que o prazo
estabelecido pelo art. 18 da Lei n. 1.533/51 renova-se de forma continuada. Trata-
se, portanto, de relações de trato sucessivo. Incidência da Súmula 83/STJ.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 243.070/CE, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 07/02/2013, DJe 19/02/2013)

Demais disso, necessário analisar o início do prazo decadencial em relação


a prestações de trato sucessivo. É que necessário se diferenciar a negação do
próprio fundo do direito com a supressão de vantagem.

Por exemplo, acaso algum servidor tenha direito a receber do Estado


determinada parcela remuneratória, mas a Administração permanece omissa
quanto ao pagamento, tem-se uma prestação de trato sucessivo e o prazo
decadencial para impetração do writ será renovado mês a mês.

As relações de trato sucessivo ocorrem, portanto, apenas quando não


houver sido negado o próprio direito reclamado: em geral, quando a
Administração permanece omissa quanto ao direito pleiteado. Contudo, acaso
haja o pronunciamento expresso da Administração negando formalmente o
direito da parte, teremos a negativa do próprio fundo do direito, iniciando-se o
prazo decadencial para impetração do writ.

Neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXCLUSÃO DO


PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. ATO COMISSIVO. DECADÊNCIA.
1. Trata-se, originariamente, de Mandado de Segurança contra ato de secretário de
Estado da Administração que excluiu as horas extras da remuneração de servidores.
O acórdão recorrido extinguiu o feito por decadência.
2. A jurisprudência do STJ é assente em afirmar que, quando houver
redução, e não supressão do valor de vantagem, configura-se a prestação
de trato sucessivo, que se renova mês a mês, pois não equivale à negação
do próprio fundo de direito. Mutatis mutandis, a exclusão do pagamento da
verba é ato comissivo que atinge o fundo de direito e, portanto, está sujeito
ao prazo decadencial do art. 23 da Lei 12.016/2009.

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3. Recurso Ordinário não provido.


(RMS 34.363/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/12/2012, DJe 19/12/2012)

Por fim, em caso de mandado de segurança impetrado em face de concurso


público, o prazo decadencial conta-se não da data da publicação do edital, mas
da efetiva agressão à esfera jurídica do candidato:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.


DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. ATO ADMINISTRATIVO DE ELIMINAÇÃO DO
CANDIDATO.
1- O prazo decadencial do mandado de segurança inicia-se com o ato
administrativo que determina a eliminação do candidato do certame,
momento em que a regra editalícia passa a afetar seu direito subjetivo,
legitimando-o para a impetração. Precedentes, inclusive da Corte Especial.
(...)
(STJ - RMS: 32216 AM 2010/0094685-7, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data
de Julgamento: 16/05/2013, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe
21/05/2013)

1.9 – Da desistência do Mandado de Segurança

De acordo com o princípio processual da estabilização da demanda, é


defeso ao autor alterar os elementos da ação – partes, causa de pedir e pedido
– a partir do saneamento do processo. Segundo o artigo 329, do CPC, antes da
citação, poderá o autor aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independente do consentimento do réu.

Após a citação e até o saneamento do processo, possível aditar ou alterar


o pedido e a causa de pedir, desde que com o consentimento do réu e assegurado
o contraditório.

Art. 329. O autor poderá:

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I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente


de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir,
com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de
manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento
de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva
causa de pedir.

Assim, em regra, apenas antes do saneamento do processo, é dado às


partes modificar os elementos objetivos da lide. Todavia, se tal expediente
ocorrer após a citação, o réu deverá consentir (art. 329, I), sendo desnecessária
sua anuência se o autor intentar a alteração antes mesmo do ato citatório,
conforme ditames do artigo 329, inciso II, do CPC.

Em resumo, em relação ao princípio da estabilidade da lide, impõe-se fixar


três momentos distintos, dispostos em ordem cronológica:

i. antes da citação: a lide ainda não é estável, podendo o autor alterar


os seus elementos, sem a concordância do réu;

ii. depois da citação, mas antes do saneamento: a lide ainda não é


estável, mas o autor, caso queira alterar os seus elementos, deverá
colher a anuência do réu;

iii. depois do saneamento: a lide se estabiliza, impossibilitando, de vez,


a alteração dos seus elementos;

Ademais, nos termos do art. 485, §4o, do CPC, depois de oferecida a


contestação, o autor não poderá desistir da ação sem o consentimento do réu.
Tal desistência, inclusive, apenas pode ser feita até a prolação da sentença:

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§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu,


desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.

A regra visa resguardar eventual interesse do réu em obter, em seu favor,


uma sentença de mérito, cujos efeitos lhe aproveitem de forma mais benéfica do
que uma simples sentença de extinção do processo sem resolução do mérito,
decorrente de desistência.

Ambas as partes litigam sob a expectativa de um pronunciamento judicial


em seu favor, não podendo o autor desistir livremente da ação ordinária, sob
pena de ferir o direito subjetivo do réu a um pronunciamento judicial. Assim,
possível a desistência do autor apenas antes de apresentada defesa pelo réu.

O Mandado de Segurança, contudo, não contem um litígio, na medida em


que não há um confronto entre direitos das partes que preenchem os polos
opostos da demanda.

Não dispõe a Autoridade Impetrada do direito a uma sentença de mérito


favorável, eis que sequer pode ser considerada réu no sentido estrito do termo.

Exatamente por isso, o autor pode desistir do mandado de segurança de


forma unilateral e incondicionada, independente da concordância da autoridade
impetrada.

De acordo com o STF, a desistência da ação mandamental é uma


prerrogativa de quem a propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência
da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda
que favorável ao seu autor.

Isso porque, para o STF, o MS é uma ação conferida em benefício do


cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autoridade pública coatora
de ver o mérito da questão resolvido.

Inexistindo, assim, direito subjetivo da Autoridade Impetrada a um


pronunciamento judicial, desnecessária sua concordância para que se efetive o
pedido de desistência do Impetrante.

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Neste sentido:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE
DESISTÊNCIA DA AÇÃO, APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA DE MÉRITO. ART.
267, VIII, DO CPC. POSSIBILIDADE. QUESTÃO DECIDIDA PELO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL COM BASE NO ART. 543-B DO CPC. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
I. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 669.367/RJ, Relatora p/
acórdão a Ministra ROSA WEBER, submetido ao regime de repercussão geral, firmou
entendimento no sentido de que o impetrante pode desistir de Mandado de
Segurança, nos termos do art. 267, VIII, do CPC, a qualquer tempo, sem anuência
da parte contrária, mesmo após a prolação de sentença de mérito.
II. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 1127391/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA,
julgado em 11/02/2014, DJe 11/03/2014)

1.10 – Da atuação do Ministério Público

O Ministério Público atua no Mandado de Segurança como fiscal da lei.


Exatamente por isso que o artigo 12, da Lei 12.016/2009 determina que, após o
prazo para manifestação da autoridade coatora, os autos devem ser
encaminhados para o órgão ministerial para parecer:

Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o
juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo
improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão
conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em
30 (trinta) dias.

Sendo certo que a manifestação do parquet não é essencial, o parágrafo


único do artigo 12, prevê que com ou sem manifestação do Ministério Público, os
autos serão encaminhados para sentença. Suficiente, portanto, no mandado de

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segurança, a intimação do parquet para apresentação de parecer, sendo


desnecessária a sua efetiva manifestação.

1.11 – Da competência

A competência para processar e julgar o mandado de segurança será fixada


a partir da autoridade apontada como coatora, sendo certo que influirá
diretamente na competência a qualificação da autoridade como federal ou local e
a graduação hierárquica da autoridade.

Necessário, portanto, analisar qual pessoa jurídica irá suportar o ônus da


condenação (se a União, autarquia ou fundação federal, a competência será da
Justiça Federal – CF, artigo 109, VIII) e se a autoridade coatora possui
prerrogativa de foro conforme previsão da Constituição Federal ou Estadual.

Segundo lições de Leonardo Cunha (2016, pg. 543):

Para a fixação da competência no mandado de segurança, é fundamental a


verificação da hierarquia da autoridade e sua qualificação. Assim, deverá, por
exemplo, o mandado de segurança ser impetrado no Supremo Tribunal Federal,
quando se dirige contra o Presidente da República. Se a autoridade coatora for,
todavia, um Ministro de Estado, o mandado de segurança deve ser intentado
perante o Superior Tribunal de Justiça. Impetrado que seja o writ contra um
Governador do Estado, as Constituições Estaduais atribuem ao correspondente
Tribunal de Justiça competência para processá-lo e julgá-lo.

Residualmente, ou seja, não havendo previsão de competência originária de algum


tribunal, o mandado de segurança há de ser impetrado na primeira instância.
Tratando-se de autoridade federal, deve ser impetrado perante a primeira instância
da Justiça Federal. Caso, porém, o mandado de segurança invista contra uma
autoridade estadual ou municipal, a competência será da Justiça Estadual.

Situação interessante oriunda de tal distinção diz com os atos praticados


em licitações ou concursos públicos por sociedades de economia mista federais.

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É que as ações ordinárias propostas em face de tais entes são de competência


da Justiça Comum Estadual.

Por outro lado, quando do exercício da função pública, a exemplo de


licitações e concursos públicos, o mandado de segurança impetrado contra tais
atos será de competência da Justiça Federal:

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE


SEGURANÇA. CONCURSO DA TRANSPETRO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
1. A competência para julgamento de Mandado de Segurança é estabelecida em
razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como coatora.
2. Hipótese em que o mandamus foi impetrado contra o Diretor Presidente da
Transpetro/S.A., sociedade de economia mista.
3. É pacífico no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que compete à
Justiça Federal julgar Mandado de Segurança no qual se impugna ato de dirigente
de sociedade de economia mista federal.
4. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no CC 131.715/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 08/10/2014, DJe 10/12/2014)

Ademais, por expressa disposição constitucional, quanto à matéria


trabalhista, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar os mandados de
segurança quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.

Constituição Federal
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

Neste sentido (CUNHA, 2016, pg. 551):

É da Justiça do Trabalho, então, a competência para processar e julgar mandado


de segurança contra atos de Delegados Regionais do Trabalho, que, numa
fiscalização, apliquem sanções administrativas.

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Por outro lado, o Código Eleitoral (artigo 35, inciso III) prevê que compete
aos juízes eleitorais decidir os mandados de segurança quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição.

Analisando a Constituição Federal, temos:

Competência do Supremo Tribunal Federal

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal;

Neste sentido:

Súmula 248 – STF - É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal,


para mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.

Competência do Superior Tribunal de Justiça

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado,
dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

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Percebam que a competência tanto do STJ como do STF será do próprio


tribunal para processar e julgar mandados de segurança propostos contra seus
atos.

Assim, eventual writ a ser impetrado contra ato de Tribunal de Justiça ou


Tribunal Regional Federal, não deverá ser proposto perante o Superior Tribunal
de Justiça, eis que a competência será do próprio tribunal local ou regional.

Neste sentido:

Súmula 41 – STJ - O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para


processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de outros
tribunais ou dos respectivos órgãos

1.12 – Do procedimento

A petição inicial do Mandado de Segurança deverá obedecer aos requisitos


dos artigos 319 e 320 do CPC, além de ser instruída com todos os documentos
necessários a demonstrar a viabilidade do direito do impetrante (prova pré
constituída).

Deverá a petição ser apresentada em duas vias com todos os documentos


que instruem a inicial apresentados em cópia e, indicará, tanto a autoridade
coatora como a pessoa jurídica que esta integra.

A ideia é que a contra-fé do Mandado de Segurança seja apresentada com


cópias de todos os documentos e, quando da notificação da autoridade
impetrada, esta poderá apresentar manifestação sem precisar retirar os autos do
cartório, eis que receberá cópia integral da inicial com documentos.

Além disso, uma terceira via – sem a cópia dos documentos – deverá ser
apresentada para ser remetida à pessoa jurídica interessada, para que manifeste
interesse no feito. (artigo 7º, inciso I).

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Conforme visto acima, acaso documento essencial para manejo do


Mandado de Segurança esteja em posse de autoridade pública que recuse a
fornecê-la, o juiz ordenará, de forma preliminar, a exibição do documento em
original ou cópia autêntica, no prazo de 10 (dez) dias.

Se a autoridade que detiver o documento for a própria coatora, a ordem de


exibição do documento será dada na própria notificação.

Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei
processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem
a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a
pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce
atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em
repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício,
a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do
documento para juntá-las à segunda via da petição.
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a
ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado
ou da qual emane a ordem para a sua prática.

Denega-se o mandado de segurança naquelas hipóteses do artigo 485 do


Novo CPC (artigo 267 do CPC/73):

§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar
a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo;

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V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;


VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o
juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por
disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
Ademais, a inicial será indeferida quando não for o caso de mandado de
segurança ou quando lhe faltar algum dos requisitos legais ou passado o prazo
decadencial para impetração. Desta decisão, caberá apelação, ou, acaso o
mandado de segurança seja de competência originária de tribunal, da decisão do
relator, caberá agravo interno.

Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for
o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou
quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e,
quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão
competente do tribunal que integre.

Ressalte-se que uma vez impetrado o Mandado de Segurança, eventual


litisconsorte ativo que deseje ingressar no feito, apenas poderá fazê-lo até o
despacho da petição inicial:

Artigo 10.
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição
inicial.
A petição inicial também poderá ser apresentada por fax, telegrama,
radiograma ou outro meio eletrônico (art. 4º), previsão que está em consonância
com a orientação do Judiciário para o processo eletrônico.

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Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar


mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de
autenticidade comprovada.
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama,
radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata
ciência pela autoridade.
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis
seguintes.
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão
observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Despachada a inicial, então, o juiz determinará que se notifique a


autoridade impetrada para que apresente informações no prazo de 10 (dez) dias
e que se dê ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada:

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:


I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda
via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito;

Segundo Leonardo Cunha (2016, pg. 572):

Não apresentadas as informações, não se presumem verdadeiros os fatos alegados


pelo impetrante. É que, como se viu, ao impetrante cabe eliminar a presunção de
legitimidade do ato questionado. Essa presunção não será desfeita com a simples
ausência de informações no mandado de segurança. Estabelecer que o mandado
de segurança serve para proteger direito líquido e certo equivale a impor ao
impetrante, sempre, o ônus de elidir a presunção de legitimidade do ato atacado
no writ, não devendo tal presunção ser desfeita em razão da falta de informações.

Possível, ainda, que o magistrado venha a proferir medida liminar para se


suspender o ato coator, sendo facultada a exigência de caução prestada pelo
impetrante:

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III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou
depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

A caução não é obrigatória, sendo certo que se trata de medida


assecuratória a ser tomada pelo magistrado para evitar eventuais prejuízos ao
ente público.

Ademais, o mandado de segurança terá prioridade de julgamento, salvo em


relação ao habeas corpus:

Art. 7º.
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.

Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão


prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.

1.13 – Do cabimento de medida liminar

Conforme disposto no artigo 7º, inciso III, da Le 12.016/2009, a medida


liminar poderá ser concedida quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida caso seja deferida.

Segundo Leonardo Cunha (2016, pg. 575):

A liminar, em mandado de segurança tanto pode ter natureza cautelar como


natureza satisfativa, a depender do pedido formulado pelo impetrante. Concedida
liminar, o juiz deve determinar além da notificação da autoridade, a intimação
pessoal do representante judicial da pessoa jurídica de direito público interessada
para que possa ter início o prazo do recurso cabível e, igualmente, para que possa
ser ajuizada a suspensão de liminar.

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Deferida ou indeferida a medida liminar, poderá a parte interessada


interpor recurso de Agravo de Instrumento:

Artigo 7º.
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá
agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil.

Conforme visto em aulas anteriores, são vedadas as liminares em mandado


de segurança em algumas hipóteses (remete-se o aluno para a nossa Aula 02,
quando deverá estudar a tutela provisória e a suspensão de liminar) previstas
em lei:

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou
a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo
se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei
no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Além disso não poderá o impetrante criar embaraços para o normal


andamento do processo ou deixar de promover os atos e diligências que lhe
cumprirem, sob pena de caducidade da medida liminar:

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou


a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante
criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais
de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.

A lei prevê, ainda, regramento interno para a Autoridade Impetrada: acaso


deferida liminar, esta terá o prazo de 48 horas para remeter cópia da

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documentação bem como elementos para embasar eventual recurso para a


Procuradoria Geral do Estado, no caso deste nosso estudo.

Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da


notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação
judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora
cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos
outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da
medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder.

Fato é que deferida a liminar, seus efeitos persistirão até a prolação da


sentença, salvo se revogada ou cassada:

Artigo 7º.
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a
prolação da sentença.

Deferida a liminar, acaso a sentença denegue a segurança, quais os


efeitos da decisão liminar?

Trata-se de tema bastante cobrado em provas.


De acordo com a Súmula 405 do STF, deferida uma liminar em mandado
de segurança, acaso algum tempo depois, em sentença, o juiz venha a denegar
a segurança, a liminar anteriormente concedida deve ser tornada sem efeito,
inclusive retroagindo os efeitos da decisão contrária:

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Súmula 405 – STF - Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no


julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida,
retroagindo os efeitos da decisão contrária.

Por fim, segundo Leonardo Cunha, por se tratar de procedimento próprio e


especial, não cabe no seio do mandado de segurança a estabilização da tutela de
urgência deferida. Por outro lado, para o autor, seria possível no procedimento a
tutela de evidência, prevista no artigo 311, do CPC (2016, pg. 576):

São aplicáveis ao mandado de segurança as hipóteses do art. 311. É possível haver


a presença de tais requisitos, independentemente da urgência, no mandado de
segurança, permitindo-se assim a concessão de tutela provisória de evidência para
sobrestar os efeitos do ato impugnado ou para impor a prática de algum ato à
autoridade pública.

1.14 – Da sentença e coisa julgada

A sentença em mandado de segurança tem caráter mandamental, ou seja,


conterá uma ordem para que a pessoa jurídica de direito público adote
determinada postura. Tal sentença já antes do atual CPC exigia a intimação
pessoal do representante da pessoa jurídica de direito público.

Dada a importância e urgência da medida, o juiz poderá transmitir a decisão


por oficial de justiça, correio, correspondência, fax ou outro meio eletrônico
autêntico:

Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do


oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica
interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o
desta Lei.

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Tanto a sentença favorável quanto a contrária aos interesses do Impetrante


estarão sujeitas ao Recurso de Apelação. Contudo, acaso concedida a segurança,
a sentença estará sujeita também ao reexame necessário.

Ressalte-se que nos termos da jurisprudência do STJ, por se tratar de Lei


especial (Lei 12.016/2009, artigo 14, parágrafo 1º), não ocorre no procedimento
de mandado de segurança aquelas hipóteses de dispensa da remessa necessária
previstas nos parágrafos 3º e 4º, do artigo 496, do CPC:

MANDADO DE SEGURANÇA. SENTENÇA CONCESSIVA DO WRIT. REEXAME


NECESSÁRIO. APLICABILIDADE DA REGRA PREVISTA NO ART. 12 DA LEI Nº
1.533/51. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE.
I - As alterações promovidas no artigo 475 do CPC, pela Lei 10.352/2001, não
atingiram as sentenças concessivas de mandado de segurança, que continuam
sujeitas ao reexame necessário, a teor do art. 12 da Lei nº 1.533/51, em face da
especialidade deste diploma legal. Precedentes: REsp nº 723.469/SP, Rel. p/ac.
Min. DENISE ARRUDA, DJ de 05/10/06; REsp nº 595.110/SP, Rel. Min. LAURITA
VAZ, DJ de 06/02/06 e REsp nº 604.050/SP, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJ de
01/07/05.
II - Recurso especial provido, determinando o retorno dos autos à instância de
origem, a fim de que aprecie a remessa necessária.
(REsp 739.684/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 05/12/2006, DJ 01/02/2007, p. 404)

Ademais, conforme visto acima, estende-se à autoridade coatora o direito


de recorrer, sendo certo que, para Leonardo Cunha, a lei concede à autoridade
coatora a possibilidade de modificar o conteúdo decisório a fim de se preservar
de eventual responsabilidade pela prática do ato declarado abusivo ou ilegal.
Assim, é indispensável que no caso concreto seja demonstrado o interesse
recursal da autoridade, que é diverso do interesse recursal público.

É dizer: a autoridade coatora recorre da sentença para demonstrar que o


ato por ela praticado estava correto, com o intuito de se resguardar contra
eventual improbidade administrativa.

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

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§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo


grau de jurisdição.
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

Mas professor, se o Mandado de Segurança é tão importante, não


seria injusto que a concessão da segurança fosse suspensa pela
interposição de Recurso de Apelação?

Sabemos que em regra o Recurso de Apelação possui efeitos devolutivo


(devolve ao Tribunal toda a matéria discutida) e suspensivo (suspende a
execução da sentença até a apreciação do recurso).

Contudo, de fato, se remédio constitucional previsto no rol do artigo 5º, da


Constituição Federal, não seria coerente se exigir a apreciação da matéria pelo
tribunal antes de se permitir a execução da sentença concedida em Mandado de
Segurança.

Exatamente por isso, o artigo 14 da Lei 12.016/2009 previu expressamente


a possibilidade de se executar provisoriamente a sentença que conceder
mandado de segurança. A exceção fica por conta exatamente daquelas hipóteses
em que são vedadas a concessão de liminar.

Explica-se:

i. concedida a segurança em matérias que é possível a concessão de


liminar, eventual Recurso de Apelação e Reexame Necessário terão
apenas efeito devolutivo, cabendo execução provisória;

ii. concedida a segurança em matérias que não é possível a concessão de


liminar, eventual Recurso de Apelação e Reexame Necessário terão
tanto efeito devolutivo como suspensivo, não cabendo execução
provisória;

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Eis o texto legal dos parágrafos 3º e 4º, do artigo 14, da Lei 12.016/2009
para análise:

§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada


provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em


sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração
direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado
relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da
inicial.

Neste sentido, também caminha a doutrina (CUNHA, 2016, pg. 577):

A sentença proferida no mandado de segurança contém cariz injuntivo ou


mandamental, encerrando uma ordem expedida contra uma autoridade ou agente
público. Dada sua feição mandamental, tal sentença deve ser executada
imediatamente, ainda que desafiada por recurso próprio, a não ser nas hipóteses
em que se veda a concessão de liminar e se exige o prévio trânsito em julgado para
o cumprimento.

Ressalte-se que a sentença que denegar a segurança pode ser analisada


sob dois aspectos: aquela que extingue o processo sem resolução do mérito
(ausência de uma das condições da ação ou de prova pré-constituída) e aquela
que julga improcedente o pedido e, portanto, extingue o processo com resolução
do mérito.

Denegada a segurança sem resolução do mérito, poderá o Impetrante:

i. renovar o pedido de mandado de segurança, desde que formulado


dentro do prazo decadencial (120 dias);

ii. propor a ação ordinária própria para a busca de seus direitos e


respectivos efeitos patrimoniais;

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Neste sentido, tem-se o parágrafo 6º, do artigo 6º e o artigo 19 da Lei


12.016/2009:

Artigo 6º.
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo
decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir
o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos
e os respectivos efeitos patrimoniais.

Isto porque (FONTELES, 2015, pg. 58):

a inexistência de direito líquido e certo não significa que falece ao impetrante o


direito alegado, mas apenas que não lhe é possível a demonstração mediante prova
pré constituída.

Neste sentido, tem-se a Súmula 304, do Supremo Tribunal Federal:

Súmula 304 – STF - Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo


coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

A dificuldade prática, contudo, é aquela apontada por Guilherme Barros


(2015, pg. 355):

Na prática forense, o uso da expressão “denegação da segurança” é usada


indistintamente, seja em caso de extinção sem resolução do mérito, seja quando
ocorre a apreciação do mérito, com julgamento de improcedência. É preciso
observar o conteúdo da sentença, a fim de verificar se é possível a propositura de
nova demanda.

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Por fim, de acordo com o artigo 25, da Lei 12.016/2009, não cabem, no
processo de mandado de segurança, nem a interposição de embargos
infringentes, nem a condenação em honorários advocatícios.

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de


embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios,
sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

1.15 – Dos Honorários Advocatícios

De acordo com entendimento jurisprudencial pacífico, não cabe a


condenação em honorários advocatícios em processos de mandado de segurança.
Neste sentido:

Súmula 105 – STJ – Na ação de mandado de segurança não se admite condenação


em honorários advocatícios.

Súmula 512 – STF - Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de


mandado de segurança.

Segundo Guilherme Barros (2015, pg. 354):

A posição jurisprudencial é vista com bons olhos pela doutrina por se tratar de um
estímulo à impetração da ação constitucional, como forma de privilegiar o acesso à
Justiça. Diante do entendimento já firme na jurisprudência, com o advento da Lei
no. 12.016/2009, estabeleceu-se legalmente que não há condenação em
honorários advocatícios no mandado de segurança, o que não impede a eventual
condenação em litigância de má-fé (art. 25).

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1.16 – Do Mandado de Segurança Originário de Tribunal

Conforme vimos, há determinadas situações que o Mandado de Segurança


será processado e julgado originariamente perante algum tribunal. Nestas
hipóteses, a demanda será distribuída para um Relator que poderá deferir ou
indeferir a eventual medida liminar pleiteada.

Contra esta decisão caberá a interposição de Agravo Interno, de acordo


com o parágrafo único do artigo 16, da Lei 12.016/2009:

Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a
instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar
caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

Referido dispositivo acabou por superar antigo entendimento firmado pelo


STF com base ainda na Lei 1.533/512.

Além disso, nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos


respectivos recursos, quando não publicado o acórdão, este será substituído pelas
notas taquigráficas do julgamento, acaso transcorridos 30 dias.

Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos


recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do
julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas,
independentemente de revisão.

Professor, em caso de segurança concedida em processo originário de


tribunal, as partes poderão interpor que recursos?

2 Súmula 622 – STF – Superada pela Lei 12.016/2009 - Não cabe agravo regimental contra
decisão do relator que concede ou indefere liminar em Mandado de Segurança.

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Aqui a situação é bastante interessante e o tema é bastante explorado em


provas.

Conforme vimos, o Impetrante possui o dever de, através do Mandado de


Segurança, demonstrar a incoerência ou ilegalidade de ato público que,
presumivelmente é dotado de legitimidade.

Uma vez logrado seu objetivo e obtendo um julgamento favorável em sede


de competência originária do Tribunal, a lei estabelece uma certa dificuldade no
recurso eventualmente interposto pelo ente público.

Assim, acaso concedida a segurança em processo de competência


originária de Tribunal de Justiça, por exemplo, poderá o ente público ou a
autoridade impetrada interpor Recurso Especial ou Recurso Extraordinário.

Contudo, conforme de conhecimento dos senhores, tais recurso possuem


certa dificuldade para serem conhecidos nos Tribunais Superiores, a exemplo da
impossibilidade de se revolver matéria fática em sede recursal. É dizer: nesta
hipótese, tanto o STJ como o STF apenas poderão apreciar a matéria jurídica da
questão, não podendo analisar as provas acostadas aos autos.

Por outro lado, neste mesmo exemplo, em processo de competência


originária de Tribunal de Justiça, acaso seja denegada a segurança, não caberá
ao Impetrante a interposição de Recurso Especial ou de Recurso Extraordinário.

E por que não?

Porque neste caso, a lei previu um benefício para o Impetrante. Poderá ele
interpor um recurso denominado de Recurso Ordinário que será apreciado e
julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. Assim prevê a Lei 12.016/2009:

Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância


pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente
previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
E qual a vantagem do Recurso Ordinário?

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O Recurso Ordinário está previsto nos artigos 1.027 e 1.028 do CPC e se


assemelha muito com o Recurso de Apelação: poderá o tribunal revolver todas
as matérias de fato e de direito alegadas, não há necessidade de
prequestionamento da matéria e não há juízo de admissibilidade prévio do
tribunal de origem (artigo 1.028, CPC).

Quanto à competência, temos:

i. Supremo Tribunal Federal – julga recursos ordinários de decisões


denegatórias de mandados de segurança originários de tribunais
superiores (STJ ou TST, por exemplo).

ii. Superior Tribunal de Justiça - julga recursos ordinários de decisões


denegatórias de mandados de segurança originários de tribunais
regionais federais ou de tribunais de justiça estaduais / do Distrito
Federal (TRF da 1ª Região, por exemplo).

Eis o texto legal do CPC para análise:

Do Recurso Ordinário
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e
os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores,
quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão;
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo
internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões
interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de
Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.

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§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o.
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se,
quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições
relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo
de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto
perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente
determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as
contrarrazões.
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior, independentemente de juízo de admissibilidade.

Em resumo, quando o acórdão é favorável ao impetrante, o impetrado não


dispõe do recurso ordinário, mas tão somente do recurso especial e do
extraordinário, a depender do caso.

Por fim, não se aplica o princípio da fungibilidade recursal a tais casos,


conforme previsão expressa da Súmula 272, do STF:

Súmula 272 – STF - Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão
Denegatória de Mandado de Segurança.

1.17 – Dos efeitos financeiros da segurança

De acordo com o artigo 14, parágrafo 4º, da Lei 12.016/2009:

§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em


sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração
direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado
relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da
inicial.

Assim, impetrado o mandado de segurança para se discutir enquadramento


de determinado servidor público na carreira, acaso concedida a segurança apenas

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será possível o pagamento ao Impetrante das parcelas decorrentes da


condenação compreendidas entre a impetração e o trânsito em julgado.

Valores anteriores à impetração deverão ser pleiteados pelo Autor através


de ação própria de cobrança ou através de requerimento administrativo:

Súmula 271 – STF - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos


patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.

Rememore-se o teor da Súmula 269 do Supremo Tribunal Federal:

Súmula 269 – STF - O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de


cobrança.

Assim, apenas será possível o pagamento de qualquer valor relacionado à


concessão de mandado de segurança se os valores estiverem compreendidos
entre a data da impetração e o trânsito em julgado.

Ressalte-se que mesmo estes valores deverão ser pagos através da


expedição de precatório ou através de Requisição de Pequeno Valor, a depender
da hipótese.

Vejamos como este assunto já foi cobrado em prova.

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ESAF – PGFN - 2015

Consoante o enunciado 269 da súmula da jurisprudência do STF, “o mandado de


segurança não é substitutivo de ação de cobrança”. Em razão deste entendimento,
pode- se afirmar que:
a) não se admite a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor (RPV)
em mandado de segurança, devendo o impetrante buscar as vias ordinárias para
obter os efeitos patrimoniais do seu direito.
b) nos mandados de segurança impetrados perante o juizado especial federal,
admite-se a execução de parcelas pretéritas à impetração.
c) a execução contra a Fazenda Pública dos honorários de sucumbência constitui
exceção ao enunciado 269 do STF, havendo expressa previsão de seu cabimento
no mandado de segurança.
d) apesar do entendimento plasmado no enunciado 269, admite-se a execução
contra a Fazenda Pública de valores devidos entre a impetração e o trânsito em
julgado, seguindo-se a sistemática do precatório ou da requisição de pequeno valor
(RPV).
e) como o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança, a sua
impetração não interfere na prescrição de eventuais pretensões patrimoniais
decorrentes da concessão da segurança.

Comentários

Conforme visto acima, o gabarito desta questão é a Letra “D”, eis que os
valores devidos entre a impetração e o trânsito em julgado poderão ser pagos´,
independente da Súmula 269 do STF.

Tais valores serão pagos através de RPV ou expedição de precatório a


depender da hipótese.

2-Mandado de Segurança Coletivo

2.1 – Considerações Iniciais

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O mandado de segurança coletivo tem sido bastante explorado em provas


de concursos públicos mais recentes e, em geral, trata-se de matéria
relativamente simples, até porque prevista em apenas dois artigos da Lei
12.016/2009 (21 e 22) e no artigo 5º, inciso LXX, da Constituição Federal.

Em geral, tudo que vimos até agora sobre o Mandado de Segurança


Individual aplica-se ao Mandado de Segurança Coletivo, salvo algumas nuances
específicas que veremos a seguir.

i. Medida Liminar

A liminar no Mandado de Segurança coletivo apenas poderá ser deferida


após a oitiva do representante judicial da pessoa jurídica de direito público no
prazo de 72 (setenta e duas) horas, nos termos do parágrafo segundo, do artigo
22, da Lei 12.016/2009:

§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a


audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

Assim, em que pese no Mandado de Segurança Individual ser possível a


concessão de liminar sem a oitiva da parte contrária (inaudita altera pars), no
mandado de segurança coletivo, a liminar apenas pode ser concedida após a
oitiva da Fazenda Pública.

A liminar no MS Coletivo apenas poderá ser deferida após a oitiva da


pessoa jurídica de direito público no prazo de 72 horas.

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ii. Litispendência e Coisa Julgada

De acordo com o caput e o parágrafo 1º, do artigo 22, da Lei do Mandado


de Segurança:

Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada


limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de
30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva.

Explica-se com um exemplo.

Determinado servidor público (vamos chamá-lo carinhosamente de Sr.


Orozimbo) impetra um Mandado de Segurança Individual para ver assegurado o
seu direito de ser enquadrado em determinado nível de sua carreira. Pouco tempo
depois, o sindicato de sua categoria profissional impetra um Mandado de
Segurança Coletivo para assegurar o mesmo direito a diversos servidores que se
encontram na mesma situação funcional do Sr. Orozimbo.

É que, como vimos, a coisa julgada será estendida limitadamente aos


membros do grupo ou categoria substituídos pelo Sindicato Impetrante. (artigo
22, caput). A lei estabelece, então, que não haverá litispendência entre o
Mandado de Segurança Individual e o Coletivo, independente da ordem de
impetração.

Contudo, os efeitos da coisa julgada do Mandado de Segurança Coletivo


apenas serão estendidos ao Impetrante individual, acaso este desista da sua
demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência comprovada
da impetração do mandado de segurança coletivo.

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Assim, acaso o Sr. Orozimbo (servidor do nosso exemplo) tome ciência da


impetração do Mandado de Segurança Coletivo, ele terá o prazo de 30 (trinta)
dias para desistir do seu Mandado de Segurança Individual, sob pena de não ser
beneficiado pela decisão coletiva.

E professor, qual a vantagem do Sr. Orozimbo desistir do Mandado de


Segurança Individual dele?

Em geral, o sindicato da categoria possui mais recursos para custear um


processo judicial de grande complexidade, seja através do pagamento de
advogados especializados, seja através de viagens para sustentações orais em
Tribunais Superiores ou pagamento das próprias custas do Judiciário.

Assim, em comparação com o Impetrante individual, presume-se que o


Sindicato esteja mais bem preparado para uma demanda coletiva.

E se o Sr. Orozimbo não desistir da demanda?

Ele não será beneficiado pela decisão do MS Coletivo.

E, perdendo sua demanda individual, não poderá ter seu direito


reconhecido, ainda que porventura exitosa a demanda coletiva.

Assim, o Sr. Orozimbo corerrá o risco de, em sendo exitosa a demanda


coletiva, toda a categoria ser beneficiada pela decisão, à exceção dele que, tendo
insistido na demanda individual, saíra derrotado.

O mandado de segurança coletivo não induz


litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante
a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de

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segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada


da impetração da segurança coletiva.

E se o Mandado de Segurança Coletivo for julgado improcedente, como


ficam os efeitos da coisa julgada?

De acordo com o artigo 506, do CPC, a sentença faz coisa julgada restrita
às partes, não prejudicando terceiros:

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
prejudicando terceiros.

No processo coletivo, a coisa julgada opera-se de acordo com o resultado


da demanda.

Acaso a demanda seja julgada improcedente, não haverá coisa julgada em


relação aos titulares individuais do direito, que poderão ajuizar demandas
individuais, sem qualquer vinculação com a demanda coletiva3.

Pode-se, portanto, resumir a coisa julgada da sentença coletiva da seguinte


forma:

a) Processo extinto sem resolução do mérito – produz


apenas coisa julgada formal;

3
CDC. Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: II -
ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no
inciso II do parágrafo único do art. 81;

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b) Pedido julgado improcedente – Não atinge as demandas


individuais que porventura venham a ser propostas;

c) Sentença julgada procedente – Transporte da coisa


julgada – todos beneficiados de acordo com a lei;

Assim, julgada improcedente a demanda coletiva, nada impede que o Sr.


Orozimbo proponha a sua demanda individual para pleitear seu direito, desde
que ainda disponha de prazo para tanto.

2.2 – Legitimidade Ativa

De acordo com o artigo 5º, inciso LXX, da Constituição Federal, o mandado


de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional ou por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída há pelo menos um ano em defesa
dos interesses de seus membros ou associados.

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

O artigo 21, da Lei 12.016/2009 assim regulou o respectivo dispositivo


constitucional:

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou

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de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Analisemos, portanto, a seguinte questão: quem poderá impetrar Mandado


de Segurança Coletivo?

a) Quem pode impetrar?

A quem cabe a legitimidade ativa para impetrar o Mandado de Segurança


Coletivo? O artigo 21, caput, estabelece que poderão impetrar o mandado de
segurança coletivo os seguintes entes:

i. Partido político com representação no Congresso Nacional, na


defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes
ou à finalidade partidária;

Tal qual na Ação Direta de Inconstitucionalidade, a presença de apenas


um deputado ou um senador já supre a exigência legal.

ii. Organização sindical ou entidade de classe;

iii. Associação legalmente constituída e em funcionamento há,


pelo menos, 1 (um) ano;

Quanto a estes dois legitimados, necessário prestarmos bastante atenção.


É que este tema é bastante cobrado em provas, inclusive na recente prova de
Procurador Geral do Estado do Mato Grosso.

Vejamos.

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Em primeiro lugar, tanto a organização sindical ou entidade de classe como


a associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano
apenas podem demandar em juízo:

em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus


membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Transcreve-se, para memorização, o disposto no caput do artigo 21, da Lei


12.016/2009:

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

O Supremo Tribunal Federal já havia pacificado alguns desses temas antes


mesmo do advento da Lei 12.016/2009:

SÚMULA 629 – STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade


de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

SÚMULA 630 – STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de


segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.

Mas professor, eu vi que as Associações são diferentes dos Sindicatos


quando propõem demandas coletivas, correto?

Sim. Correto.

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Contudo, para efeitos de mandado de segurança coletivo, a única exigência


em relação a associação que não se faz ao sindicato ou entidade de classe é o
funcionamento há pelo menos um ano.

Nos Mandados de Segurança Coletivos:

Mandado de Segurança Coletivo

Sindicato ou entidade de
Associação
classe

Não precisa de autorização de Não precisa de autorização de seus


seus filiados. filiados.

Precisa estar constituído e em


Pode impetrar a qualquer tempo. funcionamento há pelo menos um
ano para impetrar.

E em ações ordinárias, há outra diferença?

Sim.

O Supremo Tribunal Federal foi levado a decidir uma discussão acerca dos
limites do transporte da coisa jugada em demandas propostas por sindicatos ou
associações de servidores públicos onde apenas no momento da execução
apresenta-se a lista de associados beneficiados pela decisão do processo de
conhecimento.

Se um sindicato ou associação propuserem demanda contra ente público e,


apenas quando da execução do julgado apresentam a lista de associados /
filiados, há diferença quanto aos limites da coisa julgada entre associação e
sindicato?

Em suma, existe restrição ao ajuizamento de demandas por sindicatos e


associações? Quais os limites subjetivos do título? A discussão passa pelo

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enfrentamento da diferença entre Associação e Sindicato e dos institutos de


representação e substituição processual.

Inicialmente, o tratamento dado tanto para as associações como para os


sindicatos era bastante semelhante, inexistindo maiores diferenças entre os
mesmos.

Contudo, segundo a Constituição Federal, as associações e os sindicatos


possuem tratamento jurídico diferenciado, nos termos do artigo 5º, incisos XXI e
LXX, b e 8º, III:

Constituição Federal.
Art. 5.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: b) organização


sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
ou associados;

Art. 8.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

Segundo decidido pelo Supremo Tribunal Federal, ao demandarem em juízo,


as associações atuam em defesa de seus filiados através do instituto da
Representação Processual, diferentemente dos Sindicatos que seriam
Substitutos processuais.

Assim, para a formação da coisa julgada coletiva em demandas Ordinárias


através de associações, necessária a autorização expressa dos filiados e a juntada
da lista completa dos beneficiários, como forma de garantir a melhor defesa do
réu. Tal autorização não pode ser apenas aquela expressa na ata de constituição
ou no Regimento Interno da Associação, sendo possível, contudo, a autorização
dada em assembleia específica.

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Ressalte-se que o aqui discutido não se aplica aos mandados de segurança


coletivos, conforme visto acima.

Já os sindicatos, atuando em juízo através do instituto da substituição


processual, possuem ampla legitimidade para, independente de autorização
expressa dos filiados, proporem demandas que possibilitem a execução individual
do título executivo.

Neste sentido:

REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS – ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL. ALCANCE. O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República
encerra representação específica, não alcançando previsão genérica do estatuto da
associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO – BENEFICIÁRIOS. As balizas subjetivas do título judicial,
formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no
processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista
destes juntada à inicial.

(RE 573232, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/


Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014
EMENT VOL-02743-01 PP-00001)

CESPE – Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados -


2014

I. As associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo


menos um ano poderão impetrar, em nome próprio, mandado de

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segurança coletivo em favor de seus associados, independentemente


da autorização expressa destes.

II. Para que uma entidade de classe ajuíze mandado de segurança


coletivo em favor de seus associados, além do prazo mínimo de um
ano de regular existência dessa entidade, é necessário que ela conte
com autorização da respectiva assembleia.

Comentários

O Item I está verdadeiro, tal qual afirmado linhas acima nesta aula.

Já o Item II está Falso, tendo em vista que entidades de classe não


precisam estar em funcionamento há mais de um ano para impetrar mandado de
segurança coletivo, apenas as associações. Ademais, entidades de classe não
precisam de autorização expressa de seus filiados para impetração do writ.

b) Quais direitos podem ser discutidos?

De acordo com o parágrafo único, do artigo 21, da Lei 12.019/2016, os


direitos difusos não podem ser discutidos em sede de mandado de segurança
coletivo. Apenas poderão ser discutidos os direitos:

i. Coletivos – aqueles entendidos como transidividuais, de que seja


titular grupo ou categoria ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica básica.

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Em que pese tratados de forma coletiva, os titulares do direito são


determináveis ou passíveis de identificação.

ii. Individuais homogêneos – aqueles decorrentes de origem comum e


da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos
associados ou membros do impetrante.

Transcreve-se, por oportuno, o disposto no parágrafo único do artigo 21,


da Lei 12.016/2009:

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem


ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes
de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte
dos associados ou membros do impetrante.

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3-Legislação Pertinente

A seguir, transcreve-se novamente toda a legislação utilizada na presente


aula para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais importantes.

Constituição Federal

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

Lei 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança)

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem
como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público.
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer
delas poderá requerer o mandado de segurança.

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Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem


patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições
idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito
originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado
judicialmente.
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se
ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar
mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de
autenticidade comprovada.
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama,
radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata
ciência pela autoridade.
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis
seguintes.
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão
observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei
processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem
a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a
pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce
atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em
repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício,
a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do
documento para juntá-las à segunda via da petição.
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a
ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado
ou da qual emane a ordem para a sua prática.
§ 4o (VETADO)
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

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§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo


decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda
via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou
depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá
agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil.
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou
a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a
prolação da sentença.
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo
se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no
5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou
a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante
criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais
de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da
notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação
judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora
cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos
outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da
medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for
o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou
quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e,
quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão
competente do tribunal que integre.

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§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição


inicial.
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará
aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de
representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega
a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4o desta
Lei, a comprovação da remessa.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o
juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo
improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão
conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em
30 (trinta) dias.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do
oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica
interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o
desta Lei.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo
grau de jurisdição.
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada
provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em
sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração
direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado
relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da
inicial.
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada
ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e
à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e
da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5
(cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput
deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal
competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo,
quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a
que se refere este artigo.
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações
movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o
julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

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§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar


se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na
concessão da medida.
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única
decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a
liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a
instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar
caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos
recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do
julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas,
independentemente de revisão.
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância
pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente
previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir
o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos
e os respectivos efeitos patrimoniais.
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão
prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão
que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem
ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes
de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte
dos associados ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de

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30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança


coletiva.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a
audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de
embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios,
sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas
em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da
aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização
judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, contado da sua publicação.
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4
de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de
1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei no
6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982,
e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

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4-Jurisprudência Correlata

A seguir, transcreve-se novamente toda a jurisprudência utilizada na


presente aula para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais
importantes.

Supremo Tribunal Federal

Súmula Vinculante 21 – STF – É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

Súmula 248 – STF - É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal,


para mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.

Súmula 266 – STF - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Súmula 267 – STF - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível
de recurso ou correição.

Súmula 268 – STF - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com
trânsito em julgado.

Súmula 269 – STF - O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de


cobrança.

Súmula 271 – STF - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos


patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.

Súmula 272 – STF - Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão
Denegatória de Mandado de Segurança.

Súmula 304 – STF - Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo


coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

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Súmula 405 – STF - Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no


julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida,
retroagindo os efeitos da decisão contrária.

Súmula 429 – STF - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo


não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

Súmula 430 – STF - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe


o prazo para o mandado de segurança.

Súmula 510 – STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência


delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Súmula 512 – STF - Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de


mandado de segurança.

Súmula 525 – STJ - A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,


apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para
defender os seus direitos institucionais.

Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.

Súmula 627 – STF - No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado


da competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora,
ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do
procedimento.
SÚMULA 629 – STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade
de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

SÚMULA 630 – STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de


segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.

Súmula 631 – STF - Extingue-se o processo de mandado de segurança se o


impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo
necessário.

Súmula 632 – STF - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança.

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Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE PREVENTIVO


DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1.
Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade
material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação).
O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do
parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança
com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou
emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que
disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de
23.04.04). Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade
está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação
legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do
STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do
processo de formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final
aprovação ou não. 2. Sendo inadmissível o controle preventivo da
constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir
a parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle
abstrato repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais
eficiente, de provocar esse mesmo controle antecipadamente, por via de mandado
de segurança. 3. A prematura intervenção do Judiciário em domínio jurídico e
político de formação dos atos normativos em curso no Parlamento, além de
universalizar um sistema de controle preventivo não admitido pela Constituição,
subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação plausível, a
prerrogativa constitucional que detém de debater e aperfeiçoar os projetos,
inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. Quanto mais
evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos de leis,
menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do Legislativo,
de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se for o caso. Partir da
suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de
responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto
assim se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle
repressivo pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento
jurídico. 4. Mandado de segurança indeferido.

(MS 32033, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
033 DIVULG 17-02-2014 PUBLIC 18-02-2014 RTJ VOL-00227-01 PP-00330)

REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS – ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL. ALCANCE. O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República
encerra representação específica, não alcançando previsão genérica do estatuto da
associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO – BENEFICIÁRIOS. As balizas subjetivas do título judicial,
formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no
processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista
destes juntada à inicial.

(RE 573232, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/


Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014,

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REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014


EMENT VOL-02743-01 PP-00001)

Superior Tribunal de Justiça

Súmula 41 – STJ - O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para


processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de outros
tribunais ou dos respectivos órgãos

Súmula 105 – STJ – Na ação de mandado de segurança não se admite condenação


em honorários advocatícios.

Súmula 177 – STJ – O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar


e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado
presidido por ministro de estado.

Súmula 202 – STJ - A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial,
não se condiciona à interposição de recurso.

Súmula 213 – STJ - O mandado de segurança constitui ação adequada para a


declaração do direito à compensação tributária.
Súmula 333 – STJ - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. CRITÉRIOS PARA COMPOR A LISTA TRÍPLICE DE CANDIDATOS À
VAGA DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
CARÊNCIA DO DIREITO DE AÇÃO POR SUPERVENIENTE PERDA DE OBJETO.
EXAURIMENTO DO OBJETO DA IMPETRAÇÃO. WRIT QUE ATACA LEI EM TESE.
DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA VIA MANDAMENTAL PARA
OBTER DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE.
(...)
3. "Consoante orientação jurisprudencial do STJ, embora se admita, em
mandado de segurança, invocar a
inconstitucionalidade/constitucionalidade da norma como fundamento
para um pedido (= controle incidental de constitucionalidade), nele não se
admite que a declaração de inconstitucionalidade/constitucionalidade
(ainda que sob pretexto de ser incidental), constitua, ela própria, um
pedido autônomo, tal como formulado"
(AgRg nos EDcl nos EDcl no RMS 22.680/MT, Relator Desembargador convocado
Celso Limongi, Sexta Turma, DJe 30/3/2011). Outro precedente: AgRg nos EDcl no
RMS 30.008/BA, Relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
9/11/2010.

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4. Recurso ordinário não provido.


(RMS 41.416/PE, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 18/02/2014, DJe 04/08/2014)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. AUSÊNCIA DE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. MEDICAÇÃO INDICADA POR LAUDO MÉDICO
PARTICULAR NÃO FORNECIDA PELO SUS. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA PARA VERIFICAR PERTINÊNCIA E EFICÁCIA DO REMÉDIO.
IMPOSSIBILIDADE. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRECEDENTES DO STJ.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Com efeito, esta Corte Superior possui entendimento firmado no sentido de que
as pessoas doentes, as quais não possuem disponibilidade financeira para custeio
do tratamento, têm direito a receber os medicamentos do Estado em caso de
comprovada necessidade, em razão da primazia do direito à vida e à saúde, nos
termos da interpretação dos dispositivos constitucionais relacionados ao tema e da
Lei 8.080/90. Nesse sentido: AgRg no AREsp 476.326/PI, Segunda Turma, Rel.
Ministro Humberto Martins, DJe de 7.4.2014; AgRg no REsp 1.028.835/DF, Primeira
Turma, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe de 15.12.2008.
2. Efetivamente, nos caso dos autos, a Corte a quo não afastou o direito ao
recebimento de medicamento, entretanto, não admitiu a utilização do mandado de
segurança para discutir a referida pretensão por inexistência de direito líquido e
certo decorrente de ausência de prova pré-constituída.
3. Assim, é incontroverso que o remédio pleiteado pelo recorrente é diverso dos
medicamentos fornecidos pelo Estado para o tratamento da doença específica e não
está relacionado nas portarias reguladoras do Sistema Único de Saúde.
4. Ademais, a utilização da medicação foi sugerida por laudo médico particular, sem
a efetiva demonstração da eficácia do remédio em detrimento aos fornecidos pelo
sistema estatal. Nesses casos, é de extrema importância submeter a referida
prescrição médica ao efetivo contraditório, pois o direito à saúde prestado não
significa a livre escolha de medicação e tratamento a ser custeado pelo ente público.
5. Tais considerações exigem, necessariamente, dilação probatória que afastam o
reconhecimento de direito líquido e certo indispensável à concessão da segurança
e atraem a inadequação da via eleita do mandamus.
6. Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte Superior: RMS 46.393/RO,
2ª Turma, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe de 30.10.2014; AgRg no RMS
34.545/MG, 1ª Turma, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe de 3.2.2012; RMS
30.746/MG, 2ª Turma, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe de 6.12.2012; RMS
28.338/MG, 2ª Turma, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe de 17.6.2009.
7. Agravo regimental não provido.
(AgRg no RMS 46.373/RO, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 23/04/2015)

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ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EMPRESA PÚBLICA. CONTRATO


FIRMADO A PARTIR DE PRÉVIO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO PARA ADEQUAÇÃO
DE REDE ELÉTRICA DE AGÊNCIA BANCÁRIA. APLICAÇÃO DE MULTA CONTRATUAL.
ATO DE GESTÃO. DESCABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA.
1. A imposição de multa decorrente de contrato ainda que de cunho
administrativo não é ato de autoridade, posto inegável ato de gestão
contratual. Precedentes jurisprudenciais: AGRG RESP 1107565, RESP 420.914,
RESP 577.396
2. Os atos de gestão não possuem o requisito da supremacia, por isso são meros
atos da administração e não atos administrativos, sendo que a Administração e o
Particular encontram-se em igualdade de condições, em que o ato praticado não se
submete aos princípios da atividade administrativa, tampouco exercido no exercício
de função pública, não se vislumbrando ato de autoridade.
3. Sob este enfoque preconiza a doutrina que: Atos de gestão são os que a
Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal
ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos
negociais com os particulares, que não exigem coerção sobre os interessados. (in
Direito Administrativo Brasileiro, 31ª Edição, pág. 166, Hely Lopes Meirelles).
4. In casu, versa mandado de segurança impetrado por empresa privada em face
da Caixa Econômica Federal visando anular ato do Presidente da Comissão de
Licitação que, nos autos do contrato para prestação de serviços de adequação da
rede elétrica de agência bancária aplicou a penalidade de multa por atraso da obra.
5. Deveras, apurar infração contratual e sua extensão é incabível em sede de writ,
via na qual se exige prova prima facie evidente.
6. A novel Lei do Mando de Segurança nº 12.026/2009 sedimentou o entedimento
jurisprudencial do descabimento do mandado de segurança contra ato de gestão,
em seu art. 1º, par. 2º, in verbis: "Não cabe mandado de segurança contra os atos
de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionária de serviço público." 7.
Consectariamente, a Caixa Econômica Federal mesmo com natureza jurídica de
empresa pública que, integrante da Administração Indireta do Estado, ao fixar
multa em contrato administrativo pratica ato de gestão não passível de impugnação
via mandado de segurança, mercê de não se caracterizar ato de autoridade.
8. Recurso Especial desprovido.
(REsp 1078342/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
09/02/2010, DJe 15/03/2010)

AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. SÚMULA 267
DO STF.
1. Incabível o mandado de segurança contra ato judicial passível de impugnação
por meio próprio, tendo em vista não ser sucedâneo recursal.
2. Não se aplica a Súmula 202/STJ quando o terceiro toma a iniciativa de
ingressar no feito, tem sua pretensão indeferida e, mesmo devidamente intimado,
deixa de interpor o recurso cabível. Precedente.

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3. Agravo interno a que se nega provimento.


(AgRg no RMS 43.016/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,
julgado em 28/06/2016, DJe 01/08/2016)

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO NORMATIVO


DE EFEITOS CONCRETOS. POSSIBILIDADE. TAXA DE VISTORIA E TAXA DE
VALIDAÇÃO DE VISTORIA. BITRIBUTAÇÃO. ANÁLISE DE LEI LOCAL. SÚMULA
280/STF. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ.
1. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, é possível a impetração de
mandado de segurança contra ato normativo, de efeitos concretos, que incide
diretamente na esfera jurídica do impetrante.
(...)
(AgRg no REsp 1518800/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 28/04/2015, DJe 06/05/2015)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA PELO STF. CONVALIDAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS
EFETUADA PELO CONTRIBUINTE UNILATERALMENTE. MANDADO DE SEGURANÇA.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA.
1. O mandado de segurança é instrumento adequado à declaração do direito de
compensação de tributos indevidamente pagos, em conformidade com a Súmula
213 do STJ. (Precedentes das Turmas de Direito Público: AgRg no REsp
1044989/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/08/2009, DJe 25/08/2009; EDcl no REsp 1027591/SP, Rel. Ministra ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/06/2009, DJe 25/06/2009; RMS
13.933/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, DJ 31.08.2007; REsp 579.488/SP,
Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 23.05.2007; AgRg no REsp
903.020/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJ 26.04.2007; e RMS 20.523/RO,
Rel.Ministro LUIZ FUX, DJ 08.03.2007).
2. Ao revés, é defeso, ao Judiciário, na via estreita do mandamus, a
convalidação da compensação tributária realizada por iniciativa exclusiva
do contribuinte, porquanto necessária a dilação probatória. (Precedentes:
EDcl nos EDcl no REsp 1027591/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 03/09/2009, DJe 21/09/2009; REsp 1040245/SP, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 30/03/2009; AgRg no
REsp 725.451/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/12/2008, DJe 12/02/2009; AgRg no REsp 728.686/SP, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 25/11/2008;
REsp 900.986/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/03/2007, DJ 15/03/2007; REsp 881.169/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2006, DJ 09/11/2006).

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3. A intervenção judicial deve ocorrer para determinar os critérios da compensação


objetivada, a respeito dos quais existe controvérsia, v.g. os tributos e contribuições
compensáveis entre si, o prazo prescricional, os critérios e períodos da correção
monetária, os juros etc; bem como para impedir que o Fisco exija do contribuinte
o pagamento das parcelas dos tributos objeto de compensação ou que venha a
autuá-lo em razão da compensação realizada de acordo com os critérios autorizados
pela ordem judicial, sendo certo que o provimento da ação não implica
reconhecimento da quitação das parcelas ou em extinção definitiva do crédito,
ficando a iniciativa do contribuinte sujeita à homologação ou a lançamento
suplementar pela administração tributária, no prazo do art. 150, § 4º do CTN.
4. A Administração Pública tem competência para fiscalizar a existência ou não de
créditos a ser compensados, o procedimento e os valores a compensar, e a
conformidade do procedimento adotado com os termos da legislação pertinente,
sendo inadmissível provimento jurisdicional substitutivo da homologação da
autoridade administrativa, que atribua eficácia extintiva, desde logo, à
compensação efetuada.
5. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente,
pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais,
o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela
parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar
a decisão.
6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art.
543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1124537/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
25/11/2009, DJe 18/12/2009)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC.


INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MANDADO DE SEGURANÇA
IMPETRADO POR CÂMARA MUNICIPAL PARA DISCUTIR RETENÇÃO DE VALORES DO
FPM. ILEGITIMIDADE ATIVA.
1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica
caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.
2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade
judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus
interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao
funcionamento, autonomia e independência do órgão, não se enquadrando, nesse
rol, o interesse patrimonial do ente municipal.
Nesse sentido: REsp 1.164.017/PI, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe de
6.4.2010.
3. Recurso especial não provido.
(REsp 1429322/AL, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 20/02/2014, DJe 28/02/2014)

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ADMINISTRATIVO. SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL. SUBSTITUIÇÃO DO VALOR DA


FUNÇÃO INCORPORADA SOB A ÉGIDE DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º
39/85, A QUAL FOI REVOGADA PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 58/03.
FALECIMENTO DA IMPETRANTE. EXTINÇÃO DO FEITO.
1. Com o falecimento da Impetrante, não há como se prosseguir no julgamento do
feito, em face do caráter mandamental do writ e da natureza personalíssima do
direito ora postulado.
2. Extinção do mandamus sem julgamento do mérito, ressalvando-se aos herdeiros
do Impetrante o direito de recorrerem às vias ordinárias.
(RMS 27.818/PB, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
14/02/2012, DJe 29/02/2012)

PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PESSOA JURÍDICA.


LEGITIMIDADE PASSIVA. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. PRETENSÃO DE
REVOLVIMENTO DE MATÉRIA MERITAL.(...)
3. In casu, inexiste omissão no julgado, tendo em vista que a tutela jurisdicional
foi prestada nos limites em que reclamada, eis que a embargante, por ocasião do
recurso especial, limitou-se a defender que os sujeitos passivos em mandado de
segurança são necessariamente pessoas físicas, e o acórdão embargado,
contrariando esta tese, expressamente esclareceu que a pessoa jurídica de
direito público a suportar os ônus da sentença, por ter interesse direto na
causa, revela-se parte legítima para figurar no pólo passivo da ação
mandamental.
(...)
(EDcl no REsp 547.235/RJ, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 05/08/2004, DJ 20/09/2004, p. 190)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ART.


18 DA LEI Nº 1.533/51. PRAZO MANDAMENTAL. CONTAGEM.
1. O prazo para a impetração do mandado de segurança (art. 18 da Lei nº
1.533/51) tem início no primeiro dia útil após a ciência do ato impugnado.
Outrossim, caso o marco final recaia em um feriado forense, prorroga-se o
prazo para o primeiro dia útil seguinte. Precedentes do STJ e do STF.
2. O plantão judiciário constitui figura concebida para permitir o exame durante os
feriados e recessos forenses das medidas de caráter urgente, ou seja, possibilitar
o acesso ao Poder Judiciário ininterruptamente para salvaguardar o direito daquele
que se vê na iminência de sofrer grave prejuízo em decorrência de situações que
reclamam provimento jurisdicional imediato.
3. O termo final do prazo para impetração do mandado de segurança não se
enquadra nesse conceito de emergência, sendo igualmente certo que, caso se
albergasse a tese contraposta, o funcionamento contínuo do Poder Judiciário
acabaria, na verdade, prejudicando aquele que tivesse interesse na impetração de

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um writ, pois, ainda que não houvesse urgência no pleito, o prazo para o
ajuizamento acabaria por ser reduzido em virtude do plantão.
4. A impetração do mandado de segurança observou o disposto no art. 18 da Lei
nº 1.533/51, não havendo que se cogitar de decadência, daí porque os autos devem
retornar à Corte de origem para que dê prosseguimento ao feito, sendo induvidoso
que a causa não está madura para pronto julgamento na medida em que sequer
foram prestadas informações pela autoridade coatora.
5. Recurso ordinário provido em parte.
(RMS 22.573/MS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/02/2010, DJe 24/02/2010)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DECADÊNCIA


AFASTADA. ATO OMISSIVO CONTINUADO. PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO.
SÚMULA 83 DO STJ. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento segundo o
qual não se verifica a decadência para a impetração do mandado de segurança
quando há conduta omissiva ilegal da Administração, uma vez que o prazo
estabelecido pelo art. 18 da Lei n. 1.533/51 renova-se de forma continuada. Trata-
se, portanto, de relações de trato sucessivo. Incidência da Súmula 83/STJ.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 243.070/CE, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 07/02/2013, DJe 19/02/2013)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXCLUSÃO DO


PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. ATO COMISSIVO. DECADÊNCIA.
1. Trata-se, originariamente, de Mandado de Segurança contra ato de secretário de
Estado da Administração que excluiu as horas extras da remuneração de servidores.
O acórdão recorrido extinguiu o feito por decadência.
2. A jurisprudência do STJ é assente em afirmar que, quando houver
redução, e não supressão do valor de vantagem, configura-se a prestação
de trato sucessivo, que se renova mês a mês, pois não equivale à negação
do próprio fundo de direito. Mutatis mutandis, a exclusão do pagamento da
verba é ato comissivo que atinge o fundo de direito e, portanto, está sujeito
ao prazo decadencial do art. 23 da Lei 12.016/2009.
3. Recurso Ordinário não provido.
(RMS 34.363/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/12/2012, DJe 19/12/2012)

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.


DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. ATO ADMINISTRATIVO DE ELIMINAÇÃO DO
CANDIDATO.

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1- O prazo decadencial do mandado de segurança inicia-se com o ato


administrativo que determina a eliminação do candidato do certame,
momento em que a regra editalícia passa a afetar seu direito subjetivo,
legitimando-o para a impetração. Precedentes, inclusive da Corte Especial.
(...)
(STJ - RMS: 32216 AM 2010/0094685-7, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data
de Julgamento: 16/05/2013, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe
21/05/2013)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE
DESISTÊNCIA DA AÇÃO, APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA DE MÉRITO. ART.
267, VIII, DO CPC. POSSIBILIDADE. QUESTÃO DECIDIDA PELO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL COM BASE NO ART. 543-B DO CPC. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
I. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 669.367/RJ, Relatora p/
acórdão a Ministra ROSA WEBER, submetido ao regime de repercussão geral, firmou
entendimento no sentido de que o impetrante pode desistir de Mandado de
Segurança, nos termos do art. 267, VIII, do CPC, a qualquer tempo, sem anuência
da parte contrária, mesmo após a prolação de sentença de mérito.
II. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 1127391/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA,
julgado em 11/02/2014, DJe 11/03/2014)

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE


SEGURANÇA. CONCURSO DA TRANSPETRO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
1. A competência para julgamento de Mandado de Segurança é estabelecida em
razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como coatora.
2. Hipótese em que o mandamus foi impetrado contra o Diretor Presidente da
Transpetro/S.A., sociedade de economia mista.
3. É pacífico no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que compete à
Justiça Federal julgar Mandado de Segurança no qual se impugna ato de dirigente
de sociedade de economia mista federal.
4. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no CC 131.715/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 08/10/2014, DJe 10/12/2014)

MANDADO DE SEGURANÇA. SENTENÇA CONCESSIVA DO WRIT. REEXAME


NECESSÁRIO. APLICABILIDADE DA REGRA PREVISTA NO ART. 12 DA LEI Nº
1.533/51. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE.

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I - As alterações promovidas no artigo 475 do CPC, pela Lei 10.352/2001, não


atingiram as sentenças concessivas de mandado de segurança, que continuam
sujeitas ao reexame necessário, a teor do art. 12 da Lei nº 1.533/51, em face da
especialidade deste diploma legal. Precedentes: REsp nº 723.469/SP, Rel. p/ac.
Min. DENISE ARRUDA, DJ de 05/10/06; REsp nº 595.110/SP, Rel. Min. LAURITA
VAZ, DJ de 06/02/06 e REsp nº 604.050/SP, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJ de
01/07/05.
II - Recurso especial provido, determinando o retorno dos autos à instância de
origem, a fim de que aprecie a remessa necessária.
(REsp 739.684/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 05/12/2006, DJ 01/02/2007, p. 404)

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5-Bibliografia

BARROS, Guilherme Freire de Melo. Poder Público em Juízo para Concursos.


5ª. Edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2015.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o


Direito. Manaus: Dizer o Direito, 2016.

CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 14ª. Edição. Rio
de Janeiro: Forense, 2017.

FONTELES, Samuel Sales. Remédios constitucionais para concursos. 2ª


edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2015.

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6-Resumo da Aula

1. O mandado de segurança é um remédio constitucional residual, eis que


apenas será cabível quanto aos direitos não amparados por habeas corpus ou
habeas data.

2. Segundo a melhor doutrina, atualmente, o direito líquido e certo é aquele que


diz respeito à prova dos fatos postos em juízo. Independente da discussão
jurídica em relação ao tema, os fatos devem vir todos provados juntamente
com a petição inicial, sendo inviável a dilação probatória no seio do
procedimento.

3. Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de


segurança.

4. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial


praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de
economia mista e de concessionárias de serviço público.

5. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por


sociedade de economia mista ou empresa pública.

6. A imposição de multa decorrente de contrato ainda que de cunho


administrativo não é ato de autoridade, posto inegável ato de gestão
contratual.

7. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o


uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

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8. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou


correição.

9. A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona


à interposição de recurso.

10. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado.

11. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

12. É admissível o controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade formal


de projeto de lei pela via do mandado de segurança.

13. É defeso, ao Judiciário, na via estreita do mandamus, a convalidação da


compensação tributária realizada por iniciativa exclusiva do contribuinte,
porquanto necessária a dilação probatória.

14. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do


direito à compensação tributária.

15. O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

16. Tanto a pessoa física como a pessoa jurídica poderão impetrar o Mandado de
Segurança. Tais entes, normalmente, precisam ter capacidade de ser parte,
mercê da sua personalidade jurídica e capacidade para adquirir direitos e
obrigações

17. Há entes que, em que pese não terem legitimidade para ajuizar o
procedimento comum, poderão impetrar mandado de segurança: é o caso de
entes despersonalizados, como a Câmara de Vereadores, uma Secretaria de

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Estado ou Município ou o Tribunal de Contas, desde que para garantir ou


resguardar prerrogativas institucionais.

18. A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas


personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender
os seus direitos institucionais.

19. Pacífico o entendimento na jurisprudência pátria que o polo passivo da


demanda de Mandado de Segurança é ocupado pela pessoa jurídica de direito
público, até porque é esta quem sofre as consequências financeiras e
patrimoniais da eventual concessão da segurança.

20. Possível impetrar Mandado de Segurança em face de ato praticado por órgão
colegiado. Contudo, a doutrina entende que quem deve figurar como
autoridade impetrada é o presidente do órgão.

21. O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar,


originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado
presidido por ministro de estado.

22. No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência


do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que
o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do
procedimento.

23. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra


ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

24. Em caso de indicação errônea da autoridade impetrada, tal fato por si só não
deve induzir de imediato a extinção do processo sem resolução do mérito. É
que segundo entendimento do STJ, possível a aplicação da Teoria da
Encampação.

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25. Três são os requisitos para aplicação da referida teoria:

i. Necessidade de vínculo hierárquico entre a autoridade que ordenou a


prática do ato e aquela que prestou informações no Mandado de Segurança;

ii. A indicação errônea da autoridade coatora não pode acarretar a


mudança na competência para processar e julgar o feito, conforme
estabelecido na Constituição Federal;

iii. A autoridade impetrada, ao apresentar suas informações, não pode


se limitar a arguir sua ilegitimidade passiva. Necessário que a autoridade
impetrada apresente manifestação quanto ao mérito do ato combatido;

26. Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não


promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

27. Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para


o mandado de segurança.

28. É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de


mandado de segurança.

29. A jurisprudência do STJ é assente em afirmar que, quando houver redução, e


não supressão do valor de vantagem, configura-se a prestação de trato
sucessivo, que se renova mês a mês, pois não equivale à negação do próprio
fundo de direito. Mutatis mutandis, a exclusão do pagamento da verba é ato
comissivo que atinge o fundo de direito e, portanto, está sujeito ao prazo
decadencial do art. 23 da Lei 12.016/2009.

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30. O prazo decadencial do mandado de segurança inicia-se com o ato


administrativo que determina a eliminação do candidato do certame,
momento em que a regra editalícia passa a afetar seu direito subjetivo,
legitimando-o para a impetração. Precedentes, inclusive da Corte Especial

31. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 669.367/RJ, Relatora p/


acórdão a Ministra ROSA WEBER, submetido ao regime de repercussão geral,
firmou entendimento no sentido de que o impetrante pode desistir de
Mandado de Segurança, nos termos do art. 267, VIII, do CPC, a qualquer
tempo, sem anuência da parte contrária, mesmo após a prolação de sentença
de mérito.

32. A competência para processar e julgar o mandado de segurança será fixada


a partir da autoridade apontada como coatora, sendo certo que influirá
diretamente na competência a qualificação da autoridade como federal ou
local e a graduação hierárquica da autoridade.

33. É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado


de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.

34. O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar,
originariamente, mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos
respectivos órgãos

35. A liminar, em mandado de segurança tanto pode ter natureza cautelar como
natureza satisfativa, a depender do pedido formulado pelo impetrante.
Concedida liminar, o juiz deve determinar além da notificação da autoridade,
a intimação pessoal do representante judicial da pessoa jurídica de direito
público interessada para que possa ter início o prazo do recurso cabível e,
igualmente, para que possa ser ajuizada a suspensão de liminar.

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36. Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no julgamento do


agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os
efeitos da decisão contrária.

37. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada


contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

38. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo


decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

39. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de


embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de
má-fé.

40. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a


instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do
julgamento. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar
caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

41. Serão julgados em recurso ordinário:

I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas


data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos
tribunais superiores, quando denegatória a decisão;

II - pelo Superior Tribunal de Justiça: os mandados de segurança decididos


em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de
justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória
a decisão;

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42. Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em


relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.

43. No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a


audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

44. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações


individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a
título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração
da segurança coletiva.

45. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e
certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial.

46. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em


favor dos associados independe da autorização destes.

47. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda


quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva
categoria.

48. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:

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I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,


de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

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7–Questões Objetivas

7.1 – Quesitos

Questão 01- FCC – TCE/PR – Analista de Controle Externo -


2011

João necessita, com urgência, de uma certidão pública com informações sobre o
montante de uma dívida tributária em face do fisco estadual para juntar em um
processo judicial. Dirigiu-se à repartição pública competente para solicitá-la, mas
foi informado, por funcionário local, de que a repartição estava em reforma e, por
esse motivo, a certidão só poderia ser expedida em um prazo mínimo de dois
meses. Em face da urgência de João, o remédio constitucional adequado para
proteger seus direitos é
a) o habeas data.
b) a ação popular.
c) o mandado de segurança.
d) o mandado de injunção.
e) a ação civil pública.

Questão 02- FCC – TRT 6ª REGIÃO – Juiz do Trabalho - 2013

Sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística de determinado Município


impetrou mandado de segurança coletivo em defesa de interesses de seus
membros. O mandado de segurança em questão foi julgado procedente. Um
empregado de indústria local, filiado ao referido sindicato, pretende executar
individualmente a sentença. Nessa hipótese, o interessado
a) não poderá fazê-lo, uma vez que sindicato de base municipal não possui
legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo.
b) não poderá fazê-lo, pois não se admite a execução individual de sentença
proferida em mandado de segurança coletivo.
c) poderá fazê-lo, ainda que ele próprio não tenha autorizado expressamente o
sindicato a impetrar o mandado de segurança coletivo, desde que tenha havido o
trânsito em julgado da sentença.
d) poderá fazê-lo, desde que tenha autorizado pessoal e expressamente o sindicato
a impetrar o mandado de segurança, ainda que não tenha havido o trânsito em
julgado da sentença.
e) somente poderá fazê-lo se o sindicato houver sido expressamente autorizado por
seus filiados a impetrar o mandado de segurança coletivo.

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Questão 03- FCC – MPE/PB – Analista Ministerial - 2015

No tocante ao Mandado de Segurança Coletivo, considere:


I. Os direitos protegidos podem ser individuais homogêneos, assim entendidos,
para efeito da norma regulamentadora do Mandado de Segurança, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica.

II. Os direitos protegidos podem ser individuais homogêneos, assim entendidos,


para efeito da norma regulamentadora do Mandado de Segurança, os decorrentes
de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte
dos associados ou membros do impetrante.

III. A sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou


categoria substituídos pelo impetrante.

IV. Não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a
desistência de seu mandado de segurança no prazo de noventa dias a contar da
ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) II e IV.
c) III.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.

Questão 04- FCC – TRF 02ª Região – Analista Judiciário -


2007

Interposto um mandado de segurança, foi concedida a liminar. Porém, afinal, a


sentença denegou a segurança impetrada. Inconformado, o impetrante interpôs
recurso de apelação. Nesse caso,
a) cessam os efeitos da liminar anteriormente concedida, a partir da publicação da
sentença denegatória.
b) fica sem efeito a liminar anteriormente concedida, retroagindo os efeitos da
decisão.
c) cessam os efeitos da liminar anteriormente concedida, a partir da data de
interposição do recurso de apelação.
d) permanecem os efeitos da liminar anteriormente concedida até o julgamento da
apelação.

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e) permanecem os efeitos da liminar anteriormente concedida até o trânsito em


julgado da decisão final.

Questão 05 - FCC – Procurador do Banco Central - 2006

Em ação de Mandado de Segurança


a) da sentença que denegar a ordem, por não se verificar direito líquido e certo,
cabe Agravo de Instrumento.
b) a apelação da sentença que conceder a ordem será recebida nos efeitos
suspensivo e devolutivo.
c) revogada a liminar na sentença que denegar a ordem, a revogação só produzirá
efeitos se, interposta Apelação, for improvida.
d) não são admissíveis Embargos de Declaração.
e) não cabem Embargos Infringentes do acórdão que, por maioria, der provimento
à Apelação.

Questão 06- FCC – Procurador do Ministério Público de


Contas – TCE/SP - 2011

Sobre o mandado de segurança individual e coletivo é correto afirmar:

a) Contra a decisão que conceder a liminar em mandado de segurança não caberá


recurso.
b) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 6 (seis) meses nos casos previstos
em lei.
c) É admitido o ingresso de litisconsorte ativo após o despacho da petição inicial.
d) Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos
Tribunais caberão embargos infringentes, recurso especial e extraordinário, nos
casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
e) O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de
30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva.

Questão 07- FCC – TJ/PE – Notário e Registrador - 2013

A respeito do mandado de segurança, considere:

I. Quando o ato impugnado tiver sido praticado com base em ato normativo, de
caráter abstrato e geral, a autoridade coatora é quem executa o comando que
emerge do ato normativo e não quem o editou.

II. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou

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correição.

III. A sentença que concede ou denega mandado de segurança fica sujeita ao duplo
grau de jurisdição e, assim, a reexame necessário.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.

Questão 08- FCC – Procurador do Município de Recife/PE -


2014

Analise as proposições abaixo.

I. A decisão que indefere a petição inicial do mandado de segurança desafia recurso


de agravo de instrumento.

II. Admite-se, no mandado de segurança, o litisconsórcio ativo facultativo ulterior.

III. A sentença que denega a ordem, no mandado de segurança, está sujeita ao


duplo grau de jurisdição.

Está INCORRETO o que se afirma em


a) I e III, apenas.
b) I, II e III.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) II e III, apenas.

Questão 09- FCC – Procurador do Estado do Amazonas - 2010

O mandado de segurança
a) não cabe de nenhuma decisão judicial, mesmo que terceiro seja prejudicado,
podendo este apenas interpor o recurso cabível, antes de transitar em julgado a
sentença, ou propor ação rescisória.
b) não é cabível contra ato de representantes ou órgãos de partidos políticos.

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c) é cabível de decisão judicial transitada em julgado proferida a favor da Fazenda


Pública, como sucedâneo da ação rescisória.
d) é cabível contra atos de dirigentes de entidades de proteção ao crédito, para
liberação ou esclarecimento de dados, que constarem de seus assentamentos,
negativos a respeito de consumidor.
e) não é cabível contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedades de economia mista e de
concessionárias de serviço público

Questão 10- FCC – Procurador do Estado de São Paulo - 2012

O sindicato de determinada categoria de servidores públicos impetrou mandado de


segurança coletivo para obstar a alteração da base de cálculo de determinada
gratificação funcional que beneficiava parte de seus associados. O juiz concedeu a
liminar e determinou a reunião de todos os processos de natureza individual na sua
jurisdição, bem como determinou que o sindicato demonstrasse funcionamento há
mais de um ano e apresentasse a autorização para o ajuizamento da ação.

Nesse contexto,
a) a demonstração de tempo de funcionamento ou de autorização dos associados
para a entidade de classe impetrar mandado de segurança coletivo não de veria ser
exigida.
b) o juiz, para conceder a liminar, não depende da oitiva prévia do representante
judicial da pessoa jurí dica de direito público.
c) a reunião dos processos foi bem determinada diante da litispendência que se
opera entre a ação coletiva e as ações individuais.
d) a exigência de autorização dos associados é indevida, mesmo quando a
pretensão abranja apenas par te da categoria.
e) a pertinência entre o objeto do litígio e os fins institucionais da entidade não é
exigida no mandado de segurança coletivo e, consequentemente, para concessão
da liminar.

Questão 11- FCC – Defensor Público/CE - 2014

Em relação ao mandado de segurança, é correto afirmar:


a) No coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante
judicial da pessoa jurídica de direito público, bem como do órgão ministerial, ambos
a serem ouvidos em 24 horas.
b) O coletivo induz litispendência para as ações individuais, motivo pelo qual os
efeitos da coisa julgada só beneficiarão o impetrante a título individual se houver
desistência de sua impetração em dez dias, a contar da ciência inequívoca da
impetração da segurança coletiva.
c) No coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante.

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d) O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 90


(noventa) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
e) A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, decidindo ou não
o mérito da impetração, não impedirá que o requerente, por via autônoma, pleiteie
os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

Questão 12- FCC – Analista – CNMP - 2015

Considere:

I. O ato administrativo geral, abstrato e impessoal não enseja mandado de


segurança.

II. Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de


segurança.

III. A complexidade dos fatos exclui por si só o caminho do mandado de segurança.

IV. Cabe a concessão de segurança com base em fundamento de direito não


alegado na inicial, por ser aplicável o princípio jura novit curia.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) I e III.

Questão 13- FCC – Julgador Tributário – SEFAZ/PE – 2015

Impetrado mandado de segurança, se o documento necessário à prova do direito


alegado estiver em poder da autoridade coatora, que se recusa a fornecê-lo, o juiz
deverá
a) encaminhar ofício à autoridade tida como coatora, ordenando a exibição do
documento, no prazo de 10 dias, para posterior expedição do instrumento de
notificação.
b) extinguir o processo sem resolução de mérito, pois o mandado de segurança
deve ser instruído com prova pré-constituída do direito alegado.
c) encaminhar ofício à autoridade tida como coatora, solicitando a exibição do
documento, no prazo de 10 dias, para posterior expedição do instrumento de
notificação.
d) suspender o processo até que o impetrante obtenha o documento pelas vias
adequadas, respeitado o prazo decadencial de 120 dias.

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e) ordenar, no próprio instrumento da notificação, a exibição do documento,


marcando, para cumprimento da ordem, o prazo de 10 dias.

Questão 14- FCC – Auditor – TCE/CE - 2015

A sentença ou acórdão que denegar a ordem no mandado de segurança:


a) em nenhuma hipótese produz coisa julgada material.
b) com ou sem apreciação do mérito, não impede que se busque em ação de
procedimento comum a satisfação do direito.
c) condenará o impetrante ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
d) em virtude de ausência de liquidez e certeza do direito, não impede que se
busque em ação de procedimento comum a satisfação do direito.
e) impede a renovação do pedido, ainda que dentro do prazo decadencial, tenha ou
não a decisão denegatória apreciado o mérito.

Questão 15 - FCC – Procurador do Estado/RN - 2014

Julgando ter tido direito líquido e certo ofendido por ato de autoridade, Tício
impetrou mandado de segurança. Contudo, afirmou, na petição inicial, que a prova
do fato dependeria da obtenção de documento e que a autoridade coatora estaria
se recusando a fornecê-lo. Ao receber a inicial, o Juiz deverá
a) ordenar, preliminarmente, por ofício, que a autoridade imediatamente superior
à coatora ordene a exibição do documento, em original ou por cópia autenticada,
marcando o prazo de 10 dias para cumprimento da ordem.
b) indeferir a petição inicial, porque o mandado de segurança depende de prova
pré-constituída de direito líquido e certo.
c) mandar, preliminarmente, emendar a inicial, determinando a juntada de
documento comprobatório da negativa, por parte da autoridade coatora.
d) ordenar, preliminarmente, no próprio instrumento de notificação, a exibição do
documento, em original ou por cópia autenticada, marcando o prazo de 10 dias
para cumprimento da ordem.
e) indeferir liminar, se pleiteada, e determinar que a autoridade coatora preste
informações, trazendo cópia do ato impugnado, no prazo de 15 dias.

Questão 16 - FCC – Procurador do TCM/RJ - 2015

Quanto ao mandado de segurança, tem-se que:


a) se a segurança for concedida, está sujeita apenas a recurso voluntário da
autoridade apontada como coatora.
b) não será concedido quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso
com efeito suspensivo.
c) a sentença que o tenha concedido pode ser executada provisoriamente em
qualquer hipótese.
d) da sentença que o denega cabe apelação, pelo término do processo; da sentença
que o concede cabe agravo, pelo prosseguimento do feito.

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e) não se concederá a segurança de decisão judicial transitada em julgado, salvo


se ultrapassado o prazo para ajuizamento de ação rescisória.

Questão 17 - FCC – Procurador do Município de São Luís -


2016

João impetrou, em primeiro grau de jurisdição, mandado de segurança no âmbito


do qual requereu a produção de prova testemunhal, deixando de anexar, à petição
inicial, prova documental de direito líquido e certo. O Juiz indeferiu a petição inicial,
por entender não estarem presentes os requisitos legais, julgando extinto o
processo sem resolução de mérito. Contra referido ato, João interpôs agravo de
instrumento, o qual não foi conhecido, por entender o Tribunal não se tratar do
recurso adequado. Ainda dentro do prazo decadencial, João impetrou novo
mandado de segurança, com o mesmo objeto, desta vez suprindo as falhas que
levaram ao indeferimento do mandado de segurança anterior. Entendendo haver
urgência, além de estarem presentes os requisitos legais, o Juiz deferiu liminar em
favor de João. Contra referida decisão, interpôs-se agravo de instrumento, ao qual
não foi atribuído efeito suspensivo. De acordo com a Lei n.º 12.016/2009, que
regulamenta o mandado de segurança, é correto afirmar que
a) João não poderia ter impetrado novo mandado de segurança, com o mesmo
objeto, ainda que dentro do prazo decadencial.
b) os efeitos da liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação
da sentença, devendo ser dada prioridade para julgamento do processo.
c) contra o ato que indefere a petição inicial do mandado de segurança é cabível
recurso de agravo de instrumento, o qual deveria ter sido conhecido pelo Tribunal.
d) não cabe recurso contra a liminar deferida em favor de João, mas, sim, novo
mandado de segurança.
e) seriam cabíveis embargos infringentes, e não agravo, contra a decisão que
indeferiu a petição inicial, se o mandado de segurança houvesse sido impetrado
perante um dos Tribunais.

Questão 18 - FCC – Oficial de Diligência – DPE/RR - 2015

Em relação ao mandado de segurança, é INCORRETO afirmar:


a) Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas
poderá requerer o mandado de segurança.
b) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade.
c) Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial
transitada em julgado.
d) Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial
da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
e) Considera-se autoridade coatora exclusivamente aquela que tenha praticado o
ato impugnado.

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Questão 19 - FCC – Procurador da AL/PB - 2013

Segundo o disposto na Lei no 12.016/09:


a) Para a impetração de mandado de segurança coletivo por associações, o
requisito da pré-constituição pode ser dispensado quando haja manifesto interesse
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano.
b) É possível a impetração de mandado de segurança coletivo, para a defesa de
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
c) Cabe a impetração de mandado de segurança coletivo, por associação de
municípios para a tutela judicial dos interesses e direitos dos Municípios associados,
se prevista entre os seus objetivos institucionais.
d) No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
aos membros do grupo ou categoria representados pelo impetrante.
e) Os efeitos da coisa julgada no mandado de segurança coletivo somente
beneficiarão o impetrante a título individual se este houver pedido desistência de
seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
comprovada da impetração da segurança coletiva.

Questão 20 - CESPE – Procurador do Estado do Piauí - 2014

Com relação a mandado de segurança individual e coletivo, assinale a opção correta


de acordo com a doutrina, a legislação de regência e a jurisprudência dos tribunais
superiores.
a)No mandado de segurança contra ato ilegal praticado em concorrência pública,
devem ser indicados como autoridades coatoras os integrantes da comissão de
licitação.
b) Se for denegada a ordem no mandado de segurança coletivo, a coisa julgada
atingirá os indivíduos que integrem o grupo, que estarão impedidos de reproduzir
a demanda individualmente, produzindo coisa julgada secundum eventum litis.
c) Depois de notificada a autoridade coatora e prestadas as informações, o
impetrante só pode desistir dowrit se houver concordância do impetrado.
d) Uma entidade de classe tem legitimação para impetrar mandado de segurança
coletivo apenas quando a pretensão veiculada for de interesse de toda a respectiva
categoria.
e) É cabível mandado de segurança quando o objetivo do impetrante é conseguir
declaração do direito à compensação tributária.

Questão 21 - CESPE - JF TRF2/TRF 2/2013

Com relação ao mandado de segurança, assinale a opção correta.


a) A desistência no mandado de segurança pode dar-se a qualquer momento, sem
anuência da parte contrária, inclusive após sentença de mérito desfavorável ao
impetrante, e, uma vez formulada, não admite retratação, ainda que não tenha
havido sentença homologatória da desistência.

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b) A indicação errônea da autoridade coatora não acarreta a decadência para nova


impetração após cento e vinte dias do ato, desde que a anterior tenha sido
impetrada no prazo certo.
c) As informações em mandado de segurança revestem-se de presunção absoluta
(juris et de juris), mas a falta de sua apresentação pela autoridade coatora, embora
apresentadas as informações pelo representante judicial do órgão público a que
pertença o impetrado, resulta na falta de apresentação daquela peça, com o
reconhecimento da confissão ficta do impetrado.
d) Na ação do mandado de segurança admitem-se, em hipóteses específicas, a
assistência judiciária gratuita, a impugnação ao valor da causa, o litisconsórcio
passivo necessário, a execução provisória, o recurso adesivo e a responsabilidade
pelo crime de desobediência. Além disso, nessa ação, é imprescindível, após a
sentença, a intimação do representante judicial do órgão a que pertença o
impetrado.
e) Licitante preterido em sua classificação para contratar, por força de ordem
judicial, em processo no qual não tenha integrado a lide, não poderá impetrar
mandado de segurança, pois a via processual que lhe poderá socorrer nessa
situação será a dos embargos de terceiro ou o recurso de terceiro prejudicado.

Questão 22: JF TRF3/TRF 3/2013

Assinale a alternativa incorreta:


a) Dentre outras hipóteses previstas em lei, denega-se o mandado de segurança
se for reconhecida a ilegitimidade ad causam do impetrante.
b) No processo de mandado de segurança, não cabem embargos infringentes.
c) Ao despachar a petição inicial de ação de mandado de segurança impetrada por
servidor do Tribunal Regional Federal da 3ª Região contra ato de seu presidente,
visando ao restabelecimento de determinada vantagem salarial, o relator deverá
determinar a notificação do impretrado para que preste informações e, além disso,
ordenará que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da União.
d) Concedido o mandado de segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente
ao duplo grau de jurisdição, sem prejuízo da recorribilidade permitida à pessoa
jurídica interessada e, ainda, à autoridade coatora.
e) Constitui crime de desobediência, nos termos do artigo 330 do Código Penal, o
não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, salvo se
houver previsão de sanção administrativa

Questão 23: JF TRF4/TRF 4/2014

Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. Sobre o mandado de


segurança:
I. São incabíveis, no processo de mandado de segurança, embargos infringentes.
II. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
aos membros do grupo ou da categoria substituídos pelo impetrante.

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III. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados
pelos administradores de empresas públicas, de sociedades de economia mista e
de concessionárias de serviço público.
IV. Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança contra ato
de sociedade de economia mista federal envolvendo concurso público.
a) Está correta apenas a assertiva I.
b) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV.
e) Estão corretas todas as assertivas.

Questão 24: JF TRF4/TRF 4/2016

Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta:


I. Para fins de mandado de segurança, considerar-se-á federal a autoridade coatora
se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o
mandado houverem de ser suportadas pela União ou por entidade por ela
controlada, mesmo que se trate de sociedade de economia mista.
II. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo
decadencial, salvo se a decisão denegatória houver apreciado o mérito.
III. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de
30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva.
IV. Segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, a previsão estatutária
genérica para representação dos associados em juízo é suficiente para que a
associação impetre mandado de segurança coletivo, prescindindo de autorização
específica.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
b) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e) Estão corretas todas as assertivas

Questão 25: JF TRF2/TRF 2/2017

Analise as assertivas e, ao final, assinale a opção correta:


I - A extinção do processo, sem resolução do mérito, por 3 (três) vezes, obsta a
que o autor intente de novo a ação;
II - O autor pode desistir do mandado de segurança antes de proferida a sentença,
independentemente do consentimento do réu;

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III - Mesmo já contestado o feito, e independentemente de ouvir o réu, o juiz pode


extinguir o processo por abandono da causa, desde que intime o autor,
pessoalmente, para suprir a falta e este não ofaça.
a) penas as assertivas I e II estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
e) Todas as assertivas estão corretas.

Questão 26: CESPE - Proc DF/PGDF/2013

Com referência à responsabilidade penal por infrações ambientais, ao mandado de


segurança em matéria ambiental e à função social da propriedade, julgue o item
subsequente. Na medida em que o conceito de poluidor, em matéria ambiental,
abrange toda pessoa responsável por atividade causadora de degradação
ambiental, o mandado de segurança na tutela do meio ambiente pode ser
impetrado não apenas contra autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público, mas também contra qualquer pessoa,
física ou jurídica, de direito público ou privado, que cause dano ambiental.
Certo
Errado

Questão 27: CESPE – Procurador do Estado do Piauí - 2014

Com relação a mandado de segurança individual e coletivo, assinale a opção correta


de acordo com a doutrina, a legislação de regência e a jurisprudência dos tribunais
superiores.
a) No mandado de segurança contra ato ilegal praticado em concorrência pública,
devem ser indicados como autoridades coatoras os integrantes da comissão de
licitação.
b) Se for denegada a ordem no mandado de segurança coletivo, a coisa julgada
atingirá os indivíduos que integrem o grupo, que estarão impedidos de reproduzir
a demanda individualmente, produzindo coisa julgada secundum eventum litis.
c) Depois de notificada a autoridade coatora e prestadas as informações, o
impetrante só pode desistir do writ se houver concordância do impetrado.
d) Uma entidade de classe tem legitimação para impetrar mandado de segurança
coletivo apenas quando a pretensão veiculada for de interesse de toda a respectiva
categoria.
e) É cabível mandado de segurança quando o objetivo do impetrante é conseguir
declaração do direito à compensação tributária

Questão 28: CESPE – Procurador do Município de Salvador -


2015

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35-A respeito de mandado de segurança, reclamação, ação popular, ACP e ação de


improbidade administrativa, assinale a opção correta de acordo com a
jurisprudência dos tribunais superiores.
a) Segundo entendimento do STJ, a concessão de medida cautelar de
indisponibilidade de bens na ação de improbidade administrativa, quando
configurado ato lesivo contra o patrimônio público, independe da comprovação de
que o réu esteja dilapidando o patrimônio ou na iminência de fazê-lo.
b) Os juros de mora incidem a partir do trânsito em julgado de sentença
condenatória proferida na fase de conhecimento da ACP que tutela direito individual
homogêneo decorrente de responsabilidade contratual.
c) Na hipótese de mandado de segurança originariamente interposto no STF, o
relator deverá admitir o ingresso de amicus curiae, desde que a intervenção seja
justificada pela relevância da matéria ou pela especificidade do objeto do
mandamus.
d) Segundo entendimento do STF, a reclamação constitucional tem natureza
jurídica de ação e, após receber a reclamação, o relator deverá proferir despacho
em que determine a citação do beneficiado da decisão impugnada, o qual terá prazo
de quinze dias para apresentar a sua contestação.
e) De acordo com o STJ, é imprescindível que o autor demonstre a existência de
prejuízo material ao patrimônio público para que seja admitida ação popular
ajuizada com a finalidade de proteção da moralidade administrativa.

Questão 29: CESPE – Advogado Geral da União - 2015

Julgue o item seguinte, relativo ao mandado de segurança, à ação de


desapropriação e às medidas cautelares. Situação hipotética: Um indivíduo
impetrou mandado de segurança visando a liberação de mercadoria proveniente do
exterior retida por ordem da autoridade federal responsável pelo ato administrativo
de licenciamento. Ao julgar esse caso, o juízo federal prolatou sentença em que
determinou a imediata entrega do bem ao impetrante. Assertiva: Nessa situação,
a apelação interposta pela União será recebida no efeito meramente devolutivo,
sendo permitida a execução provisória de sentença mandamental.
Certo
Errado

Questão 29: CESPE – Procurador do Estado do Amazonas -


2016

Julgue o item subsequente, relativo a ação civil pública, mandado de segurança e


ação de improbidade administrativa. Conforme o entendimento do STJ, é cabível
mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada, por
conta própria, por um contribuinte.
Certo
Errado

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Questão 30: CESPE – Procurador do Município de Fortaleza -


2017

Julgue o item, a respeito de litisconsórcio, intervenção de terceiros e procedimentos


especiais previstos no CPC e na legislação extravagante. Situação hipotética:
Determinado servidor público impetrou mandado de segurança com a finalidade de
majorar seu vencimento. Após o devido trâmite, foi prolatada sentença concedendo
a segurança pleiteada. Assertiva: Nesse caso, as parcelas devidas em razão de
diferenças salariais entre a data de impetração e a de implementação da concessão
da segurança deverão ser pagas por meio de precatórios.
Certo
Errado

Questão 31: CESPE – Defensor Público do Distrito Federal -


2013

Julgue o seguinte item conforme a jurisprudência dominante nos tribunais


superiores acerca do mandado de segurança.
Os efeitos patrimoniais resultantes da concessão de mandado de segurança
somente abrangem os valores devidos a partir da data da impetração mandamental
excluídas, em consequência, as parcelas anteriores ao ajuizamento da ação de
mandado de segurança, que poderão, no entanto, ser vindicadas em sede
administrativa ou demandadas em via judicial própria.
Certo
Errado

Questão 32: CESPE – Defensor Público do Rio Grande do


Norte - 2015

A respeito do mandado de segurança coletivo e individual, assinale a opção correta.


a) Para impetrarem mandado de segurança coletivo, as entidades de classe e os
sindicatos devem estar em funcionamento há pelo menos um ano.
b) O termo inicial para impetração de mandado de segurança para impugnar
critérios de aprovação e classificação de concurso público conta-se da publicação
do edital de abertura do certame, segundo entendimento recente do STF.
c) No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a
audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.
d) O Poder Judiciário não pode controlar a legalidade dos atos administrativos
discricionários por meio de mandado de segurança.
e) Não é cabível a impetração de mandado de segurança contra lei em tese, mesmo
quando esta for de efeitos concretos.

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Questão 33 - CESPE - PJ /MPE RO/2013

Com relação ao mandado de segurança, assinale a opção correta.


a) No caso de um mandado de segurança ter sido impetrado originariamente no
tribunal de justiça, se o relator indeferir de plano a petição inicial do mandamus,
caberá apelação.
b) É possível a interposição de embargos infringentes de acórdão que, em mandado
de segurança, tenha decidido por maioria de votos a apelação.
c) O impetrante não pode desistir do mandado de segurança sem o consentimento
do impetrado.
d) Em relação ao procedimento do mandado de segurança, a lei exige apenas
intimação do MP, sendo dispensável que o parquet se manifeste no feito, com
efetivo pronunciamento.
e) A natureza da sentença que concede a segurança é condenatória.

Questão 34 - PJ/MPE PR/2014

Sobre o mandado de segurança, assinale a alternativa incorreta:


a) É constitucional o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias para a
impetração de mandado de segurança;
b) Controvérsia sobre matéria de direito impede concessão de mandado de
segurança;
c) Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas
poderá requerer o mandado de segurança;
d) Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá
agravo de instrumento;
e) Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo,
dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da
decisão contrária.

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7.2 – Gabaritos

Questão Resposta Questão Resposta

1 C 18 E

2 C 19 E

3 A 20 E

4 B 21 D

5 E 22 E

6 E 23 E

7 A 24 E

8 B 25 C

9 E 26 Errado

10 D 27 E

11 C 28 A

12 A 29 Errado

13 E 30 Certo

14 D 31 Certo

15 D 32 C

16 B 33 D

17 B 34 B

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8-Considerações Finais

Meus amigos, chegamos ao final de mais uma aula.

Espero que vocês tenham gostado.

Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos canais do curso e nos seguintes


contatos:

profigormaciel@gmail.com

@ProfIgorMaciel

Aguardo vocês na próxima aula.

Grande abraço e até lá!

Igor Maciel

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