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Agradecimentos
Este trabalho não poderia ser terminado sem a ajuda de muitas pessoas que
me acompanharam nessa jornada. E em uma caminhada como essa encontramos e
conhecemos muitas pessoas que levaremos sempre conosco em nossos corações.
E meu agradecimento mais que especial é para o Júlio Santos que me acompanhou,
me ajudou e apoiou. Quero deixar registrado a minha gratidão e minha amizade para
o que você precisar. Agradeço a Sarita pelas inúmeras vezes que sentamos juntas,
estudamos trocamos idéias de onde nasceu uma amizade para além do ambiente
acadêmico. Agradeço a Lili, a Cristiane e a Georgia que estiveram juntas também
nos momentos de estudo e além deles. Agradeço ao Samuel pela amizade atenção
e pelo estágio em que me acompanhou. Agradeço a Viviane Guilarduci com toda
sua disponibilidade e companheirismo. Os momentos em sua companhia foram
muito proveitosos e agradáveis. Agradeço ao técnico Alexandre pelas longas tardes
no laboratório em sua companhia e pela atenção dedicada a mim. Agradeço a
técnica Helena do DCNAT pela presteza nas análises de minhas amostras.
Agradeço a Valéria que me socorreu em minha pressa e ansiedade. Agradeço a
todos os alunos com quem convivi naquele laboratório trocando idéias conversas e
aprendizados.
Agradeço demais a disponibilidade, atenção, carinho e os elogios ao meu
material da Professora Doutora Roseli Balestra do corpo docente do departamento
de engenharia mecânica.
Agradeço ao Professor Tulio Panzera, do corpo docente do departamento de
engenharia mecânica, por me mostrar o caminho desse mestrado e pelas correções
necessárias em meu trabalho.
Agradeço ao Professor Doutor Kurt Strecker também do corpo docente do
departamento de engenharia mecânica, por aceitar me acompanhar durante todo
esse período com sua orientação, incentivo, atenção e disponibilidade.
Agradeço CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, pela bolsa que me foi concedida.
Agradeço as secretárias Mônica e Claudete sempre prontas a me atender.
VIII
“Você nunca saberá que resultados virão de sua ação. Mas se você não fizer nada, não
existirão resultados.”
Gandhi
X
Resumo
Cresce cada vez mais o interesse por compósitos fabricados com fibras
naturais por inúmeras motivações e uma, em particular, neste trabalho foi a
obtenção de um produto que pudesse contribuir um pouco com o meio ambiente
substituindo as fibras sintéticas por fibras naturais e aproveitando um recurso
abundante e subutilizado como as fibras de bananeira.
O objetivo deste trabalho foi fabricar e estudar as propriedades mecânicas de
um compósito com matriz de resina epóxi e reforço com fibra de bananeira. Na
fabricação desse compósito foi testado um tipo de tratamento nas fibras com
carbonato de sódio, conhecido mercadologicamente como barrilha. Foram
fabricados compósitos com duas distribuições de fibras: alinhadas e aleatórias.
Nestes dois tipos de alinhamentos foram testadas fibras tratadas e não tratadas e
duas diferentes frações volumétricas em relação à matriz. Os compósitos foram
fabricados com o auxílio de uma prensa térmica a uma temperatura de 100ºC por
vinte minutos. Após o período de cura corpos de prova foram preparados para
ensaio de resistência à tração e resistência à flexão de acordo com as normas
ASTM D3039/D3039M e ASTM D790-10. Com auxílio do DOE ou planejamento de
experimento aleatorizado por níveis, foi possível avaliar primeiramente as variáveis:
alinhamento das fibras, tratamento e fração volumétrica. Como resultados,
destacam-se as influências tanto dos alinhamentos das fibras como do tratamento e
fração volumétrica sobre a resistência à tração, módulo de elasticidade na tração,
resistência à flexão e módulo de elasticidade na flexão.
Abstract
It grows more and more interest in composites made from natural fibers for
numerous reasons and, in particular, in this work was obtain a product that could
contribute a little to the environment by replacing synthetic fibers for natural fibers
and enjoying an abundant resource and underutilized as banana fibers.
The objective of this work was produce and study the mechanical properties of
a composite of epoxy resin matrix and reinforcement with banana fiber. In
manufacturing this composite was tested a type of fiber treatment with sodium
carbonate, knowning in the Market like barrilha. The composites were manufactured
with two fiber distributions: aligned and random. In these two types of alignment
treated and untreated fibers were tested and two different volume fractions in relation
to the matrix. The composites were manufactured with the aid of a heat press at a
temperature of 100°C for twenty minutes. After the curing period specimens were
prepared for tensile strength test and flexural strength according to ASTM D3039 /
D3039M and ASTM D790-10. With assistance from DOE experiment or planning for
randomized levels, it was possible evaluate the variables: alignment of the fibers,
processing and volume fraction. As partial results, there are influences of both
alignment of the fibers, the treatment and volume fraction.
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO
favorecem que a produção seja distribuída durante todo o ano, atendendo, de forma
regular, às necessidades de consumo. A safra brasileira em 2013 apresentou uma
área colhida de 480,8 mil hectares, quantidade de 6,8 milhões de toneladas e
rendimento médio de 14,2 kg/há (VIEIRA, 2015). Considerando esse dado, pode-se
dizer que existe um grande potencial de aproveitamento dessa matéria prima,
podendo dessa forma, gerar uma renda extra para o produtor.
1.3 – Justificativa
2.2 – Classificação
Os elastômeros são uma classe intermediária, não são fundíveis e não são
rígidos como os termorrígidos. Eles apresentam alta elasticidade e são incapazes de
se fundir, dificultando, dessa forma, sua reciclagem. São exemplos mangueiras de
borracha e vedações (GORNI, 2011).
Quando se trata de compósitos reforçados com fibras vegetais utilizam-se
muito os polímeros termorrígidos (poliéster, epóxi e fenólico) pela possibilidade de
se realizar a polimerização a baixas temperaturas, reduzindo dessa forma, o risco de
deterioração das fibras (SILVA, 2011).
As resinas epóxi são muito utilizadas em aplicações estruturais ou como
adesivos, pois são de fácil manuseio, possuem boa resistência química, térmica e
ainda demonstram elevada resistência e módulo de elasticidade (NASCIMENTO,
2009).
Segundo Nascimento (2009) a cadeia da resina inicial é frequentemente
encontrada na rede do sistema curado. E isto ocorre por causa da polaridade dos
grupos éteres e hidroxilas alifáticas presentes neste sistema gerando a alta adesão
desses polímeros. Essa polaridade cria forças de interação entre a molécula epóxi e
a superfície adjacente a ela otimizando, dessa forma, o uso como adesivo e
revestimento. Assim sendo, a existência desses grupos polares minimiza problemas
relativos à interface resina/reforço em compósitos.
A resina epóxi líquida possui baixa viscosidade o que facilita o manuseio.
Com agentes de cura apropriados rapidamente se convertem a fase termofixa.
Podem ser curadas rapidamente na faixa entre 5 a 150ºC, dependendo do agente
utilizado. Além disso, possuem baixa contração durante a cura (aproximadamente
3%). Depois de curadas, dependendo do agente de cura, possuem boa resistência a
ácidos e reagentes cáusticos. Este fato favorece a utilização em inúmeras
aplicações tendo como principal, a utilização em compósitos de fibras
(NASCIMENTO, 2009). Alguns exemplos de resinas e agentes de cura com as
respectivas temperaturas de cura podem ser verificados na Figura 2.3(a) e (b).
A aplicação da resina epóxi é muito diversificada. Como exemplo de utilização
dessa resina pode-se citar pisos industriais, pranchas de surfe, tintas anticorrosivas,
pintura em pó que utilizam o epóxi como base, entre tantas outras (NASCIMENTO,
2009).
10
(a)
(b)
Figura 2.3 – Temperaturas da resina e agente de cura (Guia de seleção América do Sul
Araldite/Aradur)
Uma fibra pode ser qualquer estrutura filamentosa, geralmente sob a forma de
feixe, encontrada nos tecidos animais e vegetais ou em algumas substâncias
minerais. Pode ser obtida ou produzida artificialmente por meio de síntese química
(PORTAL BRASIL, 2015). São elementos filiformes que apresentam elevado
comprimento em relação à dimensão transversal máxima (GONÇALVES, 2013).
11
comparação com as fibras de vidro são muito eficientes como isolantes térmicos e
acústicos (VENKATESHWARAN, PERUMAL, 2012b). Além disso, não são abrasivas
em equipamentos, não irritam a pele e são obtidas utilizando-se 80% menos energia
(KU, WANG, PATTARACHAIYAKOOP, TRADA, 2011).
(a) (b)
Figura 2.4 – (a) Esquema ilustrativo de uma bananeira ( SOFNNER, 2001), (b) Pseudocaule da
bananeira e suas bainhas foliares (Foto: Miguel Dita)
poliuretano, 10% de fibras sendo duas camadas de fibras e três de poliuretano, 15%
de fibras sendo 3 camadas de fibras e 4 de poliuretano, 20% de fibras sendo 4
camadas de fibras e 5 de poliuretano e 25% sendo 5 camadas de fibras e 6 de
poliuretano. Os compósitos foram prensados a 190ºC com uma pressão de 8000 psi
por 10 min; obtendo uma espessura final de 4mm para uma orientação das fibras
multidirecional. Foram realizados ensaios de tração, flexão e impacto. Concluíram
que com o método utilizado de compactação à quente obtiveram homogeneidade na
dispersão da matriz com boa interação entre fibra-matriz. Desta forma, alcançou-se
melhora na resistência à tração e módulo de elasticidade. O compósito foi
considerado adequado para paredes e construção de forros.
Neste trabalho foi utilizada, como fase matriz, a resina epóxi Renlam M BR e
o endurecedor Aradur HY 951 na proporção de 1/13, como recomenda o fabricante
(GUIA, 2015). A resina Renlan M BR, segundo a ficha técnica do fabricante, é uma
resina epóxi líquida, modificada de baixa viscosidade, formulada à base de bisfenol
A e o Aradur 951 é uma amina alifática. Na fabricação do compósito utilizou-se uma
prensa térmica, portanto, a faixa limite de temperatura tanto da resina quanto do
endurecedor teve que ser respeitada para que as características individuais de cada
um deles não fossem afetadas. A temperatura utilizada foi de 100ºC.
(a) (b)
Figura 3.1 - (a) Destacamento das bainhas foliares (b) Tiras longitudinais das bainhas foliares e
separação das fibras (Artesanato Quilombos do Ribeira)
Desejando a obtenção da fibra pura, que neste caso foi utilizada na confecção
do compósito, raspa-se bem essa tira até o aparecimento das fibras conforme pode
ser observado na Figura 3.2a. Após a exposição das fibras, estas foram
mergulhadas por três minutos em água limpa (ver Figura 3.2b).
(a) (b)
Figura 3.2 - (a) Raspagem das tiras até exposição das fibras (b) Fibras expostas e mergulhadas
em água limpa (Fotos do autor)
25
(a) (b)
Figura 3.3 - (a) Limpeza final das fibras (b) Secagem das fibras (Fotos do autor)
Após esse período, as fibras foram lavadas repetidas vezes com água
corrente até alcançarem pH neutro. Após a lavagem foram levadas a uma estufa de
circulação de ar marca Quimis a uma temperatura de 60ºC por 24 horas para
secagem conforme Figura 3.6.
28
Figura 3.6 - Estufa de circulação de ar para secagem das fibras de bananeira após tratamento
com barrilha (Foto do autor)
(a)
(b) (c)
Figura 3.7 - (a) Amostras das fibras de bananeira sem tratamento e tratadas com barrilha. (b)
Fibra de bananeira sem tratamento no picnômetro sem água. (c) Fibra de bananeira tratada
com barrilha submersa em água (fotos do autor)
3.5.4 – Infravermelho
O ensaio de tração (Figura 3.11 a e b) foi realizado nas fibras sem tratamento
e nas fibras tratadas de acordo com a norma ASTM3822M-14. O ensaio foi realizado
no Centro de Inovação e Tecnologia em Compósitos (CITeC) da UFSJ, utilizando-se
uma máquina universal de ensaios da Shimadzu, modelo AG-X Plus com uma
velocidade de 2mm/min. Para cada caso, 9 fibras foram testadas com a distância
entre garras de 12cm. Para calcular a resistência à tração e módulo de elasticidade
a espessura das fibras foram medidas no microscópio ótico modelo BX 51 conforme
Figura 3.12.
(a) (b)
Figura 3.11 – (a) Ensaio de tração nas fibras (b) fibra e sistema de fixação na máquina
universal de ensaios (Foto do autor)
(a) (b)
Figura 3.13 - (a) Prensa térmica utilizada para fabricação dos compósitos (b) bandeja
prensagem dos compósitos (Foto do autor)
Figura 3.14 - Distribuição das fibras no quadro da prensa térmica e sobre o armalon (Foto do
autor)
Figura 3.15 - Alinhamento das fibras no quadro da prensa térmica e sobre o armalon (Foto do
autor)
Esse processo foi repetido com as fibras tratadas e não tratadas, com as
fibras aleatórias e alinhadas unidirecionalmente e as frações volumétricas de 30 e
40% em relação a quantidade de resina, resultando nos corpos de prova da Figura
3.17.
O passo seguinte foi a marcação e corte dos corpos de prova de acordo com
as normas dos respectivos ensaios a serem realizados Figura 3.18 (a) e (b).
(a) (b)
Figura 3.18 - (a) Marcação dos corpos de prova para flexão e tração de acordo com as Normas.
(b) Corte dos corpos de prova para ensaios de tração e flexão (Foto do autor)
corpo de prova utilizado para o ensaio de flexão tem as dimensões, de acordo com a
ASTM D790 (2010): 50,8x12,7x1,3 mm. O tamanho do corpo de prova para tração
da resina pura seguiu a norma para polímeros D638 (2014). A Figura 3.19 mostra os
corpos de prova prontos para serem ensaiados.
Figura 3.19 - Corpos de prova prontos para serem ensaiados (Foto do autor)
(a) (b)
Figura 3.20 - (a) Máquina Universal de ensaios Shimadzu (b) Sistema de fixação da máquina
universal de ensaios (Foto do autor)
(a) (b)
Figura 3.21 - (a) Máquina Universal de ensaios Shimadzu (b) Corpo de prova em ensaio de
flexão (Foto do autor)
37
Como pode ser verificado na Figura 4.1 (a) e (b) a fibra da bananeira natural,
sem tratamento teve a sua superfície verificada e comparada com a superfície da
fibra tratada, conforme Figura 4.1 (c) e (d), com uma solução de barrilha
concentrada a 10%.
Pode-se observar que a superfície da fibra de bananeira após tratamento da
barrilha mostra-se mais rugosa atendendo a expectativa do tratamento conforme
reportado por Rong et al (2001). Segundo Rong et al (2001), parte da hemicelulose e
lignina é removida durante o processo de alcalinização e a superfície da fibra fica
com uma aparência mais grosseira, rugosa do que a fibra não tratada.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.1 - MEV da superfície da fibra de bananeira. (a) Fibra de bananeira sem tratamento
ampliada 500x (b) Fibra de bananeira sem tratamento ampliada 1500x (c) Fibra de bananeira
tratada com barrilha ampliada 500x (d) Fibra de bananeira tratada com barrilha ampliada 1500x
38
(MONTEIRO et al. 2014; MERLINI, SOLDI e BARRA, 2011; BENÍTEZ et al. 2012).
A Tabela 4.2 apresenta a média dos resultados para o ensaio de tração nas
fibras.
entanto que um compósito com fases mais rígidas irá contribuir para um maior valor
do conjunto. O tratamento proporcionou aumentos de 28,01% e 79,61% em módulo
e resistência, respectivamente.
O tratamento alcalino em fibra de juta, segundo Gassan e Bledzki (1999),
pode levar a alterações nas propriedades mecânicas, tais como o módulo de
elasticidade e resistência à tração. Em uma analogia apresentada para as fibras de
bananeira, pode-se interpretar, que com a ruptura de ligações existentes entre os
componentes das fibras, mediante ao ataque alcalino, tem-se uma remoção parcial
da hemicelulose, tornando a fibra mais homogênea com a eliminação de
microvazios, comportamento também observado por Cai et al.(2014) na fibra de
abaca Musa textilis, uma espécie de banana nativa das Filipinas.
A eliminação de hemicelulose promove a formação de novas ligações de
hidrogênio em certas cadeias de celulose. A hemicelulose é o componente da fibra
que possui a função de unir e separar as cadeias celulósicas. Com essa remoção
também pode ocorrer como resultado a liberação de tensões iniciais e reajustes de
orientação (GASSAN e BLEDZKI, 1999). A ridigez das novas ligações de hidrogênio
tornam-se somativas e que juntamente com uma provável nova orientação da
celulose, contribui para com o aumento de módulo e resistência da fibra. A
orientação somada a inúmeras novas ligações de hidrogênio promove um maior
gasto de energia para se romper os planos atômicos de ligação (GASSAN e
BLEDZKI, 1999).
De acordo com Sghaier et al. (2011) há uma diminuição nas porcentagens de
lignina e hemicelulose com tratamentos alcalinos, que induz uma alteração nas
estruturas morfológicas e cristalinas. Estas alterações morfológicas podem melhorar
a interação entre a matriz e as fibras de um compósito. De acordo com Rong et al
(2001) com a remoção de parte da hemicelulose e lignina da fibra após tratamento
alcalino, a superfície desta torna-se mais rugosa. Com isto, acreditam que nestas
vacâncias da fibra, haja uma melhor penetração do epóxi, ou seja, parte do material
removido é preenchido pela resina. Assim, após a limpeza, a fibra tratada tende a
absorver mais resina que a fibra não tratada.
Segundo Callister (2009) quando tem-se, uma interface fibra-matriz forte e a
deformação da matriz sendo a mesma da fibra, a carga total sustentada pelo
compósito será igual a soma das cargas transportadas pela fase matriz e fibra.
Desta forma, infere-se, neste compósito, que aquele fabricado com as fibras tratadas
42
Onde:
Ec = Módulo do compósito
Em = Módulo da matriz
Vm = Volume de matriz
Ef = Módulo da fibra
Vf = Volume de fibra
200
0
0 0,01 0,02 0,03
Deformação
(a)
400
Gráfico Tensao x Deformação - compósitos com fibras
350 tratadas
300
Fibra tratada
Tensão (MPa)
250
0
0 0,01 0,02 0,03
Deformação
(b)
Figura 4.4 – Comportamento tensão x deformação (a) compósito com fibras sem tratamento (b)
compósito com fibras tratadas
44
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3 Com fibras aleatórias
0,2 Com fibras alinhadas
0,1
0
30% 40% 30% 40%
Fibras sem Fibras Tratadas
Tratamento
Densidade
Fatores Experimentais p-valor
Tratamento 0,718
Porcentagem de fibras 0,248
Tipo de fibras 0,173
Tratamento*Porcentagem de fibras 0,038
Tratamento*Tipo de fibras 0,248
Tipo de fibras*Porcentagem de fibras 0,014
Tratamento*Tipo de 0,046
fibras*Porcentagem de fibras
R² (Adj.) 57,10%
média dos resultados obtidos. Desta forma, o teste de Normalidade para Densidade:
P-valor > 0.05 confirma a homogeneidade dos dados apresentados.
10
1
0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90
(a)
(b)
Figura 4.8 - (a) Compósito com fibras aleatórias (b) Compósito com fibras alinhadas.
Fração
Réplicas Compósito fibra de bananeira
Volumétrica
Sem tratamento Com Tratamento
Médias Curtas Longas Curtas Longas
E 𝞼 E 𝞼 E 𝞼 E 𝞼
1 2.50 20.46 6,24 59.18 4.02 30.75 7.57 79.44
40/60
2 3.16 30.34 7.70 44.67 3.04 25.74 8.61 81.98
9
8
7
6
5
4
Réplica1
3
Réplica2
2
1
0
Sem Com Sem Com
Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento
Fibras curtas Fibras longas
Módulo de Elasticidade(Gpa) na Tração com 30% de fibras
(a)
9
8
7
6
5
4
3
Réplica1
2
1 Réplica2
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Módulo de Elas tic ida d e(G pa ) na T raç ão c om 40%
de f ibras
(b)
Figura 4.9 - Módulo de elasticidade na tração dos compósitos (a) fração volumétrica de 30% (b)
fração volumétrica de 40%
52
90
80
70
60
50
40
30 Réplica1
20 Réplica2
10
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Res is tênc ia à T r aç ão(MPa) c om 30% de f ibras
(a)
100
90
80
70
60
50
40
Réplica1
30
20 Réplica2
10
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Res is tênc ia à T r aç ão(MPa) c om 40% de f ibras
(b)
Figura 4.10 - Resistência à tração dos compósitos (a) frações volumétrica de 30% (b) fração
volumétrica de 40%
53
Módulo Resistência
Fatores Experimentais p-valor p-valor
Tratamento 0,000 0,013
Porcentagem de fibras 0,008 0,495
Tipo de fibras 0,000 0,000
Tratamento*Porcentagem de fibras 0,023 0,329
Tratamento*Tipo de fibras 0,616 0,044
Tipo de fibras*Porcentagem de fibras 0,001 0,611
Tratamento*Tipo de 0,019 0,017
fibras*Porcentagem de fibras
R² (Adj.) 98,85% 92,01%
80
70
60
50
40
30
20
10
1
-0,50 -0,25 0,00 0,25 0,50
.
54
8 Tratamento
Sem
Com
6
T r atamento
Tratamento
Sem
4 Com
8 Porcetagem
Volumetrica
30/70
6
40/60
P or cetagem Volumetr ica
T ipo de fibr a
Figura 4.12 - Interação de fatores para módulo na tração
Tabela 4.8 – Diferenças percentuais entre módulos na tração do compósito e resina pura
10
1
-10 -5 0 5 10 15
Tabela 4.9 – Diferenças percentuais entre a resistência à tração do compósito e resina pura
Podemos dizer que neste trabalho, o tipo de tratamento realizado nas fibras
proporcionou uma boa molhabilidade e aderência nas fibras. Nas imagens do MEV
(Figura 4.15 (c) e (d)) é nítido o revestimento das fibras pela matriz utilizada.
Segundo Daniel e Ishai (1994) quando em um compósito de lâminas unidirecionais,
acontecem fraturas de cisalhamento cônicas é indicativo de uma matriz
relativamente dúctil e uma forte interface (Figura 4.15 (a) e (b)). Na maioria dos
57
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.15 - Imagens dos corpos de prova após ensaio de tração. (a) Corpo de prova com
alinhamento aleatório das fibras (b) Corpo de prova com alinhamento unidirecional (c)
Micrografia de falha no compósito com fibras aleatórias após ensaio (d) Micrografia de falha
no compósito com fibras alinhadas após ensaio.
Este tipo de falha mostra que houve aumento da resistência à tração do compósito
em consequência do aumento na interface fibra-matriz (HERRERA-FRANCO e
VALADEZ-GONZÁLES, 2005). Quanto ao melhor resultado nas fibras longas em
comparação com as fibras curtas é de se esperar tento em vista, o conhecimento
geral, que o efeito do reforço de fibras é bem mais eficiente ao longo da orientação
do eixo da fibra (HERRERA-FRANCO e VALADEZ-GONZÁLES, 2005) como é o
caso do alinhamento unidirecional das fibras longas.
58
Fração
Réplicas Compósito fibra de bananeira
Volumétrica
Sem tratamento Com Tratamento
Médias Curtas Longas Curtas Longas
E 𝞼 E 𝞼 E 𝞼 E 𝞼
1 2.14 26.46 5.67 25.37 1.66 20.92 7.89 48.58
Desvio 0.31 2.89 0.83 2.87 0.58 5.39 1.38 2.14
30/70
C.V.(%) 14.41 10.93 14.65 11.30 35.04 25.77 17.55 4.40
8
7
6
5
4
3
2 Réplica1
1 Réplica2
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Módulo de Elas tic ida d e(G P a) na Flex ão c om 30%
de f ibras
(a)
8
7
6
5
4
3
2 Réplica1
1 Réplica2
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Módulo de Elas tic ida d e(G pa ) na Flex ão c om 40%
de f ibras
(b)
Figura 4.16 – Módulo de elasticidade na flexão dos compósitos (a) fração volumétrica de 30%
(b) fração volumétrica de 40%
61
70
60
50
40
30
Réplica1
20
Réplica2
10
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Res is tênc ia à Flex ão(MP a) c om 30% de f ibras
(a)
70
60
50
40
30
Réplica1
20
Réplica2
10
0
Sem Com Sem Com
T r atam ento T r atam ento T ratam ento T ratam ento
Fibr as c ur tas Fibras longas
Res is tênc ia à Flex ão(MP a) c om 40% de f ibras
(b)
Figura 4.17 – Resistência à flexão dos compósitos (a) fração volumétrica de 30% (b) fração
volumétrica de 40%
62
Módulo Resistência
Fatores Experimentais p-valor p-valor
Tratamento 0.006 0.027
Tipo de fibras 0.050 0.002
Porcentagem de fibras 0.000 0.568
Tratamento*Tipo de fibras 0.001 0.058
Tratamento*Porcentagem de fibras 0.965 0.486
Tipo de fibras*Porcentagem de fibras 0.183 0.906
Tratamento*Tipo de fibras*Porcentagem de 0.893 0.164
fibras
R² (Adj.) 95.53% 66.43%
60
50
40
30
20
10
1
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0
7 Tratamento
Sem
6 Com
5
Mean
Curtas Longas
Tipo de fibra
Tabela 4.12 – Diferenças percentuais entre módulos na flexão do compósito e resina pura
60
50
40
30
20
10
1
-15 -10 -5 0 5 10 15
40
Mean
35
30
25
Sem Com Curtas Longas
Tabela 4.13 – Diferenças percentuais entre a resistência à flexão do compósito e resina pura
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.22 - Imagens dos corpos de prova após ensaio de flexão. (a) Corpo de prova com
alinhamento aleatório das fibras (b) Corpo de prova com alinhamento unidirecional (c) MEV de
falha no compósito com fibras aleatórias após ensaio (d) MEV de falha no compósito com
fibras alinhadas após ensaio
Tabela 4.14 – Tabela de eficiência de reforço de compósitos reforçados com fibras em várias
orientações e várias direções de aplicação do esforço. (Callister, 2009)
exemplo nas fibras curtas sem tratamento com fração volumétrica de 30% a queda
foi de 53,23% e nas fibras curtas com tratamento foi de 55,65%.
No trabalho de Costa, Almeida e Rezende (2001) a conclusão em relação a
presença de vazios confirmou o fato de que quanto maior a quantidade de vazios
existente em um compósito, menor a sua resistência mecânica. Isto explica as
maiores divergências na resistência do compósito em relação a resina pura,
principalmente naqueles em que as fibras estão distribuídas aleatoriamente, pois
foram os que apresentaram maior número de vazios.
Para finalizar, uma comparação entre os valores de Módulo, Resistência à
Tração e Resistência à Flexão entre o compósito estudado e outros da literatura, é
relatada e apresentada na Tabela 4.15.
.
69
Módulo de Módulo de
Compósitos com fibras de Resistência à Resistência à
Elasticidade Elasticidade
bananeira Tração (MPa) Flexão (MPa)
Tração (GPa) Flexão (GPa)
Compósito estudado (30% fibras)
fibras curtas sem tratamento 2,47 18,72 2,21 25,18
fibras curtas com tratamento 3,91 28,10 1,90 23,88
fibras longas sem tratamento 6,88 65,19 5,35 28,36
fibras longas com tratamento 7,52 70,47 7,45 59,02
(prensa térmica a 100ºC)
ZAMAN et al, 2012
Fibras banana de Bangladesh 0,82 36,3 - -
(matriz polipropileno, sanduíche
a 190ºC, vários tratamentos)
BOOPALAN et al, 2013
Fibras banana da Índia 0,71 17,92 9,05 58,06
(matriz epóxi, hand lay up
convencional em camadas, sem
tratamento)
SAPUAN et al, 2006
(Matriz epóxi, hand lay up 1,85 47,0 1,83 75,0
convencional, tecido de banana)
Sharma and Kumar, 2012
(Matriz poliuretano, sanduíche , 0,16 27,40 0,28 10,80
banana, 190ºC, sem tratamento)
superiores. Desta forma, pode-se dizer que a fabricação de um compósito com fibra
de bananeira com este processamento é perfeitamente viável. Quando os
compósitos de fibras de bananeira são comparados com compósitos de fibras de
sisal, os mesmos apresentam menores valores.
71
CAPÍTULO 5 : CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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