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COMO MINIMIZAR A CARGA TRIBUTARIA DAS EMPRESAS, ATRAVÉS

DE UM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EFICAZ

Edmilson Borges Gomes 1

Mônica Marinho da Silva Teles, Neiva Mezzomo e Taize Alves Barroso Santos 2

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo um estudo sobre os três regimes de tributação: Lucro
Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Dentre essas modalidades o estudo buscou
a forma menos onerosa para a empresa analisada. Com a elevada carga tributária em
nosso país e a falta de planejamento tributário algumas empresas acabam por pagar um
valor elevado de impostos, pois o planejamento tributário deixou de ser uma vantagem e
passou a ser uma questão de sobrevivência para as empresas. O estudo foi realizado em
uma empresa de pequeno porte que atua no comercio varejista de vestuário e acessórios
na cidade de Tucuruí Estado do Pará, e sua forma de tributação em 2008 foi pelo Lucro
Real onde evidenciamos que não houve um planejamento eficaz e por essa razão houve
um maior desencaixe monetário. Com os dados coletados através da pesquisa de campo
e ao analisar as demonstrações contábeis e demais documentos nos três regimes de
tributação foi possível constatar que a melhor forma para a empresa em questão é o
Simples Nacional, pois apresentou um lucro relevante em relação a sua atual opção
tributária.

Palavras-chave: Contabilidade tributária. Regimes de tributação. Impostos.

1 INTRODUÇÃO      

 Hoje o nosso país sofre com alta carga tributária, visto que a do Brasil e uma das mais
altas do mundo. O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam
diminuir o pagamento de tributos e surgiu como ferramenta para que o contribuinte
possa diminuir o exorbitante valor pago de tributos e aumentar seu lucro. É sabido que
os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela dos custos
das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de
sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário.

 A Evolução Tecnológica e econômica vem exigindo cada vez mais de seus


profissionais a minimização de custos e despesas e consequentemente a maximização
dos lucros. O planejamento tributário caracteriza-se como um dos principais agentes
para o sucesso ou não de uma empresa, pois a elevada carga tributária no Brasil é muito
complexa, dificultando a interpretação dos empresários e contadores e com as inúmeras
alterações dificulta também se manterem atualizados.

Aos profissionais da contabilidade cabe contribuir com sua participação na geração de


informações que possam dar suporte aos administradores nas tomadas de decisões, na
continuidade dos empreendimentos, pois conhecendo a legislação tributária, o cenário
fiscal e a natureza do negócio, deve promover ações que permitam licitamente reduzir
ou até eliminar tributos, e dessa forma proteger o desencaixe das empresas.

A elisão fiscal é um meio licito podendo ser aproveitado brechas da legislação para
tornar a carga tributária menos onerosa não podendo confundir com evasão fiscal que é
um ato ilegal (sonegação).

O objetivo deste estudo é avaliar qual a melhor forma de diminuir, postergar ou evitar a
alta carga tributária no âmbito federal. Avaliando os três regimes tributários: Simples
Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real mostrando a importância nos resultados da
empresa e como proceder a uma economia de impostos por meios lícitos.

O princípio constitucional não deixa dúvidas que, dentro da lei, o contribuinte pode agir
no seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fluxo de
caixa e fazer investimentos.

2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Planejamento Tributário é uma maneira de se planejar a redução de impostos em uma


empresa, o que deverá refletir positivamente nos resultados. É uma ferramenta muito
importante e que se faz necessária em nossos dias devida à extrema competitividade que
atinge nossos empreendimentos.

Planejamento tributário é a atividade preventiva que estuda a priori os atos e negócios


jurídicos que o agente econômico (empresa, instituição financeira, cooperativa,
associação e etc.) pretende realizar.

Sua finalidade é obter a maior economia fiscal possível, reduzindo a carga tributária
para o valor realmente exigido por lei.
Portanto, devem-se estudar e identificar todas as alternativas legais aplicáveis ao caso
ou existência de lacunas (“brechas”) na lei, que possibilitem realizar a operação
pretendida, da forma menos onerosa possível para o contribuinte, sem contrariar a lei.

FABRETTI, Láudio Camargo. Código Tributário Nacional comentado. 5º edição rev. E


atual. São Paulo: Atlas, 2005. p. 152-153

Há alternativas legais válidas para grandes empresas, mas que são inviáveis

para as médias e pequenas, dado o custo que as operações necessárias para

execução desse planejamento podem exigir. A relação custo/benefício deve ser

muito bem avaliada. Não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas,

cujas relações custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da


época, do local etc. (BORGES, 2001, p. 23)

As taxas de mortalidade das empresas no Brasil são alarmantes, e o maior desafio para
as novas empresas que se lançam no mercado, é permanecer nele. Em um levantamento
recente temos os seguintes dados.

- Empresas com até 2 anos de existência = 49,4% de mortalidade;

- Empresas com até 3 anos de existência = 56,4% de mortalidade;

- Empresas com até 4 anos de existência = 59,9% de mortalidade;

Fonte: empreenderparatodos.adm.br/motivacao/mat_19.htm

Fica então nosso questionamento: Uma das causas da mortalidade é também a falta de
planejamento tributário? Com um planejamento eficaz poderá ser evitado o desencaixe
monetário, podendo ser reduzido, transferido ou postergado legalmente os tributos da
empresa.

Quando o administrador prepara o planejamento tributário, busca através da ação do


contador ou em conjunto com profissional da área jurídica, promover menos desencaixe
na empresa.

As grandes empresas já contemplam em sua estrutura organizacional, um comitê de


planejamento tributário constituído por pessoas de várias formações e segmentos para
tratar especificamente desse grande projeto.

 Domingues (2000), afirma que o Planejamento Tributário é:

 
 Atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta
os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em
cada uma das opções legais disponíveis, cuidando de implementar aquela menos
onerosa, formando um conjunto de condutas, comissivas ou omissivas, da pessoa física
ou jurídica, realizadas antes ou depois da ocorrência do fato gerador, destinadas a
reduzir, mitigar, transferir ou postergar legalmente os ônus dos tributos.

3 OBJETIVO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O Planejamento tributário, em tese, está diretamente ligado à lucratividade e à


rentabilidade proporcionada pela possível redução de impostos. No entanto, há o
entendimento de que os procedimentos lícitos que proporcionem uma menor carga
tributária influenciam na formação do preço de venda de mercadorias.

Segundo Domingues (2000), os objetivos do planejamento tributário estão evidenciados


para:

1- Evitar a incidência do tributo - nesse caso adotam- de procedimentos com o fim de


evitar a ocorrência do fato gerador;

2- Reduzir o montante do tributo – as providências serão no sentido de reduzir a base de


cálculo ou alíquota do tributo.;

3- Retardar o pagamento do tributo – o contribuinte adota medidas que têm por fim
postergar o pagamento do tributo, sem ocorrência da multa.

O objetivo primordial do planejamento é a redução ou transmissão do ônus econômico


dos tributos. Pode, igualmente, ocorrer situação em que o ônus não provém diretamente
da obrigação tributária principal, e sim dos deveres fiscais acessórios, a manutenção de
escrituração contábil, a apresentação de documentos.

4 TRIBUTOS

Os tributos surgiram há séculos atrás. No inicio eram dados aos Deuses como presentes,
em gratificação aos pedidos alcançados. Com o passar dos anos, o tributo passou a ser
obrigação.
Hoje o tributo é um direito do Estado, pois assim ele pode exercer o seu papel de Estado
de Direitos, transformando esses valores arrecadados em obrigações sociais, como
escolas, hospitais, etc.

A primeira preocupação do legislador foi de estabelecer que se trata de prestação


pecuniária, ou seja, é através dela que o estado angaria fundos para manutenção da
maquina administrativa e a conseqüente execução de suas atividades. (MACHADO,
1999, p. 48)

O art. 3º do CTN - Código Tributário Nacional conceitua tributo:

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária, compulsória em moeda ou cujo valor nela
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrado
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

                                                 

O tributo é a obrigação imposta aos indivíduos e pessoas jurídicas de recolher valores ao


Estado, ou entidades equivalentes. É vulgarmente chamado por imposto, embora
tecnicamente este seja mera espécie dentre as modalidades de tributos.

5 CARGA TRIBUTARIA

Hoje o contribuinte convive com uma alta carga tributaria e uma forma muito difícil de
administrar esses impostos. As empresas convivem com 59 tributos dentre taxas,
contribuições e tarifas, e 93 obrigações acessórias que tem de serem cumpridas para
efetivar os pagamentos dos tributos. Toda esta burocracia consome em media 1% sobre
a receita bruta anual das empresas, somente com o preenchimento de guias,
acompanhamento de mudanças e arquivos de documentos. Quando falamos em pessoas
físicas e não mais empresas, o numero de impostos cai, mais não tanto. São 38
impostos, taxas e contribuições pagas pela media dos brasileiros. A dificuldade em
entender a extensa e vasta legislação tributaria e a alta carga contribui para o aumento
da sonegação, levando o governo a inventar novas maneiras de tributar ao invés de
aumentar a luta contra a sonegação.

A dificuldade em entender a extensa e vasta legislação tributaria e a alta carga contribui


para o aumento da sonegação, levando o governo a inventar novas maneiras de tributar
ao invés de aumentar a luta contra a sonegação.

Os brasileiros estão sufocados pela alta carga tributaria paga no Brasil, que tem como
escopo primordial sustentar a estrutura ineficaz do governo.

 
6 ELISÃO FISCAL

Elisão fiscal é o termo definido para o Planejamento Tributário no qual se faz ato lícito,
com o objetivo de maximizar os lucros, diminuindo o valor dos impostos a serem pagos
para a união. A elisão fiscal representa a execução ou elaboração de procedimentos,
antes do fato gerador, legítimo, ético, para reduzir ou eliminar a obrigação tributária,
dando legitimidade ao planejamento tributário, surgindo das brechas encontradas na
legislação. De acordo com Shingaki (2002, p. 25): A elisão fiscal é definida como a
economia lícita, mediante toda e qualquer ação anterior à ocorrência do fato gerador
que, sem violar a lei, evita, reduz ou posterga o imposto. Corroborando esta opinião,
Koch ( 2003,p. 116) Afirma: A elisão fiscal, hodiernamente tratada como planejamento
tributário consiste em praticar atos legais, sem dissimulação, sem fraude, visando
minimizar o imposto a recolher.

Pode-se afirmar então que a doutrina nacional considera a elisão fiscal como o
procedimento que, antes da ocorrência do fato gerador, evita que este ocorra ou então
que ocorra de maneira mais econômica.

Nota-se que a licitude está presente em todos os conceitos de elisão tributária. Uma vez
transgredida a lei, o que era elisão será considerada como evasão, não sendo mais
considerado um comportamento lícito.

7 EVASÃO FISCAL

Evasão fiscal é a forma que infringe a lei, esta forma é realizada após a ocorrência do
fato gerador da obrigação tributária, consistindo em ação dolosa ou intencional,
ocultando ou reduzindo fatos e informações de forma a diminuir o montante a ser
recolhido para a União. A evasão causa enormes prejuízos ao governo e a sociedade
como um todo. Segundo Oliveira (2005:170) conceitua evasão fiscal como: “Toda e
qualquer ação ou omissão tendente a elidir, reduzir ou retardar o cumprimento de
obrigação tributária”.

A evasão fiscal provém de artifícios dolosos nos quais o contribuinte, em afronta à


legislação, reduz sua carga tributária, o que é entendido, acertadamente, como
sonegação, pelos auditores da fazenda pública. (http://www.advempresarial.com/).

A evasão fiscal (ou sonegação, como é comumente conhecida) é um problema tão


antigo quanto os impostos em si. Sua ocorrência traz fortes implicações para o
funcionamento do sistema tributário e da economia como um todo. Além de ser um dos
principais problemas que as administrações tributárias enfrentam, tal fenômeno afeta a
eficiência econômica, reduz a eqüidade tributária e compromete as ações de política
econômico-tributária. www.boletimjurídico.com.br/doutrina/texto.asp
Portanto, controlar os níveis de evasão fiscal deve ser um dos principais objetivos das
autoridades tributárias. No entanto, fazer com que os contribuintes paguem
corretamente os tributos é uma tarefa bastante árdua, dados os limites estruturais da
economia, os diversos incentivos à atividade de sonegação e, em alguns casos, a
aceitação social deste comportamento. Marcelo Lettieri SiqueiraI; Francisco S. RamosII
Econ. Apl. vol.10 no.3 Ribeirão Preto July/Sept. 2006.

8 OPÇÃO PELA MODALIDADE DE TRIBUTAÇÃO

A entidade econômica tributa seu faturamento ou seu resultado, tendo como variável a
obrigatoriedade expressa na lei que obriga em obedecer à determinada modalidade de
tributação ou, caso a lei não determine, a entidade poderá optar pela modalidade de
tributação que resulte menor desencaixe monetário.

8.1 SIMPLES NACIONAL – Super Simples

O Simples Nacional que substituiu o Simples Federal, surgiu para amenizar os tributos
impostos pelo governo, das micros e pequenas empresas, pois o sistema tem regras
diferenciadas para ambas. 

Entrou em vigor, no dia 01 de julho de 2007, o Simples Nacional, um regime tributário


diferenciado que unifica e simplifica a arrecadação de oito impostos e contribuições
federais, estaduais e municipais, instituído pelo Estatuto Nacional das Micro e Pequenas
Empresas (Lei Complementar n. 123/2006). O Simples Nacional, também conhecido
como Super Simples, implica no recolhimento, mediante um único documento de
arrecadação (DAS), dos seguintes impostos e contribuições: IRPJ, PIS, COFINS, IPI,
CSLL, INSS, ICMS e ISS.

Os limites máximos de receita bruta anual para enquadramento no Simples Nacional


previstos na LC nº 123/2006 são os seguintes:

        Microempresa (ME): R$ 240.000,00 e Empresa de Pequeno Porte (EPP): R$


2.400.000,00. Fonte: Site Receita Federal do Brasil.

Reconhecendo as diferenças econômicas de cada estado, a lei prevê a possibilidade de


estabelecimento de um limite menor para efeito de pagamento de ICMS e ISS.

8.2 LUCRO PRESUMIDO

 
O Lucro presumido é regime de tributação onde a base de cálculo é obtida por meio de
aplicação de percentual definido em lei sobre a receita bruta. Como próprio nome diz,
trata-se de presunção de lucro. Para esse regime, temos algumas vantagens relativas às
obrigações acessórias, pois o fisco federal dispensa as empresas enquadradas nesse
regime da escrituração contábil, desde que seja mantido o livro-caixa.

As alíquotas encontradas para base de cálculo conforme RIR/99 são:

- 8% sobre as vendas de mercadorias;

- 1,6 % sobre a revenda  de combustível;

- 16% sobre transportes de passageiros;

- 32% sobre a prestação de serviços.

As pessoas jurídicas que obtiverem uma receita bruta total, no ano calendário, inferior a
R$ 48.000.000,00 (Quarenta e oito milhões de reais), poderão optar pelo lucro
presumido.

8.3 LUCRO REAL

O lucro real é a única forma de tributação em que o fisco exige a apuração do resultado
do lucro líquido apurado pela contabilidade no exercício das empresas, ou seja, o “real”
resultado, aquilo que realmente foi movimentado.

1. Lucro Real é o lucro líquido do período-base de apuração ajustado pelas adições,


exclusões ou compensações previstas ou autorizadas pela legislação. Sua
determinação deve ser precedida da apuração do lucro líquido contábil de cada
período de apuração, com observância das disposições das leis comerciais. O
resultado contábil apurado é, então, ajustado extracontabilmente, num livro
específico denominado Livro de Apuração do lucro Real (LALUR). Etc. (Curso
Básico de Contabilidade I, IOB).  

Portanto, para efeitos ficais a tributação com base no lucro real exige a manutenção de
escrituração contábil completa, diferentemente do que ocorre se a empresa for tributada
com base no lucro presumido. Fonte: www.portaltributario.com.br/guia/lucro_real.htm.
As pessoas jurídicas não enquadradas em nenhuma das restrições citadas podem optar
pelo lucro presumido. Deve ser notado, todavia, que mesmo que não esteja obrigada ao
lucro real, a empresa poderá optar por este sistema de tributação. Em muitos casos, a
tributação com base no lucro presumido, embora mais simples, é mais onerosa para a
empresa (resultando num valor de imposto a pagar maior do que aquele que seria devido
se adotado a tributação com base no lucro real). Fonte: Curso Básico de Contabilidade I,
IOB.

9 METODOLOGIA

 
 Para desenvolvimento do projeto utilizou-se a pesquisa bibliográfica, através de livros,
artigos, publicações, sites e revistas.

 Para analise dos regimes e escolha de melhor tributação foi feita uma pesquisa de
analise de dados maquiados para mais e observação direta de uma empresa com
atividade de comercio varejista de artigos de vestuário e acessórios, cuja tributação atual
é pelo Lucro Real, localizada na cidade de Tucuruí-PA. A pesquisa foi efetuada em um
escritório de contabilidade, onde tivemos acesso às demonstrações contábeis, demais
documentos e informações que foram fornecidas pelo contador responsável pela
empresa. 

10 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir apresentamos uma comparação entre os regimes de tributação Lucro Real,


Lucro Presumido e Simples Nacional. Depois de realizado o estudo através dos
documentos analisados, exibiremos as Demonstrações de Resultado do Exercício 2008.
Após a comparação das três modalidades foi possível verificar em qual incorre a menor
carga tributária e qual a forma mais vantajosa para a empresa analisada.

Tabela 1: Demonstração de Resultado do Exercício 2008 – Lucro Real.

                                                            LUCRO REAL

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31/12/2008

Pimpinela Confecções Ltda

 RECEITA BRUTA DE VENDAS

1.161.332,26

Venda de Mercadorias - A Vista

447.270,94

Venda de Mercadorias - A Prazo

714.061,32

(-) DEDUCOES DA RECEITA BRUTA

(306.474,38)

(-) ICMS S/ Vendas

(199.008,27)

(-) PIS Faturamento

(19.169,63)
(-) COFINS Faturamento

(88.296,48)

RECEITAS EVENTUAIS

938,40

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

(411.523,51)

CUSTOS OPERACIONAIS

(5.959,97)

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

(71.434,25)

DESPESAS TRIBUTARIAS

(2.621,28)

DESPESAS COM PESSOAL

(323.644,75)

DESPESAS FINANCEIRAS

(8.006,86)

RECEITAS FINANCEIRAS

1.155,23

(+) ADIÇÕES

0,00

(-) EXCLUSÕES

0,00

LUCRO BRUTO ANTES IR E CSLL

33.760,89

Provisão p/ IRPJ                                  
(5.064,13)

Provisão p/
CSLL                                                                                                                               

(3.038,48)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

25.658,28

Reconhecemos a exatidão do presente Demonstrativo de Resultado, realizado em 31 de


dezembro de 2008, onde apresentou um lucro de R$ 25.658,28.

Fonte: Escritório Contábil Mezzomo – 2008.

Tabela 1.1 - Lucro Real - Base de Cálculo e Apuração do PIS, COFINS

LUCRO REAL

Apuração do PIS e da COFINS

PIS

COFINS

DEMONSTRAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Receita de Venda de Mercadoria

1.161.332,26

1.161.332,26

ISENÇÕES E EXCLUSÕES  DA RECEITA

(-) Vendas Canceladas  

0,00
0,00

(-) Outras Exclusões

0,00

0,00

(=) Base de Cálculo

1.161.332,26

1.161.332,26

Alíquota

1,65%

7,60%

(=) Valor da Contribuição

19.161,98

88.261,25

VALOR DÉVIDO DA CONTRIBUIÇÃO

Valor da Contribuição

19.161,98

88.261,25

(-) Créditos Utilizados na Compensação s/ Compras e Outros Créditos

(4.624,97)

(21.301,28)

(-) Vendas Canceladas  

0,00

0,00

(=) Contribuição A Pagar


14,537,01

66.959,97

Fonte: Pesquisa Própria         

A Tabela 1.1 Demonstra a Base de Cálculo e a Utilização dos Créditos do PIS e


COFINS Concedidos conforme Regulamento do PIS e COFINS.

Na tributação pelo Lucro Real, que é a modalidade pela qual a empresa optou no ano de
2008, constatamos o valor elevado do ICMS sobre vendas, após a apuração mensal. O
PIS e o COFINS neste regime é não cumulativo e as alíquotas incidentes sobre o
faturamento são bem mais altas 1,65% e 7,60%, e apesar do direito a deduções do valor
a pagar por meio de créditos previstos na legislação, acarretou um alto valor a recolher.
Outro fator considerado responsável por grande desencaixe monetário é o valor do INSS
com percentual de 27,80%, ocasionando também um impacto financeiro.

A empresa em questão manteve a escrituração contábil nos


moldes                                                                                                                  da
legislação comercial, sendo uma de suas obrigatoriedades, e no final do exercício
apurou o resultado positivo, com lucro, e sobre este lucro incidiu mais dois tributos:
Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.

Essa forma de tributação estabelecida pela legislação do Imposto de Renda esta ao


alcance de qualquer empresa, ou seja, todas as empresas independente de seu ramo de
atividade ou do seu porte podem optar pela tributação com base no Lucro Real.

Tabela 2: Demonstração de Resultado do Exercício 2008 – Lucro Presumido.

LUCRO PRESUMIDO

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO EM 31/12/2008

Pimpinela Confecções Ltda

RECEITA BRUTA DE VENDAS


1.161.332,26

Venda de Mercadorias - A Vista

447.270,94

Venda de Mercadorias - A Prazo

714.061,32

(-) DEDUCOES DA RECEITA BRUTA

(241.396,88)

(-) ICMS S/ Vendas

(199.008,27)

(-) PIS Faturamento

(7.548,65)

(-) COFINS Faturamento

(34.839,96)

RECEITAS EVENTUAIS

938,40

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

(411.523,51)

CUSTOS OPERACIONAIS

(5.959.97)

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

(71.434,25)

DESPESAS TRIBUTARIAS

(22.471,72)

DESPESAS COM PESSOAL

(323.644,75)
DESPESAS FINANCEIRAS

(8.006,86)

RECEITAS FINANCEIRAS

1.155,23

Provisão para IR

(3.488,38)

Provisão para CSLL

(3.139,54)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

72.360,03

Reconhecemos a exatidão do presente Demonstrativo de Resultado, realizado em 31 de


dezembro de 2008, onde apresentou um lucro de R$ 72.360,03.

Fonte: Pesquisa própria

Tabela 2.1 - Lucro Presumido Base de Cálculo e Apuração do Pis, Cofins, IRPJ e CSLL

LUCRO PRESUMIDO

Apuração do PIS e da COFINS

PIS

COFINS

DEMONSTRAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Receita de Venda de Mercadoria

1.161.332,26

1.161.332,26

ISENÇÕES E EXCLUSÕES  DA RECEITA

 
 

(-) Vendas Canceladas  

0,00

0,00

RECEITA LÍQUIDA

1.161.332,26

1.161.332,26

Alíquota

0,65%

3%

Valor Devido PIS e COFINS

7.548,65

34.839,96

LUCRO PRESUMIDO

Apuração do IRPJ e CSLL

IRPJ

CSLL

DEMONSTRAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Receita de Vendas de Mercadorias

1.161.332,26

1.161.332,26

ISENÇÕES E EXCLUSÕES DA RECEITA

(-) Vendas Canceladas  


0,00

0,00

RECEITA LÍQUIDA

1.161.332,26

1.161.332,26

Alíquota de Presunção

8%

12%

Base de Cálculo

92.906,58

139.359,87

Alíquota

15%

9%

Valor Devido IRPJ e CSLL

13.938,98

12.542,38

Fonte: Pesquisa Própria

A tabela acima demonstra os valores calculados através da receita bruta de mercadorias,


as alíquotas e a base de cálculo dos impostos federais: Pis, Cofins, IRPJ e CSLL.

Lucro Presumido é a forma simplificada de tributação, através de percentuais de


presunção do lucro, observando períodos de apuração trimestral. As alíquotas do PIS e
COFINS são cumulativas e são 0,65% e 3 % respectivamente, diminuindo em relação
ao lucro real, observando-se consideráveis diferenças entre o valor do pagamento destes
tributos fazendo com essa diferença torna-se uma maximização do lucro da empresa,
tornando-se a principal diferenciação entre as duas modalidades.

 
Tabela 3: Demonstração do Resultado do Exercício 2008 – Simples Nacional.

                                                                                                               

SIMPLES NACIONAL

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO EM 31/12/2008

Pimpinela Confecções Ltda

 RECEITA BRUTA DE VENDAS

1.161.332,26

Venda de Mercadorias - A Vista

447.270,94

Venda de Mercadorias - A Prazo

714.061,32

(-) DEDUCOES DA RECEITA BRUTA

(79.833,51)

(-) Simples Nacional

(79.833,51)

RECEITAS EVENTUAIS

938,40

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

(411.523,51)

CUSTOS OPERACIONAIS

(5.959.97)

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

(71.434,25)

DESPESAS TRIBUTARIAS
(2.158,76)

DESPESAS COM PESSOAL

(269.103,20)

DESPESAS FINANCEIRAS

(8.006,86)

RECEITAS FINANCEIRAS

1.155,23

 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

315.405,83

Reconhecemos a exatidão do presente Demonstrativo de Resultado, realizado em 31 de


dezembro de 2008, onde apresentou um lucro de R$ 315.405,83.

Fonte: Pesquisa própria.

Tabela 3.1 Simples Nacional Demonstração do imposto

DEMONSTRAÇÃO DE APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL

MÊS/ANO

FAT. ACUMULADO

          FAT. MENSAL

                 SIMPLES

jan/08

842.412,49

8,45

66.716,98

5.637,58
fev/08

836.147,34

8,45

63.929,49

5.402,04

mar/08

793.344,88

8,45

101.457,13

8.573,13

abr/08

842.612,29

8,45

157.773,20

13.331,84

mai/08

936.188,99

8,45

144.814,89

12.236,86

jun/08

1.022.924,84

9,03

90.103,86

8.136,38
jul/08

1.061.241,49

9,03

76.512,72

6.909,10

ago/08

1.087.310,93

9,12

64.561,66

5.888,02

set/08

1.089.561,86

9,12

104.763,49

9.554,43

out/08

1.126.018,97

9,12

45.659,36

4.164,13

nov/08

1.095.267,55

9,12

74.001,08

6.748,90
dez/08

1.093.382,46

9,12

171.038,40

15.598,70

TOTAL

9.637.764,08

1.161.332,26

79.833,51

Fonte: pesquisa própria

Na tabela acima para efeito de determinação da alíquota, a empresa utilizou a receita


bruta acumulada dos 12 meses anteriores a janeiro de 2008. Sobre a receita bruta
auferida no mês incidirá a alíquota determinada na forma da tabela do comercio Anexo I
Seção I Tabela I.

Na modalidade do Simples Nacional, constatou-se o menor impacto no caixa da


empresa, quanto aos impostos e nas despesas com pessoal que também ouve uma baixa
significativa, as alíquotas são reduzidas quando comparadas com as demais
modalidades de tributação, gerando menos encargos para o contribuinte.

Na atividade de Comércio Varejista de Artigos do Vestuário e Seus Acessórios esse


regime é economicamente mais benéfico que os demais.

Tabela 4- Comparativo entre os três regimes de tributação Lucro Real, Presumido e


Simples Nacional.

Imposto/Contribuição

Simples Nacional

Lucro Presumido
Lucro Real

SIMPLES NACIONAL

      79.833,51

PIS

 7.548,65

14.537,01

COFINS

34.839,96

66.959,97

IRPJ

13.935,98

5.064,13

CSLL

12.542,38

3.038,48

INSS

14.544,75

69.086,30

69.086,30
ICMS

139.619,37

139.619,37

Total

94.378,26

277.572,64

298.305,26

Fonte: Pesquisa própria.

Observa-se que os valores levantados para pagamento dos tributos são


consideravelmente diferentes, e a empresa analisada optou pela modalidade mais
onerosa.

Após avaliar as três modalidades de tributação pode-se evidenciar que a mais vantajosa
para a empresa analisada é o Simples Nacional, com diferença significativa nos lucros.

 
CONCLUSÃO

Em nossos dias reduzir custos e despesas é indispensável, pois o mercado de trabalho é


extremamente competitivo. O planejamento tributário e um fator de diferenciação para
assegurar a competitividade e constitui uma forma preventiva e legítima de economia na
carga tributária, através de lacunas na lei pode-se buscar alternativas na diminuição de
impostos e tomadas de decisões, que refletem positivamente nos resultados da empresa.

Com relação aos regimes de tributação fica demonstrado que cada empresa deve ser
analisada individualmente, cabendo uma profunda análise para a opção da melhor
tributação, determinando o sucesso ou fracasso dos negócios, independente do porte da
empresa.

O estudo desenvolvido através de análise das demonstrações contábeis mostra que para
a empresa analisada a melhor forma é o Simples Nacional pela sua atividade e volume
de receita, onde é possível pagar os impostos com alíquotas reduzidas. Através do
estudo de caso ficou comprovado que o regime tributário escolhido pela empresa não é
adequado, e o Lucro Real atual regime pelo qual a empresa optou no exercício
analisado, foi a forma menos vantajosa, havendo um maior desencaixe monetário,
reduzindo a lucratividade e possibilidade de maiores investimentos.

Vimos na pratica o quanto é importante conhecer, planejar, entender e aplicar a melhor


forma de tributação diante de longa analise contábil.

Comprovou-se o quanto a carga tributária se minimiza quando se opta por um regime


correto, finalizando assim as considerações a respeito da pesquisa e respondendo a
questão feita no inicio desse trabalho, provou-se que é possível sim através de um
planejamento reduzir o pagamento de impostos se uma empresa optar pela tributação
adequada.

REFERÊNCIAS

2008 Editora Uniderp. Ciências Contábeis. 5º Semestre. Campo Grande-MS. Unidade


Didática: Contabilidade e Planejamento Tributário.

BUENO, Silveira: Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora FTD S.A
2000.

 
FERNANDES, José Luiz Nunes. Planejamento Tributário: economia legal de recursos
para as empresas. Belém: Alves Gráfica e Editora, 2008

http:/www.receita.fazenda.gov.br - Acesso em 15 de novembro de 2008.

IOB A Thomson Company – Curso básico de Contabilidade I – Modulo 5

JUNIOR, Darvin Krauspenhar, dissertação apresentada como requisito parcial à


obtenção do grau de Mestre em Administração (Área de Concentração: Gestão
Estratégica das Organizações) Centro de Ciências da Administração, Universidade do
Estado de Santa Catarina - UDESC. Florianópolis 2005.

OLIVEIRA, Francisco Joelson Feitoza de. Monografia, Curso de graduação em


Ciências Contábeis/ Faculdade de Imperatriz – FACIMP, Planejamento tributário –
solução em economia para as empresa de materiais de construção de Imperatriz –
Imperatriz, 2006

OLIVEIRA, Rúbia Carla Mendes de, SANTOS Adiléia Ribeiro: Artigo Científico:
Planejamento tributário com ênfase em empresas optantes  pelo lucro real. Faculdade de
Telêmaco Borba- FATEB-PR

REVISTA Anais dos resumos dos trabalhos científicos – 18º Congresso brasileiro de
contabilidade, Gramado –RS 24 à 28 de agosto de 2008.

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL, disponível em:

SUPERSIMPLES:http://empresas.globo.com/Empresasnegocios/0,19125,ERA1667855
-2992,00.html. Acesso em 14/11/2008.

TOLEDO, Maria de Lourdes Araújo de Sousa, CAMPOS Jonas Comim de: Artigo
Científico:  Contabilidade tributária prevenção e planejamento para eficiência da gestão
fiscal. UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba – São José dos Campos – SP.
YUNG, Lúcia Helena Briski. Planejamento tributário fusão, cisão e incorporação.
Curitiba:Juruá, 2008, 4ª edição. Editora Juruá.

 HOW TO MINIMIZE THE TAX BURDEN OF THE COMPANIES THROUGH


AN EFFICIENT TRIBUTARY PLANNING.

ABSTRACT

         The present article has for objective a study on three regimes of taxation: Real
Profit, National Vain Profit and Simple Profit. Amongst these modalities the study
searched the form less onerous for the analyzed company. With the raised tax burden in
our country and the lack of planning tributary it left of being an advantage and it started
to be a question of survival for the companies. The study  was carried through in a small
business company that acts in the retailing of clothes and accessories in the city of
Tucuruí - State of Pará, and its form of taxation in 2008 was for the Real Profit where
we evidence that it did not have an efficient planning and therefore had a greater
dislocates monetary. With the data collected through the research of field and when
analyzing the countable demonstrations and too much documents in three regimes of
taxation were possible to evidence that the best form for the company in question is
Simple Profit one, therefore presented an excellent profit in relation its current option
tax.

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