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Coleção CIEE 109

Olhando para o Brasil do futuro:


perspectivas e desafios
Emílio Odebrecht
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Coleção CIEE 109

Olhando para o Brasil do futuro:


perspectivas e desafios

Emílio Odebrecht
C???m CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA - CIEE
Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e desafios /
Centro de Integração Empresa-Escola – São Paulo : CIEE, 2009.
?? p. (Coleção CIEE ; 109)

Palestra proferida por Emílio Odebrecht durante o Fórum
Permanente de Debates do CIEE sobre a Realidade Brasileira,
realizado no auditório Ernesto Igel e Mario Amato do CIEE em
23 de setembro de 2009.

1. Economia 2. Silva, Ruy Martins Altenfelder 3. Bertelli, Luiz


Gonzaga 3. Odebrecht, Emílio I. Título II. Série

CDU : ??(??)
SUMÁRIO

Um otimista com o pé no chão .................... 7


Ruy Martins Altenfelder Silva

O empreendedorismo de Odebrecht ............ 11


Luiz Gonzaga Bertelli

Olhando para o Brasil do futuro:


perspectivas e desafios............................... 13
Emílio Odebrecht

Agradecimento ........................................... 37
Hermann Wever

Debates ...................................................... 39
UmUm
otimista com
otimista com
o pé
o péno chão
no chão

RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA


Advogado, presidente do Conselho de Adminis-
tração do Centro de Integração Empresa-Escola
- CIEE, vice-presidente da Academia Paulista de
História - APH, presidente da Academia Paulista
de Letras Jurídicas - APLJ e do Conselho Superior
de Estudos Avançados da FIESP.
cOleçãO ciee 10?

O
CIEE teve a satisfação e honra de receber o empresá-
rio Emílio Odebrecht, que falou sobre perspectivas e
desafios do nosso Brasil.

Emílio Odebrecht nasceu em Salvador, em 1945. É enge-


nheiro civil formado em 1968 pela Escola Politécnica da Uni-
versidade Federal da Bahia (UFBA).

Em 1966, iniciou sua trajetória profissional como estagiário


na Construtora Norberto Odebrecht, onde foi, de 1973 a 1980,
responsável técnico de obras, superintendente da área centro-
sul, vice-presidente e presidente.

Em 1981, tornou-se vice-presidente executivo da holding


Odebrecht S.A. Dez anos depois, substituiu o seu pai Norberto
Odebrecht, fundador da Organização Odebrecht, como diretor-
presidente da empresa. Em 1998, tornou-se presidente do seu
Conselho de Administração, cargo que ocupa até hoje.

A Organização Odebrecht atua nos setores de engenharia


& construção, química e petroquímica, bioenergia (produção
de açúcar e etanol de cana-de-açúcar), presente em países da
América do Sul, América Central, América do Norte, África,
Europa e Oriente Médio.

Emílio é autor do livro Confiar e servir, que é a essência


da filosofia empresarial da Odebrecht: confiar nas pessoas e
praticar o autêntico espírito de servir – aos clientes e às comu-
nidades em que estão presentes. Esta tem sido a chave para o
êxito das empresas Odebrecht e pode ser também um caminho

8
para as que pretendem se de-
senvolver com responsabilida-
herdeiro das
de empresarial e compromisso
com a sustentabilidade. ideias do seu
pai Norberto
O palestrante é herdeiro Odebrecht, que
das ideias do seu pai Norber-
deu forma ao
to Odebrecht, que deu forma
ao conhecimento de gestão conhecimento
desenvolvida na organização de gestão
a partir de um conjunto de desenvolvida
princípios, valores e crenças
na organização
– referências de uma filoso-
fia denominada Tecnologia a partir de um
Empresarial Odebrecht, que conjunto de
começou a ser escrita no fi- princípios, valores
nal da década de 1960 e está
e crenças.
consolidada em vários livros.
Entre eles, um que antecipa a
ideia de sustentabilidade já em seu título: Sobreviver, crescer
e perpetuar.

Para avaliar a contribuição da Odebrecht no desenvolvi-


mento brasileiro, cito um dado mencionado pelo dr. Norberto
Odebrecht e relatado na última reunião do Conselho Superior
de Estudos Avançados – CONSEA da FIESP: “em 1920 impor-
távamos cimento e ferro. Hoje, exportamos hidrelétricas, pon-
tes e desenvolvimento tecnológico”.

Emílio é um otimista com o pé no chão, como se verifica

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 9


nos seus artigos publicados aos
domingos na Folha de S. Pau-
Emílio Odebrecht lo. Ao contrário do dramaturgo
vai oferecer uma grego Sófocles, para quem era
bela visão preciso que chegasse a noite
para saber como o dia foi belo,
do nosso país:
para Emílio, dia e noite são sem-
perspectivas e pre belos.
desafios.
Nossos reiterados cumpri-
mentos ao dr. Emílio Odebrecht,
que vai nos oferecer uma bela
visão do nosso país: perspectivas e desafios.
O
O empreededorismo
empreendedorismo
de Odebrecht
de Odebrecht

LUIZ GONZAGA BERTELLI


Presidente Executivo do Centro de Integração
Empresa-Escola – CIEE, presidente da Academia
Paulista de História - APH e diretor da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP.
cOleçãO ciee 10?

O
Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE recebeu
o presidente do Conselho de Administração da Ode-
brecht S.A., Emílio Odebrecht, para abordar uma te-
mática que abrange os aspectos políticos, sociais, econômicos,
culturais, educacionais e empresariais do Brasil.

Somente um homem empreendedor como Emílio Odebrecht,


com esse conhecimento e experiência acumulados, é capaz de for-
necer uma visão crítica e ampla das perspectivas e dos desafios
que o país necessita enfrentar para figurar como uma nação de
destaque no cenário internacional e apresentar um crescimento
consolidado frente às profundas transformações econômicas que
vêm afetando todos os países do mundo.

Além da contribuição de Emílio Ode-


Somente um brecht, por meio de seu colóquio e de
empreendedor suas “provocações” ao público, é fun-
damental ressaltar, neste momento, a
como Emílio
contribuição deste empresário e, mais
Odebrecht é capaz amplamente, a contribuição da Odebre-
de fornecer uma cht que preside, ao nosso país e ao povo
visão crítica brasileiro, nesses 40 anos de atuação
pioneira e humanitária.
sobre o país.

12
Olhando
Olhando parapara o
o Brasil
Brasil do
do futuro: futuro:
perspectivas
perspectivas
e desafios
e desafios

EMÍLIO ODEBRECHT
Presidente do Conselho de
Administração da Odebrecht S. A.
cOleçãO ciee 10?

M
inha intenção não é fazer uma palestra, mas privile-
giar o debate. Assim, pretendo iniciar com algumas
provocações, destacando alguns de meus artigos que
foram publicados na Folha de S. Paulo relativos ao tema a ser
debatido.

Quero esclarecer que o convite feito pela família Frias no


terceiro trimestre do ano passado para substituir o dr. Anto-
nio Ermírio de Moraes significou para mim um desafio muito
grande. Deixei claro para eles que o entendia tanto como uma
honra quanto como uma grande oportunidade.

Percebi uma enorme oportunida-


de de diálogo com os jovens, inclu-
Os artigos que
sive aqueles internos à organização.
escrevo abordam Sempre estive muito próximo da ju-
experiências ventude, embora, infelizmente, hoje
e vivências, não tanto quanto gostaria, e percebi
ali uma oportunidade para provocá-
destinando-se a
los. Assim, os artigos que escrevo
provocar os jovens abordam experiências e vivências,
e fazê-los refletir destinando-se a provocar os jovens e
sobre inúmeras fazê-los refletir sobre inúmeras ques-
tões. Destaquei alguns para apresen-
questões.
tar e com eles abrir o debate.

O primeiro deles foi publicado no dia 23 de novembro, com o


título “Confiar e crescer”, e dizia o seguinte:

14
“Pessoas, empresas e nações reagem à crise de for-
mas diferentes. Algumas, resignadas, recolhem-se
e esperam o que virá. Outras encaram a diversida-
de como oportunidade para construir algo melhor,
o que requer percepção aguçada, alguma intuição,
certa dose de coragem e competência para usar as
forças das circunstâncias.

Em nossa organização, sempre optamos pelo se-


gundo caminho. Possivelmente por razões cultu-
rais e históricas, as empresas japonesas escolhe-
ram a primeira das alternativas acima quando,
na década de 1990, depois de longo período de
prosperidade, a crise chegou ao Japão. As empre-
sas guardaram dinheiro em casa e adiaram suas

Mesa que presidiu o evento.

Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e desafios 15


cOleçãO ciee 10?

compras. As empresas deixaram


“Economia é um de investir e demitiram em mas-
ambiente onde sa. O resultado foi mais de uma
década de estagnação econômica.
pessoas e empresas
trocam bens, serviços, Lembrei-me do exemplo japonês
tempo, energia e porque a esta altura, no auge da
dinheiro. A saúde do crise que começou há mais de
uma ano, nossa preocupação não
organismo econômico
é mais compreender suas razões
depende, portanto, ou suas origens, mas evitar que
das combinações o efeito-dominó nos alcance e nos
possíveis entre o perturbe.”

desempenho dos
Fiz esses comentários naquela
empresários na época, exatamente no auge da crise.
produção de
riquezas, as “Economia é um ambiente onde pes-
soas e empresas trocam bens, ser-
possibilidades
viços, tempo, energia e dinheiro. A
de compra dos saúde do organismo econômico de-
indivíduos que pende, portanto, das combinações
as adquirem e as possíveis entre o desempenho dos
empresários na produção de rique-
políticas e diretrizes
zas, as possibilidades de compra
dos governos.” dos indivíduos que as adquirem e
as políticas e diretrizes dos gover-
nos, que têm a responsabilidade
de regular e, principalmente, fomentar a atividade
produtiva incentivando investimentos.

16
O governo brasileiro tem procurado fazer seu pa-
pel liberando linhas de créditos para vários seto-
res, mas há dois novos riscos em nosso horizonte.
O primeiro diz respeito exatamente ao incremento
dos investimentos. Há recursos disponíveis ente-
sourados à espera de pechinchas, mas só as trans-
ferências de empresas doentes para outros donos,
neste momento, no máximo, serão capazes de nos
manter onde estamos. ”

Esse foi um grande desafio para os grupos empresariais que


estavam com boa saúde financeira, que tinham nessas oportuni-
dades uma perspectiva de retorno muito maior vis-à-vis a con-
tinuidade de programas de novos investimentos para aqueles
mesmos segmentos, para aquela mesma finalidade.

“O segundo é a restrição
do crédito ao consumidor, Quem faz a diferença
porque o horizonte ainda é o fator humano.
é de incerteza e os agentes Vence quem é
financeiros temem uma
mais competente
onda de redução dos pos-
tos de trabalho. Ocorre que, e disciplinado,
assim, o círculo vicioso vai intuitivo, ousado e
rodar ao contrário. Sem criativo, com forte
crédito não haverá consu-
espírito de equipe.
mo e sem consumidores a
redução dos postos de tra-
balho será inevitável.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 17


Coleção CIEE 10?

Não será com a transferência dos ativos daqueles


que se fragilizaram ou com o dinheiro protegi-
do nos cofres que vamos sair da crise. Os brasi-
leiros não podem perder a confiança no futuro, e
a condição para isso é investir para crescer, em
qualquer momento. Cabe ao governo ampliar suas
ações nesta direção.”

No dia 30 do mesmo mês, nós fizemos uma provocação com


outro artigo, com o título “Criação de valor”. Também desta-
quei esse para o aquecimento do nosso debate:

“As corridas de automóveis, como a Fórmula 1, por


exemplo, simbolizam de maneira bastante didática
o que faz a diferença no mundo empresarial, cada
vez mais competitivo. Os regulamentos procuram

Plateia assiste atentamente o Fórum de Debates.

18
nivelar ao máximo possí-
vel as equipes concorrentes. Enfatizo a
A potência dos motores é se-
importância de
melhante, a tecnologia dos
pneus e a qualidade dos com-
cada vez mais
bustíveis são iguais. inserirmos o
serviço em todos
Mas os pilotos não. Quem faz
os produtos que
a diferença é o fator humano.
Vence quem é mais competen-
fabricamos. Essa é a
te e disciplinado, intuitivo, ideia de servir
ousado e criativo, com forte ao cliente.
espírito de equipe, caracterís-
ticas que destacam pessoas e
empresas em qualquer campo de atuação.

O processo de globalização, que se acelerou nas úl-


timas décadas com os avanços tecnológicos em te-
lecomunicações e transportes, trouxe consigo uma
série de desafios. Para citar apenas dois, passamos
a viver em um ambiente de risco elevado e de alta
competitividade. Especialmente agora, com a crise
que afeta o planeta, experimentamos uma situação
em que risco e competitividade se acirram.

E aqui chegamos ao ponto que nos interessa: no fi-


nal da primeira década do século XXI, o Brasil con-
tinua sendo um grande exportador de matérias-
primas. São as chamadas ‘commodities’, como os
minérios e a soja, onde esses dois ainda, na pauta

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 19


cOleçãO ciee 10?

recente de nossas exportações, repre-


sentam praticamente 20%.
“Fornecedores que
agregam serviços Quando o consumidor se retrai, os
aos produtos que preços caem e os exportadores têm di-
entregam trabalham ficuldades para escapar da armadi-
lha anunciada. Transformam-se em
com o cliente,
reféns dos mercados. Está evidente que
sentido-se parte o momento exige novas atitudes.
de uma mesma
equipe, porque Pessoas, empresas e governos preci-
sam se diferenciar como os bons pi-
conhecem suas
lotos de Fórmula 1, o que significa
operações e suas desenvolver a arte de avaliar riscos,
necessidades”. perceber oportunidades, preparar-se
para aproveitá-las e tomar iniciati-
vas que surpreendam. No caso dos
vendedores de matérias-primas, os fator humano
diferenciador pode se chamar serviço.”

Quero aproveitar para enfatizar a importância de cada vez


mais inserirmos o serviço em todos os produtos que fabrica-
mos. Essa é a ideia de servir ao cliente, incluindo no produto
algo que também represente uma entrega ao cliente. Aqueles
que não se preocuparem em introduzir serviço em seus produ-
tos ficarão cada vez mais distantes da concorrência.

“Fornecedores que agregam serviços aos produtos


que entregam trabalham com o cliente, sentindo-se
parte de uma mesma equipe, porque conhecem suas

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operações e suas necessidades e porque investem
no desenvolvimento de novos produtos necessários
aos propósitos do cliente de também crescer.

Nesse sentido, é sempre oportuno lembrar que con-


quistar clientes não é exatamente uma tarefa di-
fícil. Muito mais desafiador é mantê-los. Agregar
serviços na venda de commodities é portanto oportu-
nidade para criar valor em todos os elos da cadeia
produtiva, para construir relações duradouras de
parceria com o cliente e estabelecer diálogos fun-
dados no compromisso recíproco de gerar riquezas
para a sociedade.”

Quero dar um exemplo para que vocês entendam o que isso


significa. Hoje, na Braskem, pratica-
mente 70% do que está sendo produzi-
do em suas 16 fábricas já está compro- mas, com a
metido com os clientes. Ou seja, a visão
abertura às
não é a de produção de commodities.
importações nos
Trata-se de efetivamente deixar de anos 1990 tivemos
olhar a empresa exclusivamente sob a que escolher:
óptica do mercado e passar a pensar
ou crescíamos
na óptica do cliente e valorizá-lo. Isso é
muito importante porque somente as- ou acabaríamos
sim são atendidos realmente todos os esmagados pela
requisitos de fidelidade e de parceria. concorrência
externa.
Vou apresentar, agora, o artigo com

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 21


cOleçãO ciee 10?

o título “A geração de riqueza”, publica-


do em 22 de fevereiro deste ano:
Se o momento que
o mundo vive para “A experiência empresarial brasileira
alguns é prenúncio além das fronteiras nacionais é rela-
tivamente recente. Até o final da déca-
de horizontes cada
da de 1980, podemos dizer que nossa
vez mais sombrios, economia era introvertida. Vendía-
para as empresas mos pouco ao exterior e a presença de
brasileiras pode nossas empresas fora do país era mí-
nima. Por décadas, a política de subs-
oferecer novas
tituição de importações estimulara os
janelas de empresários a só cuidarem do merca-
oportunidades. do interno. Havia também pouco cré-
dito para investimento fora do país.

Mas, com a abertura às importações nos anos 1990


tivemos que escolher: ou crescíamos ou acabaríamos
esmagados pela concorrência externa. Felizmente,
crescemos. Hoje o mundo se abastece com nossos
produtos e mais, organizações nacionais puseram-
se a abrir filiais e a comprar empresas lá fora.

Como resultado, em 2006, pela primeira vez, o volu-


me de investimentos diretos do Brasil para o exterior
foi maior que os aqui recebidos. Foi valioso o apoio
do governo para tanto, o qual compreendeu que a in-
ternacionalização nos torna mais competitivos, traz
novas tecnologias e estimula a agregação de valor
nas várias cadeias produtivas.

22
Por isso, se o momento que o mundo vive para alguns
é prenúncio de horizontes cada vez mais sombrios,
para as empresas brasileiras pode oferecer novas
janelas de oportunidades. Nesse sentido, vejo amplo
espaço de atuação especial nas nações da América
Latina e da África, ou seja, no hemisfério sul.

São, na maioria, países em busca de desenvolvimen-


to e, portanto, carentes de quase tudo, mas deten-
tores de enorme potencial de riquezas, represen-
tadas principalmente pelos recursos naturais de
que dispõem.
Nossas empresas
Defendo, entretanto, que
as empresas brasileiras te-
globais devem,
nham com esses potenciais em cada país
clientes uma atitude diver- onde aportam,
sa da que muitas vezes é contribuir com o
adotada pelas corporações
do hemisfério norte.”
desenvolvimento,
gerando riquezas
Ressalto que foi assim que agimos que sirvam à
na maioria das vezes, considerando melhoria da
toda a nossa experiência de 30 anos no
exterior.
qualidade de vida
das pessoas, de
“O grande erro dessas em- forma que ocorra
presas do hemisfério norte um crescimento
tem sido chegar a uma na-
ção pobre e não ter a pre-
casado.
missa de que o desenvol-

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 23


Coleção CIEE 10?

vimento de seus negócios deve


estar alinhado com o cresci-
mento econômico e social local.
Disso decorre um comporta-
mento predador que tem feito
com que países, principalmen-
te na África, experimentem o
drama de ver a exploração de
seus recursos inversamente
proporcional à riqueza local
que geram. Quanto mais pro-
duzem, mais pobres ficam.

Sejamos diferentes. Nossas em-


presas globais devem, em cada
país onde aportam, contribuir
Emílo Odebrecht.
com o desenvolvimento, gerando
riquezas que sirvam à melhoria
da qualidade de vida das pessoas, de forma que ocor-
ra um crescimento casado. Onde houver uma empre-
sa brasileira, que esta atue como agente de prospe-
ridade econômica e de justiça social.”

Quero exemplificar com uma pequeno aprendizado que


tivemos durante esses 30 anos nos países do hemisfério sul.
Chegamos a ter 90% do nosso movimento da área de engenha-
ria no exterior em determinados momentos. Atualmente, 70%
da receita da área de engenharia vem do exterior. Posso dizer
que a questão, no hemisfério sul, não é vender o produto ou o
serviço, mas sim servir ao clientes.

24
São clientes que têm desejos mas não sabem como materia-
lizá-los. Nosso grande papel como empresários é fazer com que
os sonhos deles se tornem efetivamente realidade, conseguir
realmente fazer com que seus desejos possam se transformar,
na prática, naquilo que eles sonharam. Nesse aspecto, são to-
talmente carentes: não sabem como definir a melhor opção,
não possuem engenharia financeira, não têm garantias para
oferecer, não conseguem, portanto, sequer definir um projeto.

Ou seja, o aspecto mais relevante é que o empresário que


servir seu cliente com consciência, pro-
curando auxiliá-lo na formatação de
seus desejos, estará colocando seus Chegamos a ter
produtos e seus serviços.
90% do nosso
Apresentarei, em seguida, a publi-
movimento da
cação, em 31 de maio, de uma agenda área de engenharia
estratégica. Para que possam entender no exterior em
o contexto, essa publicação teve rela-
determinados
ção com o que vi em uma discussão
muito presente no Brasil inteiro sobre
momentos.
a taxa de crescimento. A meu modo de Atualmente, 70%
ver, esse debate é apenas uma enor- da receita da área
me perda de tempo. Isso me motivou
de engenharia vem
a publicar esse artigo. Felizmente, não
observei essa tendência dentro da or-
do exterior.
ganização, mas procurei também fazê-
la participar dessas ideias.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 25


Coleção CIEE 10?

“Estamos vivendo no Brasil uma sensação meio ge-


neralizada de que, no campo da economia, o pior já
passou. Sou dos que concordam, mas tem me cha-
mado a atenção o comportamento de lideranças po-
líticas e empresariais que parecem ter optado por se
concentrar na solução das questões imediatas, com
foco no curto prazo.

É óbvio que temos que mobilizar nossas energias


para ações que impactem o curto e o médio prazo,
na perspectiva da sobrevivência e do crescimen-
to, mas com visão de longo prazo, o que significa
pensar também na perpetuidade das instituições
e dos negócios.

Portanto, o que precisamos agora é de uma agen-


da estratégica que, sendo expressão da vontade da
maioria, nos permita sair muito mais fortaleci-
dos das dificuldades que tivemos que enfrentar.
Listo, abaixo, as prioridades que, em minha opi-
nião, devem compor essa agenda conforme venho
defendendo em diversos fóruns.”

Melhoria da educação em todos os níveis, com ênfase


para o ensino profissionalizante

Quero ressaltar que estamos perdendo uma grande oportu-


nidade nessa área. Deveríamos ter feito muito mais, como foi
feito na Coreia, como foi feito na Noruega ou mesmo no Iraque,
que chegou, há 30 anos, a destacar 40% do seu orçamento para

26
educação. Infelizmente não conseguimos avançar nessa dire-
ção, mas essa capacidade é o único aspecto que fará diferença
para que possamos continuar a ser competitivos como país e
como empresa.

E quero chamar a atenção, como uma provocação, sobre


um aspecto mais pernicioso. As organizações brasileiras que
conseguirem, por filosofia ou por cultura, qualquer que seja
seu sistema, ser atraentes para os profissionais, irão reunir a
minoria melhor capacitada. Com isso, a maioria das empresas,
considerando o Brasil como um todo, irá apresentar uma mé-
dia medíocre. Só há uma forma de sair dessa situação: inves-
tirmos efetivamente em educação. Isso não é coisa só para as
empresas. É de toda a sociedade e do governo também.

Investimentos no desenvolvimento de tecnologia

Essa é outra área onde também já fizemos muita coisa, mas


muito menos do que precisamos.

Investir em infraestrutura

Reforma política abrangente que nos livre do egoísmo


partidário, da visão de eleição que ainda prevalece so-
bre a visão de geração e da hierarquia dos interesses
pessoais sobre os da coletividade, porque é o maior
pré-requisito para o sucesso das demais reformas que
o país exige.

Quero fazer uma colocação sobre a qual não tenho mais

Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e desafios 27


Coleção CIEE 10?

dúvidas e tenho investido muito nessa direção. Se não fizer-


mos logo a reforma política estaremos comprometendo todas
as demais reformas. Por esse motivo que não saiu reforma tri-
butária, não saiu reforma sindical, não saiu reforma previden-
ciária e assim por diante. A reforma política precede a todas
elas para criar nos atores que discutirão as outras reformas
tranquilidade e um outro estágio de amadurecimento.

Geração de postos de trabalho pela concretização do pro-


grama habitacional para a população de baixa renda, com
novos investimentos em infraestrutura e apoio à agricul-
tura, porque são medidas para o curto prazo de eficácia
inquestionável.

E, por último, mobilização nacional visando qualificar os


três poderes da República para que possam melhor servir
à sociedade e não a sociedade servir aos três poderes.

Esses foram os pontos que eu já estava, há algum tempo, co-


locando como a nossa agenda para sairmos da crise mais forta-
lecidos. Infelizmente, não foram assim considerados na dimen-
são que eu imaginava e que o país precisa.

“Observem que não consta dessa agenda e nem das


reflexões que a embasam a preocupação com quan-
to vamos crescer. Neste momento, essa discussão
não me parece relevante. Aliás, nunca tomei de-
cisão na minha vida de empresário pautado pela
taxa de crescimento, que é apenas uma das variá­
veis em um processo de planejamento, e não é a
mais importante.

28
A hora é de agirmos em um esforço coletivo, com
determinação e responsabilidades compartilha-
das, porque só assim vamos reduzir o desemprego
e alcançar o crescimento capaz de proporcionar
distribuição de riquezas. O Brasil soube construir
as bases para enfrentar a crise com segurança e
equilíbrio. Agora, temos oportunidade de formu-
lar uma agenda estratégica que, no pós-crise, nos
leve a um novo patamar na esfera mundial. Não
vamos desperdiçá-la.”

Também defendi com vigor que não deveríamos estimular a


mudança de propriedade de empresas fragilizadas de diversos
segmentos econômicos e produtivos, e muita coisa nesse sen-
tido foi e está sendo feita. Porém, acho que devemos estimular,
sim, a busca de empresas fragiliza-
das no exterior.
Ao longo de meus
Esse movimento tem sido feito por
mais de 40 anos
vários grupos e todos ainda terão
muitas informações nesse sentido até de trabalho tive
o final do ano. Sem dúvida nenhuma oportunidade
isso deixará o Brasil em uma posição de conviver com
altamente relevante em nível interna-
empresários e
cional, possuindo empresas campeãs
mundiais. empresários. Sim,
podemos separá-
Para a publicação de 2 de agosto, los em grupos
com o título “Empresários e empresá-
bem distintos.
rios”, entendi que deveria fazer uma
provocação para que todos os empre-

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 29


cOleçãO ciee 10?

sários pudessem fazer uma reflexão e


uma autocrítica, em função desse con-
Aliás, nunca tomei vívio mais íntimo com as questões da
decisão na minha agenda estratégica, quando pude per-
vida de empresário ceber o joio e o trigo.

pautado pela taxa “Ao longo de meus mais de 40 anos


de crescimento, de trabalho tive oportunidade de
que é apenas uma conviver com empresários e empre-
das variáveis em sários. Sim, podemos separá-los em
grupos bem distintos. Dessa convi-
um processo de vência recolhi aprendizados que me
planejamento, permitem apontar algumas diferen-
e não é a mais ças que os caracterizam.
importante.
Existem aqueles que jamais estão
satisfeitos e os que se satisfazem
com os resultados que já alcança-
ram, acomodados. Os que criam novos mercados
e os que se limitam a aumentar a participação
no mercado existente. Esse faz diferença. Os que
buscam surpreender os clientes com inovações e
os que se contentam em satisfazer apenas os clien-
tes. Os que pensam no longo prazo com visão de
estadista e os que são imediatas e mercenários.
Os que tomam decisões intuitivas e os que são ló-
gicos, racionais. Os que são criativos e fazem as
coisas acontecerem, os que esperam que as coisas
aconteçam. Os que formulam e desenham o cami-
nho para onde querem ir e os que simplesmente
reagem. É um tipo muito comum, infelizmente.

30
Os que acertam mais do que erram e quando erram
viram a página e usam o erro como fonte de apren-
dizado e os que preferem se lastimar pelos erros co-
metidos. Os que analisam os custos e benefícios e os
que se preocupam apenas com os custos. Isso é muito
comum no profissional de hoje, infelizmente.

Às características associadas aos que figuram no


primeiro grupo acima, acrescento que o empre-
sário autêntico prioriza a obtenção do lucro me-
diante decisão com foco na satisfação do cliente
e no aumento crescente de produtividade. Busca
sempre maiores lucros, mas os destina priorita-
riamente ao fortalecimento da empresa, visando
seu crescimento qualitativo e quantitativo. Tem

Emílio Odebrecht recebe de Ruy Martins Altenfelder Silva


o Troféu Integração.

Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e desafios 31


cOleçãO ciee 10?

seu patrimônio pessoal e seu destino, planos de


vida e carreira, casados com o da empresa. Zela
para a empresa se manter no rumo da sobrevivên-
cia, do crescimento e da perpetuidade.”

Eu acredito que nada se perpetua ou se torna duradouro, se


não trouxer resultados efetivamente, se não for autossustenta-
do. O que não é autossustentável, o que não é rentável, tem sua
duração máxima no período de vida daquele que o criou.

“Eles têm consciência de que suceder e ser sucedi-


do são responsabilidades que assumem com as no-
vas gerações, os clientes, os acionistas e o futuro
da empresa. Sabem se autoavaliar, visando o pró-
prio desenvolvimento e a identificação de equipe
e parceiros que lhes sejam complementares.”

Com o Quero fazer uma provocação so-


autoconhecimento, bre o tema para entendimento do
mesmo. Não consigo entender um
o profissional profissional, seja um empreendedor
consegue montar isolado ou seja dentro de uma orga-
uma equipe capaz de nização, que não fundamente sua
realizar plenamente atividade em uma avaliação própria
de seus pontos fortes e de seus pon-
a missão e os tos fracos. A melhor forma de traba-
objetivos que lhar é conhecer a si próprio. Com o
pactuou com seu autoconhecimento, o profissional
líder. consegue montar uma equipe capaz
de realizar plenamente a missão e os
objetivos que pactuou com seu líder.

32
Emílio Odebrecht autografa seu livro após o evento.

É muito importante pararmos e nos avaliarmos continuamen-


te, não só para criarmos o processo do autodesenvolvimento e do
aperfeiçoamento que precisamos, mas também para estarmos
continuamente buscando os parceiros que nos complementam.
Essa complementaridade e esse autodesenvolvimento são funda-
mentais para alcançarmos sucesso nos nossos objetivos.

“Esse empresário reconhece os parceiros talento-


sos como agentes do desenvolvimento da empre-
sa e sabe estimular delegando responsabilidades
maiores que a condição momentânea do indiví-
duo porque confia no potencial das pessoas.”

Olhando para o Brasil do futuro: perspectivas e desafios 33


Coleção CIEE 10?

Gostaria também de ressaltar outra provocação nesse ponto:


a melhor forma de desenvolver uma pessoa que tem bagagem
conceitual, que tem potencial, não é exigir apenas o que eles
podem fazer com facilidade. Deve-se dar responsabilidades aci-
ma de sua competência no momento porque, quando elas apre-
sentam potencial e possuem conceitos, elas buscarão formas de
se desenvolver para alcançar os objetivos. A melhor forma de
treinar as pessoas é manter a cenoura sempre na frente.

“É um líder educador fundamental e pratica a pe-


dagogia da presença, compartilhando tempo, pre-
sença, experiência e exemplo.”

Da esq. p/ a dir.: Ney Prado, Luiz Gonzaga Bertelli, Emílio Odebrecht,


Ruy Martins Altenfelder Silva e Hermann Wever.

34
Nada melhor na organi-
zação que a presença de um
líder educador que seja um O profissional
elemento que traz resultados precisa assumir
para a organização. Mas tão a postura de ser
importante ou mais impor-
dono de si próprio.
tante é ele também trazer e
formar outros parceiros para É preciso ter
a organização. As empresas consciência,
que contam com vários líde- auferir resultados
res educadores são as que
e deles participar.
tendem a ter sucesso.

“Divide os acertos e assume os erros. Esse é o papel


do líder. É humanista e flexível, mas não é frágil.
Tem consciência plena da responsabilidade social,
cultural e ambiental da empresa que dirige.”

Isso é fundamental há muito tempo. Sempre defendemos


essa postura e ela faz parte de nossa cultura. Não existe, para
o empresário, separação entre a responsabilidade econômica
e a social, a ambiental e a cultural. É muito importante termos
essa consciência e nos comportarmos de acordo com ela.

Dispensarei a leitura do último artigo, publicado em março,


sobre o fim do emprego. Nele, eu defendo uma união entre es-
cola, empresa e o profissional, visando produzir uma consciên-
cia de que ele precisa se autorremunerar. Precisamos terminar
de uma vez por todas com o pensamento de direito cartorial,
como se a empresa fosse um cartório. Isso não pode existir.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 35


cOleçãO ciee 10?

O profissional precisa assumir a


Não existe, para postura de ser dono de si próprio.
o empresário, É preciso ter consciência, auferir
separação entre a resultados e deles participar. E ter
consciência de que parte dos resul-
responsabilidade
tados que ele cria precisa ficar na
econômica e a empresa, a qual deve ter como cultu-
social, a ambiental ra o reinvestimento para criar novas
e a cultural. É muito oportunidades, seja para ele, seja
para novos parceiros.
importante termos
essa consciência e Assim, coloco-me à disposição de
nos comportarmos todos para contribuir ou provocar
de acordo com ela. ainda mais para que a mente dos
participantes da plateia não pare de
questionar.

36
Agradecimento
Agradecimento

HERMANN WEVER
Conselheiro do CIEE e responsável pelo Comis-
são Técnica de Planejamento Estratégico e Lo-
gística da entidade.
cOleçãO ciee 10?

P
retendo transmitir uma mensagem curta, mas que me
foi despertada pelas palavras do ilustre palestrante.
Ele mencionou que a responsabilidade do empresário
é ser um líder educador, com uma grande responsabilidade so-
cial, ambiental e cultural.

Neste último aspecto, o cultural, como o assunto não foi


discutido, gostaria de destacar a extraordinária contribuição
que o Grupo Odebrecht vem dando, há mais de 40 anos, por
meio da publicação de livros e trabalhos de grande qualidade,
voltados à realidade e à cultura brasileira, aos seus artistas e
professores, entre outros.

O último livro, por exemplo, é sobre frei Vicente de Salvador,


um dos primeiros que escreveu sobre história do Brasil. Todos
nós, ligados a este setor cultural, devemos agradecer a extraor-
dinária contribuição que o Grupo Odebrecht vem dando e que,
com certeza, continuará a dar no futuro.

38
DEBATES
cOleçãO ciee 10?

Luiz Gonzaga Bertelli, Presidente Executivo do CIEE, coordenou o


DEBATES
debate por meio da leitura de perguntas escritas por membros da pla-
teia e recebidas pela Internet.

Na última revista Agitação, publicada pelo CIEE, o palestrante


contou que foi estagiário quando estudante de engenharia na Bahia.
Comente a importância dessa fase de treinamento para sua carreira pro-
fissional.

EMÍLIO ODEBRECHT
Em primeiro lugar, colocaria para os estagiários a necessidade de prio-
rizar os estudos. Infelizmente, no passado, na minha geração, isso não
prevalecia, mas, hoje, levamos muito a sério na organização o estímulo
ao estudo para esses estagiários.
É natural que o estagiário estudante, ao iniciar o trabalho profissional,
principalmente na carreira que escolheu por convicção, por desejo e por
amor, sinta-se enormemente estimulado com o trabalho. Por isso acho
importante reafirmar essa iniciativa.
Um segundo ponto, e respondendo diretamente à pergunta, o que mais
me impressionou logo no início foi a importância da equipe. A impor-
tância das relações pessoais, a importância de se conhecer as pessoas,
motivar as pessoas, desafiar as pessoas. Esse foi o aprendizado que diria
mais importante que recebi já no início do estágio.
Também percebi a relevância de uma capacidade psicológica, principalmen-
te para o profissional que lida com gente. Além de avaliar, ele também pre-
cisa possuir capacidade psicológica para lidar com as pessoas. A psicologia
é muito importante para o profissional, não tanto para o pesquisador que
trabalha individualmente, mas para aqueles que têm papel de liderança de
equipes. A relação do líder com os liderados é muito importante e saber
conhecer essas pessoas é o primeiro passo para o sucesso.

40
Detalhe um pouco mais seu pensamento sobre a reforma política e
a capacitação dos três poderes no nosso país.

EMÍLIO ODEBRECHT
O que efetivamente percebemos atualmente com referência à reforma
política? Porq ue ela não saiu até hoje? Não podemos nos iludir. Ela
não saiu porque a mudança não interessa ao status quo atual. Hoje,
o esquema que está aí não funciona a serviço do país e nem a serviço
da sociedade. Ao contrário, o país e a sociedade estão a serviço dele.
É uma inversão completa de valores. Os tempos mudaram. As pessoas
mudaram. Os objetivos são outros.
Então, não sendo realizada a reforma política para renovar o quadro
político, pergunto como aqueles que aí estão vão definir as demais re-

DEBATES
formas? Como eles terão condição de definir as demais reformas se eles
têm, em primeiro lugar, que preservar aquilo que está em vigor? Por
isso, temos que fazer um esforço, todos nós da sociedade, para exigir
efetiva prioridade na reforma política. Em seguida, eu tenho certeza, as
demais reformas sairão de forma muito tranquila.
Quando à questão dos três poderes, entendo ser necessária uma reen-
genharia, um repensar, a respeito da forma como funcionam os três po-
deres: qual é efetivamente o papel de cada um, como devem se organi-
zar, quais são os conceitos que devem prevalecer tanto para o executivo
como para o legislativo e o judiciário.
Não acho, porém, que temos instituições frágeis. Acho que somos um
dos países do mundo com poderes muito bem constituídos e uma demo-
cracia diferenciada. Eu digo com certeza que estamos em uma situação
bastante favorecida em relação aos países do hemisfério sul em geral e
a muitos do hemisfério norte também. Mas, como tudo na vida, nosso
sistema tem seus problemas e seus defeitos e precisa se aperfeiçoar.
Entendo que temos que estar sempre insatisfeitos com o status quo.
Essa é uma condição preliminar para todos os empresários e profissio-
nais. Para um político, por exemplo. O político que entra na política para
ser só um vereador nunca será um bom vereador. Ele tem que almejar
entrar como vereador e desejar chegar a presidente da República, no
mínimo.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 41


cOleçãO ciee 10?

Esse objetivo do crescimento constante é indispensável para o aperfeiço-


DEBATES
amento das pessoas e para não haver acomodação. Mesmo que nosso
político permaneça como vereador, ele deve ter esse objetivo e deve estar
sempre em busca desse preparo.
Então, é nesse sentido que acho que estamos precisando abordar a
questão, sobre como estruturar melhor os três poderes para conseguir-
mos a realização de seus objetivos e para conseguirmos executar o que
o país precisará daqui para frente, cada vez mais.

Na sua percepção de empresário bem-sucedido, que reflete sobre a


conjuntura, inclusive nos seus artigos na Folha de S. Paulo, o Brasil
de hoje é melhor que o Brasil de duas ou três décadas atrás?

EMÍLIO ODEBRECHT
A resposta é positiva, sem dúvida. Não tenho nenhuma dúvida em afir-
mar isso e acho que nossa sorte é a miscigenação existente no Brasil.
Essa é uma característica muito boa do nosso país: um Brasil inteiro
falando a mesma língua e uma sociedade diferenciada.
Entendo que, por isso, devemos ser mais exigentes conosco. Temos duas
bases que são indispensáveis para o futuro: diversidade de natureza e
diversidade de povo. É muito importante essa consciência para nunca
ficarmos satisfeitos com o que alcançamos. Temos que alcançar muito
mais que a maioria dos outros países porque temos esses pré-requisitos.
Gostaria ainda de salientar, além da resposta afirmativa, a grande evo-
lução do jovem se compararmos a situação de 20 ou 30 anos atrás com
a atual. Vemos uma evolução grande e tenho muito orgulho e satisfação
de ver a juventude de hoje com outro nível de preparo, com outra com-
petência, usando instrumentos de trabalho que no passado nem eram
imaginados, que dão a eles um enorme potencial de contribuição e de
produtividade.
Porém, entendo que está faltando, ainda, o desenvolvimento de um
aspecto, e aproveito para provocar os jovens. Todo empresário, todo
profissional tem que olhar sua atividade de uma forma equilibrada, con-

42
siderando o campo político-estratégico, o estratégico-empresarial e o
empresarial-operacional. Esse equilíbrio é que permite que as pessoas
se comportem como empresários, como executivos, como gerentes e
não apenas como técnicos.

NEY PRADO
Como era sua empresa há 30 anos?

EMÍLIO ODEBRECHT
Havia exatamente muito equilíbrio em relação a essas três abordagens. E
percebo, hoje, um entusiasmo exagerado dos jovens pelos instrumentos.

DEBATES
Por exemplo, um menino de dez ou doze anos, que fica muitas horas em
frente a uma televisão ou a um computador, deixa de ter a condição de se
relacionar com as pessoas.
Vemos, atualmente, que as relações pessoais dos profissionais estão
sendo substituídas pelas relações via e-mail. Não sou contra o avanço
tecnológico, pelo contrário, mas é preciso ter a consciência do equilíbrio
desses aspectos.
Não há nada mais rico na relação entre líder e liderado do que o conhe-
cimento do liderado dos motivos da decisão. A decisão em si é o que
menos importa no processo educativo, mas sim o porquê ela foi tomada.
O alinhamento entre líder e liderado é fundamental e é difícil de ser obti-
do em profundidade e amplitude à base de e-mail ou telefone. É preciso
haver o equilíbrio.
Nesse aspecto, levanto a questão da ausência de visão político-estra-
tégica dos jovens de hoje. Eles estão muito ocupados e comprometidos
com as questões do avanço tecnológico e me parece que estão faltando
neles algumas coisas que eu colocaria para reflexão, nessa retomada de
equilíbrio.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 43


cOleçãO ciee 10?

Qual a sua preocupação com o balanço social e a responsabilidade


DEBATES
social? Os empresários brasileiros não deveriam se preocupar mais com a
educação e com o balanço social do país?

EMÍLIO ODEBRECHT
Sem dúvida. Eu nem diria que eles deveriam se preocupar mais. Já ficaria
bastante satisfeito se houvesse uma preocupação compartilhada, casada.
Nós fazemos, anualmente, o nosso balanço social.
Nele divulgamos tudo aquilo que se relaciona com os efeitos tangíveis
e intangíveis que a organização produz para o país, a sociedade, a na-
tureza e os homens.

Tudo indica que a engenharia é um dos segmentos mais importan-


tes para o desenvolvimento sustentável do país. Então, por que ainda
existe uma grande carência de engenheiros no mercado brasileiro? A
formação atual dos estudantes de engenharia está coerente com nossas
necessidades presentes e do futuro próximo?

EMÍLIO ODEBRECHT
É importante relembrarmos um pouco do passado. Até 1986 ou 1987,
tivemos no Brasil muito crescimento e investimentos que estimulavam
o profissional que gostava do segmento da engenharia a seguir para a
universidade nessa direção.
Depois, houve uma paralisação desse processo quando, por exemplo,
chegamos a ter 90% da área de engenharia de nossa organização no
exterior. Não houve mais investimentos no país que absorvessem ou
estimulassem o crescimento dos profissionais dessa área.
Hoje, na nossa organização, temos 70% no exterior e 30% no país na
área de engenharia, porém o crescimento foi muito grande. A organiza-
ção tem, atualmente, aproximadamente 108 mil pessoas. Destas, quase
60 mil estão no exterior. Este é o primeiro momento em que a organiza-
ção passou a ter mais de 40 mil pessoas trabalhando no Brasil desde a
década de 1970. É importante ter conhecimento desse processo para se

44
compreender o que acontece.
Porém, o Brasil não tem condições para suportar o ritmo de crescimento
atual sem desenvolver uma infraestrutura para acompanhar essa neces-
sidade de crescimento. Portanto, todos os profissionais direta ou indi-
retamente ligados ao ramo da engenharia terão muitas oportunidades.
Quero aproveitar e salientar um aspecto que pude observar em minha
vida profissional, inclusive convivendo com outros grupos empresariais.
Poucos campos profissionais apresentam a condição de desenvolver
pessoas como a engenharia. A prestação de serviços da engenharia efe-
tivamente cria um ambiente muito favorável ao desenvolvimento dos
profissionais.
Basta apenas observar que, na maioria das organizações de outros ra-
mos produtivos, há nos bastidores um engenheiro que trabalhou na

DEBATES
área de engenharia, mesmo que seja no campo financeiro ou no campo
industrial de outro setor. O campo da engenharia é uma fonte de forma-
ção profissional.

Existe, hoje, um grande desalento entre os jovens no que concerne


aos nossos políticos e legisladores. Desse modo, como criar valores com
a classe política que temos atualmente?

EMÍLIO ODEBRECHT
Por meio da reforma política, não tenho dúvida. Hoje, a política estimula
o joio e desestimula o trigo, ou seja, desestimula a participação de bons
políticos. Eu não vejo outro caminho e entendo que ela é fundamental
para tratarmos de todos os demais problemas do país.
Nosso regime é democrático e exige políticos comprometidos com essa ne-
cessidade do país e do mundo. Estou respondendo de forma muito direta
porque tenho muita convicção sobre isso.

O senhor acha que a securitização imobiliária está ajudando a ala-


vancar a construção civil brasileira? E, com o desenvolvimento da se-
curitização imobiliária, o Brasil não corre o risco de um crash, tal como

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 45


cOleçãO ciee 10?

aconteceu com o mercado hipotecário dos EUA?


DEBATES
EMÍLIO ODEBRECHT
Tenho certeza de que todos vocês já têm conhecimento desse tema. Os
EUA seguiram uma linha na qual o mercado controlava tudo e podia
fazer tudo. Não se impunham regras e tudo era feito na base da con-
fiança. A prioridade era a privatização, e o papel do governo era o mais
enxuto possível.
No entanto, a existência de regras no Brasil, que foi muito criticada,
foi o que nos deu uma situação diferenciada. Nós tínhamos regras, de-
terminadas regras que, se no passado incomodaram, não permitiram
acontecer o que aconteceu nos EUA devido à inexistência de regula-
mentação.
O ser humano é, por princípio, ganancioso. Existem aqueles que se con-
trolam e aqueles que não. Quem não tem visão de resultado efetivamen-
te não vai chegar a lugar nenhum. É necessário um equilíbrio. Quando
não se têm regras e existe a possibilidade de se ganhar cada vez mais,
começa-se a relaxar no controle, sem nenhuma dúvida. É extremamente
importante definir premissas para consigo mesmo e para seu negócio.
Quando se tem um negócio e alguém quer entrar nesse negócio com
você, essa pessoa deve saber quais são as premissas. Toda vez que você
abre mão de uma, você fatalmente terá um problema adiante. Seguir
os princípios, seja em nível pessoal, em relação a seus valores, ou em
relação aos negócios, é fundamental.

Atualmente, o maior problema do mundo é o aquecimento global,


o efeito-estufa e todos os prejuízos que a poluição ambiental e o consu-
mo desenfreado dos recursos naturais produzem. Como a humanidade
poderia sair dessa enrascada no curto prazo?

EMÍLIO ODEBRECHT
Eu acredito que essa situação é semelhante à da educação. Provavel-

46
mente, todos concordam que a educação é prioritária, importante e
fundamental. E por que ela não tem a ênfase que deveria? Porque os
resultados não aparecem para aqueles que se dedicam a ela, são resul-
tados de longo prazo. O grande risco dessas medidas que estão sendo
elaboradas é que o indivíduo sozinho não é punido por não segui-las. As
consequências são divididas com a coletividade.
As medidas estão sendo tomadas. Cabe a todos nós não apenas ter essa
consciência, mas ter coragem de abrir mão de certas comodidades, de
ceder ao mais fácil. Isso vale tanto no campo da educação como para
as medidas que estão sendo tomadas em relação ao aquecimento do
planeta.
Não faltam medidas identificadas. Porém, é necessário força de vontade
e convicção e ter condição de abrir mão de privilégios e interesses que

DEBATES
existem hoje. Vou fazer uma analogia para explicar melhor. Por que, com
toda a força que este governo tem em determinadas áreas, ele não deu
algo a mais que poderia ter dado para a educação? E mesmo os governos
anteriores?
Todos fizeram um pouco, mas precisamos de alguma coisa além do nor-
mal, medidas especiais nesses campos prioritários, mas são medidas
cujos resultados não vão eleger ninguém porque não serão palpáveis.
Então, temos que ter consciência disso, e nós, da sociedade, temos que
pressionar os governos e começar a valorizar isso no voto.

A organização Odebrecht tem uma filosofia comprovadamente hu-


manista. O sucesso da organização também pode ser creditado a esta
visão?

EMÍLIO ODEBRECHT
Concordo e reafirmo: temos por convicção uma posição humanista, não
no sentido dócil e pejorativo, de caridade, mas no sentido da consciência
de que cada um de nós é agente do seu próprio destino. A organização
precisa criar um ambiente capaz de fazer com que todos possam aplicar
seus conhecimentos profissionais e dons pessoais em sua plenitude.

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 47


cOleçãO ciee 10?

Enfatizei bastante a importância da figura do líder educador. Não tenho


DEBATES
dúvida de que ele terá maior sucesso como educador se estiver em uma
organização que tenha um ambiente favorável a isso. Um ambiente que
o faça se sentir dono de si.
Há uns 25 anos, tive oportunidade de conversar com um colega que tra-
balhava no exterior, no caso o Peru. Eu sempre perguntava se ele estava
precisando de alguma ajuda e ele dizia que não, pois se sentia dono de si,
com controle da situação, e tinha tranquilidade para trabalhar.
É necessário manter condições para que todos os executivos, profissio-
nais e parceiros efetivamente se sintam no controle da situação e pos-
sam colocar em prática todas as suas potencialidades e todos os seus
conhecimentos.

Quais as saídas para um país como o Brasil, que tem 25% da sua
população formada por analfabetos, puros ou funcionais, profissionais
com defasagem na escolaridade de mais de três anos e outros graves
problemas, entre os quais quase a metade de seus jovens fora da escola
e/ou do trabalho?

EMÍLIO ODEBRECHT
Nós estamos preocupados, mas estamos agindo e temos consciência
de que temos até conseguido uma diferenciação em relação à maioria.
Consideramo-nos uma organização atraente, mas temos consciência
de que somos brasileiros. Somos uma empresa brasileira, nossa base
político-estratégica é no Brasil e não importa se estamos crescendo mais
no exterior do que aqui. Aqui estão as nossas raízes.
Eu não acredito em nenhuma organização, de pessoa física ou jurídica,
que não valorize suas raízes e não tenha consciência da importância
delas. Então, eu diria que essas questões são preocupantes, mas todos
temos de romper essas dificuldades, conforme disse na resposta à per-
gunta sobre o aquecimento do planeta, no campo da educação.
Nossa organização tem conseguido obter os profissionais que deseja
com uma dificuldade menor, mas temos sentido dificuldades. Estamos

48
investindo naquilo que cabe à empresa e, mais do que isso, em relação
aos profissionais, entendemos que nossa organização é uma escola. Fa-
zemos questão de ser dessa forma, valorizando muito nossos líderes
educadores, para que possamos efetivamente não só criar os novos pro-
fissionais e parceiros mas também aperfeiçoar os já atuantes.
Entretanto, temos consciência também de que se o país não conseguir
superar essas dificuldades, nossa organização também sofrerá, porque
estamos no Brasil.

A próxima pergunta é relacionada aos investimentos brasileiros na


América Latina. Comente sobre a política adotada por países vizinhos

DEBATES
latinoamericanos em relação às empresas brasileiras que investem nes-
ses países.

EMÍLIO ODEBRECHT
Tenho certeza de que a pergunta deve ser ligada à questão do Equador.
Muitos daqui conhecem esse fato. É uma situação típica em que devere-
mos fazer uma avaliação da questão, virar essa folha e aprender para o
futuro. Isto foi muito útil para a nossa organização.
Naquela ocasião, nossa organização estava operando em praticamente
todos os países da América Latina. Estávamos em uma posição onde as
pressões eram muito grandes devido ao estágio de nosso crescimento
nesses diversos países. Mas não fomos capazes de perceber que era
importante ter uma relação de confiança com eles, e não uma simples
relação comercial.
Sempre tivemos uma relação de confiança em todos os países onde ope-
ramos e já recuperamos as que estavam deficientes. Apenas uma relação
comercial não é suficiente, é necessário ter também confiança, porque em
determinados momentos, para atender a algum interesse, você pode virar
o bandido da história.
Assim, não nos interessa analisar o outro lado e não é o caso, porque o
outro lado não está presente. Desejo traduzir para vocês o nosso apren-
dizado, que foi muito importante para a organização. Não existe mais

OlhandO para O Brasil dO futurO: perspectivas e desafiOs 49


cOleçãO ciee 10?

hipótese de não construirmos uma relação de confiança com o cliente,


DEBATES
com as autoridades do país, em qualquer lugar que atuemos.
Há uma heterogeneidade de comportamentos e atitudes nos diversos
países. E são essas diferenças, muito ricas, que possibilitam o aprendi-
zado para as organizações que têm essa oportunidade. É muito difícil
encontrar, hoje, um profissional com mais de nove ou dez anos em nos-
sa organização que não tenha trabalhado um longo período no exterior.
Isso possibilita um amadurecimento, uma capacidade de raciocínio com-
pletamente diferente para nossos profissionais. É muito importante ter
consciência de que estas diferenças são sadias.
Por outro lado, o empresário deve ser apartidário, ele não deve se envolver
nas questões políticas intrínsecas dos países onde trabalha. Nem em nosso
país e, muito menos, nos países vizinhos.

Na sua opinião, por que programas do governo federal, como o


Primeiro Emprego, o do Aprendiz e o do Estagiário, não conseguem ter
sucesso e milhares de estudantes ainda aguardam por oportunidades
devido à adesão de poucas empresas brasileiras?

EMÍLIO ODEBRECHT
Como já disse anteriormente, a origem do problema é a falta de com-
prometimento das pessoas. Aqueles que estão à frente dos programas
acabam por utilizá-los como um meio para obter seus fins, que não são
aqueles para os quais se definiram esses programas.
Por isso digo, com muita tranquilidade, que precisa existir uma pressão
da sociedade valorizando o comprometimento, para que assim os políti-
cos e executivos públicos tenham consciência de que vão pagar no voto
pela não priorização desses assuntos, ou não sairemos do patamar em
que estamos agora.

50
COLEÇÃO CIEE
Coleção CIEE-01 (esgotado) Coleção CIEE-12 (esgotado) Coleção CIEE-24 (esgotado)
Estágio - Investimento Produtivo As Alternativas de Emprego para Brasil: Saídas para a Crise
Publicação Institucional do CIEE o Mercado de Trabalho Alcides de Souza Amaral
Walter Barelli
Coleção CIEE-02 (esgotado) Coleção CIEE-25 (esgotado)
A Globalização da Economia e Coleção CIEE-13 (esgotado) A Educação e o Desenvolvimento
suas Repercussões no Brasil Redução Tributária - Urgência Nacional Nacional
Ives Gandra da Silva Martins Renato Ferrari, Alcides Jorge Costa e José Goldemberg
Ives Gandra da Silva Martins
Coleção CIEE-03 (esgotado) Coleção CIEE-26 (esgotado)
A desestatização e seus Reflexos Coleção CIEE-14 (esgotado) A Crise dos 500 anos: O Brasil e
na Economia A Contribuição do 3º Setor para o a Globalização da Economia
Antoninho Marmo Trevisan Desenvolvimento Sustentado do País Rubens Ricupero
Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-04 (esgotado) Coleção CIEE-15 (esgotado) Coleção CIEE-27 (esgotado)
Rumos da Educação Brasileira Os Rumos do Brasil até o Ano 2020 A Língua Portuguesa: Desafios
Arnaldo Niskier Ronaldo Mota Sardenberg e Soluções
Arnaldo Niskier, Antonio Olinto, João
Coleção CIEE-05 (esgotado) Coleção CIEE-16 (esgotado) de Scantimburgo, Ledo Ivo e Lygia
As Perspectivas da Economia As Perspectivas da Indústria Brasileira Fagundes Telles
Brasileira e a Atual Conjuntura Nacional Simpósio CIEE/ABL
Maílson da Nóbrega Carlos Eduardo Moreira Ferreira
Coleção CIEE-28 (esgotado)
Coleção CIEE-06 (esgotado) Coleção CIEE-17 (esgotado) Propostas para a Retomada do De-
Plano Real: Situação Atual e As Novas Diretrizes para o Ensino Médio senvolvimento Sustentável Nacional
Perspectivas Guiomar Namo de Mello João Sayad
Marcel Solimeo e Roberto Luís
Troster Coleção CIEE-18 (esgotado) Coleção CIEE-29 (esgotado)
Formação de Especialistas para o O Novo Conceito de Filantropia
COLEÇÃO CIEE

Coleção CIEE-07 (esgotado) Mercado Globalizado II Seminário do 3º Setor


Os Desafios da Educação Brasileira Luiz Gonzaga Bertelli
no Século XXI Coleção CIEE-30 (esgotado)
Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo Coleção CIEE-19 (esgotado) As Medidas Governamentais
A Educação Brasileira no Limiar de Controle de Preços
Coleção CIEE-08 (esgotado) do Novo Século Gesner de Oliveira
Os Cenários Possíveis para a Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo
Economia em 98 Coleção CIEE-20 (esgotado) Coleção CIEE-31 (esgotado)
Luís Nassif A Formação da Nacionalidade Brasileira A Crise Brasileira: Perspectivas
João de Scantimburgo Antônio Barros de Castro
Coleção CIEE-09 (esgotado)
O Fim da Escola Coleção CIEE-21 (esgotado) Coleção CIEE-32 (esgotado)
Gilberto Dimenstein A Educação Ontem, Hoje e Amanhã O Futuro da Justiça do Trabalho
Jarbas Passarinho Ney Prado
Coleção CIEE-10 (esgotado)
O Peso dos Encargos Sociais Coleção CIEE-22 (esgotado) Coleção CIEE-33 (2ª ed./esgotado)
no Brasil A Universidade Brasileira e os Desafios Perspectivas da Economia e do
José Pastore da Modernidade Desenvolvimento Brasileiro
Paulo Nathanael Pereira de Souza Hermann Wever
Coleção CIEE-11 (esgotado)
O que esperar do Brasil em 1998 Coleção CIEE-23 (esgotado) Coleção CIEE-34 (esgotado)
Marcílio Marques Moreira Os Novos Rumos do Real: Previsões O que esperar do Brasil na
para a Economia Brasileira após a Virada do Século
Mudança da Política Cambial Eduardo Giannetti
Juarez Rizzeri
Coleção CIEE-35 (esgotado) Coleção CIEE-46 (esgotado) Coleção CIEE-58 (esgotado)
O Ensino Médio e o Estágio de Necessidades Profissionais A Paixão pela Poesia
Estudantes para o Século XXI Arnaldo Niskier, Carlos Nejar,
Rose Neubauer Norberto Odebrecht Ledo Ivo, Lygia Fagundes Telles
Coleção CIEE-47 (esgotado) e Mário Chamie
Coleção CIEE-36 (esgotado)
O Trabalho no Brasil: Novas
Perspectivas da Cultura Brasileira Relações X Leis Obsoletas Coleção CIEE-59 (esgotado)
Miguel Reale Almir Pazzianotto Pinto Rumos da Educação no Brasil
Simpósio CIEE/O Estado de S. Paulo
Coleção CIEE-37 (esgotado) Coleção CIEE-48 (esgotado)
Política Pública de Qualificação O Futuro da Aviação Comercial Coleção CIEE-60 (esgotado)
Profissional no Brasil Reforma Tributária: Solução
Nassim Gabriel Mehedff Ozires Silva ou Panacéia?
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Competitiva Brasileira Cristovam Buarque Coleção CIEE-62 (esgotado)
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Fundamentos da Política Econômica
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Recomendações para a Retomada Revolução de 32: Um Painel Histórico Guido Mantega
do Desenvolvimento Simpósio CIEE/APH/IRS
Aloizio Mercadante Coleção CIEE-65 (esgotado)
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Os Reflexos da Economia Global O Banco Central e a Defesa da
Coleção CIEE - Especial (esgotado) Concorrência no Mercado Financeiro
Guia Prático do CADE no Desenvolvimento Brasileiro
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A Defesa da Concorrência no Brasil

Coleção CIEE-43 (esgotado) Coleção CIEE-55 (esgotado) Coleção CIEE-66 (esgotado)


O CADE e a Livre Concorrência As Condições Necessárias Enxergando o Amanhã com
no Brasil para o Brasil Crescer os olhos de Hoje
Seminário CIEE/Correio Braziliense Delfim Netto Gaudêncio Torquato

Coleção CIEE-44 (esgotado) Coleção CIEE-56 (esgotado) Coleção CIEE-67 (esgotado)


Globalização e Hipercompetição: Juventude, Escola e Empregabilidade
Profissões em Alta no Mercado A Sociedade das Organizações
de Trabalho V Seminário do 3º Setor
e o Desafio da Mudança
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Democracia no Brasil: Pensamento Desenvolvimento Social, Novas (?) Soluções
Social, Cenários e Perfis Políticos Previdência e Pobreza no Brasil Paulo Nathanael Pereira de Souza
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Cobrança de Impostos Ameaça o As metas inflacionárias no Brasil A arte de empreender: o respeito
Futuro da Filantropia Paulo Picchetti aos limites do ser humano
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O futuro do abastecimento O mercado de trabalho paulista
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e Loureiro
Coleção CIEE-108
Coleção CIEE-99 (esgotado) O papel do Ministério Público
Reflexões sobre a conjuntura em relaçnao às entidades do
nacional Terceiro Setor: filantrópicas e de
Geraldo Alckmin assistência social
Airton Grazzioli
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Presença da universidade no Coleção CIEE-109
desenvolvimento brasileiro: uma Olhando para o Brasil do futuro:
perspectiva hitórica perspectivas e debates
Simpósio Emílio Odebrecht

Coleção CIEE-101 (esgotado)


O estabelicimento de um modelo
de sustentabilidade ambiental no
Estado de São Paulo
Xico Graziano

Coleção CIEE-102 (esgotado)


O papel dos Tribunais de Contas
na Educação Brasileira
Antônio Roque Citadini

Coleção CIEE-103 (esgotado)


Os desafios da administração
de uma metrópole
Gilberto Kassab

Coleção CIEE-104 (esgotado)


A Caixa Econômica Federal e
suas atividades no país
Carlos Gomes Sampaio de Freitas

Coleção CIEE-105
A ética no Brasil: a cabeça
dos brasileiros
Alberto Carlos Almeida

Coleção CIEE-106
A necessidade dos seguros
para o desenvolvimento
sustentável brasileiro
Luiz Carlos Trabuco Cappi
COLEÇÃO CIEE 109 Olhando para o Brasil do futuro:
perspectivas e desafios
Emílio Odebrecht
Textos e debates extraídos da palestra proferida
em 23/09/2009, no auditório Ernesto Igel e
Mario Amato do CIEE, em São Paulo/SP.

Planejamento e produção editorial


PIC - Marketing Editorial e Comunicação

Coordenação Editorial
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Capa
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Foto Capa
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Diagramação e Arte
Edith M. Schmidt

Taquigrafia
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Impressão
First Fotolitos e Editora Gráfica

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Rua Tabapuã, 540 - Itaim Bibi
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CONSELHO CONSULTIVO

Adhemar César Ribeiro Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos


Ana Maria Vilela Igel Liz Coli Cabral Nogueira
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Antoninho Marmo Trevisan Marcos Troyjo
(Mandato de 16/4/2009 a 15/4/2012) Antonio Garbelini Júnior Ney Prado
Carlos Eduardo Moreira Ferreira Ozires Silva
Élcio Aníbal de Lucca Ricardo Melantonio
Flávio Fava de Moraes Rogério Amato
Gaudêncio Torquato Sebastião Misiara
Presidente
Gesner de Oliveira Tácito Barbosa Coelho Monteiro Filho
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Antonio Penteado Mendonça
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CONSELHO FISCAL
Conselheiros Titulares Suplentes
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José Augusto Minarelli Humberto Casagrande Neto Roberto Cintra Leite
Orlando de Almeida Filho Norton Glabes Labes Sidney Storch Dutra

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Alex Periscinoto Júlio César de Mesquita


Antonio Jacinto Caleiro Palma Laerte Setúbal Filho
Herbert Victor Levy Filho Paulo Nathanael Pereira de Souza
João Baptista Figueiredo Júnior Pedro Luiz de Toledo Piza
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Clóvis Dutra Adib Jatene João Geraldo Giraldes Zocchio
Geraldo Francisco Ziviani Amauri Mascaro Nascimento João Monteiro de Barros Filho
José Franklin Veras Viégas Antonio Candido de Mello e Souza José Feliciano de Carvalho
Mario Amato Antônio Hélio Guerra Vieira José Pastore
Paulo Egydio Martins Clarice Messer Laudo Natel
Térbio de Mattos Dorival Antônio Bianchi Leonardo Placucci
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Evanildo Bechara Nelson Alves
Guilherme Quintanilha de Almeida Nelson Vieira Barreira
Ives Gandra da Silva Martins Paulo Emílio Vanzolini
Jarbas Miguel de Albuquerque Maranhão Paulo Nogueira Neto
Ruy Mesquita
PRESIDENTE EXECUTIVO
Luiz Gonzaga Bertelli MEMBROs beneméritos

Antonio Ermírio de Moraes Lázaro de Mello Brandão


RINO
Conte com
aprendizes
nota 10
na sua
empresa.

Elaborado especialmente para capacitar e inserir o jovem no


mundo do trabalho, o Programa Aprendiz Legal auxilia as
empresas no cumprimento da Lei nº 10.097/2000, que
estabelece uma cota obrigatória de estudantes do ensino
fundamental ou médio no quadro de colaboradores, na
condição de aprendizes.

Atendimento às Empresas (11) 3046-8222


Tire suas dúvidas sobre
www.ciee.org.br
a Lei de Aprendizagem
Sede: Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi – São Paulo/SP – CEP 04533-001 ESTAGIÁRIOS e APRENDIZES
Emílio Odebrecht é considerado um pio-
neiro na área da construção no Brasil. Nas-
ceu em Salvador, em 1945. É engenheiro civil
formado em 1968 pela Escola Politécnica da
Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Em 1966, iniciou sua trajetória profissional


como estagiário na Construtora Norberto Odebrecht, sem adqui-
rir privilégios por ser filho do proprietário da empresa, Norberto
Odebrecht. Também na Organização Odebrecht foi, de 1973 a
1980, responsável técnico de obras, superintendente da área
centro-sul, vice-presidente e presidente.

Em 1981, tornou-se vice-presidente executivo da holding Odebrecht


S.A. Dez anos depois, substituiu seu pai Norberto Odebrecht, funda-
dor da Organização Odebrecht, como diretor-presidente da empresa.
Em 1998, tornou-se presidente do seu conselho de Administração,
cargo que ocupa até os dias atuais.

Ao longo de sua carreira, recebeu prêmios e homenagens por


sua liderança, representatividade e trabalho social, como, por
exemplo, de “Empresário do Ano da Indústria da Construção Ci-
vil 2004”, concedido pela PINI às personalidades que mais se
destacam no setor.

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