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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UnU de Ciências Exatas e Tecnológicas


Curso de Ciências Biológicas

Uma avaliação do comportamento sexual


sob a ótica adolescente

Bruno Vinicius Alves de Oliveira

Anápolis, julho
2007

BRUNO VINICIUS ALVES DE OLIVEIRA

Uma avaliação do comportamento sexual


sob a ótica adolescente

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estadual de
Goiás, UnUCET de Anápolis, para
obtenção do grau de Biólogo
Licenciado.

Orientadora: Profª. MS Virgínia


Maria Pereira de Melo

2
Anápolis, julho
2007

3
Dedico esta monografia a Pedro de
Carvalho Rego, um bom avô que nunca
deixou de acreditar em seu neto. Obrigado
meu velho. E a Domingos Alves de Oliveira
que apesar de não ter conhecido como meu
avô sempre olhou por meus estudos.

4
AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Profª. MS. Virgínia Maria Pereira de Melo,


pelo respeito, paciência, amizade e companheirismo
demonstrados no processo de orientação.

Ao Prof. e amigo Izael Cassimiro de Oliveira pela contribuição


visando ao aprimoramento do trabalho.

Aos meus amigos, em especial Fábio Pereira e Carmencita


Tonellini, pelas muitas alegrias proporcionadas nesses anos.

À todos que contribuíram para a conquista deste objetivo.


SUMÁRI0

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8

OBJETIVOS ........................................................................................................... 10

MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 11

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 13

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 35

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 37

ANEXOS ................................................................................................................ 39

5
RESUMO

A importância da sexualidade no processo de desenvolvimento humano durante muito tempo


ficou reduzida apenas à finalidade reprodutiva. A questão era abordada nas escolas com
enfoque puramente biológico, sem dar chances a maiores questionamentos. As
transformações sócio comportamentais ocorridas no século XX mudaram esse pensamento, e
o tema passou a ser alvo de debates, embora o sexo masculino em especial ainda sofra tensões
durante a fase de construção da sua identidade sexual e social, quando se encontra diante de
um tipo de ritual pelo qual deverá passar para se afirmar como homem. Mesmo com a
implementação do tema Educação Sexual nos PCN’s, os educadores encaram o tema como
desafio a ser vencido constantemente, pois a sexualidade e o estudo das preferências sexuais
são marcados por avanços, recuos e estagnações. Em razão do crescente aumento da discussão
sobre a sexualidade, em especial do tema homossexualismo, entre a juventude, de uma maior
liberdade de preferência sexual e a maneira como este fato está alterando a forma como o
jovem moderno está amadurecendo, o objetivo deste estudo foi, por meio de um questionário
contendo perguntas abertas e fechadas, analisar o comportamento sexual do adolescente nesse
cenário e sua opinião acerca do tema homossexualismo.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescência; Sexualidade; Homossexualidade; Educação sexual.

6
ABSTRACT

The sexuality and its importance as process of human development during much time the
reproductive purpose was reduced only. The sexuality was boarded in the schools only with
purely biological approach without giving to possibilities the biggest questionings. The
occurred mannering changes partner in century XX had changed this thought and the subject
started to be white of debates,perhaps the man in special suffers tensions during the phase
from construction from its sexual and social identity where he sees yourself ahead of a species
of ritual that will have to pass to affirm itself as man. Exactly with the implementation of the
subject Sexual Education in PCN' s, the sexuality and the study of the sexual preferences they
are marked by advances, jibs and stagnations. In reason of the increasing increase of the
quarrel about the sexuality, in special of the subject homossexualism, between youth, of a
bigger freedom of sexual preference and the way as this fact is modifying the form as the
young modern is ripping, the object of this study was, by means of a questionnaire contend
open and closed questions, analyze the sexual behavior of the adolescent in this scene and its
opinion concerning the subject homossexualism.

KEY-WORDS: Adolescence; Sexuality; Homossexuality; Sexual education.

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Introdução

Durante um período muito longo no tempo a sexualidade teve sua importância


reduzida a apenas uma finalidade: a reprodução. O tema só se tornou alvo de debates após um
longo período de mudanças socioculturais, a partir das quais foi reconhecido como elemento
fundamental para o amadurecimento do homem. Essa mudança comportamental da sociedade
se deveu à intensa revolução sexual ocorrida a partir da segunda metade do século XX
(AZEVEDO et al., 2001).

A revolução sexual advinda do século passado trouxe também drásticas mudanças nos
processos de transição que o ser humano atravessa na adolescência. Gusman (2002) compara
a transição da vida infantil para a fase adulta como uma metamorfose em que o corpo, sob a
ação de hormônios, deixa a dependência dos cuidados familiares e se vê mergulhado num
mundo repleto de relações de interdependências, exigências comportamentais e controles de
posturas. Em meio a essas mudanças crescem dúvidas de como ser ou agir e uma ansiedade
por afetos, interações e prazer.

Independente das transformações na adolescência notou-se que a sexualidade


masculina mostra tendência maior à inquietação do que a feminina, pois as meninas
conseguem, diferentemente, separar suas atividades sexuais das outras desempenhadas no dia-
a-dia. Mas observou-se também que existem tensões na construção da identidade sexual e
social demonstrando a existência de uma espécie de ritual para a afirmação desta, seguida de

8
um medo de ser posto em xeque por se afastar de padrões tradicionais (GOMES, 2003).

Alves (2003) observou por meio de relatos colhidos em um município da zona da mata
pernambucana, que o ritual de passagem sexual é geralmente um misto de prazer e
constrangimento, prevalecendo o nervosismo, pois os meninos até então tinham pouca ou
nenhuma experiência acerca do assunto e eram levados por amigos/parentes que, por sua vez,
aguardavam um resultado satisfatório geralmente emitido pela prostituta contratada para o
ato.

De acordo com o Abreu et al (1994), educação sexual é todo um processo de


informações absorvidas pelo indivíduo ao longo da vida no meio social em que vive e são
esses elementos que formarão suas atitudes, gestos, conceitos e comportamentos. O mesmo
guia se propõe ainda, por meio da orientação sexual, fornecer subsídios a respeito da própria
sexualidade e organizar um espaço de reflexões, questionamentos e comportamentos sexuais,
visando o exercício da sexualidade e sociabilidade com responsabilidade e prazer.

A sexualidade era abordada nas escolas somente pelo professor de Ciências/Biologia


com enfoque puramente biológico, sem que houvesse discussões profundas e de envolvimento
social por se tratar de um assunto considerado tabu, além de enfrentar resistência de pais e da
sociedade dita conservadora. Hoje, apesar das imensas dificuldades na sua maioria com
material didático adequado, a escola se posicionou como o meio responsável no embate do
tema e encarou o desafio com certa constância (AZEVEDO et al, 2001).

Apesar da implementação do tema Educação Sexual nos Parâmetros Curriculares


Nacionais na década de 1990, os determinantes no trato desta temática, bem como
desenvolvimentos teóricos e científicos como resultado para o meio social mais abrangente
estão sempre marcados por avanços, recuos e estagnações (RIOS et al, 2002).

A intensidade com que a homossexualidade tem sido abordada nos últimos anos tem
levado muitos homossexuais a exporem sua preferência sexual à sociedade em busca de uma
maior aceitação (MIRANDA, 2001) e apesar da epidemia da AIDS ter acelerado os estudos
sobre a homossexualidade brasileira que na época estava ligada estreitamente à doença, em
meados da década de 1990 essa relação homossexualidade-doença começou a ser

9
desmistificada graças aos crescentes debates a respeito das preferências sexuais e disputa
acerca da adequação da palavra que identificasse os amantes do mesmo sexo. Também se
levantaram questões sobre os novos vocábulos tais como homoerotismo, homoafetividade,
homocultura e outros (GÓIS, 2003).

Em virtude das grandes mudanças atualmente presenciadas com relação à forma de


pensar da juventude acerca da sexualidade, e buscando esclarecer possíveis questionamentos
sobre como está se constituindo a formação sexual de jovens e adolescentes, esse trabalho
busca por intermédio de um questionário mesclado entre perguntas abertas e fechadas,
construir uma análise atual dos padrões comportamentais da juventude ao lidar com sua
sexualidade e sua opinião com relação à polêmica temática da homossexualidade.
Objetivos

Objetivo Geral
A principal proposta deste projeto é analisar a forma como os jovens lidam com a
questão da sexualidade e sua opinião sobre homossexualismo, sob a ótica da formação destes
mesmos adolescentes como membros adultos ativos da sociedade constituída.

Objetivos Específicos
· Analisar como a formação da sexualidade dos jovens está ocorrendo, influenciada pelo
meio que os cerca;
· Verificar as opiniões dos adolescentes sobre homossexualidade, da forma como a
mesma é abordada em nossa sociedade.

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Material e métodos

O estudo foi conduzido em pontos de encontro da juventude na cidade de Anápolis –


GO, boates, faculdades, escolas, ruas, praças e bibliotecas.

Anápolis é uma cidade conhecida no Estado de Goiás como pólo universitário, devido
à presença do campus da UEG e de diversas instituições privadas de ensino superior como a
UNIEVANGÉLICA e a FLA (Faculdade Latino Americana). Essa vocação para a educação
leva à presença de uma população mais jovem que vem em busca de capacitação profissional.

O estudo foi feito com o uso de um questionário construído pelo próprio pesquisador,
constituído por uma mescla de questões abertas e fechadas, concedendo certa liberdade de
expressão a quem se dispusesse a responder, bem como precavendo também possíveis
questionamentos com relação à tendência a alguns temas. Pelo conteúdo abordar assuntos

11
deveras delicados sempre houve uma preocupação com a imparcialidade, principalmente na
redação das perguntas. O eixo norteador das mesmas foi a homossexualidade, podendo este
ser considerado o tema principal, porém estiveram presentes outras questões sobre
sexualidade, como o início da vida sexual e a liberdade de discussão do tema em família,
considerados temas relevantes. Principalmente foi questionada qual a importância destes na
vida do entrevistado. Foram colhidas opiniões de 40 pessoas, deixando claro que a análise das
respostas em sua maioria não levou em consideração o sexo ou mesmo a orientação sexual do
entrevistado.

A partir de dados de um projeto realizado dentro da disciplina atividade prática


profissional, tomou forma a curiosidade de analisar a forma como a psique adolescente
moderna estava sendo formada com relação à opinião sobre temas polemizantes, que muitas
vezes se tornam prioridade nesta fase complicada da vida, mas essencial para a formação
adulta. Considerando que adolescência é, segundo a psicologia, uma fase de transição
compreendida entre a puberdade e a virilidade (TONELI, 2004) – estágio no qual o indivíduo
da espécie amadurece e se torna apto à reprodução – ou seja, entre os 12 e os 25 anos no
máximo, foi delimitada para este estudo a idade mínima de 15 e a máxima de 21 anos, assim
assegurando uma padronização relativa à faixa etária das respostas e opiniões colhidas.

A proposta inicial era avaliar estudantes da rede estadual de ensino, proposta essa que
logo foi inviabilizada pela recusa por parte da direção das escolas selecionadas inicialmente
para o estudo, com a alegação de que os alunos não possuíam maturidade sobre o tema
homossexualidade. Optou-se então pela mudança do público alvo da pesquisa, de alunos do
ensino médio para adolescentes em locais públicos.

As entrevistas transcorreram em natureza anônima com jovens comuns escolhidos


aleatoriamente e em sua maioria universitários de diversos meios e tribos urbanas, com idade
dentro do limite estipulado, os resultados são apresentados a seguir.

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Resultados e Discussão

A análise e interpretação do material recolhido por meio da aplicação de questionários


respondidos por adolescentes com idade compreendida entre 15 e 21 anos teve como
finalidade principal traçar um perfil da forma como o adolescente de hoje lida com a
construção da sua sexualidade, e como sua opinião sobre homossexualidade é influenciada
durante sua formação sexual. Abaixo segue uma análise do que foi conseguido.

Análise do Perfil dos Entrevistados

Foram analisados em sua totalidade 40 questionários sendo 19 masculinos e 21


femininos. Os gráficos aqui apresentados foram confeccionados com a utilização do programa
Microsoft Power Point, descrevendo dados colhidos nas entrevistas para confecção do projeto,
uma avaliação do comportamento sexual sob a ótica adolescente.

Inicialmente os entrevistados foram questionados com relação à presença ou não da


discussão de temas de natureza sexual com seus pais. Como se pode observar no gráfico 1,
entre os homens há uma menor freqüência com relação à discussão do tema sexo, se
comparado as mulheres, isso pode ser interpretado de diversas maneiras, principalmente se for
considerado que ainda se faz presente na forma de pensar da sociedade, influências de idéias

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machistas, segundo as quais o jovem em grande parte por pressões externas ao meio familiar
– amigos e colegas - se vê pressionado a dar prova de sua masculinidade, demonstrando que
não precisa da opinião de seus pais para resolver esse tipo de assunto. Essa mesma pressão em
alguns casos é exercida pelos próprios pais, principalmente quando da iniciação sexual do
adolescente (ALVES, 2003).

Você conversa com seus pais sobre sexo?

12
11
12 10
10
7
8
Sim
6
Não
4
2
0
Masculino Feminino

Gráfico 1: Total de entrevistados, discriminado por sexo, representando a liberdade dos jovens
para discutir sexo no ambiente familiar.

Com relação às respostas femininas, apresentaram resultados bem equilibrados,


atualmente a questão da sexualidade feminina recebe um maior cuidado por parte dos pais,
principalmente analisando a influência da mídia nacional, que encoraja a prática do sexo cada
vez mais cedo, algumas famílias optam por manter uma discussão aberta do tema evitando
incômodos decorridos da falta de esclarecimento do assunto. Infelizmente algumas famílias
não têm tal atitude, privando um possível preparo que a adolescente poderia ter, podendo
levar à infecção por DST’s e uma gravidez numa idade incômoda (DIAS et al, 2000).

A terceira e quarta questões remontam ao assunto virgindade, as perguntas são bem


diretas: “Você é virgem?” E “Se respondeu não anteriormente com que idade você iniciou sua
vida sexual?”. A maioria dos homens declarou não ser mais virgens e as mulheres

14
apresentaram equilíbrio entre afirmação e negação (gráfico 2), levando em consideração a
média de idade com a qual afirmam ter iniciado sua vida sexual - valor situado entre 16 anos
para homens e entre 17 anos para as mulheres - com o que foi evidenciado em estudo
realizado pelo Ministério da Saúde, onde “a idade média do início da vida sexual em 1984 foi
15,3 anos entre os homens de 16 a 19 anos de idade e 16 anos entre as mulheres da faixa
etária. Em 1998, essa idade média observada caiu para 14,5 e 15,2 anos respectivamente”
(BORGES & SCHOR, 2002, p. 499).

Você é virgem?

14
14
11
12 10
10
8 Sim
5 Não
6
4
2
0
Masculino Feminino

Gráfico 2: Quantidade de entrevistados que afirmaram já ter iniciado ou não sua vida sexual.

A cidade de Anápolis apresentou números levemente contrastantes com os dados do


ministério da Saúde, de 16 anos para os homens e 16,9 anos entre as mulheres, valores que
possivelmente se constituem num dado positivo, uma vez que a vida sexual se iniciada mais
tardiamente demonstra sinais de uma maior conscientização e preparo, por parte dos
analisados, que assim previnem atitudes decorrentes da imaturidade e da falta de informação,
ao lidarem com a sua iniciação sexual. No entanto, segundo Borges & Schor(2002) é preciso
considerar que estudos realizados com jovens da Suécia, dos Estados Unidos e do Reino
Unido, têm concluído que a idade média na primeira relação sexual das mulheres se mantém
num patamar estável no decorrer dos últimos anos. Há ainda uma convergência desta idade
entre homens e mulheres, sugerindo que há uma progressiva redução da idade de iniciação
sexual que chega a uma média máxima e que depois se mantém estabilizada, fenômeno que

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pode vir a ocorrer num futuro próximo também no Brasil.

A quinta questão pergunta se o(a) entrevistado(a) tem ou não namorado(a), e está


diretamente relacionada com a nona questão, que pergunta se o jovem tem ou não vida sexual
ativa, considerando que uma pessoa com vida sexual razoavelmente ativa mantenha pelo
menos uma média de uma relação sexual por semana. As perguntas estão interligadas porque
se o entrevistado afirma ter uma vida sexual ativa e está namorando – parceiro(a) fixo – em
contrapartida existem aqueles que são adeptos das relações sexuais casuais, mais abertas a
riscos, fator que pode influenciar nas respostas de algumas questões que versam sobre
assuntos como homossexualidade e uso de métodos contraceptivos. No gráfico 3 estão
representados em valores quantitativos, o número de pessoas que declararam ter um(a)
namorado(a) ou que afirmaram ter uma relação mais concreta com alguém, discriminado entre
respostas de origem masculina e feminina respectivamente.

Tem namorado (a)?

14
14

12 11
10
10
8 Sim
6 5 Não

2
0
Masculino Feminino

Gráfico 3: Quantitativo de pessoas por sexo que mantém relação estável com um único parceiro(a).

Tem vida sexual ativa?

16
16
13
14
12
10
Sim
8 6
5 Não
6
4
2
0
Masculino Feminino
16
Gráfico 4: Quantitativo de pessoas que tem vida sexual ativa, pelo menos 1 relação l por semana.

No gráfico 4 são apresentados os dados referentes ao número de pessoas que


afirmaram ou não ter vida sexual ativa. Pode-se afirmar que as respostas apresentadas foram
de certa forma previsíveis, principalmente se analisarmos o contexto social no qual os
entrevistados estão inseridos, proporcional a maior liberdade sexual presente entre os homens,
a maioria dos entrevistados afirmou não ter parceira fixa e ter uma vida sexual ativa, em
contrapartida, as mulheres em sua maioria tinham namorado, mas não tinham vida sexual
ativa. Analisando os dois casos, ambos são contrastes visíveis, reflexos de um contexto social,
no qual o homem sempre obteve maior aceitação ao manifestar sua sexualidade como sendo
heterossexual, mesmo com uma alta quantidade de parceiras casuais, recebe poucas críticas e
em alguns casos até elogios pela afirmação da masculinidade. Em contraste da mulher que
apesar de buscar um equilíbrio de direitos ainda sofre grande discriminação, quando tenta
seguir um ritmo de vida sexual mais liberal.

A décima questão dispõe sobre o uso de métodos contraceptivos que além de prevenir
gravidez indesejada também podem evitar, no caso do preservativo, diversas doenças
sexualmente transmissíveis (DIAS et al., 2000). Os gráficos 5.1 e 5.2 dispõem
respectivamente sobre o montante de entrevistados, discriminados pelo sexo, que fazem ou
não uso de métodos contraceptivos em suas relações sexuais. A maioria das mulheres afirmou
não usar métodos contraceptivos, e não ter uma vida sexual ativa, no caso dos homens, boa
parte afirmou usar métodos contraceptivos em suas relações sexuais e a camisinha foi a mais
citada tanto entre homens como entre as mulheres. Alguns questionários respondidos por
garotas também incluíam respostas como anticoncepcionais orais, entre outros, sendo este
método mais adequado a relacionamentos com parceiro estável.

Usam métodos contraceptivos

43%
Masculino
Feminino
57%

17
Gráfico 5.1: Pessoas que afirmaram fazer uso de métodos contraceptivos

Não usam métodos contraceptivos

35%

Masculino
Feminino
65%

Gráfico 5.2: Pessoas que negaram o uso de métodos contraceptivos, inclusos adolescentes que ainda não
iniciaram sua vida sexual.

Apesar do conhecimento de adolescentes sobre os métodos contraceptivos ser


considerado em sua maioria aceitável, considerando a universalização da informação, pelo
menos em relação à pílula anticoncepcional, e gradativamente, em relação à camisinha, não
foi realizada neste trabalho, qualquer associação entre o nível de conhecimento acerca dos
métodos contraceptivos e seu uso entre os adolescentes, revelando uma oportunidade pra se
realizar outros projetos mais voltados à determinação do uso da anticoncepção na primeira e
nas relações sexuais posteriores.

Análise das questões abertas de temas relativos à sexualidade adolescente

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Parte das perguntas deste projeto foi composta por questionamentos subjetivos,
concedendo sempre total liberdade ao entrevistado em opinar sobre o tema perguntado. Foram
selecionadas algumas respostas que sintetizam e expressam a opinião do todo, ou mesmo que
destoam totalmente do mesmo, com finalidade de enriquecer esta análise, preocupando-se
sempre em manter uma imparcialidade.

O primeiro item analisado dessa maneira é a 2ª questão do questionário, que trata do


que o entrevistado acha da abordagem do tema educação sexual como disciplina nas escolas e
em seguida lhe foi pedido que justificasse o porque de sua afirmação. Infelizmente nessa
questão e na maioria das questões subjetivas houve um predomínio de respostas evasivas e
vagas, principalmente se considerarmos a parcela de questões que dispõem sobre
homossexualidade, demonstrando, que os preconceitos e tabus sobre o tema ainda se faz
presente entre os jovens. Abaixo seguem trechos selecionados da amostragem:

“Fundamental para o desenvolvimento emocional e social dos jovens, se houvesse esse tipo
de abordagem nas escolas com toda certeza o nível de conscientização dos jovens sobre
assuntos relacionados a sexo aumentaria”.

“Necessária, não como forma de modelar, ou coagir as crianças, mas sim debater e informar”.

Como se pode perceber ambas as respostas apresentam uma preocupação com relação
à conscientização. Pode-se concluir que “a implantação de orientação sexual nas escolas
contribui para o bem-estar das crianças e dos jovens na vivência de sua sexualidade atual e
futura” (ABREU et al, 1994, p.79), ou seja, quanto maior o preparo da criança quando da sua
formação básica maior é a possibilidade de prevenção e também de avaliação para evitar
gravidez indesejável e doenças sexualmente transmissíveis, principal preocupação dos
educadores, pois tais eventos são os maiores responsáveis pela perda prematura da infância e
com reflexos negativos diretos na vida adulta.

Um dos grandes geradores de discussão é a forma como a educação sexual deve ser
inserida nas escolas. Deve-se lembrar que o papel da escola na formação sexual não é de
substituir a função da família e sim complementá-la, fornecendo informações adicionais e

19
algumas vezes até conscientizando indiretamente toda a família, uma vez que o tema ainda é
parcialmente discriminado em alguns círculos familiares e o jovem que teve acesso a novas
informações compartilha-as com o pai e a mãe, influenciando-os. O trabalho da escola é
subdividido em problematizar, levantar questionamentos e ampliar o leque de conhecimentos
e de opções para que o aluno escolha seu caminho . Não deve existir de maneira alguma, uma
doutrinação com relação ao tema, é papel da escola demonstrar os diversos pontos de vista,
valores e crenças oriundos da sociedade para auxiliar o estudante a se encontrar e estabelecer
suas próprias convicções.

O maior desejo do jovem hoje é poder decidir sobre a sua sexualidade, os pais e a
escola influenciam de certa forma, mas quem dá o parecer sob que direcionamento seguir
acaba sendo o próprio jovem. Nesse contexto a mídia fornece muito conteúdo útil, mas uma
boa quantidade de conteúdo nocivo, que pode ou não gerar uma conscientização defeituosa e
desvirtuada, não que a mídia seja de todo pouco adequada à educação, afinal esta é a era da
informação, mas realizar a triagem dessa informação, ensinando esse jovem a realizar tal
seleção, formando sua própria opinião, essa sim é a grande vitória da família e da formação
acadêmica como um todo.

Ao lidar com questões que envolvem a sexualidade de jovens, observa-se que parece
haver um silêncio velado que oculta as normas estabelecidas e politicamente corretas para a
sexualidade no cotidiano. Assim, a prática sexual acaba se tornando algo para ser feito dentro
de um contexto clandestino, sempre ocupando o lugar do proibido, é algo confidencial, pois
está cheia de intrigantes questões ainda desconhecidas, mas muitas vezes já vivenciadas
(MOTA, 1998 apud, PAIVA 1994). Sexo antes do casamento, homossexualismo, incesto,
prostituição, estupro, orgasmo, gravidez, aborto, virgindade, doenças sexualmente
transmissíveis fazem parte do script da experiência sexual e do silêncio de muitos jovens que
pela pressão social se sentem obrigados muitas vezes a ocultar possíveis questionamentos
com relação a tais assuntos de relevância comprovada.

A 6ª e a 7ª questões tratam de temas interligados. A sexta trata de sexo antes do


casamento, e a sétima sobre o sexo sem compromisso, ocasional, questões que hoje mais do
que nunca fazem parte do cotidiano da mente do jovem brasileiro. Aqui estão algumas

20
respostas a respeito do sexo antes do casamento:

“Necessário para conhecer melhor o parceiro”.

“Atualmente é normal, o tradicionalismo é que mantinha essa postura”.

É importante aqui ressaltar principalmente a segunda afirmativa, a qual revela uma


tendência presente na maioria dos questionários analisados. Não há estranheza alguma em se
manter relações sexuais antes do casamento, na maioria dos casos havia algum ou outro
comentário acompanhado da palavra “normal”. Pouquíssimas respostas fugiram dessa
tendência à normalidade das relações sexuais sem compromisso, mostrando que cada vez
mais o ato sexual ganha um status de habitual, necessário para se desenvolver uma intimidade
numa relação, como observado em algumas respostas:

“Tenho necessidades que, para serem saciadas não necessitam especificamente de um


compromisso”.

“O sexo é algo que deve ocorrer naturalmente, com segurança emocional, deve ser a
conseqüência de um vínculo emocional de respeito mútuo”.

O primeiro comentário mostra a faceta de liberação sexual implícita atualmente na


sociedade, a ausência parcial da preocupação com quem é o parceiro, o ato sexual usado
apenas para satisfazer impulsos naturais primitivos, considerados implícitos à maioria dos
seres vivos. Egoísmo descreveria tal comentário, de um homem que cada vez mais pode ser
considerado um ser que pensa bastante em si próprio, principalmente levando em
consideração as características da globalização, que visa selecionar os mais aptos socialmente,
eliminando aqueles que não assimilam rapidamente as mudanças e priorizando os que buscam
adaptar-se com certo dinamismo ao meio que os cerca, estimulando sempre a uma
competitividade discriminatória (LANNIGAN, 1997).

O segundo comentário demonstra uma maturidade pouco vista em relação ao todo e


por isso mesma destacada aqui, enfocando o envolvimento, e principalmente o respeito
mútuo, com o parceiro e consigo mesmo. Segundo Ferraz e Ferreira (1998) a falta de

21
conscientização sobre a importância do parceiro, e a autovalorização se constituem numa das
principais barreiras para promover efeitos mais positivos de campanhas de conscientização
sobre a importância do ato sexual e as conseqüências da prática de maneira indiscriminada do
mesmo sem os devidos cuidados. A mente do adolescente ainda está em formação, são as
experiências nessa fase da vida que moldarão o caráter do indivíduo, e quanto maior for o
descaso com relação ao sexo maior será a provável frustração que o jovem terá na vida adulta.

Análise de questões voltadas à homossexualidade e a visão dos adolescentes pesquisados


sobre a mesma

A principal questão abordada neste projeto é a homossexualidade e como o assunto


vem influindo na construção da sexualidade do jovem atual. Dando seqüência à análise dos
resultados desta pesquisa serão abordadas respostas às questões objetivas e discursivas,
ressaltando que foram selecionadas para análise as respostas mais significativas do ponto de
vista do pesquisador.

A forma como as questões sobre homossexualidade foram introduzidas no


questionário buscou a autenticidade e a maioria das questões foi discursiva, concedendo total
liberdade ao entrevistado para expressar quaisquer opiniões que tivesse. A primeira questão
abordando o tema foi a 8ª, que solicitava a opinião do entrevistado a respeito do
homossexualismo como um todo, aqui estão algumas respostas:

“Cada um faz da sua vida o que quiser, a opinião sexual é decisão individual de cada um”.

“Desde que nenhum homossexual dê em cima de mim acho normal”.

As respostas são bem objetivas e refletem claramente suas intenções, a primeira


demonstra um posicionamento mais informal, não se pode afirmar com precisão se a pessoa
faz qualquer crítica ao homossexualismo. O texto da frase prega a total liberdade sexual, na

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qual cada um deve escolher qual posicionamento o deixa mais à vontade, mas infelizmente a
realidade do Brasil é outra. Por exemplo, em Rios et al (2002, apud LOURO, 1999, p. 50),
afirma-se que no Brasil,

A escola, quando não discrimina explicitamente os jovens homoeroticamente


inclinados, no mínimo encontra-se despreparada para orientá-los em relação
a práticas seguras da sexualidade, sem contar com os aspectos mais
subjetivos e/ou psicológicos relacionados ao gênero e à sexualidade. Ao
mesmo tempo, constata-se uma crescente dificuldade do diálogo aberto
sobre sexualidade no seio familiar. Esse diálogo já comentado anteriormente,
neste contexto já é difícil para rapazes heterossexuais, torna-se ainda mais
raro entre os que fazem sexo com outros homens.

A segunda resposta demonstra vestígios de um preconceito velado, preocupado em


não se manifestar, mas que ainda assim apresenta atitude contrária ao indivíduo homossexual;
ao afirmar “desde que nenhum homossexual dê em cima de mim”, revela uma atitude
característica de nossa sociedade em geral, de valores hegemônicos e tradição patriarcal. Os
homens aprendem desde cedo a valorizar a atividade sexual como algo que o caracteriza
como ser masculino, desempenhando o papel de quem domina.

A construção da masculinidade é conturbada e cheia de pontos de insegurança que se


expressam na maioria das vezes pelo medo do homossexualismo e mais ainda da impotência.
Dessa forma, os comportamentos masculinos indicam para o fato de que, para que uma pessoa
seja considerada um homem, deve primeiro sentir medo de parecer ou até de virar mulher
(GOMES, 2003). Existem muitas tensões na primeira relação sexual, revelando um medo
crescente, principalmente da parte masculina, de despertar desejos pelo mesmo sexo, de ter
uma preferência diferente da maioria, diferente dos preceitos definidos pela sociedade sobre o
que deve ser o homem e o que deve ser mulher, apesar de que o homem sofre nesse caso uma
pressão muito maior que o sexo oposto, sobre a necessidade de afirmar sua identidade
masculina (MOTA, 1998).

A próxima pergunta, a 11ª questão, indaga se a pessoa teve ou mantém relações


sexuais com alguém do mesmo sexo, e que relação era esta. Abaixo deveriam constar algumas
respostas com relação à indagação feita, porém, praticamente todos os questionários
respondidos excetuando três deles, tiveram um “não” como resposta, às vezes acompanhado
de um comentário vazio ou pouco adequado ao interesse científico deste trabalho. Esse fato
apenas demonstra que a maioria das pessoas ainda possui direta ou indiretamente um bloqueio

23
com relação a expressões diferentes da sexualidade, principalmente se analisarmos as
características culturais vigentes na sociedade em geral, que desde tempos antigos discrimina
relações diferentes do padronizado.

Segundo Mota et al (2002)

Pensar o gênero masculino e a identidade sexual remete-nos a questões


intimamente ligadas ao padrão de comportamento sexual do brasileiro e suas
representações sobre a sexualidade, que é diferente de região para região do
país, de classe social para classe social e, sobretudo, de um momento
histórico em relação a outro.

Hoje apesar de haver uma crescente aceitação por parte da mídia ao homossexualismo,
ainda existe forte resistência a esse movimento, principalmente em regiões interioranas,
baseando-se nos dados colhidos na cidade de Anápolis que se encontra no interior do estado
de Goiás. Seria interessante realizar esse questionário em outras cidades ou até mesmo na
capital do estado com intuito de averiguar se o conteúdo das respostas apresentaria diferenças
discrepantes.

A próxima questão margeia sobre um tema polêmico e alvo de crescente discussão, a


união de pessoas do mesmo sexo. Os entrevistados foram questionados com relação à sua
opinião sobre o assunto, observe algumas respostas selecionadas:

“Ótima, pois garante direitos iguais, independentes da orientação sexual”.

“Muito errada”

“Ridícula”

“Fora da Realidade”

A questão da união entre pessoas começou a ser discutida ultimamente quando foi
aprovada no Reino Unido, a união entre pessoas do mesmo sexo. Tal tipo de relacionamento
sempre existiu, porém quando havia uma separação das partes envolvidas, na maioria das

24
vezes ocasionava em batalhas judiciais com disputa de bens adquiridos no decorrer da
relação. Normalmente em uma relação heterossexual a discussão tem embasamento jurídico e
pode facilmente ser esclarecida, mas no caso dos homossexuais, na maioria dos países não há
legislação vigente. Em 2001, os Países Baixos foram o primeiro país da era moderna a
permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Atualmente, esse tipo de casamento
também é legal na Bélgica, no Canadá, na África do Sul, na Espanha e no estado de
Massachussets, um dos 50 Estados Unidos da América. A Corte Suprema de Israel decidiu
que os casamentos gays realizados em outros países deveriam ser reconhecidos no país,
apesar de ser ilegal realizá-los em Israel (WIKIPÉDIA, 2007). A intenção neste tópico do
trabalho é identificar a opinião dos entrevistados sobre a união legal entre homossexuais.
Algumas respostas foram muito ofensivas, como exposto, demonstrando a necessidade de
campanhas de conscientização a respeito do tema, porém analisando a totalidade, as respostas
apresentadas foram bastante diversificadas sobre o assunto, chegando até a poder ser
caracterizada aqui uma semelhança quantitativa em opiniões favoráveis e contrárias,
comumente o assunto gera polêmica.

Há pouco tempo um filme expôs como a discriminação pode levar uma relação que
poderia ser sadia, ao anonimato, “O segredo de Brockeback Mountain” expõe de maneira
explícita a história do relacionamento de dois vaqueiros - típicos arquétipos americanos - que
para evitar o preconceito, vivem uma vida dupla entre encontros secretos entre si e uma vida
familiar comum com casamento e filhos. Novamente o mundo oculto da sexualidade aparece,
mostrando ocultamentos, fingimentos e representações de práticas sexuais entre os tipos
masculinos, em relações ocasionais, dentro ou fora de um casamento. As personagens tomam
a atitude da relação clandestina pela certeza de que sofreriam uma discriminação por parte de
seus sentimentos, tradicionalmente de pouca aceitação.

A questão 13 do questionário é objetiva e complementa a informação colhida na


questão anterior, quando o entrevistado responde se acha que uma relação homossexual tem
chance de perdurar. O curioso aqui é verificar que as respostas obtidas tanto no caso de
homens quanto de mulheres é em sua maioria favorável ao tema, ambos concordam que uma
relação entre pessoas do mesmo sexo tem as mesmas chances de prosperar que uma relação
hetero, observe o gráfico 6. É realmente uma grande antítese, porque a maioria das pessoas
até aceita uma relação homossexual, mas, oficializada, é um tanto quanto ainda discriminada,

25
seria numa comparação reconhecer que uma relação entre homossexuais pode ter o mesmo
status de um casamento, sagrada instituição, o que para muitos aceitarem infelizmente ainda é
impossível, apesar de estar esclarecido “que tanto o Conselho Federal de Medicina quanto a
Organização Mundial da Saúde não consideram a homossexualidade uma patologia há mais
de vinte anos” (LOREA, 2006 p. 492).

Você acha que uma relação homossexual tem chance de perdurar?

14
14 12
12
Sim
10
7 Não
8 6
6

0
Masculino Feminino

Gráfico 6: Amostra quantitativa das pessoas que afirmaram confiar na durabilidade de uma relação
homossexual.

A questão 14 ainda pode ser analisada dentro do contexto das duas questões anteriores,
ela versa sobre a opinião do entrevistado, que em nível de comparação, respondeu se achava
que estabelecer uma relação homossexual é mais difícil que uma heterossexual, e por quê
achava isso, apesar da questão parecer redundante se comparada às questões anteriores, ela
permite que principalmente os entrevistados que não concordem com relações homossexuais,
pontuem a causa da sua contestação a esse tipo de relacionamento, observe algumas respostas
abaixo:

“Sim, porque uma relação homossexual não é aceita pela sociedade”.

“Sim, pois a sociedade ainda é preconceituosa”.

26
“Não, porque eles são mais bem decididos e sabem bem o que quer”.

Uma característica interessante a ser considerada aqui, é que a grande maioria das
respostas afirmativas justificava a dificuldade imposta às relações sexuais como sendo o
preconceito e a pressão exercida pela sociedade. Não obstante, como já foi discutido neste
trabalho, o preconceito social com relação ao homossexual ainda é muito alto, e apesar das
diversas iniciativas de amenizar tal fato, ainda existem muitas pessoas com posicionamentos
discriminatórios pesados. Gomes (2003), em seu trabalho atenta ao fato de que existe um
medo da presença do aspecto feminino numa personalidade masculina, do receio de se tornar
mulher.

A resposta negativa se fundamenta no aspecto objetivo e concreto das relações


homossexuais, de fato, se submeterem à pressão exercida pela sociedade. Grande parte dos
homossexuais mantém sua identidade sexual pessoal e como casal oculta, com medo do
preconceito, como retratado no filme “O segredo de Brockeback Mountain”. É necessária,
uma forte personalidade e bastante coragem, que as personagens não tiveram, para assumir o
seu envolvimento, o que acabou por se tornar uma frustração, pois ambos envelheceram e não
conseguiram ter uma vida plena juntos. São poucos os relacionamentos sexuais que realmente
perduram, não passando na maioria das vezes de um envolvimento superficial, em parte pelo
medo de assumir algo mais sério e mais seguro. Analisando o fato de que os homossexuais
masculinos constituírem um dos grupos considerados de risco na maioria das pesquisas
publicadas sobre HIV(Aids), essa pouca duração dos relacionamentos reforça sua situação
como permeada por várias contradições e conflitos, apontando para uma complexidade
histórica (MOTA, 1998).

A 15ª questão fala sobre a presença de homossexuais nas escolas e como o aluno que
estava sendo entrevistado lidava com essa situação. Tal questão advém do fato de que
inicialmente a aplicação dos questionários seria feita no âmbito escolar, porém como houve
recusa por parte da maioria das direções, o que restringiria bastante o espaço amostral, o foco
foi mudado para as ruas, porém, como a faixa etária ainda era considerada baixa – 15 aos 25
anos – a pergunta foi mantida e algumas das respostas encontradas até surpreendem, veja
abaixo:

27
“Sim, me identifico com eles e nos damos super bem”.

“Sim, são pessoas normais, colegas que merecem o mesmo respeito”.

“Deve ter, não sei, mais não estou nem aí”.

“Sim, ignoro, mas respeito”.

Um fato interessante a se considerar aqui é que, em quase todos os questionários a


pergunta obteve resposta, muitos dos entrevistados informalmente afirmaram que
freqüentavam curso superior, o que contribuiu para que a intenção da pergunta não fosse
alterada em seu contexto. Na quase totalidade dos questionários a resposta foi afirmativa
quanto à presença de homossexuais no ambiente escolar. O fato discrepante é sobre o modo
como os jovens afirmaram lidar com a situação: pouco mais de 90% dos questionários
respondidos por mulheres compartilhavam das primeiras opiniões expressas logo acima, de
identificação e estreitamento de relações com tais indivíduos, o que permite inferir que
geralmente as meninas têm uma afinidade quase natural com gays; em contraposição, o
mesmo não acontece na maior parte do tempo entre rapazes heterossexuais.

Segundo Abreu et al (1994), no seu Guia de Orientação Sexual, há diversas formas de


como discutir a sexualidade e a convivência com os homossexuais, dentro do ambiente
escolar. Em seu texto página 88 ele afirma que “a partir da quinta série em diante os alunos já
apresentam condições de canalizar suas dúvidas ou questões sobre sexualidade para um
momento especialmente reservado para tal, com um professor disponível”. Pois, a partir da
puberdade, os estudantes trazem consigo dúvidas em questões mais polêmicas sobre
sexualidade, já demonstram necessidade e melhores condições de reflexão sobre temáticas
como virgindade, pornografia, prostituição, aborto, homossexualidade e outras. Com relação
ao ambiente universitário, não foram encontradas referências que versem sobre tais temas,
cabendo o bom senso por parte de quem convive em tal meio, e como a grande maioria destes
questionários foi respondida por universitários pode aqui se constituir uma base para iniciar
futuras pesquisas acerca do tema.

As duas outras respostas apresentadas demonstram a visão obscurecida do preconceito

28
frente ao assunto. Um dos entrevistados afirma ignorar completamente a presença de tais
indivíduos, e revela pouco se importar se há ou não presença dos mesmos, e o outro apesar de
ignorar diz ter respeito pela pessoa. Aqui em especial cabe uma reflexão, pois apesar da
homossexualidade não tornar a pessoa invisível, muitas das vezes é como se fizesse, pois a
maioria prefere ignorar o assunto a assumir um preconceito, ao invés de se informar mais e
tentar compreender o lado alheio. A maioria das respostas masculinas foi extremamente
evasiva, apenas confirmavam a convivência com os homossexuais, mas a maioria se recusava
a ter uma resposta coerente com mais de três palavras, o que demonstra que o preconceito
masculino ainda é bem maior na esfera social do que o feminino, citando Gomes (2003, p.
827) que em seu trabalho discute sobre o pensamento machista e a forma como o mesmo está
arraigado em nossa cultura,

Os homens estudados expressaram a existência de alguns marcos vigentes


para a afirmação da identidade masculina: a iniciação sexual com
prostitutas; a negação do homossexualismo; a referência constante a um
certo padrão de comportamento sexual masculino (mesmo quando para
rejeitá-lo); o desejo de corresponder às expectativas sociais (em especial
dos amigos e das mulheres). Esses homens expressavam medo de serem
questionados na sua masculinidade por se afastarem dos padrões
tradicionais, por eles rejeitados.

A 16ª questão exige um posicionamento do entrevistado para que haja uma resposta
coerente, ele é questionado sobre qual seria sua reação se seu ou sua melhor amigo (a) se
declarasse gay, observe a exposição de algumas respostas selecionadas e a posterior discussão
das mesmas logo abaixo:

“Ajudaria-o a combater o preconceito da sociedade”.

“O aceitaria como ele é, independente de sua opção sexual”.

“Me afastaria”

“Terminaria a amizade”

Em todas as respostas houve divergências quanto à relação social com homossexuais,


mais que um convívio pacífico, às vezes, o choque emocional que a pessoa sofre ao saber que

29
um amigo(a) que ele julgava até então, normal para os padrões, se declara gay ou lésbica,
enfim com direcionamento sexual diferente do seu faz com que ocorra um rompimento na
amizade. Esse ponto é importante porque um dos principais fatores analisados em trabalhos
que falam sobre a saúde masculina é a forma como é encarada a descoberta da sexualidade,
especialmente se a pessoa descobre ter uma opção sexual fora do aceito pela sociedade; nesse
momento é fundamental a presença de um amigo que o compreenda, com quem possa se abrir
e principalmente que o ajude a se aceitar, como pessoa, não se diminuindo e nem se
subestimando, apenas porquê tem uma opção sexual diferente da maioria. Lorea (2006 p.491)
em seu artigo argumenta que “a diversidade sexual encontra amparo legal no artigo 3º, da
Constituição Federal – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação”, mas um texto legal não suprime
automaticamente preconceitos enraizados historicamente em uma cultura.

Algumas respostas como demonstrado acima imprimem um sentimento de apoio,


mesmo porquê o fato da descoberta da homossexualidade como parte de sua personalidade,
não exclui ninguém do convívio social. Historicamente houve muitas personalidades que
reprimiram sua sexualidade, não chegando a se declararem homossexuais publicamente ou só
vindo a declarar tal aspecto de si muitos anos depois, como aqui no Brasil aconteceu com os
cantores Renato Russo e Cazuza e até internacionalmente com o artista Freddy Mercury,
vocalista do extinto grupo Queen. Em todos os casos observamos o fato do medo explícito de
se auto-afirmar homossexual. Algumas respostas são bem diretas com relação a manter
qualquer tipo de relacionamento, mesmo somente amizade com homossexuais, taxativamente,
nega o reconhecimento dessa prática, afirmando que se afastariam, ou terminariam a amizade
na hora, isso se deve talvez muito mais ao medo de ser um semelhante de seu amigo (a) do
que a qualquer outra coisa.

A 17ª questão a explora um dos maiores medos daqueles que possuem um


direcionamento sexual diferente. Foi perguntado ao entrevistado se ele fosse homossexual,
teria ou não coragem de revelar aos pais a sua escolha e se o fizesse qual a razão de fazê-lo,
observe algumas respostas selecionadas abaixo:

“Sim. Pois acho que eles podem reagir mal, mas quando eles pensarem melhor, vão apoiar o
filho”.

30
“Sim. Sei que me compreenderiam, apesar de não falarmos abertamente, eu os conheço”.

“Não. Porque deve ser a maior decepção do mundo para um pai ouvir isso”.

“Não. Seria um peso muito grande para eles”.


Duas respostas afirmativas e duas negativas, mas no início desta análise falou-se
bastante sobre a forma com a qual os filhos discutem sua sexualidade com os pais, e como a
sociedade como um todo ainda se encontra arraigada em preconceitos que vão passando de
geração a geração, mesmo de maneira velada, mas sempre presente. Nas respostas
apresentadas acima encontramos medo em todas elas, tanto nas afirmativas quanto nas
negativas, e apesar dos esforços de educadores e campanhas de conscientização, romper a
barreira do preconceito no lar ainda é extremamente complexo. Em Louro (1999, apud RIOS
et al, 2002) há uma afirmação de que o diálogo entre pais e filhos sobre homossexualidade é
difícil quando os filhos são heterossexuais e que se torna mais complicado ainda quando o
adolescente possui relacionamentos com pessoas do mesmo sexo.

O medo no caso da revelação aos pais sobre sua homossexualidade está sempre
presente na vida dos adolescentes e muitas vezes levando-os a uma vida dupla. Eles vão
passar a vida adulta ocultando sua real natureza, alguns chegando até a casar e constituir
família apenas para manter uma imagem que os poupem do peso de ter que encarar um
mundo que não os aceita como eles são, levando-os a uma clandestinidade, correndo riscos
em relações homossexuais, que podem levar a infecções por DST’s e até Aids, uma vez que
os últimos dados epidemiológicos apontam a uma estabilização em valores elevados da
infecção de HIV entre homossexuais e bissexuais (RIOS et al, 2002).

Para dar uma seqüência à polêmica apresentada na 17ª questão, a 19ª em comparação
também representa de certa forma o medo, mas de um ponto de vista diferente, gerado pela
tradição do preconceito implícito, os entrevistados foram perguntados se havia ou não
homossexuais em sua família, observe
Existem o gráfico na
hom ossexuais 7 abaixo.
sua família?

25%

Sim
Não

75%
31
Gráfico 7: Quantitativo total de pessoas que afirmaram ou negaram ter homossexuais na família

Os dados do gráfico 7 deixam claros que a maioria dos pesquisados não tem
homossexuais em sua família, um dado expressivo que pode até ser considerado, se a
problemática da situação não fosse tão implícita, em parte muitos dos casos de homossexuais
são ocultos e a maioria nem chega a ser revelado, já foi citado anteriormente exemplos de
personalidades que nunca chegaram a revelar sua homossexualidade a ninguém, vivendo à
margem da sociedade, ansiando por uma aceitação que provavelmente nunca virá, de fato, a
família desempenha um papel extremamente importante no processo de aceitação do
indivíduo frente a sua homossexualidade (PICK; PALOS, 1995).

A 18ª e a 20ª questão abrangem a esfera da mídia e a influência da mesma como


formadora de opinião. Como o alvo aqui é a homossexualidade, perguntamos na 18ª questão
se o entrevistado julgava que a mídia agia de maneira discriminatória com relação ao
homossexualismo e que justificassem o motivo de sua resposta, observe algumas delas:

“Isso é algo relativo, pois em determinados aspectos ela já mostra tal fato com certa
naturalidade”.

“Às vezes. Porém há programas que cumprem um papel importante no combate a


homofobia”.

“Não, acho que hoje em dia são muito mais aceitos”.

“Sim, principalmente nos programas de TV humorísticos”.

A mídia como um todo, principalmente a televisiva atualmente, exerce uma enorme

32
influência na forma como a sociedade analisa determinados assuntos. No trabalho de Andi
(1999, apud RIOS et al, 2002) há uma referência aos jovens e sua relação com a mídia,
analisando a presença do tema sexualidade nas “colunas de consultas” em revistas voltadas ao
público de 13-18 anos, que em sua maioria são formadas por textos leves, baseados em
temáticas de dicas práticas. Infelizmente tais textos padecem de uma baixa qualidade da
informação ali fornecida e falta uma abordagem que incentive uma conscientização ou até um
aprofundamento nas questões ali apresentadas.

Nos casos relacionados a mídia até expõe a sexualidade, no nosso caso em especial a
homossexualidade, porém sem se preocupar em fazer uma distinção ou triagem do que é
apresentado. Uma das respostas até faz um alerta com relação à temática humorística,
historicamente presente em nossa cultura, porém, de maneira geral, depende bastante do
programa, ou da revista ou o que quer que seja usado para difundir a informação, reforçando a
intenção de seus idealizadores. Analisando a mídia que explora o público mais jovem, observe
os dados relevantes da 20ª questão que também faz uma relação desta como formadora de
opinião relacionada ao homossexualismo.

De onde vem a sua opinião sobre homossexualismo?

10%
31% 10% TV
Revistas/Jornais
Família/Amigos
Outros
32% Todos Acima
17%

Gráfico 8: Origem de fatores externos na formação da opinião sobre homossexualidade dos adolescentes.

Baseado no princípio de que a criança em formação sofre influência do meio que a


cerca (ABREU et al, 1994) foi perguntado na 20ª questão qual era a origem da opinião do
adolescente sobre homossexualismo. Foram oferecidas cinco alternativas: TV, Revistas/
Jornais, Família/ Amigos, Outros, com a opção de citar quais outros eram estes, Todos Acima,

33
ou seja, todas as anteriores. Na grande maioria dos questionários analisados, aqueles que a
responderam marcaram mais de uma alternativa, e dessa forma, os dados foram agrupados e
depois subdivididos para verificação da relevância de cada resposta assinalada.

Analisando o gráfico, cerca de 32% dos adolescentes disseram que a família e os


amigos foram a grande base na formação da sua opinião, confirmando o dito algumas páginas
atrás deste e reconhecendo o peso que a sociedade tem ainda hoje com sua ação
discriminatória. Gomes (2003) em seu trabalho argumenta bastante sobre a forma como a
nossa cultura possui traços de preconceito e Rios et al (2002) falam sobre o diálogo entre pais
e filhos e o importante papel que ele assume na formação sexual do jovem. Logo em seguida,
com 31% das respostas está a 5ª opção, todas as anteriores, que teoricamente era esperada já
como a resposta de maior escolha por parte dos adolescentes pesquisados; como hoje somos
cercados por todos os lados pela informação, que nos influencia e nos molda mesmo que
tentemos evitar, então todas as alternativas oferecidas como respostas acabam por ter sua
representatividade comprovada, mesmo que alguns não a tenham assinalado. Em seguida
temos a 4ª alternativa sobre outras fontes de informação ou influência, com 17%, aqueles que
assinalaram tal alternativa citaram no campo “Qual?”, opções como Igreja, Escola, Internet,
mas a grande maioria usou este campo para afirmar que tinha Opinião Própria, ou seja, sua
opinião sobre o assunto advinha dele mesmo, possivelmente numa dificuldade em aceitar que
ele era tão manipulado pelo sistema social como qualquer outra pessoa.

Os meios midiáticos mais comuns e conhecidos – Jornais/ Revistas e TV - quando


analisamos a 20ª questão acabaram por ficar em 2º plano com 10% das respostas cada um.
Isso demonstra que apesar destes meios de comunicação exercerem conhecida influência eles
a fazem de maneira discreta, e apenas uma baixa parcela entre os entrevistados a reconhece.
Indiretamente de certa forma até mesmo os pais citados aqui como principais formadores de
opinião, também tem seus referenciais morais muitas das vezes influenciados por tais tipos de
mídia, ou seja, novamente lembrando o que deve prevalecer é o bom senso em saber escolher.

34
Conclusão

A pesquisa em pauta permite concluir que a família influi diretamente no papel sexual
de seus filhos. Infelizmente a sociedade mantém uma padronização estereotipada sobre os
papéis que moças e rapazes devem desempenhar, por exemplo, ainda hoje presenciamos o
papel de subordinação que a sociedade estabelece para o sexo feminino, também denominado
em alguns meios pela alcunha de sexo frágil.

Esses padrões hoje começam a serem questionados pelas novas gerações, porém pais e
educadores muitas vezes não percebem que indiretamente continuam a propagar os já
ultrapassados padrões de comportamento social fixos para meninos e meninas. Desde o
nascimento as crianças estão recebendo mensagens sobre seu papel sexual na sociedade,
quando o indivíduo começa a integração da sua sexualidade, esta passa a dominar suas
condutas morais e aspirações.

Crescer é um processo difícil e traumático, o mundo adulto gera no adolescente um


misto de desejo e temor, enquanto gradualmente ele vai abandonando sua infância. Este se
constitui num momento chave na vida do ser humano, pois é a fase ao mesmo tempo mais
importante e mais confusa de um desenvolvimento pelo qual ele vem passando desde seu
nascimento. As alterações físicas correlacionadas com as alterações psicológicas levam o
adolescente a um novo nível de relação com o mundo, mas isto só será possível se ele puder
assimilar as várias perdas com as quais tem que conviver, como a perda do corpo de criança, a
perda da atenção excessiva dos pais e a perda da inocência infantil. Quando o adolescente

35
encerra esse processo, ele se inclui no mundo com um novo corpo já maduro e uma imagem
concreta formada de si mesmo, muda sua identidade, e é esta a grande marca da adolescência,
a busca pela identidade que ocupa a quase totalidade de sua função.

Apesar da simplicidade do sexo, nossa sociedade, com seus tabus, não transmite essa
visão. O sexo aparece como algo vergonhoso, impuro, feio, proibido, e vários outros
sinônimos. Infelizmente essa perspectiva contribui para que haja uma disseminação de uma
forma de pensar retrógrada, pouco adequada aos tempos de total liberdade de expressão que
existe graças à globalização da cultura.

Este trabalho não tem o intuito de criticar, tampouco desmerecer tudo o que já foi
feito até então com relação à questão da homossexualidade, mas propor uma discussão sobre a
forma como nossos jovens estão tendo sua sexualidade formada, se isso está sendo feito de
maneira adequada, até que ponto o jovem está tendo liberdade para amadurecer e se tornar um
adulto sexualmente saudável e realizado. Preconceitos existem e sempre existirão, porém mais
do que nunca é necessário paciência e consciência para lidar com essa problemática, espero
que esta pesquisa tenha contribuído de alguma forma para solucionar o problema.

36
REFERÊNCIAS

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento_entre_pessoas_do_mesmo_sexo>. Acesso em
15 abril 2007.

Anexo I

Questionário

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino


Idade: ______

1- Você conversa com seus pais sobre sexo?


( ) sim ( ) não

2- O que você acha da abordagem do tema educação sexual como disciplina nas escolas?
Justifique.

3- Você é virgem?
( ) sim ( ) não

39
4- Se respondeu sim anteriormente com que idade você iniciou sua vida sexual?
___________

5- Tem namorado(a)?
( ) sim ( ) não

6- Qual a sua opinião a respeito do sexo antes do casamento?

7- Você concorda com o sexo sem compromisso? Por quê?

8- Qual a sua opinião quanto ao homossexualismo?

9- Tem vida sexual ativa?


( ) sim ( ) não

10- Usa métodos contraceptivos?


( ) sim ( ) não. Se sim quais?________________________.

11- Já teve ou tem relação com alguém do mesmo sexo? Qual? Por quê?

12- O que você acha da união entre homossexuais?

13- Você acha que uma relação homossexual tem chance de perdurar?
( ) sim ( ) não

14- Você acha que estabelecer uma relação homossexual é mais difícil do que uma
heterossexual? Por quê?

15- Na sua escola tem alunos homossexuais? Como você lida com essa situação?

16- Se teu (tua) melhor amigo(a) se declarasse gay, o que você faria?

17- Se você fosse homossexual, teria coragem de contar aos seus pais? Por quê?

40
18- Numa visão crítica, você poderia afirmar que a mídia de um modo geral age de
maneira discriminatória quanto ao homossexualismo? Justifique?

19- Existem homossexuais na sua família?


( ) sim ( ) não

20- De onde vem a sua opinião sobre homossexualismo?


( ) TV
( ) Revistas/Jornais
( ) Família/Amigos
( ) Outros. Qual?______________________.
( ) Todos acima.

41

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