O artigo intitulado “Avaliação de comportamentos anti-sociais e traços
Psicopatas em psicologia forense” escrito pelos autores Davoglio & Argimon, nos apresenta estudos sobre como é realizada a avaliação dos indivíduos que possuem comportamentos antissociais e traços psicopatas no contexto forense. Os autores mencionam inicialmente a dificuldade de se realizar uma avaliação psicológica destes sujeitos em decorrência de que possuem um alto grau de manipulação em seus discursos, portanto o profissional desta área deve sempre ter presente a possibilidade de que os fatos e relato dos indivíduos sejam distorcidos. É apontado por meio deste estudo que atualmente quando se refere ao termo Psicopatia esta é utilizada para nomear comportamentos desviantes que remetem a ideia de doença mental, sendo este termo equiparado com o antissocial abrangendo assim problemas não específicos que envolvem a agressividade, delinquência e baixo controle dos impulsos. Porém de um modo clínico o comportamento antissocial nem sempre se refere a Psicopatia. Foi introduzido pela escola alemã a definição da personalidade psicopática como apresentando a inibição do afeto e da volição. Mesmo após muitos estudos ainda hoje a sociopatia é considerada igual à psicopatia, e para outros ela é tida como um subgrupo de uma categoria maior que seria a da própria psicopatia. Os autores demonstram que o psicopata sempre envolve comportamentos antissociais, porém nem todo o comportamento antissocial diz respeito a Psicopatia ou ao TPAS. Davoglio & Argimon também nos mostram segundo seus estudos a caracterização da psicopatia, a qual é demarcada pela presença de algumas características das quais se destacam os problemas de conduta na infância, a ausência de delírios e alucinações ou manifestações neuróticas, impulsividade, irresponsabilidade, encantamento superficial, inteligência e loquacidade, egocentrismo patológico, autovalorização e arrogância, incapacidade de amar, pobreza de reações afetivas falta de sentimento de culpa ou vergonha ou empatia nas relações interpessoais, utiliza-se de manipulação por meio de recursos enganosos, mente e não é sincero. No presente artigo os autores também apresentam que no cenário Brasileiro para a finalidade forense os transtornos de personalidade não são considerados doenças mentais, mas, perturbação da saúde mental. No Direito Penal por meio da avaliação psicológica forense examina-se a capacidade de entendimento e determinação do indivíduo que cometeu um ato ilícito penal. A identificação de características e comportamentos antissociais de modo precoce pode auxiliar na realização de intervenções terapêuticas eficazes, sendo que na avaliação psicológica é de fundamental importância também a observação destas características durante sua performance na sala de exames. Para auxiliar na identificação de TPAS são utilizados testes psicológicos, porém segundo estudos estes não podem ser utilizados como único método de análise, pois possuem limitações significativas. Um dos testes mais utilizados na área forense é o teste de Rorschach, que pode refletir traços de Psicopatia através da ausência de vínculo e da presença de ansiedade menor que o esperado. Um outro teste utilizado é o PCL-R, onde são examinados aspectos de psicopatia do comportamento criminal. Ambos os testes são provenientes de outros países, apontando assim a necessidade de desenvolvermos testes que sejam adaptados para o contexto de nossa sociedade. Portanto podemos perceber por meio deste artigo no que se refere à avaliação forense dos traços antissociais e comportamentos psicopata, que os testes são de grande importância se aliados a entrevista psicológica que visa a confirmação e complementação dos dados levantados. Outros estudos também levantam a questão de como ocorre na psicologia forense a identificação de indivíduos psicopatas, já que estes possuem elevado grau de manipulação, pois observa-se que a avaliação psicológica nesta área possui a finalidade de subsidiar decisões legais, o que difere da avaliação clínica onde o objetivo é auxiliar na diminuição do sofrimento psíquico do sujeito. 2. REFERÊNCIAS
DAVOGLIO T.; ARGIMON R.I. L. Avaliação de Comportamentos Anti-
Sociais e traços Psicopatas em Psicologia Forense. Avaliação Psicológica, 2010, 9(1), pp. 111-118
JUNG F. H.; Avaliação Psicológica Pericial: Áreas e Instrumentos. Revista