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CARREIRAS PÚBLICAS

Disciplina: Direito Processual Civil


Professor: Eduardo Francisco
Aula: 05 | Data: 18/08/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS


2.2. Autocomposição (Conciliação e Mediação) (continuação)
2.3. Arbitragem
3. Tribunais Administrativos

COMPETÊNCIA
1. Jurisdição

MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

2.2. Autocomposição (Conciliação e Mediação) (continuação)

É a solução dada pelas partes, por meio do consenso = acordo.

A autocomposição possuí 3 requisitos:


 Partes capazes;
 Direito disponível (é o direito que admite autocomposição);
 E consenso.

Quanto à forma de ser obtida, ela poderá ser feita por:


 Negociação direta: entre as partes;
 Intermediação de terceiro = juiz, conciliador ou o mediador:
a) Conciliação: é a intermediação recomendada para partes sem vínculo (ex.: acidente de trânsito), e o
conciliador atua de maneira propositiva (realizando proposta, a fim de facilitar a intermediação).

b) Mediação: a mediação é sugerida para as partes que já possuem um vínculo (ex.: questões de
locação, direito de família, questões de fornecimento).
O mediador faz um papel de ouvinte ativo (ou seja, ele ouve as partes e as auxilia para que cheguem
em uma solução amigável).

Obs.: os art. 165 a 175 do CPC tratam sobre as regras da autocomposição, e o artigo 166 prevê sobre os princípios
da autocomposição (conciliação ou mediação), que são os princípios da oralidade, informalidade, autonomia da
vontade, decisão informada, sigilo.

Existe uma lei específica da mediação, que é a Lei n° 13.140/15, que possuí pouca incidência nas provas.

O art. 3º, §2º e 3º, prevê que o Estado promoverá a autocomposição, e que os sujeitos que participam do
processo deverão incentivar a autocomposição.

2.3. Arbitragem

ANALISTA DOS TRIBUNAIS


CARREIRAS PÚBLICAS
Damásio Educacional
Arbitragem é a solução imposta por terceiro particular escolhido pelas partes (este arbitro age como juiz de fato e
de direito), cumpre dizer que a arbitragem possuí lei própria, Lei n° 9.307/96.

A arbitragem traz 3 requisitos:


 Partes capazes;
 Direito patrimonial disponível;
 Ajuste prévio (convenção de arbitragem).

O ajuste prévio (convenção de arbitragem) subdivide-se em duas espécies:


 Cláusula compromissória: é uma cláusula de contrato escrito, prevendo que eventual conflito será
resolvido por meio da arbitragem;

 Compromisso arbitral: é o ajuste que cria a arbitragem para o caso concreto, diante de um conflito as
partes compactuam o compromisso para ser resolvido por arbitragem, cabe ressaltar que o compromisso
pode ser firmado diretamente, não há a necessidade anterior de uma cláusula compromissória.

Atenção: A convenção de arbitragem é uma preliminar em que o juiz não pode conhecer de ofício, ou seja, ela
depende de alegação do réu, e caso o réu não alegue, haverá a preclusão e renúncia tácita à arbitragem – art.
337, §5º e 6º.

Importante: A Fazenda Pública pode participar da arbitragem.


Quando a arbitragem envolver a Fazenda Pública, ela deverá ter:
 Publicidade;
 E será decidida conforme o ordenamento jurídico (com base na lei).

Obs.: Na arbitragem entre particulares poderá ser ajustado que o processo será sigiloso, ou qual será o critério do
julgamento (ex.: será utilizado legislação internacional ao invés da brasileira etc.).

O Arbitro possuí poder de decisão, ou seja, o arbitro poderá dar a sentença ou conceder liminarmente.

A decisão arbitral é:
 Irrecorrível;
 Possuí força de título executivo judicial;
 Não pode ser modificada ou revista pelo Poder Judiciário, no máximo ela poderá ser anulada, através de
uma Ação Autônoma Anulatória ou por Impugnação ao Cumprimento de Sentença Arbitral.

Cumpre dizer, que o arbitro não tem poder para realizar a execução forçada, ou seja, o cumprimento de sentença
arbitral tem que ser feito pelo Poder Judiciário, através do instrumento chamado Carta Arbitral.

Atenção: se o edital do concurso cobrar a lei n° 9.307/96, é recomendado a realização da leitura da lei seca.

3. Tribunais administrativos

São órgãos estatais diferentes do Poder Judiciário que tem o poder de decidir conflitos, como por exemplo:
 Justiça desportiva (art. 217, CF);
Obs.: a justiça desportiva não faz parte do Poder Judiciário.
 Tribunal Marítimo;
Obs.: julga acidentes e fatos da navegação, visando responsabilizar a embarcação causadora.

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 Agências reguladoras.
Obs.: ex.: ANEEL, ANS, PROCON etc., são órgãos que auxiliam na fiscalização de determinadas atividades.

Em regra, os tribunais administrativos são facultativos, ou seja, não há a necessidade de pleitear/reclamar


perante o tribunal administrativo primeiramente, podendo se utilizar das vias judiciárias diretamente.

Vale ressaltar que as decisões dos tribunais administrativos podem ser revistas pelo Poder Judiciário.

Exceção: o tribunal administrativo é obrigatório na justiça desportiva, é necessário passar previamente pelo
tribunal desportivo a lide competente, para depois levá-la ao Poder Judiciário.

COMPETÊNCIA

1. Jurisdição

Jurisdição é a solução estatal imposta pelo Poder Judiciário.

I. Conceito:
É o poder/dever/função/atividade de dizer o direito no caso concreto, visando a pacificação social.

II. Características da jurisdição:


a) Caso concreto: podendo ser a lide, risco de lesão a direito ou situação relevante;
Exceção: controle de constitucionalidade concentrado (ADIN, ADECON), = discute-se em abstrato, se a lei está em
conformidade com a CF.

b) Inércia: a jurisdição só atua mediante provocação;


Exceção: estão previstas nos artigos 738, 744 e 746 do CPC – Proced. de Jurisdição Voluntária.

c) Una: ela representa uma atividade que forma um todo único e indivisível;

d) Imparcial;

e) Definitiva: pois gera coisa julgada;

f) Substitutiva: ao exercê-la o juiz substitui as partes na solução do conflito;

g) Declaratória do direito da parte: não cria direito, apenas reconhece direito preexistente;

h) Criativa quanto a norma jurídica: a sentença cria a regra do caso concreto para as partes, estabelecendo e
criando precedentes. Mandado de Injunção se alguém não pode exercer um direito constitucional por
falta de regramento, este alguém impetrará o mandado de Injunção para que o Juiz estabeleça a regra
necessária para o exercício do direito constitucional;

i) Exercida mediante processo;

j) Não admite controle externo.

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III. Princípios da jurisdição
Os princípios da jurisdição são:
a) Juiz natural: visa garantir a imparcialidade, proibindo o tribunal de exceção.
b) Territorialidade / aderência ao território: cada juiz exerce a sua jurisdição é uma área, em um território
estabelecido pelas regras de competência (na justiça estadual é chamado de comarca, e na justiça federal
é chamado de subseção a seção).
Obs.: para a prática de atos fora do território é necessário carta precatória ou regatória.
Exceções: citação por correio; e-mail e edital; penhora online.

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