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CARREIRAS PÚBLICAS

Disciplina: Direito Processual Civil


Professor: Eduardo Francisco
Aula: 18 | Data: 15/09/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

INTERVENÇÃO DE TERCEIRO
2.1. Assistência (continuação)
2.2. Denunciação da lide
2.3. Chamamento ao processo

INTERVENÇÃO DE TERCEIRO

2.1. Assistência (continuação)

Está prevista nos artigos 119 a 124 do CPC.

Ela permite que o terceiro ingresse no processo, para assistir, para auxiliar uma das partes.

Cabe em qualquer processo.

Há duas espécies:
 Assistência simples: interesse jurídico indireto  decorrente de uma relação jurídica diferente com o
assistido (ex.: sublocatário).

É a parte secundária e subordinada ao assistido  art. 122 do CPC.

Não é atingido pela Coisa Julgada, mas pelo efeito da justiça da decisão  art. 123 do CPC.

Se o assistido for omisso ou revel, o assistente simples passa a ser substituto processual  art. 121, parágrafo
único.

I. Assistência litisconsorcial
As regras estão previstas no art. 124 do CPC.

Neste caso o terceiro ingressa com autonomia de parte principal, como litisconsorte.

Tem interesse jurídico direto = titular do direito discutido, no todo ou em parte. Neste caso é atingido pela Coisa
Julgada.

Ex.: Credor solidário entra para ser assistente de outro credor solidário, que cobra a dívida toda.

Um condômino move uma ação contra o MST (movimento sem-terra), vem o condômino 02 e pede para ser
assistente litisconsorcial.

Dicas ou características da assistência litisconsorcial:


 Pressupõem substituição processual;
 O assistido é um substituto processual e o assistente um substituído;

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 O assistente é titular do direito/obrigação discutido no todo ou em parte;
 O assistente poderia estar no polo da ação desde início em litisconsórcio.

Procedimento da assistência:
O terceiro peticiona o ingresso como assistente;
O juiz ouvirá as partes em 15 dias;
Se necessário, haverá instrução e depois o juiz decide, tudo sem suspender o processo.

Obs.: a decisão que defere ou indefere intervenção de terceiros, caberá agravo de instrumento.

2.2. Denunciação da lide

A sua previsão está nos artigos 125 a 129 do CPC.

Conceito: permite as partes trazer ao processo o garante para exercer o direito de regresso.

Natureza jurídica: é uma ação autônoma de regresso.

Cabimento: só no processo de conhecimento.

Hipóteses de cabimento:
 Evicção: o adquirente que no processo corre o risco de perder a coisa pode denunciar da lide o alienante
imediato.

Obs.: o NCPC veda a denunciação per saltum.


A denunciação sucessiva é permitida só uma vez para o denunciado trazer seu alienante imediato.

 Quando a lei ou o contrato obriga a indenizar  alguém assume a condição de garante.


Ex.: contrato de seguro.

Procedimento:
I. O autor faz a denunciação da lide na inicial, requerendo a citação do denunciado antes da do réu;
O réu faz na contestação, em preliminar;
II. Deferida a denunciação, o denunciante providenciará a citação do denunciado em 30 dias (na comarca)
ou em 2 meses (em outro local), sob pena de ficar prejudicada a denunciação;
III. Citado, o denunciado:
a) Sempre se torna réu do denunciante na ação de regresso;
b) Em regra, também se torna litisconsorte do denunciante na ação principal (art. 127 e 128, I do CPC);
Obs.: por isso, o denunciado terá autonomia de litisconsorte na ação principal; será atingido pela coisa julgada da
ação principal; e pode ser executado diretamente pelo autor vencedor da ação (art. 128, parágrafo único do CPC
e súmula 537 do STJ).

2.3. Chamamento ao processo

Art. 130 a 132 do CPC.

Conceito: Permite ao réu trazer ao processo os seus coobrigados para exercer direito de sub-rogação.

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Natureza jurídica: É uma ação autônoma de sub-rogação contra coobrigado.

Cabimento: Típica do processo de conhecimento.

Hipóteses de cabimento:
a) No CPC: o réu pode ser fiador (pode chamar ao processo os demais fiadores ou o devedor principal)
O réu devedor solidário (podem chamar os demais devedores solidários).
b) No CDC: o art. 101, II do CDC: o réu é o fornecedor pode chamar ao processo a seguradora.

Procedimento do chamamento:
I. O réu faz o chamamento na contestação;
II. Deferido o chamamento, o réu fará a citação do chamado em 30 dias (dias úteis) ou 2 meses;
III. Citado, o chamado torna-se litisconsorte passivo;
IV. A sentença de procedência condenará todos os réus;
V. O réu que pagar, sub-roga-se na posição do credor e executa a parte dos demais.

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