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Adams deixará AGU por escritório de


advocacia que atuou no caso Pasadena
Ed Ferreira - 16.jul.2015/Folhapress

Luís Inácio Adams, que deixa o cargo de advogado-geral da União

RAQUEL LANDIM
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

01/03/2016 02h00

O ministro Luís Inácio Adams vai deixar a chefia da Advogacia-Geral da União para
trabalhar no Tauil & Chequer, escritório que foi parceiro da firma americana que
assessorou a Petrobras na época da polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos
Estados Unidos.

A assessoria de Adams confirmou a ida para o Tauil & Chequer, ainda sem data marcada.
Ele aguarda o resultado de consulta feita à Comissão de Ética da Presidência da
República para saber se terá que cumprir quarentena.

Adams declarou que não vê conflito de interesse porque quem atuou na compra de
Pasadena foi o americano Thompson & Knight. A legislação dos EUA exige que um
escritório local atue nesses casos. No caso, quem desempenhou essa função foi o Tauil &

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Chequer.

Na época do fechamento do negócio, um dos sócios mais proeminentes da firma brasileira


era o advogado Marcelo Mello, que foi gerente jurídico da extinta Braspetro, depois
integrada à diretoria internacional da Petrobras. Em 2006, o escritório se chamava Tauil,
Chequer & Mello.

Mello era próximo de Nestor Cerveró, então diretor internacional da Petrobras que
viabilizou a compra de Pasadena. Em 2008, depois de deixar o Tauil & Chequer, ele
assessorou Cerveró em operação para registrar, por meio de uma offshore no Uruguai, um
apartamento dúplex que possuía em Ipanema.

A presidente Dilma já declarou em nota que só aprovou a compra da refinaria de


Pasadena em razão de um "resumo falho" preparado por Cerveró, que escondia cláusulas
que deixavam a estatal vulnerável no contrato com os sócios belgas.

A Petrobras comprou 50% da refinaria em 2006 e, depois de longa disputa judicial, teve
que adquirir a outra metade em 2012. No total, a estatal gastou US$ 1,18 bilhão por uma
planta obsoleta, que havia sido adquirida pelos belgas por US$ 42 milhões.

A Controladoria Geral da União estimou que, com o negócio, a Petrobras teve prejuízo de
US$ 561 milhões. Os assessores jurídicos do Thompson & Knight receberam US$ 7,9
milhões por seu trabalho.

Para Alexandre Chequer, sócio da Tauil & Chequer, também não há conflito de interesse
na ida de Adams para o escritório, já que foi o Thompson & Knight que trabalhou no caso
Pasadena.

Ele afirma que a Petrobras não é cliente do escritório desde 2007, mesmo ano da saída de
Marcelo Mello. Chequer também disse que a relação com o Thompson & Knight terminou
em 2009 e hoje o parceiro americano é o concorrente Mayer Brown.

Segundo o advogado, Adams trabalhará na filial de Brasília, atuando nas áreas de


compliance (controle interno) e na relação com tribunais superiores.

Endereço da página:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1744842-adams-deixara-agu-por-escritorio-de-advocacia-
que-atuou-no-caso-pasadena.shtml

Links no texto:

deixar a chefia da Advogacia-Geral da União


http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/02/1744587-cardozo-ira-para-a-agu-e-procurador-assumira-
justica.shtml

Nestor Cerveró
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1710792-cervero-fecha-delacao-apos-entregar-gravacoes-
que-incriminaram-senador.shtml

"resumo falho"
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1433096-entenda-o-caso-da-refinaria-da-petrobras-
em-pasadena-eua.shtml

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