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Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular)

Felipo Livio Lemos Luz


Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 10
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Sumário .................................................................................................. 1
1 – Espécies normativas .......................................................................... 2
1.1 – Lei complementar .......................................................................... 2
1.2 – Lei ordinária .................................................................................. 4
1.3 – Das medidas provisórias ................................................................. 4
1.3.1 – Características ............................................................................ 5
1.3.2 – Pressupostos constitucionais de admissibilidade .............................. 6
1.3.3 – Procedimento elaborativo especial das medidas provisórias .............. 8
1.3.4 – Regime de urgência (também introduzido pela EC 32/2001)........... 13
1.3.5 – Obrigatoriedade de apreciação pelo Congresso Nacional ................ 17
1.3.6 – Medida provisória e lei anterior a ela ........................................... 17
1.3.7 – Consequência da conversão da MP em lei ..................................... 17
1.3.8 – Limitações materiais impostas pela Constituição às Medidas
Provisórias .......................................................................................... 18
1.3.9 – Controle de constitucionalidade das Medidas Provisórias ................ 24
1.3.10 – Previsão de edição de MP por Governadores (via Constituição
Estaudal) e Prefeitos (via Lei Orgânica Municipal)..................................... 26
1.4 – Leis Delegadas ............................................................................ 27
1.5 – Decretos legislativos .................................................................... 30
1.6 – Resoluções.................................................................................. 30
Legislação .............................................................................................. 31
Resumo ................................................................................................. 37
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................ 38
Questões sem comentários ...................................................................... 73

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PODER LEGISLATIVO
1 – Espécies normativas

1.1 – Lei complementar

As leis complementares são atos normativos infraconstitucionais que


constituem um tertium genus normativo por equacionar a alterabilidade com a
volubilidade por meio de um procedimento legislativo diferenciado quanto ao
quórum de aprovação. As leis complementares surgiram na década de 60 por
meio de emendas constitucionais e se consolidaram na Carta de 1967.

Conforme já analisados, há duas diferenças entre leis complementares e leis


ordinárias: a) de ordem formal referente ao quórum de aprovação; b) de
ordem material, referente à reserva de matérias que complementam o texto
constitucional.

A utilização da lei complementar deve ser prevista EXPRESSAMENTE pelo


texto constitucional: o silêncio leva à utilização de leis ordinárias. Quanto
à hierarquia entre as espécies, prevalece o entendimento de que NÃO há
hierarquia, mas divisão constitucional e competência. Vejamos o precedente
do Supremo:

O Tribunal iniciou julgamento de dois recursos extraordinários nos quais se discute a


manutenção ou a revogação da isenção do recolhimento de Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) sobre as sociedades civis de prestação
de serviços de profissão legalmente regulamentada. Os recursos foram interpostos
contra acórdão do TRF da 5ª Região e do TRF da 1ª Região, que julgaram legítima a
revogação da isenção prevista no art. 6º, II, da LC 70/91 pelo art. 56 da Lei 9.430/96
("Art. 56. As sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente
regulamentada passam a contribuir para a seguridade social com base na receita bruta
da prestação de serviços, observadas as normas da Lei Complementar nº 70, de 30 de
dezembro de 1991."). Os recorrentes sustentam violação ao princípio da hierarquia
das leis (CF, art. 59), haja vista que lei ordinária teria revogado isenção disposta em
lei complementar, e instituição disfarçada de nova hipótese de contribuição social, sem

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atendimento à exigência constitucional de lei complementar para tratar da matéria


(CF, art. 149, c/c art. 146, III) - v. Informativos 436 e 452.

Inicialmente, o Tribunal, por maioria, rejeitou preliminar, suscitada pelo Min. Marco
Aurélio, de inadequação de julgamento, em primeiro lugar, pelo Supremo. Asseverava
o Min. Marco Aurélio, tendo em conta a interposição tanto do recurso especial quanto
do extraordinário, que haveria a necessidade de ter-se o esgotamento da jurisdição do
Superior Tribunal de Justiça - STJ para que, posteriormente, o processo fosse
deslocado para esta Corte. Ressaltava que a inversão na ordem de julgamento
somente ocorre quando se tem capítulo distinto, decidido sob o ângulo constitucional,
que, uma vez apreciado, possa prejudicar o capítulo a ser examinado sob o ângulo
legal pelo STJ, o qual exerce também o controle difuso de constitucionalidade.
Considerou-se correta a submissão do recurso extraordinário na forma proposta pelo
STJ, tendo em vista que a questão constitucional colocada seria prejudicial da decisão
do recurso especial. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio. Os Ministros Cármen
Lúcia, Ricardo Lewandowski e Eros Grau, embora acompanhando o relator,
manifestaram reserva no sentido de repensar sobre a questão suscitada pelo Min.
Marco Aurélio.

Em seguida, o Min. Gilmar Mendes, relator, negou provimento aos recursos, no que foi
acompanhado pelos Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa,
Carlos Britto, Cezar Peluso, Sepúlveda Pertence e Celso de Mello. Considerou o relator
a orientação fixada pelo STF no julgamento da ADC 1/DF (DJU de 16.6.95), no sentido
de: a) inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei
ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo
em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela própria CF; b)
inexigibilidade de lei complementar para disciplina dos elementos próprios à hipótese
de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional. Com base
nisso, afirmou que o conflito aparente entre o art. 56 da Lei 9.430/96 e o art. 6º, II,
da LC 70/91 não se resolve por critérios hierárquicos, mas, sim, constitucionais quanto
à materialidade própria a cada uma dessas espécies normativas. No ponto, ressaltou
que o art. 56 da Lei 9.430/96 é dispositivo legitimamente veiculado por legislação
ordinária (CF, art. 146, III, b, a contrario sensu, e art. 150, § 6º) que importou na
revogação de dispositivo inserto em norma materialmente ordinária (LC 70/91, art.
6º, II). Assim, não haveria, no caso, instituição, direta ou indireta, de nova
contribuição social a exigir a intervenção de legislação complementar (CF, art. 195, §
4º). Em divergência, o Min. Eros Grau deu provimento aos recursos, a fim de que seja
mantida a isenção estabelecida no art. 6º, II, da LC 70/91, por dois fundamentos: o
critério hierárquico e o critério da impossibilidade da lei geral posterior revogar a lei
especial anterior. Após, o julgamento foi suspenso em virtude do pedido de vista do
Min. Marco Aurélio. RE 377457/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 14.3.2007. (RE-377457)
RE 381964/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 14.3.2007. (RE-381964).

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LO e LC podem veicular, ambas as espécies,


normas nacionais, isto é, que repercutem
para todos os entes federados.

ANALISAR OS DISPOSITIVOS DA CF QUE EXIGEM LEI COMPLEMENTAR!

1.2 – Lei ordinária

É a espécie normativa por excelência que se destina ao cumprimento do


Princípio da Legalidade. A sua competência é determinada por exclusão,
cabendo a ela tudo aquilo que não for disciplinado por outras espécies
normativas.

1.3 – Das medidas provisórias

Medida provisória é o ato monocrático do Presidente da República com força de


lei editada em caso de relevância e urgência e que deve ser imediatamente
submetido à apreciação do Congresso Nacional. A justificativa de sua existência
é o estado de necessidade, que impõe a adoção de medidas imediatas de
caráter legislativo.

As medidas provisórias substituíram o Decreto-Lei, criado pela Constituição de


1937. Todavia, os seus regimes diferem-se. De acordo com a Constituição, as
medidas provisórias:

i) produzem efeitos imediatos, possuindo eficácia desde sua edição.

Por conta dessa produção imediata de efeitos, a MP inova a ordem jurídica


assim que é criada. Ou seja, a partir do momento da sua edição, como ela já
possui eficácia, já modifica o ordenamento jurídico. Trata-se de uma
peculiaridade da MP, pois é uma hipótese em que o Executivo legisla.

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ii) provocam o Congresso Nacional a se manifestar, ou seja, a promover


o adequado procedimento de conversão em lei.

No antigo Decreto-lei não havia a produção imediata de efeitos, a qual dependia


de aprovação pelo Congresso Nacional. Ou seja, depois de aprovado no
Congresso é que o Decreto-lei passava a produzir efeitos. Por esta
característica, aparentemente o Decreto-Lei seria uma medida mais adequada,
já que não cabe ao Poder Executivo legislar (essa é uma função excepcional
desse poder, típica do Poder Legislativo).

No entanto, há uma segunda diferença, que acabou modificando


completamente essa finalidade do Decreto-Lei: a MP não é aprovada de
forma automática. Ela somente é aprovada se o Congresso Nacional
expressamente o fizer. Não existe aprovação tácita de MP. Se o Congresso não
se manifesta dentro do prazo fixado pela CR, a MP é rejeitada. Portanto, a MP
pode ser rejeitada expressa ou tacitamente. Trata-se de uma medida salutar,
uma vez que o Congresso dificilmente consegue cumprir os prazos das MP. Já o
Decreto-lei, embora dependesse de aprovação, tal aprovação poderia se dar de
forma tácita, de modo que muitos eram aprovados sem passar pela necessária
discussão no Congresso Nacional: era o chamado decurso do tempo.

1.3.1 – Características

A medida provisória é um ato normativo infraconstitucional dotado de força


e eficácia legal: possuem um regime de equivalência constitucional com as leis.
Possuem como efeitos imediatos de duas ordens: a) normativos, pois
inauguram na ordem jurídica; b) procedimental, vez que dão ensejo ao
adequado procedimento e conversão em lei.

Tem como características principais:


• Excepcionalidade: como não derivam da
representação popular, mas de ato unipessoal do
presidente da república, devem ter uso subsidiário e
excepcional.
• Efemeridade: são transitórias, motivo pelo qual não comportam
reedições, tendo prazo máximo no regime atual de 120 dias. É uma das
diferenças com as leis, que em regra, regem-se pelo princípio da continuidade.

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• Precariedade: se não forem transformadas em lei, perdem a sua


eficácia. As leis, por sua vez, tem eficácia até que sejam revogadas por outra
lei.
• Condicionamento: a sua existência condiciona-se à satisfação dos
requisitos de urgência e relevância concomitantemente.

Excepcionalidade

Condicionamento Características Efemeridade

Precariedade

1.3.2 – Pressupostos constitucionais de


admissibilidade

Por imposição constitucional, a legitimidade das medidas provisórias depende


da observância concomitante de dois pressupostos: urgência e relevância. Tais
signos envolvem conceitos jurídicos indeterminados, variáveis no tempo e no
espaço.

Embora inicialmente sujeitos à avaliação de discricionariedade do


Presidente da República, estão sujeitos ao controle excepcional do Judiciário,
já que condicionam juridicamente o exercício da competência normativa
primária.

 Relevância: importância: interesse social legítimo que exige cuidado


normativo especial

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 Urgência: irremediável: não pode aguardar o decurso do tempo, exigem


imediaticidade.

A urgência das medidas provisórias não se


confundem com a urgência do procedimento
sumário.

São conceitos abertos e, por isso, é preciso explorar a certeza negativa e a


certeza positiva. Com isso, o exegeta configura aferir quais situações
enquadram-se no campo semântico de cada um dos pressupostos. Por exemplo,
se uma matéria puder aguardar o tramite do procedimento sumário, não haverá
necessidade de medida provisória. Essa análise é política e cabe ao Executivo e
posteriormente ao Legislativo. Todavia, como veremos, na falta flagrante,
pode ser avaliada pelo Poder Judiciário.

Alexandre de Moraes sustenta que “


... os requisitos de relevância e urgência, em regra, somente
deverão ser analisados, primeiramente, pelo próprio Presidente da
República, no momento da edição da medida provisória, e,
posteriormente, pelo Congresso Nacional, que poderá deixar de
convertê-la em lei, por ausência dos pressupostos constitucionais.
Excepcionalmente, porém, quando presente desvio de finalidade
ou abuso de poder de legislar, por flagrante inocorrência da
urgência e relevância, poderá o Poder Judiciário adentrar a esfera
discricionária do Presidente da República, garantindo-se a
supremacia constitucional. (Direito constitucional, 9. ed., p. 540).

Esse entendimento restou consolidado no Supremo Tribunal Federal. Vejamos:

Ação rescisória: MProv. 1577-6/97, arts. 4º e parág. único: a) ampliação do prazo de


decadência de dois para cinco anos, quando proposta a ação rescisória pela União, os
Estados, o DF ou os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas
(art. 4º) e b) criação, em favor das mesmas entidades públicas, de uma nova hipótese
de rescindibilidade das sentenças - indenizações expropriatórias ou similares
flagrantemente superior ao preço de mercado (art. 4º, parág. único): argüição
plausível de afronta aos arts. 62 e 5º, I e LIV, da Constituição: conveniência da
suspensão cautelar: medida liminar deferida. 1. Medida provisória:
excepcionalidade da censura jurisdicional da ausência dos pressupostos de
relevância e urgência à sua edição: raia, no entanto, pela irrisão a afirmação

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de urgência para as alterações questionadas à disciplina legal da ação


rescisória, quando, segundo a doutrina e a jurisprudência, sua aplicação à
rescisão de sentenças já transitadas em julgado, quanto a uma delas - a
criação de novo caso de rescindibilidade - é pacificamente inadmissível e
quanto à outra - a ampliação do prazo de decadência - é pelo menos
duvidosa. 2. A igualdade das partes é imanente ao procedural due process of law;
quando uma das partes é o Estado, a jurisprudência tem transigido com alguns
favores legais que, além da vetustez, tem sido reputados não arbitrários por visarem a
compensar dificuldades da defesa em juízo das entidades públicas; se, ao contrário,
desafiam a medida da razoabilidade ou da proporcionalidade, caracterizam privilégios
inconstitucionais: parece ser esse o caso das inovações discutidas, de favorecimento
unilateral aparentemente não explicável por diferenças reais entre as partes e que,
somadas a outras vantagens processuais da Fazenda Pública, agravam a conseqüência
perversa de retardar sem limites a satisfação do direito do particular já reconhecido
em juízo. 3. Razões de conveniência da suspensão cautelar até em favor do interesse
público. (ADI 1753 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno,
julgado em 16/04/1998, DJ 12-06-1998 PP-00051 EMENT VOL-01914-01 PP-00040
RTJ VOL-00172-01 PP-00032)

1.3.3 – Procedimento elaborativo especial das


medidas provisórias

Em seu procedimento de feitura não existe iniciativa, votação sanção ou


veto. Não derivam da função legislativa, mas de um ato unilateral do
Presidente da República.

Legitimidade: Competência indelegável do Presidente da República (e demais


Chefes do Executivo).

Prazos constitucionais: A Medida Provisória sofreu profunda alteração em seu


regramento após a EC 32/2001. Diante dos abusos praticados pelos
Presidentes, foram estabelecidas limitações importantes às MP, inclusive quanto
ao conteúdo. Uma das mais importantes alterações diz respeito ao prazo. Antes
da EC 32/2001, a MP durava apenas 30 dias, mas, segundo a jurisprudência do
STF, não havia qualquer limite quanto ao número de reedições.

O estudo desse regramento constitucional é importante, pois as MP editadas


anteriormente à EC 32/2001 ainda se submetem a ele, ou seja, há medidas
provisórias reeditadas que até hoje não foram analisadas pelo Congresso. As
medidas provisórias anteriores à emenda continuam em vigor até que medida

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provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do


Congresso Nacional

Com a EC 32/2001, o prazo passou a ser de 60 dias (prazo


inicial), prorrogável por uma única vez por mais
60 dias (prazo extraordinário), se no prazo inicial
ela não for convertida em lei. Admite-se atualmente, portanto, uma
prorrogação. Esta prorrogação é automática, independendo de qualquer
manifestação do Presidente:

Art. 60 (...) § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos


§§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos
termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes.

Com o regramento atual, prorrogação não é considerada sinônima de reedição.


A prorrogação está prevista no art. 62, § 7º, enquanto a reedição está prevista
no art. 62, § 10:
Art. 62 (…) § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias,
contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas
duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001).
(…)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido
sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001).

A reedição não tem vedação (limite) quanto ao número de vezes em que pode
ser realizada. Ela somente não pode ocorrer na mesma sessão legislativa anual
(art. 57), mas na seguinte (ou seja, a partir de 2 de fevereiro do ano seguinte).
Se pudesse ser reeditada, a MP teria o mesmo efeito anterior, de permitir que o
Presidente ficasse legislando indefinidamente.

Com o regramento atual, o prazo previsto no art. 62, § 3º, que em princípio
poderia chegar a até 120 dias, não é computado durante o período de recesso,
ficando suspenso (art. 62, § 4º). Veja que a MP, portanto, pode ter duração de
mais de 120 dias, se editada pouco antes do período de recesso: O prazo a que

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se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-


se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.

Lembre-se: Se houver convocação extraordinária


durante o recesso, as medidas provisórias
serão automaticamente incluídas na pauta.

Aprovação integral das MP:

Aprovação integral é a concordância irrestrita do Congresso Nacional com


os pressupostos fáticos e jurídicos. É também chamada de aprovação sem
alteração. Nesse caso, será promulgada pelo Presidente da Mesa do CN,
independentemente de sanção. Como é feito esse procedimento? A primeira
etapa é o encaminhamento à Comissão Mista para análise dos pressupostos. A
análise do mérito por cada uma das casas dependerá do juízo prévio de
admissibilidade sobre os pressupostos, além da adequação financeira e
orçamentária e do dever de envio imediato ao Congresso com os motivos. A
votação inicia-se na Câmara e é analisada pelo Plenário de cada uma das casas
em sessão separada, em votação por maioria simples. Aprovada, cabe ao
Presidente do Senado promulga-la.

Embora o prazo inicial seja de 60 dias, se ela não por apreciada dentro de 45
dias, entrará em regime de urgência constitucional, em que as casas terão o
prazo de 15 dias para apreciação, ressalvada a prorrogação por mais 60 dias.

Estarão sobrestadas todas as matérias em trâmite.

O então Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, anunciou uma


nova interpretação a respeito do regime de urgência, orientando que a pauta
não fica travada em relação a matérias que não podem, em tese, ser objeto de
MP, como PEC, projeto de LC, resoluções, decretos legislativos etc. Contra esse
entendimento foi impetrado o MS 27.931, tendo sido negada a liminar.

Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar


esse § 6º, não adotou uma exegese literal e afirmou que ficarão sobrestadas
(paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias que versem sobre
temas que possam ser tratados por medida provisória. Assim, por exemplo, mesmo
havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido apreciada no
prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão votar
normalmente propostas de emenda constitucional, projetos de lei complementar,

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projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e até mesmo projetos de lei


ordinária que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88. Isso porque a
MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde que não
incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º. STF. Plenário.MS 27931/DF, Rel.
Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870)1.

Se for rejeitada, a medida provisória será arquivada, comunicando-se o PR.


Nesses casos, cumpre a comissão mista elaborar projeto de decreto legislativo
para disciplinar as relações jurídicas decorrentes da vigência da medida.

Não editado em 60 dias, as relações serão regidas pela própria MP.

Determinada medida provisória foi editada


criando a possibilidade de que empresas
instalassem Centros Logísticos e Industriais
Aduaneiros (CLIA), desde que autorizados pela Receita
Federal. Diversas empresas fizeram o requerimento pedindo a
instalação desses Centros. Ocorre que, antes que a Receita examinasse
todos os pedidos, a MP foi rejeitada pelo Senado. O Congresso Nacional
não editou decreto legislativo disciplinando as situações ocorridas
durante o período em que a MP vigorou (§ 3º do art. 62 da CF/88).
Diante disso, as empresas defendiam a tese de que os requerimentos
formulados deveriam ser apreciados pela Receita Federal com base no
§ 11 do art. 62: “§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere
o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.” O
STF não concordou e afirmou que os pedidos formulados pelos
interessados durante a vigência da MP 320/2006 não foram sequer
examinados. Logo, não se pode dizer que havia ato jurídico perfeito. O
simples fato de ter sido feito o requerimento não significa “relação
jurídica constituída”, de sorte que não se pode invocar o § 11 para
justificar a aplicação da medida provisória rejeitada. O mero protocolo
do pedido não constitui uma “relação jurídica constituída” de que trata

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no
prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que versem sobre temas passíveis de serem tratados
por MP. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/71463aaacf046fa24e7dfa4
558607545>. Acesso em: 21/06/2018

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o § 11. STF. Plenário.ADPF 216/DF, Rel. Min. Cámen Lúcia, julgado em


14/3/2018 (Info 894)2.

Aprovação com modificações pelo Congresso Nacional:

É aquela em que a MP é aprovada com mudanças em texto original. É vedada a


inclusão de assunto estranho ao deliberado pelo texto do Poder Executivo
(“contrabando legislativo”). Se as emendas alterarem as situações fáticas já
regidas pela MP, deverão também regular as relações jurídicas decorrentes na
própria emenda. Nesses casos, haverá SANÇÃO do PR.

Rejeição expressa pelo Congresso Nacional:

Rejeição expressa é aquela em que a medida provisória é rejeitada na


totalidade de seus aspectos pelo CN. Se for rejeitada, retroagirá, perdendo
todos os efeitos que produziu. Nesse caso, deve o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

MP rejeitada pode ser reeditada? A rejeição, além de


desconstituir com eficácia ex tunc, opera a
impossibilidade de renovação do ato na mesma sessão
legislativa: É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia
por decurso de prazo.

Rejeição tácita pelo Congresso Nacional:

É a reprovação silenciosa do Congresso Nacional, que deixa de examinar dentro


do prazo previsto pela constituição: 120 dias. Antes da carta de 1988, vigorava
o “decurso constitucional”, que permitia que os decretos-leis não se
submetem-se ao crivo do Legislativo. Nesse caso, deve o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. Não
editado o decreto legislativo até sessenta dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes
de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

A partir do momento que o Presidente da


República edita a MP, ele não mais tem
controle sobre ela, já que, de imediato,

2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O § 11 do art. 62 da CF/88 deve ser interpretado com
cautela, não se podendo protrair indefinidamente a vigência de medidas provisórias rejeitadas
ou não apreciadas. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d3c95acb3f4a091abb1fdc0
56dc68c1c>. Acesso em: 21/06/2018

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deverá submetê-la à análise do Congresso Nacional, não podendo


retirá-la de sua apreciação.

Por outro lado, conquanto contrariando a nossa posição, devemos


alertar para a w... orientação assentada no STF no sentido de que, não
sendo dado ao Presidente da República retirar da apreciação do
Congresso Nacional medida provisória que tiver editado, é-lhe, no
entanto, possível ab-rogá-la por meio de nova medida provisória,
valendo tal ato pela simples suspensão dos efeitos da primeira, efeitos
esses que, todavia, o Congresso poderá ver restabelecidos, mediante a
rejeição da medida ab-rogatória...x (ADI 1.315-MC/DF, Rel. Min. Ilmar
Galvão, DJ de 25.08.1995, p. 26022, Ement. v. 01797-02, p. 293,
Pleno).

1.3.4 – Regime de urgência (também introduzido pela


EC 32/2001)

O regime de urgência das Medidas Provisórias está previsto no art. 62, § 6º:
Art. 62 (…) § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em
regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que
estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

A CR estabelece um prazo de 45 dias para que a MP seja apreciada no


Congresso Nacional. Uma vez que editada pelo Presidente da República, ela
inicia-se sempre na Câmara dos Deputados (que geralmente é a Casa
iniciadora), do mesmo modo que os projetos de iniciativa privativa do
Presidente.
Esses 45 dias são contados de uma só vez (no total, considerando ambas as
Casas, e não em cada uma delas). Se demorar mais que 45 dias na Câmara, a
MP já chega ao Senado trancando a pauta. Após este período, ela entra em
regime de urgência e irá sobrestar todas as demais deliberações legislativas
da Casa em que estiver tramitando. Este aspecto vem sendo muito criticado
pelos parlamentares, na medida em que praticamente toda a agenda do
Congresso Nacional vem sendo pautada pelo Executivo (além das MP’s, muitos
projetos de lei vêm do Presidente).

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Michel Temer, na legislatura passada, quando era Presidente da


Câmara, encontrou uma interpretação para que
algumas deliberações não ficassem suspensas. A
saída foi a seguinte: MP somente pode tratar de
matéria de lei ordinária (ou seja, as residuais), a qual é votada nas sessões
ordinárias do Congresso. Então, a MP somente trancaria a pauta em relação à
lei ordinária, mas nada impediria que o Congresso votasse Lei Complementar,
PEC, Decreto Legislativo etc., os quais poderiam ser votados nas sessões
extraordinárias.

Esse entendimento adotado por Michel Temer foi questionado pela oposição no
STF, que impetrou o MS 27.931/DF. O STF ainda não analisou o mérito (os
autos estão com vista para a Ministra Carmen Lúcia). O Min. Celso de Mello
apreciou apenas o pedido de liminar, que restou negado. Ou seja, apesar do MS
impetrado, esse entendimento continua valendo no Congresso (vem sendo
utilizado). Tecnicamente analisada, essa interpretação de Michel Temer, que se
justifica por outros princípios constitucionais (democrático, separação dos
poderes), é uma exceção à norma do art. 62, § 6º, que é bastante clara no
sentido do sobrestamento das demais deliberações legislativas.

Esse posicionamento foi adotado pelo STF: o


sobrestamento somente incide sobre os
projetos de lei ordinária, não incidindo sobre
as PEC, projetos de lei complementar, decretos e resoluções. Os
fundamentos são de ordem política (excesso de medidas provisórias) e
jurídica (interpretação sistemática da equivalência de MP às leis
ordinárias).

O tema é importante, pois hoje se vem discutindo


a questão da derrotabilidade das regras. Trata-se
da criação de uma exceção ao texto da regra, não
prevista expressamente, em razão de princípios que o justifiquem (ou não, mas
quem determinará é o STF).

Há algumas modificações que estão sendo propostas acerca das MP’s, as quais
devem ser observadas.

Há necessidade de sanção do Presidente da República no projeto de lei


de conversão da MP em lei? Veja que o Congresso não fica limitado a adotar
integralmente o conteúdo da MP. Dentro da sua competência, ele pode fazer

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emendas à MP, rejeitá-la ou aprová-la integralmente, sem qualquer


modificação.

Quando o Congresso apresenta algum tipo de emenda à MP, junto com essa
modificação deve ser apresentado também um Decreto Legislativo
regulamentando as situações durante o período de vigência da MP.

Há, então, a seguinte hipótese: uma lei X tratava do assunto e foi


editada MP, tratando do mesmo assunto. A MP
produz eficácia a partir de sua edição. Ou seja, a
lei anterior deixará de ser aplicada. A relação
entre a lei e a MP, tecnicamente, é de suspensão de eficácia. Ocorre a
suspensão da eficácia da lei sobre cujo conteúdo a MP passou a disciplinar, por
tratarem ambas da mesma matéria. Não é correto falar em revogação, que
somente pode ocorrer pelo mesmo órgão responsável pela edição do ato. Uma
lei federal, por exemplo, não pode ser revogada por emenda constitucional
(produzida pelo Poder Constituinte derivado), MP etc.

Pois bem. Quando a MP suspende a eficácia da lei X, ela começa a regular as


situações ocorridas durante sua vigência. Imagine que o Congresso, ao apreciar
uma MP, realiza uma emenda. Haverá, então, três situações distintas: a lei,
depois a MP como editada pelo Presidente da República e uma terceira após a
conversão em lei. Durante o período em que a MP estiver sendo apreciada, o
Congresso deve editar um Decreto Legislativo regulamentando as situações dele
decorrentes (ex.: dizendo que a MP não produz efeitos durante o período).

A validade de qualquer alteração feita pelo Congresso durante o período em que


a MP está valendo somente começa a partir da sanção do Presidente da
República. Ou seja, a alteração feita na MP pelo Congresso não produz efeitos
imediatos. Somente depois da sanção do Projeto de Lei aprovado, que
converteu a MP, é que ele vira lei e, portanto, passa a ser válido.

A sanção do Presidente somente será necessária, todavia, nessa hipótese de


emenda realizada pelo Congresso. Ela não é sempre necessária. Aprovada
integralmente, a MP não é submetida à sanção. Isso inclusive consta da
Resolução 01/2002, do Congresso Nacional, em seu art. 12. Se não houver
qualquer modificação do texto original, o projeto vai direto para a promulgação:
Art. 12. Aprovada Medida Provisória, sem alteração de mérito, será
o seu texto promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso
Nacional para publicação, como lei, no Diário Oficial da União.

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Se a MP for rejeitada pelo Congresso, a lei anterior cujos efeitos ficaram


suspensos voltará a produzir efeitos novamente. Esse fenômeno é chamado de
“efeito repristinatório tácito” (ou repristinação tácita). As relações ocorridas
durante esse período de vigência da MP serão disciplinadas pelo Congresso,
através de um Decreto Legislativo (o mesmo que ocorre com a hipótese de
emenda à MP). O Congresso pode, caso rejeite uma MP, dizer que ela não
produzirá efeitos durante sua vigência, como se ela não tivesse
existido. Evidentemente, a situação concreta terá de comportar esse
tratamento.

Se, dentro do prazo de 60 dias, o Congresso não editar o Decreto Legislativo,


todo o regramento da MP continua valendo. Haverá dois tratamentos: A (antes
da medida), B (durante a vigência da MP) e A (após a rejeição da MP). Isso
ocorreu em questão previdenciária, envolvendo a MP 242. O Congresso não
determinou a suspensão dos efeitos da MP durante seu período de vigência.
Art. 62 (…) § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos
§§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos
termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001) (…).
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até
sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001).

Veja que nesses dispositivos a CR trata exclusivamente da rejeição, e não do


caso de emenda, que é disciplinado por outro dispositivo (§ 12):
Art. 62 (…) § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o
texto original da medida provisória, esta manter-se-á
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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1.3.5 – Obrigatoriedade de apreciação pelo Congresso


Nacional

A medida provisória é irretratável: isso significa que não pode retirar da


apreciação do Congresso Nacional, sob pena de violação de competências.
TODAVIA, ela pode ser ab-rogada por meio da edição de medida provisória
substitutiva, suspendendo assim os efeitos da primeira, efeitos esse que o
Congresso pode restabelecer mediante a rejeição da medida ab-rogatória (STF).

À luz desse raciocínio, quando há edição de uma medida provisória que ab-roga
outra, o CN pode:
a) Aprovar a segunda MP, convertendo-a em lei e revogando a
primeira em definitivo.
b) Rejeitar a segunda MP e aprovar a primeira que estava
temporariamente suspenda, restaurando lhe os efeitos.
c) Rejeitas as duas MP e regulamentando as relações jurídicas por
decreto legislativo.

1.3.6 – Medida provisória e lei anterior a ela

A edição de medidas provisórias paralisa a produção de leis anteriores a ela que


versavam sobre o mesmo assunto, com os seguintes desdobramentos:
a) Se a medida provisória for convertida em lei, tornam-se
definitivos os efeitos e lei anterior incompatível será
revogada;
b) Se a medida provisória for rejeitada, a eficácia da lei
será restaurada pelo efeito repristinatório tácito, já que sua
vigência somente estava suspensa.

1.3.7 – Consequência da conversão da MP em lei

No caso de reedição de MP ou de sua conversão em lei, poderá o autor da ação


direta pedir a extensão da ação à MP reeditada ou a lei de conversão para que
ela não perca o objeto (1995, STF). Além disso, a conversão sem alteração
substancial, NÃO prejudica a ação direta. Mas se for rejeita, expressa ou
tacitamente, a ação restará prejudicada.

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1.3.8 – Limitações materiais impostas pela


Constituição às Medidas Provisórias

Proibições materiais são impedimentos de natureza substancial à edição das


MP.
Art. 62 (…) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e
direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art.
167, § 3º;
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança
popular ou qualquer outro ativo financeiro; [em razão dos atos
ao ex-Presidente Collor]
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
[Editada MP em 2011, ela somente produzirá efeitos em
2012 se convertida em lei em 2011].

Neste tópico, serão estudados os conteúdos vedados pela Constituição às


Medidas provisórias. Antes da EC 32/2001, não havia qualquer limitação
material. Havia grande divergência na doutrina acerca de determinadas
situações, como Leis Complementares, normas penais (benéficas ou
incriminadoras etc.) com a EC 32, tais divergências não foram completamente
superadas, mas a questão está muito mais clara.

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a) Direitos fundamentais

Direitos fundamentais, de acordo com o Título II da CR, são


gênero, do qual os direitos individuais, coletivos,
sociais, políticos e de nacionalidade são espécies. MP
pode regulamentar direitos fundamentais? A CR veda
expressamente que MP trate de certos direitos fundamentais, não de todos. Os
expressamente vedados são: i) direitos de nacionalidade; e ii) direitos
políticos.

Isso significa que, em princípio, podem ser regulamentados por MP os direitos


individuais, coletivos e os direitos sociais. Evidentemente, em se tratando de
regulamentação de direito individual acerca de matéria penal, processual penal
etc., não poderá a MP tratar por outra vedação expressa.

Relativamente aos direitos sociais, que geralmente são prestacionais, exigindo


uma atuação positiva do Estado, não haverá vedação à MP. E, a rigor, ela será
até bem-vinda.

Portanto, a MP pode regulamentar direitos fundamentais, com exceção de


alguns deles.

O Supremo Tribunal Federal criou uma nova


limitação recentemente. Entendeu o Supremo
que é possível a edição de medidas
provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando
normas favoráveis ao meio ambiente.

Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente


equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo
debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgão e
instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o direito
de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que importe em


diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, especialmente
em se tratando de diminuição ou supressão de unidades de
conservação, com consequências potencialmente danosas e graves ao
ecossistema protegido.

A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de


medida provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das

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limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário.ADI


4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

O Plenário, em conclusão de julgamento, conheceu em parte de ação direta e, nessa


parte, julgou procedente o pedido para, sem pronunciamento de nulidade, declarar a
inconstitucionalidade da Medida Provisória 558/2012, convertida na Lei 12.678/2012.

A ação direta foi conhecida apenas na parte em que aponta violação dos artigos 62 e
225, § 1º, III, da Constituição Federal (CF) (1), relativamente às alterações de limites
de parques e florestas nacionais, de área de proteção ambiental e de unidades de
conservação, as quais foram promovidas com o objetivo de construção de usinas
hidrelétricas (Informativo 873).

Quanto ao aspecto formal, o Tribunal reafirmou a possibilidade, ainda que em caráter


excepcional, de declaração de inconstitucionalidade de medidas provisórias quando se
afigure evidente o abuso do poder de legislar pelo Chefe do Executivo, em razão da
indubitável ausência dos requisitos constitucionais de relevância e urgência.

Asseverou que não ficou demonstrado, de forma satisfatória, a presença dos


mencionados requisitos. À época da edição da medida provisória, os empreendimentos
hidrelétricos que justificariam a desafetação das áreas protegidas ainda dependiam de
licenciamentos ambientais, nos quais deveriam ser analisados os impactos e avaliada
a conveniência e escolha dos sítios a serem efetivamente alagados.

Reconheceu a impossibilidade de diminuição ou supressão de espaços


territoriais especialmente protegidos por meio de medida provisória. A
proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida
provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das limitações
previstas no art. 62, § 1º, da CF (2).

Ademais, normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado


só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e
participação da sociedade civil e dos órgão e instituições de proteção ambiental, como
forma de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A
adoção de medida provisória nessas hipóteses possui evidente potencial de causar
prejuízos irreversíveis ao meio ambiente na eventualidade de não ser convertida em
lei.

Sob o prisma material, o Colegiado considerou que a norma impugnada


contrariou o princípio da proibição de retrocesso socioambiental. Isso porque
as alterações legislativas atingiram o núcleo essencial do direito fundamental
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225 da CF).

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Enfatizou, ainda, que a aplicação do princípio da proibição do retrocesso


socioambiental não pode engessar a ação legislativa e administrativa, sendo forçoso
admitir certa margem de discricionariedade às autoridades públicas em matéria
ambiental (ADI 4.350/DF).

Contudo, o que se consumou foi a indevida alteração de reservas florestais com


gravosa diminuição da proteção de ecossistemas, à revelia do devido processo
legislativo, por ato discricionário do Poder Executivo, e em prejuízo da proteção
ambiental de parques nacionais.

Por fim, o Tribunal julgou procedente a ação, sem pronunciamento de nulidade, ao


fundamento de que o irreversível alagamento das áreas desafetadas e a execução dos
empreendimentos hidrelétricos já não permite a invalidação dos efeitos produzidos,
dada a impossibilidade material de reversão ao “status quo ante”.

(1) Constituição Federal: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las
de imediato ao Congresso Nacional; e Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade
desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) III - definir, em todas as unidades da
Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção”.

(2) Constituição Federal: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las
de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias
sobre matéria: I – relativa a: (...)”.

ADI 4717/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 5.4.2018. (ADI-4717).

b) Normas relativas a direito penal, processo penal e processo civil

A grande maioria da doutrina entende que a MP não


pode tratar de normas penais em hipótese alguma
(seja benéfica, seja incriminadora). A Novelino parece o
melhor entendimento.

Há uma decisão do STF, que pode suscitar alguma dúvida, porque publicada em
2002 (após a vedação introduzida), mas cujo julgamento, na verdade, ocorreu

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em 2000, quando não existia ainda a limitação material expressa (RE 254.818,
julgado em novembro de 2000).

Esse RE admite Medida Provisória em matéria penal benéfica, e não em normas


penais incriminadoras. Após a EC 32/2001, esse entendimento pode ser
mantido? Luiz Flávio Gomes notou, em uma decisão do STF, posicionamento
interessante: a dilação do prazo para o registro de armas de fogo, realizada por
via de MP, seria matéria penal, por impedir que houvesse crime naquela
hipótese.

O autor entendeu que, na medida em que se manteve silente quanto à


impossibilidade de tratamento, o STF teria implicitamente aceitado o
tratamento de matéria penal benéfica via MP. Novelino considera perigoso esse
posicionamento.

c) Organização do MP e da Magistratura, carreira e garantias de seus


membros

Não pode MP tratar dos temas acima, limitação muito exigida em


provas.
d) Matéria reservada a Lei Complementar

Com a EC 32/2001, ficou expressamente vedada a adoção de MP para


tratar de matéria reservada a lei complementar, encerrando o debate que
havia.

Cumpre destacar, entretanto, que a MP não pode tratar de nenhuma matéria


reservada a determinado ato, e não somente às leis complementares. Se um
determinado tema está reservado a determinado ato (ex.: Resolução, Decreto
Legislativo, Emenda), a MP não pode tratar. A MP somente pode tratar de
matérias residuais, apesar de a CR referir-se expressamente apenas à lei
complementar.

Quando uma matéria é reservada à lei complementar, ela não pode ser tratada
por nenhum outro ato normativo. Esse entendimento vale para todas as
matérias reservadas. Se a CR determina que o assunto deve ser tratado por um
tipo de ato, qualquer ato que trate dele, que não o previsto, a está violando.

e) Matéria orçamentária

A CR veda o tratamento de matérias orçamentárias por meio de MP. Há,


contudo, uma exceção a essa regra, prevista no art. 167, § 3º, que trata da
abertura de crédito extraordinário:

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Art. 167 (…) § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente


será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, observado o disposto no art. 62.

Na ADI 4048 (Medida Cautelar), foi analisada a constitucionalidade de MP que,


tratando de matéria orçamentária, abriu crédito extraordinário. O STF decidiu
que não estava presente nenhuma situação urgente e imprevisível que
justificasse a abertura do crédito. Na medida cautelar, a MP foi considerada
inconstitucional, tendo depois perdido o objeto. Nesse mesmo julgado, o STF
modificou seu entendimento segundo o qual lei de efeitos concretos não poderia
ser objeto de controle de constitucionalidade via ADI.

Note que a CR, no § 3º, concretiza a densidade normativa do dispositivo,


dizendo quais os casos em que se considera a imprevisibilidade e a urgência.
Esta hipótese é diversa dos requisitos constitucionais para a edição da MP
(urgência e relevância), em que o constituinte não especifica as situações em
que eles estariam presentes.
f) Aumento e criação de impostos

O art. 62, § 2º, que prevê esta vedação de aumento e criação de impostos
por meio de MP, é um pouco confuso, mas o tema não é difícil. Basta imaginar
que a MP, no caso de criação ou aumento de impostos, equipara-se a um
projeto de lei.

Hugo de Brito Machado faz essa observação: a MP não produzirá qualquer efeito
quando editada. O que contará para fins de aplicação do princípio da
anterioridade não é a data da edição da MP, mas a da conversão dela em lei.
Ex.: excluindo-se as exceções, editada MP em 2011, o imposto somente poderá
ser cobrado a partir da conversão da MP em lei. O que contará é a data da
conversão em lei. Se a MP for convertida em 2012, o imposto somente poderá
ser cobrado em 2013.

Há determinados impostos que não se sujeitam ao princípio da anterioridade,


alguns por motivos extrafiscais (imposto de importação, imposto de exportação,
IPI e IOF), e outros por motivos extraordinários (impostos extraordinários
previstos no art. 154):
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;

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II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

Nesses casos, a MP pode tratar imediatamente do aumento de impostos,


seja por conta da natureza do tributo, seja pela situação concreta
excepcional. Cumpre observar, entretanto, que o IPI se sujeita ao princípio da
anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º).

1.3.9 – Controle de constitucionalidade das Medidas


Provisórias

Considerando que a MP é efêmera (tem prazo de duração), ela


pode ser objeto de controle concentrado
abstrato, ou somente concreto? A MP pode ser
objeto de qualquer tipo de controle, abstrato (ex.:
caso da ADI 4048) ou concreto.

Quanto ao aspecto formal, a MP tem dois pressupostos constitucionais, que são


a relevância e a urgência. O Presidente da República, presentes esses
requisitos, poderá editar a MP. A quem cabe apreciá-los? A relevância e a
urgência podem ser apreciadas somente pelo Congresso Nacional e o
Presidente, por serem pressupostos políticos, ou o STF pode verificar se
determinada matéria é relevante ou urgente?

O posicionamento do STF é o seguinte: os pressupostos constitucionais,


em princípio, devem ser analisados no âmbito político, pelo Presidente
e pelo Congresso. No entanto, quando a inconstitucionalidade for
flagrante e objetiva, poderá haver análise pelo Judiciário.

A relevância e urgência são aspectos subjetivos, a serem analisados no caso


concreto. Se houver dúvida quanto à urgência, não pode o Poder Judiciário
analisar o requisito. Contudo, caso a ausência de urgência for manifesta, cabe
ao STF analisá-la. O único caso em que isso restou decidido foi no da criação
por MP de uma espécie de ação rescisória.

Relativamente ao aspecto material, a MP tem limitações específicas (vistas


acima), que devem ser observadas, sob pena de inconstitucionalidade, e
limitações de conteúdo da Constituição, que todo ato infraconstitucional deve
observar.

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Com relação ao aspecto material, portanto, o STF não tem qualquer


impedimento para declarar uma MP inconstitucional, seja por violação ao
conteúdo da CR, seja por violar limitação específica.

Como visto, a finalidade do controle abstrato é assegurar a supremacia da


Constituição. Assim, caso a MP seja alterada ou rejeitada, não mais se justifica
a manutenção da ação, devendo ela ser extinta.

Agora, se a MP for convertida em lei antes do julgamento da ADI (que é o que


ocorre normalmente), mas o conteúdo dela for mantido, não ocorrerá
convalidação. Permanecerá o vício de origem (a conversão não é capaz de
sanar os vícios da MP). Segundo o STF, no caso de conversão da MP em lei sem
alteração do ponto questionado, sequer é necessário o ajuizamento de nova
ADI, bastando o aditamento da inicial.

Se a MP foi convertida em lei, mas o dispositivo que está sendo questionado for
rejeitado ou até mesmo toda a MP seja rejeitada, a solução será outra. Como se
trata de controle abstrato, a ADI é extinta sem julgamento do mérito, por perda
do objeto. Isso porque não há mais ameaça à supremacia da Constituição.

Durante o período em que a MP esteve vigente, se não houve disciplina das


relações via Decreto Legislativo, eventual direito subjetivo violado será tutelado
na via concreta, e não mais na abstrata.

O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar


medidas provisórias em caso de relevância e urgência. A definição do que seja
relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, em
um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da
República, controlado pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório
abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP. No
caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a
norma inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851).

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1.3.10 – Previsão de edição de MP por Governadores


(via Constituição Estaudal) e Prefeitos (via Lei
Orgânica Municipal)

A possibilidade de edição de Medida Provisória pode ser estabelecida


pela Constituição Estadual? A CR, em seu art. 62, caput, não faz qualquer
referência a Governador ou Prefeito, somente ao Presidente da República.
Contudo, como estudado, o processo legislativo de que trata a CR é sempre
nacional. Por essa razão, a CR não falaria em Governadores e Prefeitos. Além
disso, o processo legislativo federal é norma de observância obrigatória,
aplicando-se a ele o chamado princípio da simetria.

Assim, há a possibilidade de previsão de MP


para Governadores, na Constituição Estadual,
e para Prefeitos, na Lei Orgânica Municipal.
Cumpre destacar, todavia, que não há tal obrigatoriedade. O STF já pacificou
esta questão, na ADI 2391.

Há quatro estados da Federação cujas constituições permitem a edição de MP


pelo Governador: SC, TO, PI e AC. Veja que o estado não é obrigado a permitir
a edição de MP, mas a partir do momento em que o faz, deve reproduzir as
regras e princípios básicos relacionados à MP previstos na CR.

A decisão do STF que permitiu a edição de Medidas Provisórias pelos


governadores valeu-se de dois fundamentos: i) princípio da simetria; e
ii) art. 25, § 2º, da CR:
Art. 25 (…) § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5,
de 1995).

Segundo a Min. Relatora Ellen Grace, se o constituinte vedou a edição de MP na


hipótese do art. 25, § 2º, é porque ele admite a possibilidade nos demais casos.
É um argumento a contrario sensu. Se o constituinte não admitisse MP em
nenhuma hipótese, ele não teria feito exceção para um caso específico.

Relativamente aos Prefeitos, não há consenso na doutrina e não há decisão do


STF a esse respeito. Para Novelino, em razão do princípio da simetria, é

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possível que no âmbito do município a lei orgânica municipal estabeleça a


possibilidade de edição de MP para o prefeito.

A questão mais polêmica refere-se à possibilidade de que uma lei orgânica de


determinado município preveja MP a prefeito sem que a Constituição Estadual
contenha idêntica previsão para o Governador. Para Novelino, a lei orgânica
municipal tem de ser simétrica tanto à Constituição do estado que integra
quanto em relação à CR. Isso porque o art. 29 da CR é claro ao dizer que a
simetria tem de ser dupla:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...).

Assim, como a simetria tem de ser dupla, para Novelino, não havendo previsão
de MP na CE, a lei orgânica municipal também não poderia prevê-la. Não é,
cumpre destacar, um entendimento pacífico. O tema não é muito discutido nos
manuais. Não dá para dizer qual o posicionamento majoritário e o STF não tem
decisão a respeito.

1.4 – Leis Delegadas

Lei delegada é a espécie normativa feita e editada pelo Presidente da República,


após previa autorização do Poder Legislativo. Nos termos do art. 68, as leis
delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
Trata-se de ato de delegação externa de atividade
legiferante: transferem o poder de criar normas
para alguém que está fora do ambiente parlamentar.
São verdadeiros atos normativos primários, que retiram seu fundamento de
validade do próprio texto constitucional, condicionados a existência de
resolução autorizativa do Congresso. É uma praxe constitucional desde 1891,
mas foi previsto expressamente pela EC 4/61.
As leis delegadas também estão previstas dentre os atos que são objetos do
processo legislativo (art. 59). Portanto, são atos normativos primários, na
medida em que retiram seu fundamento de validade diretamente da
Constituição. A Lei Delegada é uma lei feita pelo Presidente da República,
através de uma delegação chamada externa corporis: o Congresso Nacional

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delega essa atribuição a um órgão externo, e não a um órgão próprio do


Congresso.
Como se trata de previsão expressa no texto constitucional, a lei delegada é
considerada uma exceção ao princípio das indelegabilidade das
atribuições. A regra geral é de que as atribuições de um órgão não podem ser
delegadas, salvo previsão expressa. A lei delegada tem mais de 40 anos, e até
hoje somente foram feitas apenas treze, nenhuma delas depois da CR/88. Ela é
muito pouco utilizada por conta da existência da Medida Provisória, que muito
mais ágil e produz efeitos imediatos. As limitações materiais entre ambas as
figuras praticamente são as mesmas.

O único que pode iniciar o processo de elaboração de lei delegada, solicitando


ao Congresso a delegação da atribuição, é o Presidente da República: iniciativa
SOLICITADORA. O Congresso, se entender que deve fazê-lo – deliberação por
maioria simples - elaborará uma Resolução, na qual determina os limites da
delegação (ou seja, diz o que está delegando), podendo inclusive fixar prazos e
limitações de conteúdo.

A delegação nunca pode passar de uma legislatura para a outra.


Concedida a delegação em uma legislatura (4 anos), o Presidente não
pode elaborar a lei na outra.
 Lembre-se: o ato de delegação externa não é vinculante e por isso não
obriga a edição da lei.
 Como se trata de ato excepcional e temporário, não pode ser interpretado
ampliativamente: qualquer silêncio deve ser interpretado como proibição em
razão do princípio da irrenunciabilidade da atividade parlamentar. Por isso, a
inexistência de previsão para pluralidade de leis delegadas leva
necessariamente ao exaurimento da resolução quando da edição da primeira lei
delegada.

A delegação do Congresso pode ser de dois tipos:

i) típica: Quando é dada uma delegação típica, todo o restante se esgota no


Poder Executivo (promulgação, publicação etc.) O Presidente elabora a lei sem
a necessidade de retorno do projeto ao Congresso Nacional.

ii) atípica: Na delegação atípica, o Congresso determina o retorno do projeto


ao Legislativo, para apreciação. Mesmo quando dá a delegação atípica, o
Congresso não pode fazer nenhuma emenda, podendo somente rejeitá-la em
sua integralidade. Como não pode modificar o texto do projeto, no caso da lei
delegada por delegação atípica não é necessária sanção.

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São limitações materiais previstas à lei delegada no art. 68, § 1º


(rol TAXATIVO): Não serão objeto de
delegação os atos de competência exclusiva
do Congresso Nacional, os de competência
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre [não há essa vedação expressa
na MP, mas atos privativos são indelegáveis]:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros [exatamente igual à
MP];
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
eleitorais; [há uma diferença quanto à MP, talvez a mais
importante, que é a vedação expressa para que a lei
delegada disponha acerca dos direitos individuais];
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. [a
diferença em relação à MP é que, lá há a ressalva do art.
167, quanto à abertura de créditos extraordinários, não
repetida aqui].
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício.
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada
qualquer emenda [trata-se da hipótese da delegação atípica].

A Constituição também prevê o poder congressual de SUSTAR as leis


delegadas. Imagine uma delegação (típica ou atípica) para tratar de matéria X.
O Presidente elabora a lei delegada, mas ultrapassa os limites da delegação,
que não estavam nos limites da delegação. Nessa hipótese, a lei delegada já
está valendo. O Congresso suspende apenas a parte da lei delegada que
ultrapassou os limites da delegação. Trata-se, portanto, de um controle
repressivo feito pelo Congresso.

O ato normativo através do qual o Congresso – no uso de sua competência


EXCLUSIVA - pode sustar a parte do ato que exorbita os limites da delegação é
o Decreto Legislativo. Essa sustação tem efeitos ex nunc, ou seja, vale a
partir da edição do decreto legislativo, não tendo efeitos retroativos
(art. 49, V). A eficácia é não retroativa porque inexiste declaração de nulidade
da lei delegada, mas simples sustação de seus efeitos.

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Além da possibilidade de sustação, é possível o controle normativo abstrato


realizado pelo STF. Nesse caso, como se trata de declaração de
inconstitucionalidade com declaração de nulidade, em regra, os efeitos serão
retroativos.

1.5 – Decretos legislativos

Decreto legislativo é o ato normativo destinado a regular assuntos de


competência exclusiva do Congresso Nacional. A finalidade dos decretos
legislativos é referendar os atos presidenciais. Sua função finge-se basicamente
em:
 Regulamentar as matérias do art. 49 da CF;
 Disciplinar as relações jurídicas decorrentes de medidas
provisórias.

O procedimento de elaboração dos tratados é totalmente interno ao âmbito da


Câmara ou do Senado, sendo discutidos e votados por maioria absoluta. O
presidente da República não participa desse procedimento: não há sanção e
veto e a publicação é feita pelo Presidente do Senado. Portanto, cabe às
próprias casas regular o trâmite.

Tratados internacionais: A aprovação de tratados internacionais se dá via


decreto legislativo, como decorrência da adoção do dualismo moderado. Esse
procedimento dispensa sanção e promulgação pelo Presidente. A
constituição não exige a edição de uma lei formal (dualismo extremado),
todavia, a mera elaboração do decreto legislativo não lhe atribui força
normativa, o que ocorre somente com o decreto executivo. Por isso, é preciso
colaboração entre Executivo e Legislativo com vistas à formação de um ato
complexo. As normas devidamente aprovadas, que não sejam de direitos
humanos, ingressam na ordem jurídica como leis ordinárias.

1.6 – Resoluções

Resoluções são todos os atos do Congresso Nacional ou de qualquer de suas


casas, tomados à luz de um procedimento diverso. São estabelecidas por um
critério residual: matérias exclusivas ou privativas que não podem ser dispostas
por decretos legislativos e por leis. As resoluções desempenham efeitos

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intrínsecos e extrínsecos: os intrínsecos são a regra e decorrem do próprio


regimento interno, que é ele próprio uma resolução; os extrínsecos são exceção
e somente ocorrem quando a constituição determina.

Podem ser das seguintes espécies:


 Resolução administrativa: referenda nomeações do Senado;
 Resolução tributária: fixa alíquotas de tributos;
 Resolução coparticipativa: suspende lei inconstitucional
 Resolução delegativa: elaboração de lei delegada.

O procedimento de elaboração dos tratados é totalmente interno ao âmbito da


Câmara ou do Senado, sendo discutidos e votados por maioria absoluta. O
presidente da República não participa desse procedimento: não há sanção e
veto e a publicação é feita pelo Presidente do Senado. Portanto, cabe às
próprias casas regular o trâmite.

Legislação

Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos


constitucionais e legais que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-
se de revisá-los!
Dispositivos constitucionais sobre o tema da aula:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;

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III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis
que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União, bem como normas gerais para a organização do Ministério

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Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e


dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública, observado o disposto no art. 84, VI;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento
de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e
direito eleitoral; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art.
167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança
popular ou qualquer outro ativo financeiro;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
III - reservada a lei complementar; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)

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§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de


impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12
perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar,
por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional
sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio
sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e
cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de
urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que
estiver tramitando. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de
medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua
publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara
dos Deputados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes
de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido
sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até
sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida

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provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos


praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela
regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto
original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,
ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais
e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do
Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para
apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até
que se ultime a votação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara
dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao
mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do
Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela
outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção
ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o
rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa
iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o
projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou
em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-
lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados
da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

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§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de


parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da
República importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta
dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata,
sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas
pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o
Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada
qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria
absoluta.

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Resumo

As leis complementares são atos normativos infraconstitucionais que constituem


um tertium genus normativo por equacionar a alterabilidade com a volubilidade
por meio de um procedimento legislativo diferenciado quanto ao quórum de
aprovação. As leis complementares surgiram na década de 60 por meio de
emendas constitucionais e se consolidaram na Carta de 1967.

A Lei ordinária é a espécie normativa por excelência que se destina ao


cumprimento do Princípio da Legalidade. A sua competência é determinada por
exclusão, cabendo a ela tudo aquilo que não for disciplinado por outras espécies
normativas.

Medida provisória é o ato monocrático do Presidente da República com força de


lei editada em caso de relevância e urgência e que deve ser imediatamente
submetido à apreciação do Congresso Nacional. A justificativa de sua existência
é o estado de necessidade, que impõe a adoção de medidas imediatas de
caráter legislativo.

Tem como características principais:


• Excepcionalidade: como não derivam da representação popular, mas de
ato unipessoal do presidente da república, devem ter uso subsidiário e
excepcional.
• Efemeridade: são transitórias, motivo pelo qual não comportam
reedições, tendo prazo máximo no regime atual de 120 dias. É uma das
diferenças com as leis, que em regra, regem-se pelo princípio da continuidade.
• Precariedade: se não forem transformadas em lei, perdem a sua
eficácia. As leis, por sua vez, tem eficácia até que sejam revogadas por outra
lei.
• Condicionamento: a sua existência condiciona-se à satisfação dos
requisitos de urgência e relevância concomitantemente.

Por imposição constitucional, a legitimidade das medidas provisórias depende


da observância concomitante de dois pressupostos: urgência e relevância.
A edição de medidas provisórias paralisa a produção de leis anteriores a ela que
versavam sobre o mesmo assunto, com os seguintes desdobramentos:
d) Se a medida provisória for convertida em lei, tornam-se
definitivos os efeitos e lei anterior incompatível será revogada;

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e) Se a medida provisória for rejeitada, a eficácia da lei


será restaurada pelo efeito repristinatório tácito, já que sua vigência
somente estava suspensa.

Lei delegada é a espécie normativa feita e editada pelo Presidente da República,


após previa autorização do Poder Legislativo. Nos termos do art. 68, as leis
delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
Decreto legislativo é o ato normativo destinado a regular assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional. A finalidade dos decretos
legislativos é referendar os atos presidenciais. Sua função finge-se basicamente
em:
Regulamentar as matérias do art. 49 da CF;
Disciplinar as relações jurídicas decorrentes de medidas provisórias.

Resoluções são todos os atos do Congresso Nacional ou de qualquer de suas


casas, tomados à luz de um procedimento diverso. São estabelecidas por um
critério residual: matérias exclusivas ou privativas que não podem ser dispostas
por decretos legislativos e por leis. As resoluções desempenham efeitos
intrínsecos e extrínsecos: os intrínsecos são a regra e decorrem do próprio
regimento interno, que é ele próprio uma resolução; os extrínsecos são exceção
e somente ocorrem quando a constituição determina.

QUESTÕES COMENTADAS

Q.1. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRF - 5ª REGIÃOProva: Juiz Federal


Substituto

Foi proposta, por um terço das assembleias legislativas das unidades da Federação,
emenda constitucional com o objetivo de alterar dispositivo referente à Defensoria
Pública, visando-se aprimorar a estrutura orgânico-institucional desse órgão. Votada
em dois turnos nas duas casas do Congresso Nacional, a emenda foi aprovada
mediante três quintos dos votos dos membros de cada uma delas.

Nesta situação hipotética, a referida proposta deve ser considerada

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a) constitucional, pois o tema tratado na emenda respeita as limitações formais e


materiais ao poder constituinte derivado reformador.

b) inconstitucional, já que a emenda fere limitação formal ao poder constituinte


derivado reformador.

c) inconstitucional, pois a emenda fere cláusula pétrea da separação dos poderes.

d) inconstitucional, uma vez que a emenda fere cláusula de reserva de iniciativa do


chefe do Poder Executivo.

e) constitucional, porquanto o poder constituinte derivado é ilimitado.

Comentários:

Gabarito B.

CF, Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Q.2. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRF - 5ª REGIÃOProva: Juiz Federal


Substituto

Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas
as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
Constituição Federal, art. 62, § 6.º.

Considerando o artigo referido e interpretando o limite do sobrestamento das


deliberações legislativas, o STF fixou entendimento de que o sobrestamento alcança
projetos de

a) lei ordinária sobre temas passíveis de regramento por medida provisória.

b) decreto legislativo da casa em que estiver tramitando a medida provisória.

c) lei complementar e de lei ordinária que tratem de temas não incluídos no âmbito de
incidência das medidas provisórias.

d) emenda constitucional e lei complementar.

e) resolução e emenda constitucional.

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Comentários:
Gabarito A.
No informativo 870, STF, foi fixada a orientação de que a interpretação adequada do
art. 62, § 6º (1), da Constituição Federal (CF) implicaria o sobrestamento apenas dos
projetos de lei ordinária, apesar de o dispositivo prever o sobrestamento de todas as
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando medida provisória não
seja apreciada em 45 dias.

Q.3. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PROCON-MAProva: Fiscal de Defesa do


Consumidor

O Presidente da República pretende que seja editada norma prevendo novas penas
administrativas, a par das sanções já previstas em lei, àqueles que praticarem
infração às regras de proteção ao consumidor. Considerando as disposições da
Constituição Federal, para alcançar sua pretensão o Presidente da República

a) poderá apresentar projeto de lei na matéria, uma vez que o Chefe do Poder
Executivo tem iniciativa legislativa privativa nesse tema.

b) poderá apresentar projeto de lei na matéria, uma vez que o Chefe do Poder
Executivo tem iniciativa legislativa nesse tema, assim como os membros da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.

c) poderá fazê-lo mediante Decreto, uma vez que cabe, privativamente, ao Chefe do
Poder Executivo editar Decreto para dispor sobre a organização e o funcionamento da
Administração Pública e, portanto, para criar novas penas a serem aplicadas pelas
autoridades administrativas.

d) poderá fazê-lo, em caso de relevância e urgência, mediante edição de medida


provisória, uma vez que o tema pode ser objeto desse ato normativo, que perderá os
efeitos, desde a sua edição, se não for convertido em lei pelo Congresso Nacional no
prazo de 45 dias, prorrogável uma vez por igual período.

e) não dispõe de qualquer instrumento, não podendo editar medida provisória nem
apresentar projeto de lei, uma vez que a matéria se insere no âmbito da iniciativa
legislativa privativa dos membros do Poder Legislativo.

Comentários:

Gabarito B.

É iniciativa concorrente da União, Estados e DF. Conforme preceitua o Art. 24 da CF:


Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...) V - produção e consumo;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos

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de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

Q.4. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Barretos - SPProva:


Advogado

Segundo a Constituição Federal do Brasil, a lei complementar disporá sobre

a) a emissão e resgate de títulos da dívida pública.

b) as diretrizes orçamentárias.

c) o plano plurianual.

d) os orçamentos anuais.

e) as emendas ao projeto de lei do orçamento anual.

Comentários:

Gabarito A.

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais


entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União,


resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao
desenvolvimento regional.

Q.5. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: PGE-SEProva: Procurador do Estado

Em determinado estado, o governador enviou à assembleia legislativa um projeto de


lei sobre a criação de cargos na administração direta estadual, bem como sobre a
remuneração desses cargos. Os parlamentares apresentaram emendas a esse projeto,
e seu conteúdo foi posteriormente sancionado pelo governador.

Nessa situação hipotética, a lei originada será considerada

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a) formalmente constitucional, desde que as emendas não tenham gerado aumento de


despesa.

b) formalmente constitucional, desde que, caso tenha havido emendas


incrementadoras do dispêndio, elas tenham indicado as fontes de seus recursos.

c) inconstitucional, por vício de iniciativa.

d) formalmente inconstitucional, pois as referidas emendas parlamentares são


inadmissíveis.

e) formalmente constitucional, pois a sanção do governador acarretou a convalidação


das referidas emendas.

Comentários:

Gabarito A.

Art. 61, CF:

§1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração;

Q.6. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TSTProva: Juiz do Trabalho Substituto

Sobre a competência do Poder Legislativo e sobre a edição de medidas provisórias, é


correto afirmar que

a) é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar referendo e convocar


plebiscito.

b) a matéria constante de proposta de emenda à Constituição rejeitada ou havida por


prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa,
salvo por iniciativa de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal.

c) é constitucional a edição de medidas provisórias relativas a partidos políticos e a


direito eleitoral.

d) compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto aberto,


após arguição pública, a escolha do Procurador-Geral da República.

e) compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por 3/5 de seus


membros, a instauração de processo contra o Presidente da República e o Vice-
Presidente da República.

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Comentários:

Gabarito A.

a) Certo. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

b) Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

c) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

d) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

e) Procurador-Geral da República;

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Q.7. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TSTProva: Juiz do Trabalho Substituto

A Constituição de 1988 define diversos procedimentos legislativos, semelhantes em


alguns aspectos, diferentes em outros. Em relação a pessoas, instituições e poderes
envolvidos nesses procedimentos legislativos, ela estabelece que

a) membros dos três poderes são legitimados a propor tanto projetos de lei ordinária
quanto propostas de emenda constitucional.

b) o Presidente da República pode vetar tanto projetos de lei ordinária quanto


propostas de emenda constitucional.

c) a iniciativa popular pode ser exercida tanto por meio da apresentação de projeto de
lei ordinária quanto de proposta de emenda constitucional.

d) qualquer membro do Congresso Nacional pode propor tanto projetos de leis


ordinárias quanto propostas de emenda constitucional.

e) o Presidente da República pode propor tanto projetos de lei ordinária quanto


propostas de emenda constitucional.

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Comentários:

Gabarito E.

Letra A. Não há previsão de proposta de Emenda Constitucional de Iniciativa do Poder


judiciário.

Letra B. Presidente da República não participa da sanção de elaboração de emendas


constitucionais, tampouco pode vetá-las. Apenas se admite a iniciativa de Emenda de
iniciativa do Presidente.

Letra C. Embora existam doutrinadores que aponte a iniciativa popular para emenda à
Constituição, não é o posicionamento que prevalece.

Letra D. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um


terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.

Letra E. CF/88 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Q.8. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Prefeitura de São José dos Campos -


SPProva: Procurador

Assinale a alternativa correta a respeito da deliberação executiva no processo


legislativo.

a) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a sanção presidencial tem o


efeito de convalidar vício formal subjetivo de iniciativa no projeto de lei.

b) O ato legislativo que resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos


internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional dispensa a sanção presidencial.

c) O veto caracteriza-se por ser sempre expresso, mas nem sempre precisa ser
motivado, que se dá no caso de veto político, no qual há evidente contrariedade ao
interesse público.

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d) Na hipótese de o veto ser derrubado pelo Congresso Nacional, o projeto será


enviado ao Presidente da República que terá a obrigação de sancioná-lo e promulgá-lo
no prazo de 48 horas.

e) O veto pode ser total ou parcial, podendo este se dar sobre texto integral de artigo,
parágrafo, inciso, alínea ou palavra.

Comentários:

Gabarito B.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Q.9. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PEProva: Conhecimentos Básicos -


Cargo 3 (+ provas)

Com relação às políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo, julgue o item a


seguir.

Projeto de lei oriundo de iniciativa popular, desde que subscrito por, no mínimo, 1%
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de
0,3% dos eleitores de cada um deles, deverá ser obrigatoriamente pautado para
votação pela Câmara dos Deputados.

( ) Certo ( )Errado

Comentários:
Gabarito Errado. Complementando:(ERRADO)
CF: Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.

Q.10. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia

O Presidente da República encaminhou à Câmara dos Deputados projeto de lei fixando


o quadro de cargos da Polícia Federal e a respectiva remuneração. A proposta,

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todavia, foi aprovada com emenda parlamentar que aumentou o número de cargos
previsto inicialmente. Descontente com a redação final do projeto, o Presidente da
República deixou de sancioná-lo, restituindo-o ao Poder Legislativo. Considerando as
disposições da Constituição Federal,

I. a emenda parlamentar foi validamente proposta e aprovada, uma vez que versou
sobre a mesma matéria do projeto de lei encaminhado pelo Presidente, titular de
iniciativa privativa de leis que criem cargos públicos de policiais federais e que
disponham sobre sua remuneração.

II. ao deixar de ser expressamente sancionado pelo Presidente da República, o projeto


de lei será tacitamente sancionado decorridos 15 dias úteis.

III. havendo sanção tácita, descabe o ato de promulgação da lei pelo Chefe do Poder
Executivo, devendo a lei ser promulgada pelo Presidente do Senado em 48 horas,
sendo que se este não o fizer em igual prazo, caberá ao VicePresidente do Senado
fazê-lo.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) I, apenas.

e) II e III, apenas.

Comentários:

Gabarito B.

I. ERRADO

Incorre em vício de inconstitucionalidade formal (CF, arts. 61, § 1º, II, a e c, e 63, I) a
norma jurídica decorrente de emenda parlamentar em projeto de lei de iniciativa
reservada ao chefe do Poder Executivo, de que resulte aumento de despesa.
Parâmetro de observância cogente pelos Estados da Federação, à luz do princípio da
simetria.

[ADI 2.079, rel. min. Maurício Corrêa, j. 29-4-2004, P, DJ de 18-6-2004.]

II. CORRETO

Constituição, art. 66, § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente


da República importará sanção.

III. ERRADO

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este

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não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Q.11. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 1

Considerando as disposições constitucionais sobre o processo legislativo brasileiro e as


competências da União e dos estados, julgue (C ou E) o item a seguir.

Como a Constituição não faz referência à iniciativa popular de lei ao dispor sobre o
processo legislativo no âmbito estadual, o Supremo Tribunal Federal não reconhece
esse instrumento como modalidade explícita de democracia direta.

( ) Certo ( )Errado

Comentários:

Errado.

ÂMBITO FEDERAL: 1% do eleitorado nacional - distribuído em pelo menos 5 estados -


no mínimo 0,3% dos eleitores de cada estado

Art. 61, §2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído por pelo menos cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles

ÂMBITO ESTADUAL: porcentagem definida na lei estadual

Art. 27, §4º, CF. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo
estadual.

ÂMBITO MUNICIPAL: pelo menos 5% do eleitorado municipal

Art. 29, XIII, CF. iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do
Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por
cento do eleitorado;

Q.12. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 1

Considerando as disposições constitucionais sobre o processo legislativo brasileiro e as


competências da União e dos estados, julgue (C ou E) o item a seguir.

Os projetos de lei de iniciativa do presidente da República, em particular os que


versem sobre questões orçamentárias, não podem receber emendas parlamentares
que ensejem aumento de despesa pública.

( ) Certo ( )Errado

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Comentários:

Errado. Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o


disposto no art. 166, § 3º e § 4º;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

Q.13. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Sumaré - SPProva:


Procurador Jurídico

Com base nos caracteres gerais da Medida Provisória, assinale a alternativa correta.

a) É vedada a edição de medida provisória sobre matéria relativa a direito processual


do trabalho e direito tributário.

b) Os requisitos da relevância e da urgência não podem ser analisados pelas Casas do


Congresso Nacional, vez que se tratam de requisitos discricionários do Chefe do
Executivo.

c) As medidas provisórias terão sua votação iniciada no Senado.

d) Após editada a medida provisória, o Presidente da República possui a


discricionariedade de retirá-la da apreciação do Congresso Nacional, caso demonstre
razões fundamentadas para tanto.

e) Caso a medida provisória não seja deliberada no prazo de 120 dias, ocorrerá sua
rejeição tácita e perderá sua eficácia desde a edição.

Comentários:

Gabarito E. Art. 62 § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12


perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes.

Q.14. Ano: 2017Banca: MPTÓrgão: MPTProva: Procurador do Trabalho

Assinale a alternativa INCORRETA:

a) Inexiste determinação constitucional de interstício temporal mínimo entre os dois


turnos de votação das Casas do Congresso Nacional, para fins de aprovação de
emendas à Constituição da República.

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b) As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá


solicitar delegação ao Congresso Nacional, sendo expressamente vedada a utilização
dessa modalidade legislativa pela União para a instituição do imposto sobre
propriedade territorial rural.

c) A Casa do Congresso Nacional na qual tenha sido concluída a votação enviará o


projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. Nos termos
da Constituição Federal, poderá o Presidente da República vetar o projeto, no todo ou
em parte, no prazo de quinze dias úteis.

d) A tese da existência de “normas constitucionais inconstitucionais” já foi admitida


pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na ordem constitucional vigente para
tipos normativos advindos do Poder Constituinte Derivado.

e) Não respondida.

Comentários:

Gabarito B.

a) CF, Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.

Tendo em vista o dispositivo acima, percebe-se que, realmente, a Constituição Federal


não estabelece interstício temporal mínimo entre os dois turnos de votação das Casas
do Congresso Nacional, para fins de aprovação de emendas à Constituição da
República. Portanto, item correto.

b) CF, Art. 68, § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva
do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Não há a vedação quanto à utilização dessa modalidade legislativa pela União para a
instituição do imposto sobre propriedade territorial rural. Portanto, item incorreto e
gabarito da questão.

c) CF, Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei
ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de

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quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

d) "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a tese das normas
constitucionais inconstitucionais, ou seja, de normas contraditórias advindas do poder
constituinte originário. Assim, se o intérprete da Constituição se deparar com duas ou
mais normas aparentemente contraditórias, caber-lhe-á compatibilizá-las, de modo
que ambas continuem vigentes. Não há que se falar em controle de
constitucionalidade de normas constitucionais, produto do trabalho do poder
constituinte originário. O Supremo Tribunal Federal apenas admite a possibilidade de
controle de constitucionalidade em relação ao poder constituinte derivado,
apreendendo-se, portanto, que as revisões e as emendas devem estar balizadas pelos
parâmetros estabelecidos na Carta Magna."

Q.15. Ano: 2017Banca: FAFIPAÓrgão: Fundação Araucária - PRProva:


Advogado

As normas sobre processo legislativo têm previsão na Constituição Federal a partir do


artigo 59. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que:

a) A matéria constante de projeto de lei ordinária ou complementar rejeitado somente


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria simples dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional.

b) No processo legislativo perante o Congresso Nacional e suas duas casas, o projeto


tramita pela casa iniciadora e depois pela casa revisora. A Câmara dos Deputados será
a casa iniciadora dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores.

c) O veto do Presidente da República será apreciado em cada casa legislativa


separadamente e poderá ser rejeitado pela maioria simples dos Deputados e
Senadores.

d) O Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, em


caso de relevância e urgência, podendo tratar de matéria que tem previsão de
regulamentação por lei ordinária ou reservada a lei complementar.

Comentários:

Gabarito B.

a) Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

b) Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só

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turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora


o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da


República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na
Câmara dos Deputados.

c) Art. 66, § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta
dos Deputados e Senadores.

Art. 57, § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

d) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

III – reservada a lei complementar.

Q.16. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: TJ-SPProva: Juiz Substituto

Assinale a alternativa correta.

a) A edição de medidas provisórias pelo Presidente da República, com fundamento nos


conceitos jurídicos indeterminados de “urgência” e “relevância”, submete-se a controle
jurisdicional, uma vez que seu regime jurídico é de natureza constitucional e a
atividade do chefe do Poder Executivo é de competência extraordinária.

b) As medidas provisórias, embora sujeitas a regime jurídico específico, no tocante


aos conceitos jurídicos indeterminados de “relevância” e “urgência”, situam-se – como
atos políticos – no âmbito da opção discricionária do chefe do Poder Executivo, cujo
controle compete ao Parlamento, em razão de seu conteúdo.

c) Os requisitos da “urgência” e da “relevância”, por implicarem juízos políticos quando


manejados pelo Presidente da República, implicam opções de alta discricionariedade,
só conferidos a Autoridades Estatais legitimadas pelo princípio democrático e, por essa
razão mesma, não podem ser sindicados pelo Poder Judiciário, sob pena de violação
do princípio de separação dos poderes e do núcleo fundamental do Estado
Democrático de Direito.

d) A edição de medidas provisórias constitui atos políticos e não atos administrativos,

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caracterizando-se aqueles em relação a estes, por serem dotados de alto grau de


discricionariedade conferido ao Presidente da República e, por essa razão mesma, não
se sujeitam a sindicabilidade jurisdicional.

Comentários:

Gabarito A. "O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá
editar medidas provisórias em caso de relevância e urgência. A definição do que seja
relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, em
um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da
República, controlado pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório
abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP. No
caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a
norma inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851)."

Q.17. Ano: 2017Banca: MPE-PRÓrgão: MPE-PRProva: Promotor Substituto

Assinale a alternativa incorreta:

a) São inconstitucionais a autorização legislativa genérica para contratação temporária


de pessoal e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações
temporárias.

b) É constitucional a lei que delega poderes ao Chefe do Executivo para, mediante


decreto, dispor sobre competências, atribuições e especificações de cargos públicos.

c) Há reserva de lei formal quando a matéria somente puder ser tratada por ato
normativo primário editado pelo Parlamento, elaborado segundo o procedimento
legislativo ordinário fixado na Constituição.

d) Em hipóteses de reserva de lei material, o tema pode ser tratado por intermédio de
medidas provisórias.

e) A reserva qualificada de lei ocorre quando a norma constitucional exige que a


restrição de determinado direito fundamental somente se perfaça por meio de lei em
sentido formal, atrelando a limitação a fins a serem necessariamente perseguidos ou
os meios a serem compulsoriamente adotados pelo legislador e pelo administrador.

Comentários:

Gabarito B.

A - CORRETA. "São inconstitucionais, por violarem o artigo 37, IX, da CF, a


autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias." (Inf. 858 do STF).

B - INCORRETA. "A delegação de poderes ao Governador para, mediante decreto,

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dispor sobre “as competências, as atribuições, as denominações das unidades setoriais


e as especificações dos cargos, bem como a organização e reorganização
administrativa do Estado”, é inconstitucional porque permite, em última análise, sejam
criados novos cargos sem a aprovação de lei" (ADI 4125).

C - CORRETA. Lei formal é aquela editada após procedimento regular no âmbito do


Parlamento. Vale dizer, a lei formal está atrelada à forma e ao rito sob o qual foi
editada.

D - CORRETA. Lei material revela conteúdo próprio de lei, mas não constitui ato
necessariamente editado pelo processo legislativo ordinário. Logo, matérias
submetidas à reserva de lei material podem ser discplinadas por medida provisória
(ex.: direito tributário).

E - CORRETA. "Reserva legal qualificada ocorre quando a Constituição não se limita a


exigir que eventual restrição seja prevista em lei, estabelecendo, também as
condições especiais, os fins a serem perseguidos ou os meios a serem utilizados na
restrição.[3]É uma forma mais complexa de restrição, pois que limita ainda mais a
liberdades restritiva do legislador. Utilizamo-nos, a essa altura, de nosso objeto de
estudo, qual seja, ao inciso XII do Artigo 5º da Carta Magna, para exemplificar: “é
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.” (grifamos) Tais imposições do constituinte impedem autoridades
administrativas de decidirem acerca da quebra do sigilo e proíbem que o legislador a
regulamente, por exemplo, para apurar infração administrativa. Além disso, deixam
bem claro que só poderá haver restrição à comunicação telefônica"

Q.18. Ano: 2017Banca: QuadrixÓrgão: CFO-DFProva: Procurador Jurídico

Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF) e de sua interpretação pelo Supremo


Tribunal Federal (STF), julgue o item seguinte.

Para o STF, o Poder Legislativo poderá emendar projeto de iniciativa privativa do chefe
do Poder Executivo, desde que não ocorra aumento de despesa, não havendo
necessidade de que haja estreita pertinência das emendas com o objeto do projeto
encaminhado ao Legislativo.

( ) Certo ( )Errado

Comentários:

Errado. Deve haver pertinência temática, sob pena de configurar contrabando


legislativo.

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Q.19. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TJ-SCProva: Juiz Substituto

Lei estadual, de iniciativa parlamentar, determinou que o limite máximo de


remuneração dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional dos membros dos poderes estaduais passará a ser o
valor correspondente a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
referido limite remuneratório, todavia, aos magistrados e deputados estaduais, para
os quais se previu como teto, respectivamente, o subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal e o valor equivalente a setenta e cinco por cento daquele
estabelecido para os Deputados Federais. À luz da Constituição Federal e da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a referida lei estadual é

a) formalmente inconstitucional, uma vez que, em razão do princípio da simetria,


apenas lei de iniciativa conjunta dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário do Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, mas a lei é
materialmente compatível com a Constituição Federal, na medida em que os limites se
adequam às normas constitucionais.

b) formalmente constitucional, uma vez que a matéria pode ser objeto de projeto de
lei de iniciativa parlamentar, mas materialmente inconstitucional, na medida em que
não se poderia adotar limite distinto para os magistrados e deputados estaduais.

c) formal e materialmente inconstitucional, uma vez que apenas emenda à


Constituição do Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, que,
ademais, apenas poderia ser equivalente ao valor do subsídio pago aos Deputados
estaduais.

d) formalmente inconstitucional, uma vez que apenas emenda à Constituição do


Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, mas materialmente
compatível com a Constituição Federal, na medida em que os limites se adequam às
normas constitucionais.

e) formal e materialmente inconstitucional, uma vez que, em razão do princípio da


simetria e das normas que regem a elaboração das leis orçamentárias, apenas lei de
iniciativa do Chefe do Poder Executivo poderia estabelecer o limite máximo
remuneratório, que, ademais, não poderia ser o valor correspondente a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

Gabarito D.

O art. 37, §12º da CF faculta aos Estados fixar, mediante EMENDA À CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL, o TETO ÚNICO para todos os servidores estaduais, cujo valor pode ser

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equivalente a 90,25% do subsídio dos ministros do STF.

Portanto, o chamado "teto único" somente poderia ser fixado mendiante EMENDA À
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. Como a questão diz que foi feita por lei de iniciativa
parlamentar, esta lei é formalmente inconstitucional.

Q.20. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Cotia - SPProva:


Procurador Legislativo

Considerando as normas constitucionais no tocante ao processo legislativo, na


hipótese do Presidente da República vetar totalmente um projeto de lei, o veto

a) implicará no arquivamento do projeto de lei, a menos que seja rejeitado pela


maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em ambas as Casas, separadamente,
em escrutínio secreto.

b) será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu


recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

c) poderá ser derrubado pela votação de pelo menos dois terços dos Deputados e
Senadores, em sessão conjunta do Congresso Nacional, por voto aberto.

d) poderá ser rejeitado em sessão separada da Câmara e do Senado, pelo voto da


maioria de dois terços dos Deputados e Senadores, dentro de trinta dias do seu
recebimento.

e) somente poderá ser rejeitado pela iniciativa da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em sessão secreta, em votação sucessiva na Câmara e no Senado.

Comentários:

Gabarito B

Literalidade da CF:

Art. 66.§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

(...)

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

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Q.21. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: DPE-PRProva: Defensor Público

Acerca da participação do Poder Executivo no Processo Legislativo,

a) a medida provisória tem prazo de vigência de sessenta dias, contado da data de


sua publicação, o qual pode ser prorrogado automaticamente por igual período caso
sua votação não tenha sido finalizada nas duas casas legislativas. Superado o prazo de
prorrogação sem a conversão da medida provisória em lei, as relações jurídicas dela
decorrentes serão disciplinadas por decreto legislativo editado pelo Congresso
Nacional.

b) o Congresso Nacional pode exercer dois tipos de controle da delegação legislativa:


previamente à edição da lei, quando haverá aprovação após análise de emendas
parlamentares; e posteriormente, quando poderá sustar a lei se o Presidente da
República exorbitar os limites da delegação.

c) as emendas parlamentares, que são proposições apresentadas como acessórios a


projetos e propostas, devem ser apresentadas na fase constitutiva do processo
legislativo, havendo retorno para a outra Casa quando ocorrer alteração substancial no
projeto de lei, devendo-se respeitar, apenas, a pertinência temática quando se tratar
de projetos de iniciativa do Poder Executivo.

d) segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, o processo


legislativo de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, inaugurado pelo
Congresso Nacional, poderá ser aproveitado, caso haja sanção.

e) a promulgação é o ato pelo qual se atesta a existência da lei. O Chefe do Poder


Executivo, por meio da promulgação, ordena a aplicação e o cumprimento da lei,
exceto nos casos onde houve rejeição do veto, quando a promulgação é tácita pelo
Congresso Nacional.

Comentários:
Gabarito A.
A. CORRETA.
Art. 62, § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua
votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
B. ERRADA.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este
a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

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C. ERRADA.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só
turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora
o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
D. ERRADA.
A jurisprudência do STF é firme em dizer que a sanção do projeto delei aprovado não
convalida o defeito de iniciativa. Assim, se o projeto de lei deveria ter sido
apresentado pelo Presidente da República e, no entanto, foi deflagrado por um
deputado federal, ainda que este projeto seja aprovado e mesmo que o Presidente da
República o sancione, ele continuará sendo formalmente inconstitucional.
E.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Q.22. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: DPE-PRProva: Defensor Público


Considerando os vícios no processo legislativo e a inconstitucionalidade decorrente, é
correto afirmar:
a) Embora haja vício formal, quando houver aprovação de lei orçamentária anual com
redução unilateral da proposta enviada pela Defensoria Pública em consonância com a
Lei de Diretrizes Orçamentária, descabe a pronúncia de inconstitucionalidade da
norma pois se trata de lei de efeitos concretos.
b) Admite-se o controle judicial preventivo de constitucionalidade, quando parlamentar
impetra Mandado de Segurança em defesa de suas prerrogativas em decorrência de
proposta de emenda à Constituição Federal ou projeto de lei, quando houver vício de
inconstitucionalidade formal e material, já que é direito líquido e certo do congressista
impedir a tramitação de projetos inconstitucionais.
c) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a iniciativa
parlamentar de proposta de emenda à Constituição Estadual que tenha por objeto a
alteração do teto remuneratório naquela unidade da federação, tendo por fundamento
o princípio da simetria.
d) Não há inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa de proposta de emenda à
Constituição Federal inaugurada por parlamentar que estenda aos profissionais de
saúde das Forças Armadas a possibilidade de cumulação de cargo, pois a reserva de

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iniciativa do Chefe do Poder executivo em dispor sobre regime jurídico de servidores


públicos não alcança a emenda constitucional.
e) Haverá inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa sempre que for
promulgada emenda à Constituição Federal tratando da organização da Defensoria
Pública, de iniciativa parlamentar, quando não houver participação desta instituição na
gênese do processo legislativo-constitucional.
Comentários:
Gabarito D.
LETRA A: INCORRETA
Na ADI 5.287/PB, discutia-se a constitucionalidade de ato mediante o qual o
governador, por meio da Lei 10.437/2015 do Estado da Paraíba, reduzira
unilateralmente valores previstos na LOA destinados à Defensoria Pública, em relação
ao que inicialmente proposto pela instituição quando da consolidação da proposta
orçamentária enviada ao Legislativo. Nesse caso, (...) o Plenário reconheceu que é
inconstitucional a redução unilateral pelo Poder Executivo dos orçamentos propostos
pelos outros Poderes e por órgãos constitucionalmente autônomos, como o Ministério
Público e a Defensoria Pública, na fase de consolidação do projeto de lei orçamentária
anual, quando tenham sido elaborados em obediência às leis de diretrizes
orçamentárias e enviados conforme o art. 99, § 2º, da CF, cabendo-lhe apenas
pleitear ao Poder Legislativo a redução pretendida, visto que a fase de apreciação
legislativa é o momento constitucionalmente correto para o debate de possíveis
alterações no projeto de lei orçamentária. (STF. Plenário. ADI 5287/PB, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 18/5/2016)
LETRA B: INCORRETO
Parlamentar pode impetrar MS preventivo durante o processo legislativo para: (i) PEC:
ofende clausula pétrea OU tramitação que afronta o processo legislatico constitucional
(ii) Projeto de Lei: tramitação que afronta o processo legislativo constitucional;
LETRA C: INCORRETA
(INFO STF 736) ADI 509-MT:
(...)
IV - Dessa forma, a Constituição Estadual do Mato Grosso não poderia regrar a
composição dos vencimentos dos seus magistrados de outra maneira, que não aquela
disposta na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
(...)
VIII - Parcial procedência dos pleitos do autor. Declaração de inconstitucionalidade das
expressões “que servirá de limite máximo para a remuneração dos cargos do Poder
Judiciário”, constante do inciso XXXI do artigo 26; e da expressão “e Judiciário”,
constante do caput, do artigo 145, ambos da Constituição do Estado do Mato Grosso.
LETRA D: CORRETA
É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate
sobre as matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88 (Iniciativa privativa do PR). As

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regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da CF/88 não são aplicáveis ao
processo de emenda à Constituição Federal, que é disciplinado em seu art. 60.STF.
Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016 (Info 826).
LETRA E: INCORRETO
" Temos, no entanto, um problema: a EC 80/2014 não revogou nem alterou
(expressamente) o artigo 61, parágrafo 1º, d, da CF, que estabelece competir
privativamente ao presidente da República a iniciativa de lei que disponha sobre
“organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública nos
estados, no Distrito Federal e dos Territórios”. Como conciliar a inovação trazida pela
EC 80/2014 com o artigo 61, parágrafo 1º, d, da Constituição? "

Q.23. Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Leia as assertivas e, ao final, marque a opção correta:
I) A utilização de Medida Provisória para fins de abertura de crédito extraordinário é
medida excepcionalíssima, somente admitida pela Constituição para fazer frente a
despesas decorrentes de guerra ou comoção interna, observadas as demais regras
aplicáveis a tal espécie legislativa.
II) As Medidas Provisórias possuem força de lei e eficácia imediata desde a sua
publicação. Após editadas, o Presidente da República não pode meramente cancelá-las
e, assim, retirá-las da apreciação do Poder Legislativo, impedindo que este examine
plena e integralmente seus efeitos, o que não impede que uma MP revogue outra
ainda não convertida em lei.
III) Embora ato normativo provisório, cuja finalidade é ser convertida em lei. a Medida
Provisória pode ser objeto de Ação Direta de inconstitucionalidade ou de Ação
Declaratória de Constitucionalidade, sendo certo que, se convertida em lei, é
imprescindível o aditamento da inicial, sob pena de extinção do processo de controle
abstrato.
a) Apenas a assertiva I está correta.
b) Apenas a assertiva II está correta.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
Comentários:
Gabarito D.
Item I - ERRADO - faltou a hipótese de calamidade pública (vide art. 167, XI, III,
CF/88).
Item II - CORRETO - O Supremo julgou que a Constituição Federal não proíbe a
revogação de uma medida provisória por outra (vide ADI 2984)

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Item III - CORRETO - Conversão da medida provisória na Lei 11.658/2008, sem


alteração substancial. Aditamento ao pedido inicial. Inexistência de obstáculo
processual ao prosseguimento do julgamento. A lei de conversão não convalida os
vícios existentes na medida provisória.(vide ADI 4.048 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j.
14-5-2008, P, DJE de 22-8-2008; ADI 4.049 MC, rel. min. Ayres Britto, j. 5-11-2008,
P, DJE de 08-5-2009).

Q.24. Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Quanto ao Legislativo no Brasil, marque a opção correta:
a) Salvo as hipóteses de votação de Emendas Constitucionais, as deliberações de cada
uma das Casas do Congresso Nacional e de suas respectivas Comissões devem ser
tomadas pela maioria de votos, desde que presente a maioria de seus membros.
b) As Propostas de Emendas à Constituição encaminhadas ao Congresso Nacional pelo
Presidente da República devem ter sua tramitação iniciada na Câmara dos Deputados,
sob pena de incidir em inconstitucionalidade formal.
c) Às comissões parlamentares de inquérito regularmente criadas são asseguradas,
preenchidos os pressupostos, competências para realização de diligências, para
requerimento de informações e para afastamento de sigilo fiscal, telefônico e de
correspondência dos investigados.
d) O instituto da iniciativa popular pode ser exercido pela apresentação ao Poder
Legislativo Federal de projeto de lei subscrito por não menos do que 2% (dois por
cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez dos Estados, com não
menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.
e) A Constituição prevê como únicos legitimados para a proposição de Emendas à
Constituição Federal o Presidente da República, ao menos 1/3 (um terço) de
Deputados Federais e ao menos 1/3 (um terço) de Senadores
Comentários:
Gabarito C.
a) Errada.
Art.47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
de seus membros.

Para instalar uma sessão a CR, no artigo 47, exige um quorum de maioria absoluta.
b) Errada.
O erro está em dizer que as MP´s terão sua "TRAMITAÇÃO" iniciada na Câmara dos
Deputados. As MP´s terão sua "VOTAÇÃO" iniciada na Câmara dos Deputados.
c) Correta.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e

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temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo


regimento ou no ato de que resultar sua criação.
(...)
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
d) Errada
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.
e) Errada
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Q.25.Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Assinale a opção correta:.
a) A antinomia entre e lei complementar e lei ordinária se resolve ou com a
inconstitucionalidade ou com a inaplicabilidade desta última.
b)Quando o Presidente da República sanciona o projeto de lei, convalida-se o vício
derivado da usurpação de iniciativa, se esta cabia ao executivo.
c) Cargos públicos do executivo federal apenas podem ser criados e extintos por lei de
iniciativa do Presidente da República, mas isso não impede que, sem aumento de
despesa, o regime jurídico desses servidores seja disciplinado por lei de iniciativa
parlamentar.
d) No sistema pátrio, não há empecilho constitucional à edição de leis sem caráter

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geral e abstrato, providas apenas de efeitos concretos e individualizados.


e) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem, no seu mister constitucional e
preenchidos os pressupostos, determinar a busca e apreensão domiciliar.
Comentários:
Gabarito D. CONSTITUCIONAL. PENSÃO ESPECIAL A VIÚVA DE PREFEITO. LEI
MUNICIPAL DE EFEITOS CONCRETOS. VALIDADE. ISONOMIA E PRINCÍPIO DA
MORALIDADE (CF, ART. 37). IMUNIDADE MATERIAL DE VEREADORES (CF, ART. 29,
VIII). EXTENSÃO QUANTO À RESPONSABILIDADE CIVIL. 1. Não há empecilho
constitucional à edição de leis sem caráter geral e abstrato, providas apenas de efeitos
concretos e individualizados. Há matérias a cujo respeito a disciplina não pode ser
conferida por ato administrativo, demandando a edição de lei, ainda que em sentido
meramente formal. É o caso da concessão de pensões especiais. (...) (RE 405386,
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI,
Segunda Turma, julgado em 26/02/2013, DJe-057 DIVULG 25-03-2013 PUBLIC 26-
03-2013 EMENT VOL-02685-01 PP-00001).

Q.26. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Com o objetivo de conter o que considerava um “demandismo exagerado”, um
Deputado Estadual apresentou projeto de lei dispondo que a parte vencida somente
poderia interpor recurso contra decisão proferida no âmbito de Juizado Especial Cível
caso realizasse o depósito prévio de 100% (cem por cento) do valor da condenação.
Instada a se pronunciar, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia
Legislativa alcançou a única conclusão que se mostrava harmônica com a ordem
jurídico-constitucional brasileira, qual seja, a de que o projeto é:
a) constitucional, já que o depósito prévio possui a natureza jurídica de taxa, o que
atrai a competência legislativa do Estado;
b) inconstitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso
é matéria tipicamente processual, de competência legislativa privativa da União;
c) constitucional, desde que observadas as normas gerais editadas pela União em
matéria tributária, aplicáveis aos depósitos prévios;
d) inconstitucional, pois compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo a
iniciativa dos projetos de lei em matéria tributária;
e) constitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso é
matéria tipicamente procedimental, de competência concorrente da União e dos
Estados.
Comentários:
Gabarito B.
Conforme a CF/88:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,

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espacial e do trabalho;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Q.27. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Lei de iniciativa do Legislativo estadual obriga bares, lanchonetes, restaurantes,
cantinas e quiosques, que funcionem em estabelecimentos de ensino da rede
particular, a divulgarem as informações nutricionais pertinentes aos alimentos que
comercializam. A Associação Nacional de Restaurantes ajuíza Representação de
Inconstitucionalidade perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça estadual,
arguindo a inconstitucionalidade da mencionada lei por ofensa aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade na proteção devida aos direitos do consumidor.
A Procuradoria da Assembleia Legislativa rebate o alegado vício material com base em
que:
a) a norma impugnada não confronta com as regras constitucionais que definem a
competência privativa do Poder Executivo para a iniciativa de leis;
b) a razoabilidade e a proporcionalidade não são parâmetros aplicáveis ao controle de
constitucionalidade das leis;
c) a lei impugnada trata do exercício da polícia administrativa, insuscetível de controle
porque traduz manifestação discricionária do poder público;
d) a divulgação de informações nutricionais sobre alimentos servidos em escolas
protege o direito do consumidor em matéria pertinente à dignidade das pessoas, daí
sua razoabilidade;
e) a despesa com o cumprimento da nova regra constitui ônus a ser compartilhado
entre os estabelecimentos escolares e os consumidores.
Comentários:
Gabarito D.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;

Q.28. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


A Câmara de Vereadores do Município Beta aprovou projeto de lei de sua iniciativa,
tornando obrigatória a instalação de câmeras de segurança em escolas públicas e
cercanias, com o fim de prevenir e reprimir a prática de delitos contra alunos e seus

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familiares. O Prefeito vetou a lei remetida à sua sanção, considerando-a eivada de


vício formal, e a Câmara derrubou o veto, promulgando a lei.
O Prefeito representou ao Tribunal de Justiça Estadual, postulando a declaração da
inconstitucionalidade da lei, questão que chegou, pela via do recurso extraordinário,
ao Supremo Tribunal Federal, que julgou dita lei:
a) inconstitucional, porque, à vista do art. 61 da CRFB/88, não é possível lei da
iniciativa do Legislativo tratar de matérias relativas ao funcionamento e à estruturação
da Administração Pública;
b) constitucional, porque o art. 61 da CRFB/88 define, em rol taxativo, as hipóteses de
reserva da iniciativa de lei do Chefe do Poder Executivo, não sendo cabível ampliar a
interpretação do dispositivo para abranger matérias ali não previstas;
c) inconstitucional, porque, além do disposto no art. 61 da CRFB/88, a instalação de
câmeras de segurança implicaria despesas impostas ao Executivo pelo Legislativo, o
que ultrapassa os limites da iniciativa deste ao invadir a gestão dos recursos públicos
por aquele;
d) constitucional, porque a sanção de lei pelo Legislativo não usurpa competência do
Executivo se não gerar aumento de despesas específicas com pessoal;
e) inconstitucional, porque o ponto central da questão não reside no vício de iniciativa,
que é formal, mas em vício material, na medida em que ao Legislativo a ordem
constitucional não confere discricionariedade para estabelecer medidas afetas à
segurança pública.
Comentários:
Gabarito B.
Lei de iniciativa parlamentar que prevê instalação de câmeras de segurança
em escolas públicas é constitucional:
O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou jurisprudência dominante no sentido de
que não invade a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora
crie despesa para os cofres municipais, não trate da estrutura ou da atribuição de
órgãos do município nem do regime jurídico de servidores públicos. A matéria foi
apreciada no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 878911, de relatoria do
ministro Gilmar Mendes, que teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário Virtual
do STF.
No caso dos autos, o prefeito do Rio de Janeiro ajuizou ação direta de
inconstitucionalidade no Tribunal de Justiça estadual (TJ-RJ) buscando a invalidade da
Lei Municipal 5.616/2013, que prevê a obrigatoriedade de instalação de câmeras de
segurança em escolas públicas municipais e cercanias. Na ação, sustentou que a lei
apresenta vício formal de iniciativa, pois decorreu de proposta do Legislativo local,
situação que usurparia a competência exclusiva do chefe do Executivo para propor
norma sobre o tema. O TJ-RJ julgou procedente a ação, declarando a
inconstitucionalidade da lei. Em seguida, a Câmara Municipal interpôs o recurso
analisado pelo STF.

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Manifestação:
Ao se pronunciar pelo reconhecimento de repercussão geral da matéria, o ministro
Gilmar Mendes ressaltou que a discussão relativa a vício de iniciativa no processo
legislativo é relevante dos pontos de vista jurídico e político, principalmente quando se
cogita desrespeito à competência privativa do chefe do Poder Executivo. O ministro
observou que, como a lei questionada acarreta despesa aos cofres municipais, há
também relevância econômica na questão debatida. “Ademais, os efeitos práticos da
legislação, que incide sobre as escolas municipais e cercanias, e com escopo protetivo
dos direitos da criança e do adolescente, evidenciam que o tema tem repercussão
social e, certamente, não se limita aos interesses jurídicos das partes recorrentes”,
afirmou.
No mérito, ao propor a reafirmação da jurisprudência, o ministro destacou que o STF,
em diversos precedentes, firmou o entendimento no sentido de que as hipóteses de
limitação da iniciativa parlamentar estão taxativamente previstas no artigo 61 da
Constituição, que trata da reserva de iniciativa de lei do chefe do poder Executivo.
Segundo o relator, não é possível ampliar a interpretação do dispositivo constitucional
para abranger matérias além das que são relativas ao funcionamento e estruturação
da Administração Pública, “mais especificamente, a servidores e órgãos do Poder
Executivo”.
No caso, o ministro explicou não foi verificado qualquer vício de inconstitucionalidade
formal, pois a lei não cria ou altera a estrutura ou a atribuição de órgãos da
Administração Pública local nem trata do regime jurídico de servidores públicos.
“Acrescente-se que a proteção aos direitos da criança e do adolescente qualifica-se
como direito fundamental de segunda dimensão que impõe ao Poder Público a
satisfação de um dever de prestação positiva destinado a todos os entes políticos que
compõem a organização federativa do Estado Brasileiro, nos termos do artigo 227 da
Constituição”, concluiu.
Assim, o ministro conheceu do agravo e deu provimento ao recurso extraordinário
para reformar o acórdão do TJ-RJ e declarar a constitucionalidade da Lei 5.616/2013
do Município do Rio de Janeiro.
A manifestação do relator pelo reconhecimento da repercussão geral foi seguida por
unanimidade no Plenário Virtual. Quanto ao mérito, no sentido de reafirmar a
jurisprudência consolidada do Tribunal, a decisão foi majoritária, vencido o ministro
Marco Aurélio.

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

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I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;


II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.

Q.29. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Determinado projeto de lei, após ser aprovado pela Assembleia Legislativa, foi vetado
pelo Governador do Estado. O veto foi apreciado em sessão especialmente designada
para esse fim, sendo rejeitado pela metade mais um dos Deputados presentes, sendo
certo que apenas 5 (cinco) Deputados deixaram de comparecer. Ato contínuo, o
projeto foi promulgado pelo Presidente da Assembleia Legislativa.
Considerando o teor das normas estabelecidas na Constituição Federal a respeito do
processo legislativo, de observância obrigatória pelos Estados, é correto afirmar que o
iter acima descrito está:
a) parcialmente correto, já que a maioria exigida para a rejeição do veto não foi
observada;
b) parcialmente correto, já que o Presidente da Assembleia não poderia ter
promulgado a lei;
c) parcialmente correto, já que antes da promulgação, o projeto precisaria ser
analisado por comissão especial;
d) totalmente incorreto;
e) totalmente correto.
Comentários:

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Gabarito D. A Constituição não fala em sessão especialmente designada, mas em


sessão conjunta. A maioria deveria ser absoluta e a CF prevê a promulgação pelo
chefe do executivo, inicialmente.

Q.30. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Mogi das Cruzes - SPProva:


Procurador Jurídico
O Presidente da República editou determinada Medida Provisória a respeito de certos
direitos individuais, tendo-a submetido de imediato ao Congresso Nacional.
Sobre essa medida provisória, é correto afirmar que
a) será apreciada, em sessão conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores.
b) será inconstitucional se reeditada, na mesma sessão legislativa, se outra já tiver
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
c) caso aprovado o projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta perderá sua eficácia, desde sua edição.
d) se não for apreciada em até sessenta dias contados de sua publicação, entrará em
regime de urgência.
e) é inconstitucional porque é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria
relativa a direitos individuais.
Comentários:
Gabarito B.
A) incorreta, art. 62, § 9º, CF/88;
B) CORRETA: art. 62, § 10, CF/88;
C) incorreta, art. 62, § 12 e 3º;
D) incorreta, art. 62, § 6º;
E) incorreta, art. 62, § 1º e 10 e art. 246, CF/88.

Q.31. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: PGE-AMProva: Procurador do Estado


Com relação aos mecanismos de defesa da CF e das Constituições estaduais, julgue o
item a seguir.
No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos
correspondentes processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão
somente violações às respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis
orgânicas municipais), sendo-lhes vedado vetar projetos de lei com base na sua
incompatibilidade com a CF.
( ) Certo ( )Errado
Comentários:
Errado.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao

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Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.


§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
Admite-se o veto jurídico por parte dos chefes do executivo com base na
inconformidade da lei com a Constituição Federal, quanto em relação à
Constituição Estadual.

Q.32. Ano: 2016Banca: MPE-PRÓrgão: MPE-PRProva: Promotor Substituto


Assinale a alternativa incorreta:
a) A exclusividade de usufruto das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
indígenas é conciliável com a eventual presença de não índios, bem assim com a
instalação de equipamentos públicos, a abertura de estradas e outras vias de
comunicação, a montagem ou construção de bases físicas para a prestação de serviços
públicos ou de relevância pública;
b) O postulado republicano – que repele privilégios e não tolera discriminações –
impede que prevaleça a prerrogativa de foro, perante o STF, nas infrações penais
comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de atividade
funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou réu no
cargo, função ou mandato cuja titularidade (desde que subsistente) qualifica-se como
o único fator de legitimação constitucional apto a fazer instaurar a competência penal
originária da Suprema Corte (CF, art. 102, I, b e c)
c) As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos
Estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, desde que
esta não se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores;
d) A noção de ‘mínimo existencial’, que resulta, por implicitude, de determinados
preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de
prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de
existência digna, em ordem a assegurar à pessoa acesso efetivo ao direito geral de
liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da
plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à
proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência
social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança;
e) É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente
conteúdos ou estabelecer prazos para que o Poder Executivo, em relação às matérias
afetas a sua iniciativa, apresente proposições legislativas, mesmo em sede da
Constituição Estadual, porquanto ofende, na seara administrativa, a garantia de
gestão superior dada ao chefe daquele Poder.
Comentários:

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Gabarito C.
a) CORRETA: Pet 3.388, rel. min. Ayres Britto, j. 19-3-2009, P, DJE de 1º-7-2010.
b) Inq 1376 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em
15/02/2007, DJ 16-03-2007 PP-00021 EMENT VOL-02268-01 PP-00110 LEXSTF v. 29,
n. 340, 2007, p. 484-493 RDDP n. 50, 2007, p. 145-148.
c) STF - Súmula nº 477 - AS CONCESSÕES DE TERRAS DEVOLUTAS SITUADAS NA
FAIXA DE FRONTEIRA, FEITAS PELOS ESTADOS, AUTORIZAM, APENAS, O USO,
PERMANECENDO O DOMÍNIO COM A UNIÃO, AINDA QUE SE MANTENHA INERTE OU
TOLERANTE, EM RELAÇÃO AOS POSSUIDORES.
d) ARE 639337 AgR / SP, DJe-177 DIVULG 14-09-2011 PUBLIC 15-09-2011 EMENT
VOL-02587-01 PP-00125)
e) ADI 179

Q.33. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Delegado de Polícia
Civil
Sobre o Processo Legislativo, assinale a alternativa correta.
Parte superior do formulário
a) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida
por prejudicada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.
b) A iniciativa popular de lei ordinária pode ser exercida pela apresentação ao
Congresso Nacional de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
c) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a
nacionalidade, à cidadania, aos direitos políticos, aos partidos políticos e ao direito
eleitoral.
d) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
e) A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
dois quintos dos votos dos respectivos membros.
Comentários:
Gabarito C.
LETRA A - INCORRETA. A matéria constante de proposta de emenda constitucional
rejeitada ou havida por prejudicada NÃO poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa. (art. 60, §5º, CF).
LETRA B - INCORRETA. A iniciativa popular de lei ordinária pode ser exercida pela
apresentação À CÂMARA DOS DEPUTADOS de projeto de lei subscrito por, no mínimo,

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um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (art. 61, §2º
CF);
LETRA C - CORRETA. São as chamas limtações materiais (art. 62, §1º, I, "a", CF).
LETRA D - INCORRETA. A Constituição Federal poderá ser emendada mediante
proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados OU do
Senado Federal. (art. 60, I, CF);
LETRA E - INCORRETA. A proposta de emenda constitucional será discutida e votada
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, TRÊS quintos dos votos dos respectivos membros. (art. 60, §2º,
CF).

Q.34. Ano: 2016Banca: FCCÓrgão: SEGEP-MAProva: Procurador do Estado


O Governador de determinado Estado encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de
lei ordinária criando órgão vinculado à Secretaria da Saúde, bem como criando cargos
públicos com atribuições para a execução de atividades junto a esse órgão, tendo
estabelecido a respectiva remuneração. No âmbito da Assembleia Legislativa o
referido projeto de lei foi aprovado com duas emendas parlamentares. A primeira
delas aumentou o número de cargos públicos previstos na proposta inicial,
acarretando aumento da despesa. A segunda alterou as regras do regime jurídico dos
servidores públicos em geral junto ao Poder Executivo, regime esse disciplinado em lei
específica que não foi objeto do projeto de lei encaminhado pelo Governador.
Considerando as normas da Constituição Federal que regem o processo legislativo,
bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria, a aprovação
a) da primeira emenda parlamentar é constitucional, uma vez que tem por objeto
matéria prevista inicialmente no projeto de lei, sendo, no entanto, inconstitucional a
aprovação da segunda emenda parlamentar, visto que tratou sobre tema estranho ao
projeto inicial.
b) das duas emendas parlamentares é constitucional, uma vez que a matéria objeto
do projeto de lei não é de iniciativa privativa do Governador, podendo o projeto, por
isso, ser aprovado com ambas emendas.
c) das duas emendas parlamentares é constitucional, uma vez que, embora a matéria
objeto do projeto de lei seja de iniciativa privativa do Governador, esse fato não
impede a aprovação de ambas emendas.
d) das duas emendas parlamentares é inconstitucional, uma vez que em projeto de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, como é o caso, é vedada emenda
parlamentar que aumente despesas e que discipline matéria distinta daquela prevista
inicialmente.
e) da primeira emenda parlamentar é inconstitucional, uma vez que em projeto de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, como é o caso, é vedada emenda

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parlamentar que aumente despesas, sendo, no entanto, constitucional a aprovação da


segunda emenda parlamentar.
Comentários:
Gabarito D.
O conteúdo da emenda deve ser pertinente à matéria da proposição, isto é, deverá
haver pertinência temática, sob pena de configurar o contrabando legislativo. Além
disso, no caso de projetos de iniciativa privativa (exclusiva) do Chefe do Poder
Executivo, não podem ser feitas emendas que acarretem aumento de despesa,
ressalvadas as emendas à lei orçamentária anual e à lei de diretrizes orçamentárias
(art. 63, I).

Q.35. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Como atos normativos primários, as resoluções destinam-se a regular matéria de
competência da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, razão por que
desempenham tão somente efeitos internos a ambas as Casas.
( ) Certo ( ) Errado
Comentários:
Errado. Várias matérias reguladas por meio de resoluções produzem efeitos fora do
âmbito das Casas legislativas, como, por exemplo, a autorização, pela Câmara dos
Deputados, para instauração de processo contra o Presidente da República e seu Vice
(art. 51, I), e a aprovação, pelo Senado, da escolha de Magistrados e do Procurador-
Geral da República, dentre outros (art. 52, III).

Q.36. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Sendo as leis estaduais inferiores às leis federais e, portanto, a elas subordinadas, os
conflitos entre ambos os tipos de lei são resolvidos pelo critério hierárquico.
( ) Certo ( ) Errado
Comentários:
Errado. Não há hierarquia entre lei federal e lei estadual. Há reserva de competências
no texto constitucional.

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Q.37. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Os decretos legislativos são espécies legislativas destinadas a regular assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, como, por exemplo, a aprovação de
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.
( ) Certo ( ) Errado
Comentários:
Certo. CF Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
O Decreto Legislativo: consiste em ato normativo que tem por finalidade veicular as
matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, elencadas, em sua maioria,
no artigo 49 da Constituição Federal. O decreto legislativo deve necessariamente ser
instruído, discutido e votado em ambas as casas legislativas, no sistema bicameral.
Em suma, ele constitui ato normativo primário veiculador da competência exclusiva do
Congresso Nacional, cujo procedimento é disciplinado pelo próprio Congresso, já que
não está previsto na Constituição.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.

Q.38. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca da personalidade jurídica, da hierarquia das normas e dos princípios, direitos e
garantias fundamentais constantes da Constituição Federal de 1988, julgue (C ou E) o
item que se segue.
Como norma jurídica inferior à lei, um decreto regulamentar será considerado ilegal se
vier a reduzir ou a ampliar o que estiver prescrito por lei.
( ) Certo ( ) Errado

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Comentários:
Certo. O decreto regulamentar é aquele pelo qual são dispostas normas e
procedimentos com o objetivo único de explicar e assessorar, tanto os administrados
quanto os próprios agentes públicos, no correto cumprimento das leis, não podendo
ultrapassá-las. Sua previsão se encontra no artigo 84, IV da Carta Magna, que
determina que “Compete privativamente ao Presidente da República sancionar,
promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução”. Assim, esses decretos normativos servem para colocar em vigor
um regulamento que é um “manual de procedimentos”, sendo por isso chamados de
decretos regulamentares ou de execução.

Questões sem comentários

Q.1. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRF - 5ª REGIÃOProva: Juiz Federal


Substituto

Foi proposta, por um terço das assembleias legislativas das unidades da Federação,
emenda constitucional com o objetivo de alterar dispositivo referente à Defensoria
Pública, visando-se aprimorar a estrutura orgânico-institucional desse órgão. Votada
em dois turnos nas duas casas do Congresso Nacional, a emenda foi aprovada
mediante três quintos dos votos dos membros de cada uma delas.

Nesta situação hipotética, a referida proposta deve ser considerada

a) constitucional, pois o tema tratado na emenda respeita as limitações formais e


materiais ao poder constituinte derivado reformador.

b) inconstitucional, já que a emenda fere limitação formal ao poder constituinte


derivado reformador.

c) inconstitucional, pois a emenda fere cláusula pétrea da separação dos poderes.

d) inconstitucional, uma vez que a emenda fere cláusula de reserva de iniciativa do


chefe do Poder Executivo.

e) constitucional, porquanto o poder constituinte derivado é ilimitado.

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Q.2. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRF - 5ª REGIÃOProva: Juiz Federal


Substituto

Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas
as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
Constituição Federal, art. 62, § 6.º.

Considerando o artigo referido e interpretando o limite do sobrestamento das


deliberações legislativas, o STF fixou entendimento de que o sobrestamento alcança
projetos de

a) lei ordinária sobre temas passíveis de regramento por medida provisória.

b) decreto legislativo da casa em que estiver tramitando a medida provisória.

c) lei complementar e de lei ordinária que tratem de temas não incluídos no âmbito de
incidência das medidas provisórias.

d) emenda constitucional e lei complementar.

e) resolução e emenda constitucional.

Q.3. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PROCON-MAProva: Fiscal de Defesa do


Consumidor

O Presidente da República pretende que seja editada norma prevendo novas penas
administrativas, a par das sanções já previstas em lei, àqueles que praticarem
infração às regras de proteção ao consumidor. Considerando as disposições da
Constituição Federal, para alcançar sua pretensão o Presidente da República

a) poderá apresentar projeto de lei na matéria, uma vez que o Chefe do Poder
Executivo tem iniciativa legislativa privativa nesse tema.

b) poderá apresentar projeto de lei na matéria, uma vez que o Chefe do Poder
Executivo tem iniciativa legislativa nesse tema, assim como os membros da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.

c) poderá fazê-lo mediante Decreto, uma vez que cabe, privativamente, ao Chefe do
Poder Executivo editar Decreto para dispor sobre a organização e o funcionamento da
Administração Pública e, portanto, para criar novas penas a serem aplicadas pelas
autoridades administrativas.

d) poderá fazê-lo, em caso de relevância e urgência, mediante edição de medida


provisória, uma vez que o tema pode ser objeto desse ato normativo, que perderá os
efeitos, desde a sua edição, se não for convertido em lei pelo Congresso Nacional no

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prazo de 45 dias, prorrogável uma vez por igual período.

e) não dispõe de qualquer instrumento, não podendo editar medida provisória nem
apresentar projeto de lei, uma vez que a matéria se insere no âmbito da iniciativa
legislativa privativa dos membros do Poder Legislativo.

Q.4. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Barretos - SPProva:


Advogado

Segundo a Constituição Federal do Brasil, a lei complementar disporá sobre

a) a emissão e resgate de títulos da dívida pública.

b) as diretrizes orçamentárias.

c) o plano plurianual.

d) os orçamentos anuais.

e) as emendas ao projeto de lei do orçamento anual.

Q.5. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: PGE-SEProva: Procurador do Estado

Em determinado estado, o governador enviou à assembleia legislativa um projeto de


lei sobre a criação de cargos na administração direta estadual, bem como sobre a
remuneração desses cargos. Os parlamentares apresentaram emendas a esse projeto,
e seu conteúdo foi posteriormente sancionado pelo governador.

Nessa situação hipotética, a lei originada será considerada

a) formalmente constitucional, desde que as emendas não tenham gerado aumento de


despesa.

b) formalmente constitucional, desde que, caso tenha havido emendas


incrementadoras do dispêndio, elas tenham indicado as fontes de seus recursos.

c) inconstitucional, por vício de iniciativa.

d) formalmente inconstitucional, pois as referidas emendas parlamentares são


inadmissíveis.

e) formalmente constitucional, pois a sanção do governador acarretou a convalidação


das referidas emendas.

Q.6. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TSTProva: Juiz do Trabalho Substituto

Sobre a competência do Poder Legislativo e sobre a edição de medidas provisórias, é

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correto afirmar que

a) é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar referendo e convocar


plebiscito.

b) a matéria constante de proposta de emenda à Constituição rejeitada ou havida por


prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa,
salvo por iniciativa de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal.

c) é constitucional a edição de medidas provisórias relativas a partidos políticos e a


direito eleitoral.

d) compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto aberto,


após arguição pública, a escolha do Procurador-Geral da República.

e) compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por 3/5 de seus


membros, a instauração de processo contra o Presidente da República e o Vice-
Presidente da República.

Q.7. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TSTProva: Juiz do Trabalho Substituto

A Constituição de 1988 define diversos procedimentos legislativos, semelhantes em


alguns aspectos, diferentes em outros. Em relação a pessoas, instituições e poderes
envolvidos nesses procedimentos legislativos, ela estabelece que

a) membros dos três poderes são legitimados a propor tanto projetos de lei ordinária
quanto propostas de emenda constitucional.

b) o Presidente da República pode vetar tanto projetos de lei ordinária quanto


propostas de emenda constitucional.

c) a iniciativa popular pode ser exercida tanto por meio da apresentação de projeto de
lei ordinária quanto de proposta de emenda constitucional.

d) qualquer membro do Congresso Nacional pode propor tanto projetos de leis


ordinárias quanto propostas de emenda constitucional.

e) o Presidente da República pode propor tanto projetos de lei ordinária quanto


propostas de emenda constitucional.

Q.8. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Prefeitura de São José dos Campos -


SPProva: Procurador

Assinale a alternativa correta a respeito da deliberação executiva no processo


legislativo.

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a) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a sanção presidencial tem o


efeito de convalidar vício formal subjetivo de iniciativa no projeto de lei.

b) O ato legislativo que resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos


internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional dispensa a sanção presidencial.

c) O veto caracteriza-se por ser sempre expresso, mas nem sempre precisa ser
motivado, que se dá no caso de veto político, no qual há evidente contrariedade ao
interesse público.

d) Na hipótese de o veto ser derrubado pelo Congresso Nacional, o projeto será


enviado ao Presidente da República que terá a obrigação de sancioná-lo e promulgá-lo
no prazo de 48 horas.

e) O veto pode ser total ou parcial, podendo este se dar sobre texto integral de artigo,
parágrafo, inciso, alínea ou palavra.

Q.9. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PEProva: Conhecimentos Básicos -


Cargo 3 (+ provas)

Com relação às políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo, julgue o item a


seguir.

Projeto de lei oriundo de iniciativa popular, desde que subscrito por, no mínimo, 1%
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de
0,3% dos eleitores de cada um deles, deverá ser obrigatoriamente pautado para
votação pela Câmara dos Deputados.

( ) Certo ( )Errado

Q.10. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia

O Presidente da República encaminhou à Câmara dos Deputados projeto de lei fixando


o quadro de cargos da Polícia Federal e a respectiva remuneração. A proposta,
todavia, foi aprovada com emenda parlamentar que aumentou o número de cargos
previsto inicialmente. Descontente com a redação final do projeto, o Presidente da
República deixou de sancioná-lo, restituindo-o ao Poder Legislativo. Considerando as
disposições da Constituição Federal,

I. a emenda parlamentar foi validamente proposta e aprovada, uma vez que versou
sobre a mesma matéria do projeto de lei encaminhado pelo Presidente, titular de
iniciativa privativa de leis que criem cargos públicos de policiais federais e que
disponham sobre sua remuneração.

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II. ao deixar de ser expressamente sancionado pelo Presidente da República, o projeto


de lei será tacitamente sancionado decorridos 15 dias úteis.

III. havendo sanção tácita, descabe o ato de promulgação da lei pelo Chefe do Poder
Executivo, devendo a lei ser promulgada pelo Presidente do Senado em 48 horas,
sendo que se este não o fizer em igual prazo, caberá ao VicePresidente do Senado
fazê-lo.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) I, apenas.

e) II e III, apenas.

Q.11. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 1

Considerando as disposições constitucionais sobre o processo legislativo brasileiro e as


competências da União e dos estados, julgue (C ou E) o item a seguir.

Como a Constituição não faz referência à iniciativa popular de lei ao dispor sobre o
processo legislativo no âmbito estadual, o Supremo Tribunal Federal não reconhece
esse instrumento como modalidade explícita de democracia direta.

( ) Certo ( )Errado

Q.12. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 1

Considerando as disposições constitucionais sobre o processo legislativo brasileiro e as


competências da União e dos estados, julgue (C ou E) o item a seguir.

Os projetos de lei de iniciativa do presidente da República, em particular os que


versem sobre questões orçamentárias, não podem receber emendas parlamentares
que ensejem aumento de despesa pública.

( ) Certo ( )Errado

Q.13. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Sumaré - SPProva:


Procurador Jurídico

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Com base nos caracteres gerais da Medida Provisória, assinale a alternativa correta.

a) É vedada a edição de medida provisória sobre matéria relativa a direito processual


do trabalho e direito tributário.

b) Os requisitos da relevância e da urgência não podem ser analisados pelas Casas do


Congresso Nacional, vez que se tratam de requisitos discricionários do Chefe do
Executivo.

c) As medidas provisórias terão sua votação iniciada no Senado.

d) Após editada a medida provisória, o Presidente da República possui a


discricionariedade de retirá-la da apreciação do Congresso Nacional, caso demonstre
razões fundamentadas para tanto.

e) Caso a medida provisória não seja deliberada no prazo de 120 dias, ocorrerá sua
rejeição tácita e perderá sua eficácia desde a edição.

Q.14. Ano: 2017Banca: MPTÓrgão: MPTProva: Procurador do Trabalho

Assinale a alternativa INCORRETA:

a) Inexiste determinação constitucional de interstício temporal mínimo entre os dois


turnos de votação das Casas do Congresso Nacional, para fins de aprovação de
emendas à Constituição da República.

b) As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá


solicitar delegação ao Congresso Nacional, sendo expressamente vedada a utilização
dessa modalidade legislativa pela União para a instituição do imposto sobre
propriedade territorial rural.

c) A Casa do Congresso Nacional na qual tenha sido concluída a votação enviará o


projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. Nos termos
da Constituição Federal, poderá o Presidente da República vetar o projeto, no todo ou
em parte, no prazo de quinze dias úteis.

d) A tese da existência de “normas constitucionais inconstitucionais” já foi admitida


pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na ordem constitucional vigente para
tipos normativos advindos do Poder Constituinte Derivado.

e) Não respondida.

Q.15. Ano: 2017Banca: FAFIPAÓrgão: Fundação Araucária - PRProva:


Advogado

As normas sobre processo legislativo têm previsão na Constituição Federal a partir do

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artigo 59. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que:

a) A matéria constante de projeto de lei ordinária ou complementar rejeitado somente


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria simples dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional.

b) No processo legislativo perante o Congresso Nacional e suas duas casas, o projeto


tramita pela casa iniciadora e depois pela casa revisora. A Câmara dos Deputados será
a casa iniciadora dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores.

c) O veto do Presidente da República será apreciado em cada casa legislativa


separadamente e poderá ser rejeitado pela maioria simples dos Deputados e
Senadores.

d) O Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, em


caso de relevância e urgência, podendo tratar de matéria que tem previsão de
regulamentação por lei ordinária ou reservada a lei complementar.

Q.16. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: TJ-SPProva: Juiz Substituto

Assinale a alternativa correta.

a) A edição de medidas provisórias pelo Presidente da República, com fundamento nos


conceitos jurídicos indeterminados de “urgência” e “relevância”, submete-se a controle
jurisdicional, uma vez que seu regime jurídico é de natureza constitucional e a
atividade do chefe do Poder Executivo é de competência extraordinária.

b) As medidas provisórias, embora sujeitas a regime jurídico específico, no tocante


aos conceitos jurídicos indeterminados de “relevância” e “urgência”, situam-se – como
atos políticos – no âmbito da opção discricionária do chefe do Poder Executivo, cujo
controle compete ao Parlamento, em razão de seu conteúdo.

c) Os requisitos da “urgência” e da “relevância”, por implicarem juízos políticos quando


manejados pelo Presidente da República, implicam opções de alta discricionariedade,
só conferidos a Autoridades Estatais legitimadas pelo princípio democrático e, por essa
razão mesma, não podem ser sindicados pelo Poder Judiciário, sob pena de violação
do princípio de separação dos poderes e do núcleo fundamental do Estado
Democrático de Direito.

d) A edição de medidas provisórias constitui atos políticos e não atos administrativos,


caracterizando-se aqueles em relação a estes, por serem dotados de alto grau de
discricionariedade conferido ao Presidente da República e, por essa razão mesma, não
se sujeitam a sindicabilidade jurisdicional.

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Q.17. Ano: 2017Banca: MPE-PRÓrgão: MPE-PRProva: Promotor Substituto

Assinale a alternativa incorreta:

a) São inconstitucionais a autorização legislativa genérica para contratação temporária


de pessoal e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações
temporárias.

b) É constitucional a lei que delega poderes ao Chefe do Executivo para, mediante


decreto, dispor sobre competências, atribuições e especificações de cargos públicos.

c) Há reserva de lei formal quando a matéria somente puder ser tratada por ato
normativo primário editado pelo Parlamento, elaborado segundo o procedimento
legislativo ordinário fixado na Constituição.

d) Em hipóteses de reserva de lei material, o tema pode ser tratado por intermédio de
medidas provisórias.

e) A reserva qualificada de lei ocorre quando a norma constitucional exige que a


restrição de determinado direito fundamental somente se perfaça por meio de lei em
sentido formal, atrelando a limitação a fins a serem necessariamente perseguidos ou
os meios a serem compulsoriamente adotados pelo legislador e pelo administrador.

Q.18. Ano: 2017Banca: QuadrixÓrgão: CFO-DFProva: Procurador Jurídico

Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF) e de sua interpretação pelo Supremo


Tribunal Federal (STF), julgue o item seguinte.

Para o STF, o Poder Legislativo poderá emendar projeto de iniciativa privativa do chefe
do Poder Executivo, desde que não ocorra aumento de despesa, não havendo
necessidade de que haja estreita pertinência das emendas com o objeto do projeto
encaminhado ao Legislativo.

( ) Certo ( )Errado

Q.19. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: TJ-SCProva: Juiz Substituto

Lei estadual, de iniciativa parlamentar, determinou que o limite máximo de


remuneração dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional dos membros dos poderes estaduais passará a ser o
valor correspondente a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
referido limite remuneratório, todavia, aos magistrados e deputados estaduais, para
os quais se previu como teto, respectivamente, o subsídio mensal dos Ministros do

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Supremo Tribunal Federal e o valor equivalente a setenta e cinco por cento daquele
estabelecido para os Deputados Federais. À luz da Constituição Federal e da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a referida lei estadual é

a) formalmente inconstitucional, uma vez que, em razão do princípio da simetria,


apenas lei de iniciativa conjunta dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário do Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, mas a lei é
materialmente compatível com a Constituição Federal, na medida em que os limites se
adequam às normas constitucionais.

b) formalmente constitucional, uma vez que a matéria pode ser objeto de projeto de
lei de iniciativa parlamentar, mas materialmente inconstitucional, na medida em que
não se poderia adotar limite distinto para os magistrados e deputados estaduais.

c) formal e materialmente inconstitucional, uma vez que apenas emenda à


Constituição do Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, que,
ademais, apenas poderia ser equivalente ao valor do subsídio pago aos Deputados
estaduais.

d) formalmente inconstitucional, uma vez que apenas emenda à Constituição do


Estado poderia estabelecer o limite máximo remuneratório, mas materialmente
compatível com a Constituição Federal, na medida em que os limites se adequam às
normas constitucionais.

e) formal e materialmente inconstitucional, uma vez que, em razão do princípio da


simetria e das normas que regem a elaboração das leis orçamentárias, apenas lei de
iniciativa do Chefe do Poder Executivo poderia estabelecer o limite máximo
remuneratório, que, ademais, não poderia ser o valor correspondente a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

Q.20. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Cotia - SPProva:


Procurador Legislativo

Considerando as normas constitucionais no tocante ao processo legislativo, na


hipótese do Presidente da República vetar totalmente um projeto de lei, o veto

a) implicará no arquivamento do projeto de lei, a menos que seja rejeitado pela


maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em ambas as Casas, separadamente,
em escrutínio secreto.

b) será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu


recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

c) poderá ser derrubado pela votação de pelo menos dois terços dos Deputados e

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Senadores, em sessão conjunta do Congresso Nacional, por voto aberto.

d) poderá ser rejeitado em sessão separada da Câmara e do Senado, pelo voto da


maioria de dois terços dos Deputados e Senadores, dentro de trinta dias do seu
recebimento.

e) somente poderá ser rejeitado pela iniciativa da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em sessão secreta, em votação sucessiva na Câmara e no Senado.

Q.21. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: DPE-PRProva: Defensor Público

Acerca da participação do Poder Executivo no Processo Legislativo,

a) a medida provisória tem prazo de vigência de sessenta dias, contado da data de


sua publicação, o qual pode ser prorrogado automaticamente por igual período caso
sua votação não tenha sido finalizada nas duas casas legislativas. Superado o prazo de
prorrogação sem a conversão da medida provisória em lei, as relações jurídicas dela
decorrentes serão disciplinadas por decreto legislativo editado pelo Congresso
Nacional.

b) o Congresso Nacional pode exercer dois tipos de controle da delegação legislativa:


previamente à edição da lei, quando haverá aprovação após análise de emendas
parlamentares; e posteriormente, quando poderá sustar a lei se o Presidente da
República exorbitar os limites da delegação.

c) as emendas parlamentares, que são proposições apresentadas como acessórios a


projetos e propostas, devem ser apresentadas na fase constitutiva do processo
legislativo, havendo retorno para a outra Casa quando ocorrer alteração substancial no
projeto de lei, devendo-se respeitar, apenas, a pertinência temática quando se tratar
de projetos de iniciativa do Poder Executivo.

d) segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, o processo


legislativo de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, inaugurado pelo
Congresso Nacional, poderá ser aproveitado, caso haja sanção.

e) a promulgação é o ato pelo qual se atesta a existência da lei. O Chefe do Poder


Executivo, por meio da promulgação, ordena a aplicação e o cumprimento da lei,
exceto nos casos onde houve rejeição do veto, quando a promulgação é tácita pelo
Congresso Nacional.

Q.22. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: DPE-PRProva: Defensor Público


Considerando os vícios no processo legislativo e a inconstitucionalidade decorrente, é
correto afirmar:
a) Embora haja vício formal, quando houver aprovação de lei orçamentária anual com

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redução unilateral da proposta enviada pela Defensoria Pública em consonância com a


Lei de Diretrizes Orçamentária, descabe a pronúncia de inconstitucionalidade da
norma pois se trata de lei de efeitos concretos.
b) Admite-se o controle judicial preventivo de constitucionalidade, quando parlamentar
impetra Mandado de Segurança em defesa de suas prerrogativas em decorrência de
proposta de emenda à Constituição Federal ou projeto de lei, quando houver vício de
inconstitucionalidade formal e material, já que é direito líquido e certo do congressista
impedir a tramitação de projetos inconstitucionais.
c) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a iniciativa
parlamentar de proposta de emenda à Constituição Estadual que tenha por objeto a
alteração do teto remuneratório naquela unidade da federação, tendo por fundamento
o princípio da simetria.
d) Não há inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa de proposta de emenda à
Constituição Federal inaugurada por parlamentar que estenda aos profissionais de
saúde das Forças Armadas a possibilidade de cumulação de cargo, pois a reserva de
iniciativa do Chefe do Poder executivo em dispor sobre regime jurídico de servidores
públicos não alcança a emenda constitucional.
e) Haverá inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa sempre que for
promulgada emenda à Constituição Federal tratando da organização da Defensoria
Pública, de iniciativa parlamentar, quando não houver participação desta instituição na
gênese do processo legislativo-constitucional.

Q.23. Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Leia as assertivas e, ao final, marque a opção correta:
I) A utilização de Medida Provisória para fins de abertura de crédito extraordinário é
medida excepcionalíssima, somente admitida pela Constituição para fazer frente a
despesas decorrentes de guerra ou comoção interna, observadas as demais regras
aplicáveis a tal espécie legislativa.
II) As Medidas Provisórias possuem força de lei e eficácia imediata desde a sua
publicação. Após editadas, o Presidente da República não pode meramente cancelá-las
e, assim, retirá-las da apreciação do Poder Legislativo, impedindo que este examine
plena e integralmente seus efeitos, o que não impede que uma MP revogue outra
ainda não convertida em lei.
III) Embora ato normativo provisório, cuja finalidade é ser convertida em lei. a Medida
Provisória pode ser objeto de Ação Direta de inconstitucionalidade ou de Ação
Declaratória de Constitucionalidade, sendo certo que, se convertida em lei, é
imprescindível o aditamento da inicial, sob pena de extinção do processo de controle
abstrato.
a) Apenas a assertiva I está correta.

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b) Apenas a assertiva II está correta.


c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

Q.24. Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Quanto ao Legislativo no Brasil, marque a opção correta:
a) Salvo as hipóteses de votação de Emendas Constitucionais, as deliberações de cada
uma das Casas do Congresso Nacional e de suas respectivas Comissões devem ser
tomadas pela maioria de votos, desde que presente a maioria de seus membros.
b) As Propostas de Emendas à Constituição encaminhadas ao Congresso Nacional pelo
Presidente da República devem ter sua tramitação iniciada na Câmara dos Deputados,
sob pena de incidir em inconstitucionalidade formal.
c) Às comissões parlamentares de inquérito regularmente criadas são asseguradas,
preenchidos os pressupostos, competências para realização de diligências, para
requerimento de informações e para afastamento de sigilo fiscal, telefônico e de
correspondência dos investigados.
d) O instituto da iniciativa popular pode ser exercido pela apresentação ao Poder
Legislativo Federal de projeto de lei subscrito por não menos do que 2% (dois por
cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez dos Estados, com não
menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.
e) A Constituição prevê como únicos legitimados para a proposição de Emendas à
Constituição Federal o Presidente da República, ao menos 1/3 (um terço) de
Deputados Federais e ao menos 1/3 (um terço) de Senadores.

Q.25.Ano: 2017Banca: TRF - 2ª RegiãoÓrgão: TRF - 2ª REGIÃOProva: Juiz


Federal Substituto
Assinale a opção correta:.
a) A antinomia entre e lei complementar e lei ordinária se resolve ou com a
inconstitucionalidade ou com a inaplicabilidade desta última.
b)Quando o Presidente da República sanciona o projeto de lei, convalida-se o vício
derivado da usurpação de iniciativa, se esta cabia ao executivo.
c) Cargos públicos do executivo federal apenas podem ser criados e extintos por lei de
iniciativa do Presidente da República, mas isso não impede que, sem aumento de
despesa, o regime jurídico desses servidores seja disciplinado por lei de iniciativa
parlamentar.
d) No sistema pátrio, não há empecilho constitucional à edição de leis sem caráter
geral e abstrato, providas apenas de efeitos concretos e individualizados.

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e) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem, no seu mister constitucional e


preenchidos os pressupostos, determinar a busca e apreensão domiciliar.

Q.26. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Com o objetivo de conter o que considerava um “demandismo exagerado”, um
Deputado Estadual apresentou projeto de lei dispondo que a parte vencida somente
poderia interpor recurso contra decisão proferida no âmbito de Juizado Especial Cível
caso realizasse o depósito prévio de 100% (cem por cento) do valor da condenação.
Instada a se pronunciar, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia
Legislativa alcançou a única conclusão que se mostrava harmônica com a ordem
jurídico-constitucional brasileira, qual seja, a de que o projeto é:
a) constitucional, já que o depósito prévio possui a natureza jurídica de taxa, o que
atrai a competência legislativa do Estado;
b) inconstitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso
é matéria tipicamente processual, de competência legislativa privativa da União;
c) constitucional, desde que observadas as normas gerais editadas pela União em
matéria tributária, aplicáveis aos depósitos prévios;
d) inconstitucional, pois compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo a
iniciativa dos projetos de lei em matéria tributária;
e) constitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso é
matéria tipicamente procedimental, de competência concorrente da União e dos
Estados.

Q.27. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Lei de iniciativa do Legislativo estadual obriga bares, lanchonetes, restaurantes,
cantinas e quiosques, que funcionem em estabelecimentos de ensino da rede
particular, a divulgarem as informações nutricionais pertinentes aos alimentos que
comercializam. A Associação Nacional de Restaurantes ajuíza Representação de
Inconstitucionalidade perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça estadual,
arguindo a inconstitucionalidade da mencionada lei por ofensa aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade na proteção devida aos direitos do consumidor.
A Procuradoria da Assembleia Legislativa rebate o alegado vício material com base em
que:
a) a norma impugnada não confronta com as regras constitucionais que definem a
competência privativa do Poder Executivo para a iniciativa de leis;
b) a razoabilidade e a proporcionalidade não são parâmetros aplicáveis ao controle de
constitucionalidade das leis;
c) a lei impugnada trata do exercício da polícia administrativa, insuscetível de controle
porque traduz manifestação discricionária do poder público;

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d) a divulgação de informações nutricionais sobre alimentos servidos em escolas


protege o direito do consumidor em matéria pertinente à dignidade das pessoas, daí
sua razoabilidade;
e) a despesa com o cumprimento da nova regra constitui ônus a ser compartilhado
entre os estabelecimentos escolares e os consumidores.

Q.28. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


A Câmara de Vereadores do Município Beta aprovou projeto de lei de sua iniciativa,
tornando obrigatória a instalação de câmeras de segurança em escolas públicas e
cercanias, com o fim de prevenir e reprimir a prática de delitos contra alunos e seus
familiares. O Prefeito vetou a lei remetida à sua sanção, considerando-a eivada de
vício formal, e a Câmara derrubou o veto, promulgando a lei.
O Prefeito representou ao Tribunal de Justiça Estadual, postulando a declaração da
inconstitucionalidade da lei, questão que chegou, pela via do recurso extraordinário,
ao Supremo Tribunal Federal, que julgou dita lei:
a) inconstitucional, porque, à vista do art. 61 da CRFB/88, não é possível lei da
iniciativa do Legislativo tratar de matérias relativas ao funcionamento e à estruturação
da Administração Pública;
b) constitucional, porque o art. 61 da CRFB/88 define, em rol taxativo, as hipóteses de
reserva da iniciativa de lei do Chefe do Poder Executivo, não sendo cabível ampliar a
interpretação do dispositivo para abranger matérias ali não previstas;
c) inconstitucional, porque, além do disposto no art. 61 da CRFB/88, a instalação de
câmeras de segurança implicaria despesas impostas ao Executivo pelo Legislativo, o
que ultrapassa os limites da iniciativa deste ao invadir a gestão dos recursos públicos
por aquele;
d) constitucional, porque a sanção de lei pelo Legislativo não usurpa competência do
Executivo se não gerar aumento de despesas específicas com pessoal;
e) inconstitucional, porque o ponto central da questão não reside no vício de iniciativa,
que é formal, mas em vício material, na medida em que ao Legislativo a ordem
constitucional não confere discricionariedade para estabelecer medidas afetas à
segurança pública.

Q.29. Ano: 2017Banca: FGVÓrgão: ALERJProva: Procurador


Determinado projeto de lei, após ser aprovado pela Assembleia Legislativa, foi vetado
pelo Governador do Estado. O veto foi apreciado em sessão especialmente designada
para esse fim, sendo rejeitado pela metade mais um dos Deputados presentes, sendo
certo que apenas 5 (cinco) Deputados deixaram de comparecer. Ato contínuo, o
projeto foi promulgado pelo Presidente da Assembleia Legislativa.
Considerando o teor das normas estabelecidas na Constituição Federal a respeito do

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processo legislativo, de observância obrigatória pelos Estados, é correto afirmar que o


iter acima descrito está:
a) parcialmente correto, já que a maioria exigida para a rejeição do veto não foi
observada;
b) parcialmente correto, já que o Presidente da Assembleia não poderia ter
promulgado a lei;
c) parcialmente correto, já que antes da promulgação, o projeto precisaria ser
analisado por comissão especial;
d) totalmente incorreto;
e) totalmente correto.

Q.30. Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: Câmara de Mogi das Cruzes - SPProva:


Procurador Jurídico
O Presidente da República editou determinada Medida Provisória a respeito de certos
direitos individuais, tendo-a submetido de imediato ao Congresso Nacional.
Sobre essa medida provisória, é correto afirmar que
a) será apreciada, em sessão conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores.
b) será inconstitucional se reeditada, na mesma sessão legislativa, se outra já tiver
perdido sua eficácia por decurso de prazo.
c) caso aprovado o projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta perderá sua eficácia, desde sua edição.
d) se não for apreciada em até sessenta dias contados de sua publicação, entrará em
regime de urgência.
e) é inconstitucional porque é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria
relativa a direitos individuais.

Q.31. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: PGE-AMProva: Procurador do Estado


Com relação aos mecanismos de defesa da CF e das Constituições estaduais, julgue o
item a seguir.
No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos
correspondentes processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão
somente violações às respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis
orgânicas municipais), sendo-lhes vedado vetar projetos de lei com base na sua
incompatibilidade com a CF.
( ) Certo ( )Errado

Q.32. Ano: 2016Banca: MPE-PRÓrgão: MPE-PRProva: Promotor Substituto

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Assinale a alternativa incorreta:


a) A exclusividade de usufruto das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
indígenas é conciliável com a eventual presença de não índios, bem assim com a
instalação de equipamentos públicos, a abertura de estradas e outras vias de
comunicação, a montagem ou construção de bases físicas para a prestação de serviços
públicos ou de relevância pública;
b) O postulado republicano – que repele privilégios e não tolera discriminações –
impede que prevaleça a prerrogativa de foro, perante o STF, nas infrações penais
comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de atividade
funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou réu no
cargo, função ou mandato cuja titularidade (desde que subsistente) qualifica-se como
o único fator de legitimação constitucional apto a fazer instaurar a competência penal
originária da Suprema Corte (CF, art. 102, I, b e c)
c) As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos
Estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, desde que
esta não se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores;
d) A noção de ‘mínimo existencial’, que resulta, por implicitude, de determinados
preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de
prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de
existência digna, em ordem a assegurar à pessoa acesso efetivo ao direito geral de
liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da
plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à
proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência
social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança;
e) É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente
conteúdos ou estabelecer prazos para que o Poder Executivo, em relação às matérias
afetas a sua iniciativa, apresente proposições legislativas, mesmo em sede da
Constituição Estadual, porquanto ofende, na seara administrativa, a garantia de
gestão superior dada ao chefe daquele Poder.

Q.33. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Delegado de Polícia
Civil
Sobre o Processo Legislativo, assinale a alternativa correta.
Parte superior do formulário
f) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida
por prejudicada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.
g) A iniciativa popular de lei ordinária pode ser exercida pela apresentação ao
Congresso Nacional de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do

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eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
h) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a
nacionalidade, à cidadania, aos direitos políticos, aos partidos políticos e ao direito
eleitoral.
i) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
j) A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
dois quintos dos votos dos respectivos membros.

Q.34. Ano: 2016Banca: FCCÓrgão: SEGEP-MAProva: Procurador do Estado


O Governador de determinado Estado encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de
lei ordinária criando órgão vinculado à Secretaria da Saúde, bem como criando cargos
públicos com atribuições para a execução de atividades junto a esse órgão, tendo
estabelecido a respectiva remuneração. No âmbito da Assembleia Legislativa o
referido projeto de lei foi aprovado com duas emendas parlamentares. A primeira
delas aumentou o número de cargos públicos previstos na proposta inicial,
acarretando aumento da despesa. A segunda alterou as regras do regime jurídico dos
servidores públicos em geral junto ao Poder Executivo, regime esse disciplinado em lei
específica que não foi objeto do projeto de lei encaminhado pelo Governador.
Considerando as normas da Constituição Federal que regem o processo legislativo,
bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria, a aprovação
a) da primeira emenda parlamentar é constitucional, uma vez que tem por objeto
matéria prevista inicialmente no projeto de lei, sendo, no entanto, inconstitucional a
aprovação da segunda emenda parlamentar, visto que tratou sobre tema estranho ao
projeto inicial.
b) das duas emendas parlamentares é constitucional, uma vez que a matéria objeto
do projeto de lei não é de iniciativa privativa do Governador, podendo o projeto, por
isso, ser aprovado com ambas emendas.
c) das duas emendas parlamentares é constitucional, uma vez que, embora a matéria
objeto do projeto de lei seja de iniciativa privativa do Governador, esse fato não
impede a aprovação de ambas emendas.
d) das duas emendas parlamentares é inconstitucional, uma vez que em projeto de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, como é o caso, é vedada emenda
parlamentar que aumente despesas e que discipline matéria distinta daquela prevista
inicialmente.
e) da primeira emenda parlamentar é inconstitucional, uma vez que em projeto de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, como é o caso, é vedada emenda
parlamentar que aumente despesas, sendo, no entanto, constitucional a aprovação da

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segunda emenda parlamentar.

Q.35. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Como atos normativos primários, as resoluções destinam-se a regular matéria de
competência da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, razão por que
desempenham tão somente efeitos internos a ambas as Casas.
( ) Certo ( ) Errado

Q.36. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Sendo as leis estaduais inferiores às leis federais e, portanto, a elas subordinadas, os
conflitos entre ambos os tipos de lei são resolvidos pelo critério hierárquico.
( ) Certo ( ) Errado

Q.37. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca do processo legislativo, da hierarquia das normas e do controle de
constitucionalidade das leis e dos atos normativos, julgue (C ou E) o item que se
segue.
Os decretos legislativos são espécies legislativas destinadas a regular assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, como, por exemplo, a aprovação de
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.
( ) Certo ( ) Errado

Q.38. Ano: 2016Banca: CESPEÓrgão: Instituto Rio BrancoProva: Diplomata -


Prova 2
Acerca da personalidade jurídica, da hierarquia das normas e dos princípios, direitos e
garantias fundamentais constantes da Constituição Federal de 1988, julgue (C ou E) o
item que se segue.

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Como norma jurídica inferior à lei, um decreto regulamentar será considerado ilegal se
vier a reduzir ou a ampliar o que estiver prescrito por lei.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO
1 B 2 A
3 B 4 A
5 A 6 A
7 E 8 B
9 ERRADO 10 B
11 ERRADO 12 ERRADO
13 E 14 B
15 B 16 A
17 B 18 ERRADO
19 D 20 B
21 A 22 D
23 D 24 C
25 D 26 B
27 D 28 B
29 D 30 B
31 ERRADO 32 C
33 C 34 D
35 ERRADO 36 ERRADO
37 CERTO 38 CERTO

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