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CAPÍTULO 11

“Cada um será
julgado segundo suas obras”

PERGUNTA — Há alguma relação científica com as leis


do Cosmo, no conceito evangélico que diz: “a cada um será
dado segundo as suas obras”?
RAMATIS — Assim como o Espírito cósmico de Deus é
o regente absoluto de todas as atividades do Universo,
revelando-se através de leis inteligentes e imutáveis, o
homem é o microcosmo divino que evolui no comando das
ações e reações das atividades educativas do mundo físico.
Além da conceituação moral dos ensinamentos do Mestre
Jesus, há, também, o fundamento derivado das próprias leis
do Universo! Jesus não foi apenas um instrutor espiritual,
sociólogo ou expositor de um “Código Moral”, mas, acima
de tudo, um avançado espírito, que já tinha sintetizado
num único conceito os demais conceitos de filosofia, ciên-
cia e religião, num processo incomum no cenário do vosso
orbe! Sob a vestimenta das parábolas evangélicas, transpa-
recem nos seus ensinos os princípios científicos de bem
viver, como base da libertação do espírito encarnado.

PERGUNTA — Assim, o conceito de “cada um colhe o


que semeia”, é então uma lei científica, malgrado a sua
expressão de ensino moral ou advertência espiritual?
RAMATIS — Sem dúvida o conceito de Jesus de “cada
um colhe o que semeia”, em equivalência com outras máxi-
mas, “a cada um segundo as suas obras”, “quem com ferro

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Ramatís

fere, com ferro será ferido”, ou, ainda, “pagarás até o últi-
mo ceitil”, evidencia a presença de um princípio, legislati-
vo de “causa” e “efeito”, que decorre da própria Lei única
de “ação” e “reação” do Cosmo.
O conceito de que devemos “colher conforme a semea-
dura” demonstra a existência de leis disciplinadoras e coor-
denadoras, que devem proporcionar o resultado efetual
conforme a natureza e intensidade de causa fundamental!
Evidentemente, quem semeia “cactos”, jamais há de colher
“morangos”, assim como quem movimenta uma causa
funesta também há de suceder-lhe um resultado funesto! O
efeito destrutivo de um projétil depende exatamente do
tipo da intensidade da força que o impeliu. Todas as cau-
sas ocorridas no mundo material agrupam, atritam e movi-
mentam eléctrons, átomos e moléculas de substância física.
Da mesma forma, quando o homem mobiliza e gasta com-
bustível espesso, lodoso e quase físico do mundo astralino,
para vitalizar as suas atividades mentais inferiores, ele se
torna o centro da eclosão de tais acontecimentos negativos
e censuráveis, porque deve sofrer em si mesmo o efeito
nocivo e danoso da carga patológica acionada imprudente-
mente. Mas se eleva o seu campo mental e emotivo vibra-
tório à freqüência mais sutil, a fim de utilizar energia supe-
rior para nutrir bons pensamentos e sentimentos, esse com-
bustível sublimado então se metaboliza no perispírito sem
deixar-lhe resíduos enfermiços. Após o desencarne, o espí-
rito densificado pelo fluido espesso é atraído pela sua com-
pacticidade astro-física e cai nas regiões astralinas purifica-
doras, vitimado pela própria atuação danosa aos outros e
sobretudo a si mesmo.
O homem movimenta forças em todos os planos de
vida, desde a mais sutil vibração de onda do reino espiri-
tual até atingir a compacticidade do mundo físico. Assim, o
mínimo pensamento e a mais sutil emoção do espírito
encarnado pela sua conexão ao corpo físico exigem o gasto
energético proporcional à intensidade e natureza das emis-

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O Evangelho à luz do Cosmo

sões mentais e ações emotivas, que repercutem plano por


plano até atingir o campo da vida material. De um modo
geral, este conceito tem o seu equivalente nas conhecidas
leis de reflexão da luz, do som, cujo nome transcendental
é a lei do retorno e bastante conhecida no processo cármi-
co e atuação no ciclo das encarnações!

PERGUNTA — Poderíeis dar-nos algum exemplo mais


concreto dessa mobilização científica de eléctrons e átomos,
de que o espírito se utiliza para manifestar uma virtude ou
cometer um pecado?
RAMATIS — Quando o artista pensa em pintar um qua-
dro de rosas na sua mais bela florescência, essa ideação é
real na sua mente, porque a tela florida em projeto só se
delineia mentalmente, graças à rapidíssima aglutinação de
elétrons e átomos específicos, para comporem os polipep-
tídios básicos da memória do cérebro físico, com transfor-
mações energéticas para o espírito modelar o pensamento.
O certo é que na mente física há modificações com perda
e ganho de energia, para sustentar e evoluir a idéia funda-
mental da futura pintura física, que então será visível aos
sentidos humanos. Em verdade, a tela reproduz tão-somen-
te a “materialização” à luz do dia, daquilo que já existia
vivo no campo mental do pintor. No mundo das idéias,
tudo é real e possível num plano superior, graças ao eletro-
magnetismo dos átomos e das moléculas, que apesar de
sua elasticidade e instabilidade, aglutinam-se nas substân-
cias mais variadas sob o comando do espírito, assim como
se fixam as tintas na tela física!
Em conseqüência, é a manifestação ideal do espírito,
superior e mais real do que a do corpo carnal, que é tran-
sitório, porquanto tudo o que é pensado registra-se no
campo etérico do Universo por toda a eternidade. (1) Consi-

1 — Extraído da obra “O Aqui e o Além”, de Ruth Montgomery, edição da


Record: “Em transe, Edgard Cayce podia aparentemente recorrer à consciência cós-
mica e ler os registros akáshicos, nos quais está supostamente lançada a história de

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