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PEETNA 4547
DESCRIÇÃO DE EMBARCAÇÕES
C.F.P.
NÃO CLASSIFICADO
NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4547
CARTA DE PROMULGAÇÃO
O COMANDANTE
_______________________________________
Fernão Manuel Pacheco Malaquias Pereira
Capitão-de-mar-e-guerra
CAPÍTULO 1
EMBARCAÇÕES MIÚDAS
CAPÍTULO 2
NOMENCLATURA DA BALEEIRA E DO ESCALER
a. Leme 2.7
b. Remos 2.7
c. Forquetas 2.8
d. Toletes 2.8
e. Tapas 2.9
f. Escudete 2.9
g. Defensas 2.10
h. Toldo 2.10
j. Croques 2.11
k. Sarretas 2.11
l. Paneiros 2.12
n. Estropos 2.12
o. Trapas 2.13
p. Sanefas 2.13
q. Panos 2.13
r. Ancorote 2.13
s. Ancoreta 2.14
t. Bartedouro 2.14
u. Capuchana 2.14
v. Cabeleira 2.14
w. Patilhão 2.15
x. Drogue 2.15
CAPÍTULO 3
EMBARCAÇÕES DE VELA
a. Mastreação 3.1
b. Aparelho 3.2
a. Iate 3.14
b. Marconi 3.14
c. Houari 3.15
d. Chalupa 3.15
e. Caíque 3.16
f. Coquete 3.16
a. Mareação 3.17
a. Desventamento 3.38
CAPÍTULO 4
EMBARCAÇÕES DE REMOS
CAPÍTULO 5
EMBARCAÇÕES MECÂNICAS
CAPÍTULO 6
FAINAS E MANOBRAS
b. Preparativos 6.2
a. Arranque 6.15
c. Trânsito 6.16
e. Desatracação 6.19
f. Marcha a ré 6.19
h. Paragem 6.21
k. Reboque 6.24
l. Abordagem 6.24
m. Abicagem 6.25
d. Incêndio 6.34
e. Inundação 6.34
CAPÍTULO 1
EMBARCAÇÕES MIÚDAS
101. INTRODUÇÃO
Chama-se embarcação miúda a toda a embarcação de dimensões reduzidas
que o navio transporta a bordo e que é utilizada nos serviços diários ou ocasionais,
fazendo parte integrante do seu aprestamento e fundamentais na sua
operacionalidade.
Estas embarcações, dependendo do seu tipo e características desempenham as
seguintes actividades:
- Embarque e desembarque de pessoal e material.
- Manobra e conservação do navio.
- Trabalhos científicos e técnicos em bóias e amarrações.
- Acções de busca e salvamento marítimo, fiscalização da pesca e apoio nas
interdições de área.
- Apoio na desminagem, abordagem, e operações de carácter militar.
As embarcações miúdas constituem mais um elemento da capacidade
operacional do navio, alargando a concepção que limitava a sua aplicação a tarefas
menores.
Entretanto, o impacto negativo do peso alto sobre a estabilidade dos modernos
navios combatentes tem ditado recurso a materiais mais leves e novos métodos de
construção de embarcações, de que os botes pneumáticos e as semi-rígidas são os
exemplos mais relevantes.
Embarcações mais leves podem ser movimentadas por equipamentos como
cegonhas e gruas hidráulicas, mais simples e mais leves do que os turcos.
A estiva de embarcações miúdas em doca, típica de navios de apoio a
operações de desembarque, ou em poço inundado, mais comum em meios de
fiscalização, implica o recurso a manobras especificas dispensando turcos ou gruas.
A maior gama de aplicações e inovações em materiais, métodos de construções
e meios de movimentação vem alterando a forma de estivar, conduzir e manobrar
estas embarcações.
102. CLASSIFICAÇÃO
As embarcações miúdas podem ser classificadas de acordo com os seguintes
critérios:
a. Quanto ao tipo de propulsão
(1) Remos.
Com um ou dois remadores por bancada. São raras nos navios
modernos embora todas as embarcações miúdas disponham de remos,
como método alternativo, no caso de falhar a propulsão principal.
(2) Vela.
Também podem ser apetrechadas com Palamenta para remos ou
motorizadas. São raras nos navios modernos.
(3) Motorizadas (motor).
Constitui o tipo mais frequente de embarcações miúdas. A propulsão
faz-se por motores térmicos, hélices e lemes ou, cada vez mais, motores
térmicos e jactos-de-água que proporcionam uma grande manobrabilidade
e flexibilidade para operar em fundos baixos, ao contrário dos hélices e
lemes que facilmente se enredam em redes ou colidem com objectos
existentes na água. As embarcações miúdas motorizadas podem ainda
classificar-se quanto:
i. Ao tipo de motor.
Podem ser Motores Diesel, que funcionam a gasóleo e Motores
de Explosão, que funcionam a gasolina.
ii. À posição do motor.
Podem ser fora de borda (outboard), na maioria das vezes são
motores de explosão, ou dentro do casco (inboard), em geral,
motores de combustão ou diesel. No entanto, esta separação é cada
vez menos estanque, existindo motores diesel fora de borda e
motores de explosão dentro do casco.
(4) Mistas.
Quando para além da propulsão mecânica possuem outro tipo de
propulsão.
b. Forma do casco
(1) Podem ser em U, quando operam em modo de deslocamento.
(2) Podem ser em V, para operar em modo planante acima de determinada
velocidade, o que permite atingir velocidades mais elevadas, mas mais
condicionadas ao estado do mar.
c. Material de construção do casco
(1) Em madeira, sendo o tipo de construção do casco (tabuado) liso,
trincado, e em diagonal.
i. Costado liso (figura 1), é constituído por tábuas encostadas à face
umas das outras ao longo da embarcação, sendo as juntas,
calafetadas com estopa ou algodão.
Se as tábuas do costado forem finas que não aguentem o
calafate usam-se réguas interiores cobrindo as juntas a todo o seu
comprimento, calafetando-se então as tábuas nos topos.
Fig. 4 - Baleeira
b. Escaler
Tem painel de popa e, em geral, a roda de proa inclinada e com menos
curvatura que a baleeira. Tem aplicações idênticas às baleeiras, mas podem
atingir velocidades superiores. Podem ser de vários tipos conforme figuras 5 e 6.
Fig. 5 - Escaler
c. Lancha
Escaler de maiores dimensões, por vezes já classificado como navio. São
navios projectados para executar operações de desembarque e são dotados
com lanchas de desembarque (de pequenas dimensões), destinadas a abicar a
Fig. 7 – Bote
Fig. 8 – Semi-rígida
f. Salva-vidas
Qualquer embarcação com elevadas reservas de flutuabilidade e de
estabilidade, e uma linha de salvação em volta da borda para os náufragos,
podendo atingir velocidades na ordem dos vinte nós.(figura 9) São habituais em
navios mercantes, mas raramente usados em navios de guerra. Modernamente,
alguns navios, sobretudo mercantes, são equipados com salva-vidas cujo
disparo para a água é realizado no interior da embarcação.
g. Moto de água
Embarcação movida por jacto de água accionado por motor térmico, com
grande velocidade e manobrabilidade, cuja lotação é uma ou duas pessoas A
colocação das pessoas a bordo, assim como as formas da embarcação e o
volante, são idênticos aos de uma viatura motorizada de duas rodas. São raras
em unidades navais, mas dada a sua eficácia em missões de patrulha e
fiscalização portuária, o seu uso tende a aumentar.
b. Pequeno equipamento
Caixa de ferramentas, extintor, bomba de enchimento e pirotécnicos.
c. Material diverso
Bóia salva-vidas, bujões, cabo de massa suplente, caixa de primeiros
socorros, transreceptor VHF, lanterna, se for operar de noite, mastro ou mastros
para luzes de navegação e para reflector radar e um cinto de salvação para cada
indivíduo embarcado.
106.LOTAÇÃO E GUARNIÇÃO
A lotação é o número de pessoas que a embarcação pode transportar e
representa-se por “L”. Não pode ser excedida sem perigo da sua segurança. Há a
distinguir duas lotações:
Lotação com bom tempo (LBT)
Lotação com mau tempo (LMT)
A relação que existe entre estes valores é LMT=60%LBT. A guarnição mínima
de qualquer embarcação miúda deve ser constituída por patrão e proeiro, excepto
para missões de abicagem, em que o proeiro pode ser dispensado. Em embarcações
com maior autonomia e sistemas electromecânicos mais complicados, a guarnição
mínima deve incluir ainda um maquinista, para conduzir e poder dar alguma
assistência àqueles sistemas. A guarnição para a execução das várias missões deve
constar do detalhe do navio, prevendo-se lotações máxima e normal, de acordo com
as recomendações do fabricante, aprovadas pelo Comando Administrativo. Estas
lotações devem constar na chapa sinaléctica.
b. Picadeiro
Estrutura de madeira ou metálica onde assentam as embarcações em
seco, normalmente forrada na face em contacto com o casco a fim de não o
danificar. Dá-se o mesmo nome às peças, de maiores dimensões, em que
assentam os navios em doca seca, num plano inclinado, numa muralha ou
cais. Ao conjunto de picadeiros de navio ou embarcação rigidamente unidos e
que acompanham as formas do casco chama-se berço.
c. Gruas e Cegonhas
Botes e semi-rígidas podem ser movimentados por qualquer meio, ainda
que os mais comuns sejam as cegonhas e as gruas telescópicas e electro-
hidráulicas, meios muito flexíveis e cuja utilidade é mais larga do que a
movimentação de embarcações.
As cegonhas são mais flexíveis do que as gruas, visto não exigirem fontes
de energia, para lá da força humana eventualmente complementada por
aparelhos de força. Além destes meios, usam-se ainda paus de carga, turcos e
pórticos. O cabo de elevação dos equipamentos referidos tem um gato de
escape no chicote, que deve ser automático, para libertação imediata da
embarcação mal esta assenta na água.
d. Doca
A estiva em doca permite que as embarcações entrem e saiam pelos seus
próprios meios, pela popa do navio ou da lancha, mantendo estes algum
seguimento. Para os trânsitos, com ou sem embarcações na doca, esta é
esgotada, e assim mantida. As embarcações, em regra, lanchas de
desembarque, são estivadas na doca assentando directamente no fundo ou, no
caso de estas não terem fundo chato, em berços. A doca é fechada
superiormente por um pavimento e a ré por porta controlada por sistemas
electro-hidráulicos, a qual veda a entrada de água, a fim de manter a doca seca.
O embarque e desembarque de pessoal e material das embarcações na doca,
faz-se verticalmente, com o auxílio de gruas ou manualmente, para cais de
descarga, ou longitudinalmente, abicando a embarcação em praia, na doca.
e. Poço
O poço inundado, ilustrado na figura 9, diferencia-se da doca por ser
aberto superiormente, sendo mais comum em pequenos navios e lanchas de
fiscalização, para estivar apenas uma embarcação. Tal como a doca, a estiva
em poço inundado permite que as embarcações entrem e saiam pelos seus
próprios meios pela popa, mantendo o navio ou lancha algum seguimento. Este
poço também é fechado a ré por porta controlada por sistemas electro-
hidráulicos, mas o caimento a ré adquirido ao aumentar o seguimento pode
contribuir para o manter seco. No poço, em geral, a embarcação, dado que tem,
habitualmente, fundo chato, assenta em berço. Alguns navios e lanchas,
possuem poço seco, cujo berço deve ter roletes, e um guincho na sua parte
dianteira, que iça e arria a embarcação. Neste caso, a entrada e saída não se
faz pelos próprios meios, obrigando a manobras mais complicadas, que podem
inviabilizar as fainas com seguimento.
f. Estropos e Fundas
Cintas largas e resistentes que servem para suportar inferiormente uma
embarcação ou lancha quando esta é içada ou arriada por uma grua ou
guindaste.
Chamam-se fundas às cintas que fixam as embarcações em posição,
depois de içadas, contra os turcos mantendo-as apertadas (cingidas) evitando
assim que balancem.
g. Grua
Dispositivo destinado à movimentação de cargas, equipamentos ou
embarcações, de estrutura articulada, capacidade telescópica e normalmente
actuado por sistemas mecânicos, electro-mecânicos ou electro-hidráulicos
(figura 13).
Portaló
CAPÍTULO 2
NOMENCLATURA DA BALEEIRA E DO ESCALER
201. OSSADA
Ossada (figura 16) é o esqueleto em que se consolida e baseia a construção da
embarcação e é constituída por:
a. Quilha
Viga colocada a meio da embarcação no sentido do seu comprimento e
que fecha interiormente a ossada. Possui a todo o seu comprimento um rasgo de
cada bordo chamado Alefriz, onde enxovam as primeiras tábuas do fundo. A
quilha é continuada a vante pela roda de proa e a ré pelo cadaste. Tem ainda
em todo o seu comprimento uma peça de madeira ou metal montada na face
exterior designada Sobressano, que se destina à sua protecção em caso de
encalhe.
Fig. 16 - Ossada
b. Roda de Proa
Peça de forma especial, variando com o tipo de embarcação. Compõe-se
de:
(1) Pé ou Couce, a parte inferior
(2) Emenda, a parte média.
(3) Capelo, a parte superior
A Roda de Proa é reforçada interiormente por uma peça que assenta nela
chamada contra roda. Na parte inferior da contra roda liga-se o extremo superior
do Coral de Vante, que consolida e reforça a ligação da roda de proa com a
quilha e vai ligar o outro extremo à Sobrequilha (figura 17).
c. Cadaste
É uma peça de forma especial que continua à da quilha na popa (figura 18)
sendo reforçada interiormente por uma peça que assenta nela e se chama
contra-cadaste. À parte inferior do contra cadaste está ligado o coral de ré. O
contra-cadaste é atravessado horizontalmente de BB a EB por uma peça grossa
transversal em forma de caverna que entalha no topo do Cadaste e se chama
Gio Grande
Fig. 18 – Cadaste
202. O FORRO
O forro é o tabuado que reveste exteriormente a ossada da embarcação e nele
podemos distinguir:
a. Tábuas de resbordo
São as primeiras do fundo que enxovam de um e do outro lado no Alefriz
da quilha (figura 19).
b. Boeiras
São furos de ambos os lados da Sobrequilha e que servem para esgoto da
água quando se iça a embarcação. São tapados com bujões de madeira ou
metal.
c. Tábuas de boca
São as tábuas que rematam superiormente o costado.
d. Falca
É a tábua que remata o costado na borda e está encostada ao Alcatrate. A
Falca é reforçada à proa e à popa pelos barbados.
e. Verdugo
É uma régua boleada que guarnece o topo inferior da Falca e protege a
embarcação de pancadas no costado. Os remates das extremidades do verdugo
a um e outro dos bordos chamam-se bigodes.
f. Alcatrate
É uma forte régua que corre a um e outro dos bordos de proa à popa e
assenta no topo das balizas formando a borda. Nalgumas embarcações os
remos trabalham em aberturas semi-circulares no Alcatrate e Falca que se
chamam toleteiras.
g. Painel de popa
É o forro exterior que reveste o esqueleto da popa e é suportado pelo
cadaste e contra-cadaste. À parte superior do painel de popa chama-se
Grinalda.
h. Bussardas
São peças curvas de madeira ou metal que ligam, à popa e à proa, as
extremidades dos dormentes dum e doutro bordo.
i. Robaletes
São réguas colocadas a um e outros bordos da embarcação, assentes
exteriormente no forro no sentido proa / popa e destinados a fazer diminuir o
balanço de BB a EB. No Salva-vidas os robaletes têm aberturas e espaços
regulares que servem de pegas no caso da embarcação se voltar.
203. PALAMENTA
A Palamenta é o conjunto de todas as peças soltas ou desmontáveis da
embarcação necessárias ao seu preparo e manobra e compõem-se de:
a. Leme
É a peça destinada ao governo da embarcação e compõe-se de (figura 20)
(1) Porta, parte inferior mais larga que sofre o embate da água e que provoca
a guinada da embarcação.
(2) Madre, parte encostada ao cadaste que serve de eixo ao leme, fixando-se
ao painel de popa por um sistema de macho-fêmea.
(3) Cachola, parte superior da madre que tem um furo ou uma espiga ou
mecha, onde vai encaixar a cana do leme ou a meia-lua com gualdropes.
Fig. 20 - Leme
b. Remos
Peças, em geral de tojo, destinado a imprimir movimento à embarcação e
compõe-se de.(figura21)
(1) Punho, parte, onde se agarra e mais fina que a restante.
(2) Corpo, parte intermédia de espessura maior que o punho, possuindo o
forro que é uma parte forrada de sola cabedal ou tiras de lona entrançadas
destinadas a proteger o remo do seu trabalho da embarcação.
(3) Pá, a extremidade espalmada do remo destinada a entrar na água.
Fig. 21 – Remo
c. Forquetas
Peças metálicas em forma de boca de lobo que servem para apoio dos
remos e enfiam o pé no furo vertical no Alcatrate da embarcação. Os furos onde
trabalham as forquetas são reforçadas por bronzes ou chumaceiras que são
peças metálicas que protegem o Alcatrate do desgaste provocado pelo trabalho
da forqueta.
Fig. 22 - Forquetas
d. Toletes
Varões metálicos curtos, que algumas embarcações possuem em vez de
forquetas e onde trabalham os remos, seguros por meio de um estropo que o
abraça. À semelhança das forquetas também possuem fiéis.
Fig. 23 – Tolete
e. Tapas
Peças de madeira destinadas a protegerem (cobrir) as toleteiras (figura
24) quando a embarcação não trabalha.
Fig. 24 - Toleteiras
f. Escudete
Pequena peça de madeira (a bolacha) com as iniciais do navio, a que
pertence a embarcação, feita de metal.
g. Defensas
São almofadas de sola ou lona com enchimento a estopa que se colocam
fora de borda quando é necessário proteger o costado da embarcação contra
pancadas e roçaduras. As defensas fixam-se à embarcação por meio de fiéis,
passando por dentro das anilhas rectangulares de metal fixadas por dentro do
Alcatrate e chamadas colchetes. Algumas embarcações principalmente as de
motor, possuem uma defensa fixa disposta em volta da borda e cosida a um
cabo que contorna o verdugo, designada molhelha.
h. Toldo
Pano de brim para abrigar o pessoal do sol, tende a intervalos iguais
réguas de madeira, de BB a EB, chamadas fasquias que estão metidas nas
bainhas do toldo. Estes são armados arvorando dois ferros – os ferros do toldo –
um a vante e outro a ré. O ferro de vante tem um olhal onde enfia um cabo fixo
no sapatilho da fasquia de vante e o de ré tem um gato onde encapela um
sapatilho da fasquia de vante, e o de ré tem um gato onde encapela um
sapatilho de uma alça passada na fasquia de ré. O toldo é mantido direito por
meio das linhas de arreigadas ligadas aos extremos das fasquias para os botões
de arreigada pregados por dentro da Falca.
j. Croques
Varas de madeira com um ferragem especial num extremo e que serve
para atracar a embarcação.(figura 26)
Fig. 26 – Croque
k. Sarretas
Tábuas colocadas no fundo da embarcação no sentido proa-popa entre a
sobrequilha e as escoas, para proteger o fundo. (figura 27) Fixam-se às balizas
por caçonetes e cavilhas ou chavetas. Os caçonetes são anéis metálicos fixos às
balizas e às chavetas enfiam neles prendendo as Sarretas.
Fig. 27 - Sarretas
l. Paneiros
Estrados que cobrem o fundo da embarcação e substituem as sarretas. Se
os paneiros forem em xadrez (réguas cruzadas) chamam-se Xadrezes.
m. Guarda-Patrão
Tábua montada verticalmente de um bordo ao outro da embarcação e que
limita a ré o assento de popa.
n. Estropos
Correntes de ferro, (figura 28) uma a vante e outra a ré, fixam nos
arganéus da sobrequilha, contra-roda e contra-cadaste, que servem para
suspender a embarcação. Os gatos dos aparelhos de força vêm engatar no seio
dos estropos.
Em geral os estropos são partidos em dois pedaços que unem por um
arganéu ou gato de escape, que nesse caso servirá para engatar os aparelhos
de força que suspendem a embarcação.
Fig. 29 - Ancorote
s. Ancoreta
Pequeno barril destinado a levar água doce (figura 30). Está assente num
descanso designado por descanso da ancoreta. Possui um batoque de fiel, ao
qual está amarrado o arganéu que é uma medida.
Fig. 30 -Ancoreta
t. Bartedouro
Espécie de pá feita de uma só peça em madeira com que se esgota a
agua das embarcações.
Fig. 31 – Bartedouro
u. Capuchana
Toldo fixa numa armação metálica articulada usado em embarcações de
propulsão mecânica.
v. Cabeleira
Pedaço de lã ou pano que envolve o capelo de algumas embarcações de
vela para protecção das velas.
w. Patilhão
Peça de madeira ou metal saindo pela quilha, para manter a estabilidade e
diminuir o abatimento das embarcações de vela. Pode ser móvel ou fixo
conforme se pode ou não mover na vertical.
x. Drogue
Espécie de saco de lona cónico que quando rebocado pela embarcação à
proa ou à popa evita que ela se atravesse á vaga (figura 32). Todo o aparelho,
(mastreação, poleame, massame, e velame) bandeira, flâmula material de
limpeza, equipamentos de navegação (agulha farol e facho de sinais) viveres,
caixa de primeiros socorros e água potável, fazem também parte da Palamenta.
Fig. 32 - Drogue
CAPÍTULO 3
EMBARCAÇÕES DE VELA
a. Mastreação
A mastreação é o conjunto dos mastros, vergas ou paus de uma
embarcação. Podem ser vergônteas de madeira ou metal, com forma
arredondada ou oval e com resistência suficiente, para suportarem o trabalho
desenvolvido pela força do vento aplicado às velas que lhe estão ligadas, ou
envergadas.
Uma embarcação pode ter um, dois, ou três mastros. No caso de possuir
dois, o de vante designa-se de Traquete e o de ré de Grande. O terceiro mastro
se existir, designa-se por Catita.
O comprimento ou altura de um mastro chama-se guinda, a espessura ou
diâmetro palha.
Ao seu extremo superior chama-se cabeça e ao inferior pé, que tem uma
saliência com formato especial designada por mecha e que vai encaixar num
furo cavado na Sobrequilha, a carlinga.
Os mastros são fixos à enora, que é um furo de forma circular feito na
meia coxia ou numa bancada, sendo neste caso abraçado pelo galindréu.
De encontro aos mastros, são ainda montados horizontalmente, ou
obliquamente, vergas, caranguejas e retrancas que são vergônteas destinadas
a marear as velas nelas envergadas.
Vergas e caranguejas podem ser fixas ou de arriar e trabalham na parte
superior dos mastros enquanto as retrancas trabalham na parte inferior destes.
Estas são fixas aos mastros por urracas, (figura 34) que são anéis de metal que
os abraçam no caso das vergas, e por mangal e boca de lobo nos restantes
casos.
Aos extremos das vergas chamam-se lais, à região média terço e à zona
compreendida entre o lais e o terço cunho.
Fig. 34 - Urraca
b. Aparelho
O aparelho de uma embarcação miúda divide-se em aparelho fixo e
aparelho de laborar. O aparelho fixo é o conjunto de cabos e peças de
poleame definitivamente ligados a mastros, vergas, etc. O mastro é suportado
para a frente pelo estai e para trás pelo contra-estai (quando existe).
Lateralmente é fixado pelos brandais.
O aparelho de laborar é o conjunto do massame, poleame e velame,
indispensáveis ao seu preparo e manobra, chamando-se aparelhar uma
a. Velas Triangulares
Estas velas têm a forma de um triângulo (figura 35), sendo a sua
nomenclatura a seguinte:
(1) Lados
i. Gurutil - o lado de vante junto ao mastro
ii. Valuma - o lado livre que diz para ré
iii. Esteira - o lado inferior da vela
Os cabos de manobra desta vela são: uma adriça, uma orça (sempre
passado ao punho do pau de palanque) e uma escota (no bordo contrário).
Tanto a orça como a escota são manobrados de ré.
Para içar este tipo de velas, o mastro possui uma calha metálica
onde deslizam as corrediças da vela.
Os cabos de manobra são uma adriça e uma escota.
c. Velas Quadrangulares
Apresentam a forma de um quadrado e podem ser de dois tipos. De
carangueja fixa e de carangueja de arriar.
As embarcações miúdas podem armar com uma ou mais velas. Se a
embarcação tiver dois mastros a vela que enverga no mastro de ré chama-se
grande e a que enverga no mastro de vante chama-se traquete. Se houver um
só mastro a vela nele envergada não tem designação especial e poderá chamar-
se de grande.
Como as velas triangulares, também estas tem nomenclatura própria,
assim, os lados e os punhos têm a seguinte designação.
(1) Lados.
i. Gurutil (que enverga na carangueja).
ii. Valuma (O lado livre que diz para ré).
iii. Esteira (que enverga na retranca).
iv. Testa (que enverga no mastro.
Existem dois tipos destas velas que são: Pendão de amurar a vante
e pendão de amurar ao mastro.
i. Pendão de amurar a vante – o punho da amura vai amurar na proa
ou avante A distância do lais inferior da verga (lais de vante) ao
ponto de cruzamento com o mastro é de 1/3 do comprimento da
verga .
ii. Pendão de amurar ao mastro – o punho da amura vai amurar ao
mastro. A distância do lais inferior da verga (lais de vante) ao ponto
de cruzamento com o mastro é de 1/4 do comprimento da verga
(6) Catita
É uma pequena vela de compasso (serve para compassar ou
equilibrar a embarcação) e enverga num mastro curto (figura 46).
Fig. 46 - Catita
303. ARMAÇÕES
a. Iate: - É constituído por duas velas latinas quadrangulares e uma vela de proa.
Fig. 47 - Iate
b. Marconi: - É constituído por uma ou duas velas Marconi e uma vela de proa.
Fig. 48 - Marconi
Fig. 49 - Houari
d. Chalupa: - É constituída por uma vela de proa latina quadrangular e uma Catita.
Fig. 50 - Chalupa
Fig. 51 – Caíque
Fig. 52 - Coqueta
a. Mareação.
Chama-se mareação ao ângulo formado pela direcção donde sopra o
vento e a proa da embarcação. As mareações são várias e tomam nomes
especiais de acordo com os ângulos obtidos, como se pode verificar no
esquema seguinte (figura 53), conforme o vento sopra mais para a proa
(bolina), mais pelo través (largo) ou mais para a popa (popa).
Esses ângulos podem ainda ser medidos em quartas. Para uma melhor
compreensão em relação às “quartas”, podemos ter a seguinte referência:
sabendo que a “marcação” equivale a uma leitura de 180º graus contados a
partir da proa, desde a intersecção da linha de mediania ou meia-nau da
embarcação, para BB (marcação vermelha) ou para EB (marcação verde),
temos que a cada bordo corresponde um conjunto de 16 quartas. Assim basta
fazer a divisão e fica-se a saber que cada quarta corresponde a 11,25º graus.
(1) Bolina Cerrada – se o vento vem entre 3 ou 4 (conforme o tipo de
embarcação) e 6 quartas a contar da proa por um ou outro bordo.
(2) Bolina Folgada - se o vento vem entre 6 e 8 quartas a contar de proa para
um e outro bordo
(3) Largo - se o vento vem entre 8 e 14 quartas a contar da proa por um e
outro bordo.
VENTO
BOLINA BOLINA
Orçar Orçar
LARGO LARGO
Arribar Arribar
LARGO LARGO
FOLGADO FOLGADO
POPA RASA
Fig. 53 - Mareações
b. Governo da embarcação
Para governar bem uma embarcação à vela é conveniente saber como
nelas actua o vento, a disposição dos pesos, a acção do patilhão, o uso do leme
e a mareação das velas.
Para virar de bordo pode faze-lo passando com a proa pela linha do
vento (virar por davante) ou com a popa (virar em roda).
A primeira manobra é feita em regra quando se navega à bolina.
Para a executar aguarda-se o momento em que, com o leme a meio, o
seguimento da embarcação seja razoável e o pano vá cheio. Quando o
vento for muito fraco indo de bolina cerrada convém arribar um pouco para
aumentar o seguimento. À vos de “claro a virar”, a guarnição pega nos
cabos de manobra e fica com atenção.
Em seguida manda-se “leme de ló” sendo o leme metido lentamente
a barlavento para que a porta não trave o seguimento. Se a velocidade for
baixa convêm que, com o vento já perto da linha de proa, se folguem as
velas de proa para ajudar à orça e acelerar a guinada dando-se a voz de
“folgar à proa”. Não convêm no entanto dar esta voz cedo de mais porque
tal resultaria em menor aumento para a embarcação e portanto maior
dificuldade de manobra.
Entretanto, desde que se meteu o leme de ló vai-se entrando com a
escota do grande de modo a acompanhar o vento. Há porém quem prefira
colocar a retranca meio.
Quando a proa estiver enfiada com o vento, e portanto a valuma da
vela grande começar a bater, dois casos se podem dar:
• A embarcação não chega a perder seguimento, neste caso logo que
o vento começa a vir do outro bordo, o patrão manda camba e caça
o grande seguido de camba e caça o traquete logo que este
começa a encher manda camba e caça à proa.
• A embarcação perde seguimento antes de virar de bordo. Neste caso
mal se note que o seguimento é nulo, deve-se pôr o leme a meio e
se o vento estiver de proa mandar aquartelar à proa caso a
embarcação comece a cair a ré, põe-se leme de revés (ao contrário
do que estava no inicio).
xviii. Amuras (BB ou EB) – Diz-se que uma embarcação vai de amuras a
BB quando o vento que recebe nas velas vem de BB. Vai de amuras a EB
quando recebe o vento por EB.
xix. Amurar (BB ou EB) – Colocar a embarcação ou as velas de modo a
receber o vento pelo bordo indicado.
xx. Léme de ló – Manobrar o leme de maneira a colocar a porta para
barlavento, obrigando-a a orçar.
xxi. Leme de encontro – Manobrar o leme de maneira a colocar a porta
para sotavento, obrigando-a a arribar.
xxii. Virar por davante – Virar de bordo passando com a proa pela linha
do vento.
xxiii. Virar em roda – Virar de bordo passando com a popa pela linha de
vento.
xxiv. Virar de bordo – Mudar de amuras recebendo o vento pelo bordo
contrário.
xxv. Vento escasseia ou é mais escasso - quando a embarcação for a um
determinado rumo e o vento começar a vir mais para a proa.
xxvi. Vento alarga ou é mais largo - quando a embarcação for a um certo
rumo e o vento começar a vir mais de popa.
(5) Rizar
Rizar é reduzir a área de pano exposta ao vento. Há geralmente
necessidade de se proceder a esta manobra quando o vento é muito forte.
Na primeira forma de rizes o pano é reduzido uma pequena parte, na
segunda forma é reduzido mais um pouco, diminuindo cada vez mais a
área de pano exposta ao vento.
(6) Bordejar
Bordejar é fazer ou dar bordos, isto é: velejar mudando de amuras
com certa frequência. O bordo ou bordada é o caminho andado pela
embarcação com uma das amuras.
d. Centro vélico
Para melhor se compreender o que é o centro vélico duma vela ou duma
embarcação considera-se que a vela é um quadrado, como indica a figura 57, e
que é solicitada em cada um dos seus pontos por uma força F (acção do vento
sobre a superfície). A resultante desse sistema de forças iguais e paralelas será
um força R que tem o seu ponto de aplicação num ponto CV que se chama
centro vélico e que não é mais do que o centro dessa superfície.
305. GENERALIDADES
a. Desventamento
Está provado que um navio a navegar ao largo ou à popa causa
perturbações no ar a sotavento até uma distância igual a quatro vezes a altura
do seu mastro. Assim outro navio que se encontre nessa zona, diz-se que está
desventado, quando a distancia é duas vezes a altura do mastro do outro navio.
Esta acção atinge a sua máxima influencia quando a distancia é de
somente de um mastro.
A navegar à bolina o cone de desventamento diminui e o máximo de
eficácia dá-se à distância de meio comprimento do seu mastro.
APÍTULO 4
EMBARCAÇÕES DE REMOS
Proeiros
Sota – Proeiros
Contra – Proeiros
Meios
Contra – Vogas
Sota Vogas
Vogas
(1) Uma embarcação de seis bancadas não tem meios.
(2) A de cinco bancadas não tem contras.
(3) A de quatro não tem contras nem meios.
(4) A de três não tem contras nem sotas.
(5) Os remadores sentam-se, do mais antigo para o mais moderno pela ordem
abaixo indicada sendo em cada bancada o mais antigo a BB.
ii. Vogas
iii. Proeiros
iv. Sota – Vogas
v. Sota – Proeiros
vi. Contra – Vogas
vii. Contra – Proeiros
viii. Meios.
402. MANOBRA DE REMOS
a. Remar
É fazer navegar a embarcação para vante empregando os remos em
remadas.
Cada remada pode considerar-se constituída pela execução seguida dos
seguintes movimentos (figura 68).
(1) 1º Tempo – À voz de “rema” ou “prepara para remar”, os remadores
inclina o corpo para a frente, com os braços esticados e as costas direitas,
com os remos na horizontal até que o tronco fique entre 30 e 40 graus da
vertical.
As mãos rodam para a frente com o punho do remo de modo a ficar
ligeiramente inclinada para trás e a cerca de um palmo da água.
(2) 2º Tempo – Os remadores metem as pás dos remos na água sem salpicar,
o que se consegue levantando ligeiramente o punho do remo até a pá
entrar na água. Os braços conservam-se esticados e as costas direitas.
(3) 3º Tempo – A pá do remo movimenta-se dentro de água de vante para ré e
para isso os remadores, fazendo força com os pés nos paus de voga, com
os braços esticados e com as costas direitas, atiram o tronco para trás até
ficar entre 10 e 20 graus além da vertical.
(4) 4º Tempo – A pá do remo é retirada da água. Os remadores rodam o
punho para baixo, fazendo rodar a pá do remo e puxam o punho do remo
b. Ciar
É fazer navegar a embarcação para ré utilizando os remos. Este
movimento é contrário ao de remar e pode considerar-se constituído pela
execução seguida dos seguintes movimentos.
(1) 1ºTempo – À voz de “Cia” ou “preparar para ciar” os remadores inclinam
o corpo para trás, trazem os punhos dos remos ao peito, rodam o punho
do remo para trás de modo a pá ficar ligeiramente inclinada para a frente e
a cerca de um palmo da água.
(2) 2º Tempo – Os remadores, sem salpicarem mergulham as pás dos remos
e dão uma remada no sentido contrário.
(3) 3º Tempo – Os remadores tiram as pás da água pondo-as horizontais.
c. Gingar
Esta operação consiste em fazer mover e governar a embarcação com um
só remo (remo de esparrela) montado no seu painel de popa (figura 74).
A manobra faz-se agarrando o remo com as duas mãos e fazendo-o girar
dentro de água de BB para EB e de cima para baixo, de modo que a
embarcação siga na direcção desejada.
Fig. 74 - Gingar
d. Tipos de voga
Chama-se voga à cadência da remada e são quatro os tipos de voga.
(1). Voga ordinária – Remadas seguidas na cadencia normal (28 remadas por
minuto).
(2). Voga demorada – Remadas separadas por um pequeno espaço de
tempo, variável conforme a graduação da pessoa que a embarcação
conduz. É costume antigo na nossa Armada usar este tipo de voga em
embarcações conduzindo comandantes de navio e entidades de categoria
superior.
(3). Voga picada – Remadas seguidas numa cadência superior à normal (mais
de 28 remadas por minuto).
(26). Voga ordinária – Quando se quer passar de qualquer das vogas para a
voga a voga ordinária.
(27). Pronto a fundear – Por pronto o ancorote na mão para largar.
(28). Fundeia – Largar o ancorote para a água.
(29). Pronto a suspender – Os proeiros preparam-se para suspender o
ancorote.
(30). Suspende – Suspender o ancorote.
O valor de (c) é dado consoante se trate por uma das seguintes formulas:
a. Largar
Supondo uma embarcação já arriada, atracada ao navio de proa à corrente
e guarnecida de pessoal da forma já indicada, vamos ver como se procede na
manobra de largar.
A primeira voz a dar-se será de “pronto a largar” e o pessoal executa como
já se indicou atrás.
Depois dá-se a voz de larga e logo que a embarcação já esteja bem aberta
de proa manda-se “armar remos e a seguir “rema”. Em exercícios está ultima voz
pode ser substituída pela de “prepara para remar”.
Caso a embarcação não tenha aberto o suficiente depois da voz de larga
pode-se mandar ciar do bordo de fora logo que haja espaço suficiente para
manobrar os remos do lado do navio, ou do cais, manda-se então “rema”.
b. Atracar.
O princípio geral para atracar a um navio é prolongar a embarcação com
ele, com a proa à corrente, de tal maneira que fique no final parada e paralela ao
costado junto ao ponto a que se pretende atracar.
Deve-se ter o cuidado de manobrar de tal modo que na altura de mandar
“larga remos”, o seguimento da embarcação possa anular o efeito da corrente
até atingir o ponto de atracação, do mesmo modo a aproximação deve fazer-se
com um rumo que faça um ângulo pequeno com o navio, o que permite que na
parte final da atracação um pequeno golpe de leme seja suficiente para colocara
embarcação paralela.
Devendo proceder-se assim.
(1) Aproximar-se do ponto de atracação num rumo o mais próximo possível da
direcção do costado do navio (ou da direcção do cais) dando o desconto
necessário para atingir o ponto desejado com a direcção da corrente que
houver.
(2) Ordenar “proa” dizendo o Voga – Proa larga e os proeiros largam então os
remos pegando no croque pronto a servir, do lado do bordo a que se vai
atracar.
e. Abicar à praia
A aproximação a uma praia em que se pretende encalhar a embarcação
deve rodear-se de cuidados especiais, se a zona de mar a atravessar for de
vaga e rebentação será sempre conveniente que a embarcação manobre só os
remos e que o leme seja substituído por um remo de esparrela (remo montado
na popa e manobrado com o se fosse leme).
O patrão deve conduzir a embarcação ao largo da linha de rebentação e
escolher o ponto mais favorável para a aterragem.
Escolhido o local coloca-se a embarcação de proa à vaga e a popa na
direcção de terra e espera-se uma sota conveniente. Imediatamente antes do
começo de um período de maior calma faz andar a embarcação a ré devagar
(ciando) de modo a entrar na zona de rebentação na cava de uma vaga e
continuando sempre a descair para ré na direcção da proa. Deve manobrar os
remos de modo a estar sempre aproado à vaga e remando ou ciando conforme
necessário para evitar o embate da rebentação de uma vaga ou ser arrastado na
sua crista conforme exemplos da figura 76.
Esperar ocasião oportuna par a meter pelo mar dentro, tendo em atenção
as condições do mar e as características da praia.
(1) Se a praia é emparcelada e a vaga for fraca, espera-se um momento de
calma e empurra-se para a água devagar, saltando dentro os proeiros.
Assim que estiver a flutuar, remam de maneira a por a proa na vaga
e o restante pessoal aguenta a popa da embarcação na direcção da praia,
depois, uns após os outros, saltam para dentro da embarcação, pela
ordem de vante para ré.
Os remadores, à medida que vão ocupando os seus lugares
começam a remar logo que possam.
(2) Se a praia é de pairau e a vaga é forte a embarcação deve de ir para o
mar entre duas ondas seguidas safando-se para o largo antes que a vaga
seguinte rebente. O patrão deve esperar uma sota de mar e lançar a
embarcação para a água logo a seguir à rebentação de uma vaga.
À ordem do patrão a guarnição deve meter a embarcação pelo mar
dentro o mais rapidamente possível saltando dentro rapidamente todos ao
mesmo tempo logo que ela flutue. Todos devem remar fortemente na
direcção do mar a fim de se passar rapidamente a linha de rebentação.
Qualquer que seja o tipo de praia a embarcação deve manobrar
quando entra pelo mar de tal modo que, ou galga a vaga antes dela
rebentar ou está à frente dela à distancia a cerca de dois ou três
comprimentos da embarcação no momento em que se der a rebentação.
(figura 77).
CAPÍTULO 5
EMBARCAÇÕES MECÂNICAS
501. ACÇÃO DO HÉLICE
Nas embarcações mecânicas o agente propulsor da embarcação é o hélice
Podem considerar-se dois tipos de hélices (figura 78) conforme o sentido em que
giram na marcha a vante:
a. Hélice de passo direito
Diz-se que um hélice é de passo direito quando o virmos andar para a
direita (no sentido dos ponteiros do relógio) na marcha a vante, se o estivermos
a observar a ré da embarcação olhando para a sua popa.
b. Hélice de passo esquerdo
Diz-se que um hélice é de passo esquerdo se o virmos andar para a
esquerda (no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do relógio, na
marcha a vante, se o estivermos a observar a ré da embarcação olhando para a
sua popa.
CAPÍTULO 6
FAINAS E MANOBRAS
a. Pessoal
Para cada situação de prontidão, o detalhe do navio deve indicar o pessoal
envolvido, e os respectivos postos, em fainas e manobras da embarcação. Este
pessoal deve ser treinado na sua área específica de actuação, e em treinos
conjuntos, com vista a aumentar a coordenação e mecanização de
procedimentos.
(1) Guarnição – A guarnição mínima de qualquer embarcação miúda é um
patrão e um proeiro. No entanto, se a missão, o estado do mar ou as
condições da embarcação o recomendarem a sua composição deve ser
maior e mais variada. Em alguns casos, pode ser necessário um
maquinista, que acumula as funções de sota-proeiro, o qual deve
participar nas fainas de colocação na água e recolha a bordo, de acordo
com as necessidades identificadas pelo patrão e pelo chefe da faina.
i. Patrão – O patrão tem o dever de preparar a embarcação, zelar pela
segurança do pessoal embarcado, e conduzi-la de acordo com o
normativo aplicável, merecendo ênfase os aspectos a indicar
oportunamente.
ii. Proeiro e Sota – proeiro – A principal atribuição do proeiro e do sota
são auxiliar a manobra de cabos e as fainas, de acordo com as
instruções do patrão e do chefe da faina, nomeadamente passando
b. Preparativos
Em regra, a embarcação deve ser colocada na água a sotavento do navio.
Este factor deve ser considerado para decidir qual a embarcação a colocar na
água.
Havendo mais do que uma embarcação disponível, o comandante, ou o
oficial no qual seja delegada essa autoridade, decide qual delas se vai utilizar. A
a. Manobra de cabos
(1) Embarcação colocada a flutuar – Neste caso, os moços de cabos devem
controlar os movimentos da embarcação actuando na boça e no cabo
cadeira, de acordo com as instruções do chefe da faina. A guarnição da
embarcação de casco rígido, devem colocar defensas, para evitar danos
no casco. Logo que o patrão tenha os sistemas de propulsão e de governo
sob controlo, a embarcação pode largar.
b. Comunicações visuais.
A embarcação na água deve manter-se em comunicação com o navio
através de transmissor-receptor portátil. Em alternativa, podem ser usados sinais
visuais, conforme a convenção representada na figura seguinte, emitidos no
patim superior da escada do portaló.
pela guarnição para o navio. Logo que a embarcação esteja amarrada pela
proa, o patrão pode parar o motor, deixando-a ser arrastada pelo navio.
(5) Ligação dos gatos – Com a embarcação amarrada de proa e popa, o
operador do turco arria os gatos e a guarnição engata-os nos respectivos
olhais, sendo o de vante, o primeiro a ser engatado. Quando os cabos
estão todos passados e seguros, o patrão informa o chefe da faina.
(6) Içar a embarcação – À ordem do OQP ou do ODN, o chefe da faina manda
içar e recolher a embarcação. Os moços de cabos usam a boça e o cabo
cadeira para minimizar os movimentos da mesma, enquanto esta está a
ser içada.
(7) Embarcação içada – Uma vez que encoste às molhelhas ou assente em
picadeiros ou no berço, o chefe da faina manda amarrar a ficar, devendo
os moços de cabos passar as fundas, fixar e segurar a embarcação.
A guarnição só desembarca depois de içada e estivada e arrumado o
respectivo material, deixando os seus sistemas com a prontidão
estabelecida. No caso do Bote e Semi–Rígida a guarnição desembarca
antes da colocação da embarcação no berço respectivo.
605. MANOBRAS
A manobra das embarcações miúdas depende do seu tipo e características,
sendo muito diferente conduzir uma baleeira, uma semi-rígida, um bote pneumático ou
uma lancha de desembarque.
Para governar bem a sua embarcação mecânica o patrão deve conhecer
perfeitamente qual o passo do hélice, a maneira como ela se comporta em todos os
casos apresentados anteriormente nomeadamente a acção conjunta do leme e do
hélice e quais os afastamentos que se verificam quando ao atracar necessita de
utilizar a marcha a ré.
Deve de ter a noção do espaço que a embarcação necessita quando guina 180
graus, e o tempo que demora a máquina a inverter a marcha.
Merecendo especial referencia os aspectos de que, em acções combinadas de
hélice e leme o afastamento lateral da popa depende de:
A embarcação estar parada ou em movimento.
A embarcação mover-se AV ou AR.
Velocidade da embarcação.
Velocidade a que gira o hélice.
Dos efeitos descritos nos vários casos apresentados anteriormente deve-se
entender que quanto maior for a velocidade do hélice e menor a velocidade da
embarcação maior será o valor desse efeito.
Quando uma embarcação de um só hélice de passo direito pretende virar em
espaço limitado deverá andar AV e AR guinando para EB quando vai AV e para BB
quando vai AR da maneira seguinte.
a. Arranque
Em geral, o sistema de propulsão da embarcação só deve arrancar quando
a mesma está na água e sem produzir impulso, ou seja, com os propulsores
desembraiados, passo do hélice nulo, ou posição da concha de jacto de água na
posição neutra. O sistema de governo deve estar em posição neutra ou com
leme a meio. Ao arrancar o sistema de propulsão, todo o material deve estar
bem peado e o pessoal bem seguro, mesmo na situação de impulso nulo e leme
a meio.
b. Variação de velocidade
Mesmo quando os sistemas electromecânicos da embarcação não
imponham limitações às variações de velocidade, designadamente à aceleração,
e caso a situação o permita, estas devem fazer-se progressivamente e avisando
previamente o pessoal embarcado.
c. Trânsito
A condução da navegação depende também das características da
embarcação, especialmente da sua velocidade máxima, e do estado do mar.
(1) Trânsito normal – A condução de embarcações com mar calmo e vento
fraco permite explorar os sistemas de governo e de propulsão na sua
plenitude, embora seja de prever que nas embarcações mais pequenas
seja maior o desconforto do pessoal embarcado, sobretudo devido ao
caturrar, surriada e vento relativo. A condução correcta faz-se adoptando
um caimento nulo, especialmente em botes e semi-rígidas, que são
concebidos para planar, pelo que a distribuição de pesos e a posição dos
motores fora-de-borda deve servir esse objectivo, conforme se ilustra na
figura 87. São de evitar reduções bruscas nos regimes dos motores de
botes e semi-rígidas, porque estas embarcações “afocinham” e sofrem
uma redução imediata de seguimento, podendo o pessoal mal seguro ser
projectado para a frente com violência. Além disso, aumenta o risco de
inundação ao serem atingidas pela sua onda de popa. Embora não
existam dificuldades especiais em condições favoráveis de vento e mar, o
patrão deve avisar sempre o pessoal embarcado antes de variar os
regimes dos motores e antes de guinar. Esta regra deve ser sempre
aplicada no caso de botes e semi-rígidas.
e. Desatracação
Para desatracar libertam-se os cabos de amarração e actuam-se os
sistemas de governo e de propulsão de modo a que a embarcação se afaste do
navio. Para desatracar de navio, adoptando o arranjo ilustrado na figura 1, o
patrão puxa o fiel do caveirão, libertando assim a boça fixa ao navio ou o
andorinho de pau de surriola. Quando está amarrado com boça e cabo cadeira,
este é libertado primeiro e só depois aquela. Com os cabos safos, o patrão
manobra para se afastar, não devendo cruzar a proa do navio.
f. Marcha a ré
A manobrabilidade em marcha a ré das embarcações é muito influenciada
pela posição do motor, dentro ou fora de borda. No primeiro caso, a resposta é
semelhante à da maioria dos navios, que operam em modo de deslocamento.
No caso do motor fora-de-borda há duas particularidades relevantes:
A popa move-se na direcção para a qual o hélice do motor aponta,
existindo a tendência para embarcar água pelo painel de popa. Este caso, exige
que o patrão tenha a perícia de manobrar na direcção desejada, embarcando o
mínimo possível de água.
h. Paragem
O estado do mar e as suas características determinam o modo como a
embarcação reduz o seguimento e como se imobiliza, embora se possam referir
alguns aspectos comuns à maioria das embarcações. Em geral, para parar numa
dada posição é necessário manobrar em marcha a vante e marcha a ré, com
diversos regimes do sistema de propulsão, o que exige especial sensibilidade do
patrão, conseguida através de treino. Também pode ser aproveitado o
abatimento causado por vento, ondulação e vaga para fazer aproximações
lentas, usando o efeito de leme da embarcação com seguimento mas com o
motor desengrenado.
Quando a embarcação está atracada ao portaló deve estar segura pelo
pessoal, com auxilio dos Croques e ao cabo das pinhas. Por vezes pode ficar
k. Reboque.
Em geral, as embarcações miúdas não são concebidas para rebocar, mas
podem fazê-lo em condições bem identificadas, sob pena de ocorrerem danos
estruturais ou nos sistemas de propulsão. Para rebocar, a embarcação deve
ter o mínimo possível de carga e ser distribuída de modo a que a popa vá
mergulhada de modo a manter o hélice e o leme bem dentro de água
conseguindo-se assim um bom governo. Por outro lado, o rebocado não deve ter
dimensões superiores à sua ou, se tiver, só se deve fazer o reboque de
braço dado. Em qualquer caso, são necessários cabos de adequada
resistência. É sempre preferível fazer o reboque com mar de proa por o esforço
no cabo ser mais regular.
Com mar de popa a embarcação rebocada, ao passar a vaga adianta-se o
que faz folgar o cabo de reboque, podendo a embarcação atravessar-se à vaga
provocando um forte esticão com possibilidades de o partir ou voltar a
embarcação A documentação da embarcação, ou o ODT (Organismo de
Direcção Técnica) caso aquela nada refira, deve indicar a viabilidade e as
condições para uma embarcação realizar reboque.
l. Abordagem
A abordagem consiste numa atracação a navio ou embarcação sem auxílio
do mesmo, por estar deserto, ter a guarnição indisponível ou se visar efeito de
surpresa.
Embora possa haver razões operacionais muito fortes para fazer a
abordagem, aceitando riscos elevados para a guarnição e passageiros da
embarcação, o embarque deve realizar-se com a mesma amarrada, a fim de
minimizar o perigo de queda ao mar. A amarração é temporária e não se pode
contar com boça fixa ao navio nem pau de surriola para amarrar. É, pois,
necessário fazer embarcar um indivíduo de forma precária e com riscos
consideráveis, (especialmente de noite) tentar usar o croque (se as condições
meteorológicas o permitirem), ou melhor, passar o ferro da embarcação a algum
ponto sólido do navio a abordar.
Deve-se então tentar passar a boça da embarcação e amarrá-la a bordo, a
fim de facilitar a largada rápida. Não deve ser passado o cabo cadeira.
costado do navio e, sendo pouco volumoso, usar então os meios de elevação para o
recolher a bordo.
a. Objecto a recolher
Tratando-se de acção planeada de lançamento de carga ao mar por aéreo
para ficar a flutuar e ser depois recolhida por navio, a mesma deve seguir em
invólucro estanque, com pára-quedas, envolta em rede e com olhais ou estropos
em pontos adequados para realizar a elevação em segurança. Nesse caso,
deve-se também considerar a capacidade de reboque da embarcação miúda e
os meios de elevação do navio que a recolhe, na decisão sobre o peso e a
dimensão da carga, a qual não deve exceder (uma) 1 tonelada, admitindo mais
10% depois de molhada. Se a massa do objecto não for conhecida, ou não for
possível estimar com aproximação razoável, não deve ser tentada a sua recolha
a bordo. No entanto, se as circunstâncias o aconselharem, pode tentar rebocar-
se o mesmo à distância até local seguro, mantendo uma observação
permanente, a fim de evitar uma aproximação excessiva do navio.
c. Preparação
Tomada a decisão de recolher a bordo o objecto a flutuar no mar, deve-se
antes de iniciar a recolha, realizar os seguintes preparativos:
(1) Reunir a equipa de recolha a bordo do navio, constituída por um chefe,
mestre ou contramestre, três moços de cabos, um operador da grua e, se
necessário, do guincho ou cabrestante para recolha de cabo mensageiro.
(2) Qualquer tipo de embarcação miúda, com guarnição normal, deve ter
condições para apanhar o objecto e passar-lhe um cabo mensageiro.
(3) Antes de iniciar a faina, a equipa de recolha e a guarnição da embarcação
devem ser informadas da sequência de acções previstas e características
conhecidas do objecto (briefing). Se necessário, a guarnição da
embarcação deve ser instruída sobre o que deve investigar a respeito do
objecto ao aproximar-se do mesmo, de modo a permitir que o Comandante
decida se deve recolher o objecto, rebocá-lo ou deixá-lo, fazendo o
correspondente aviso à navegação.
(4) Para fazer a recolha para bordo, o navio deve ter:
i. Meios de elevação, cuja carga de serviço não seja inferior ao peso
do objecto, considerando uma margem devido ao facto de estar
molhado.
ii. Defensas, para evitar a ocorrência de danos no costado quando o
objecto se aproxime do navio, ou for içado para bordo.
iii. Toros de madeira, carrinho ou, pelo menos, tapetes, para evitar
danos no pavimento, quando o objecto nele assentar, durante a
recolha a bordo.
iv. A embarcação de recolha deve levar material que permita passar-lhe
o cabo mensageiro, ou cabo de reboque. No caso de carga lançada
por aéreo, esta deve vir equipada com olhais e pontos de suspensão,
que facilitam a recolha a bordo.
v. No caso de objecto com pára-quedas ligado, como é habitual ocorrer
com cargas lançadas por aéreo, são necessárias duas embarcações:
a embarcação de recolha da carga para bordo do navio, e a
embarcação de recolha do pára-quedas.
c. Rotura em flutuadores
Esta avaria só pode ocorrer em botes ou semi-rígidas, e pode ser grave se
os flutuadores são pneumáticos. Quando os flutuadores são cheios com
espumas este problema não deve ser grave, a menos que haja desagregação de
matéria. Quando ocorre uma rotura em flutuadores, o patrão deve evitar a todo o
e. Inundação
Ao reduzir bruscamente o seguimento, botes e semi-rígidas são muitas
vezes atingidos pela onda de popa que pode galgar o painel e inundar a
embarcação.
Geralmente, a embarcação tem boeiras com válvula de não-retorno, para
fazer esgoto de água embarcada por gravidade, beneficiando do caimento
adquirido com o seguimento. Todavia, pode-se criar uma situação indesejável,
se embarcar um volume de água que torne impossível aumentar o seguimento.
No caso de embarcação rápida, deve o pessoal mover-se de modo a aumentar o
caimento a ré, e esgotar a água por todos os meios possíveis, desde que as
condições ambientais o permitam.
f. Água aberta
Diz-se que uma embarcação tem água aberta quando qualquer rombo no
seu costado dá origem a que meta água.
A primeira providência a tomar é localizar o rombo e proceder à sua
reparação.
g. Guinada descontrolada
Ocasionalmente, sobretudo quando navegam atravessadas a mar muito
agitado, algumas embarcações rápidas guinam de forma descontrolada e em
espiral. Quando isso acontece, o patrão deve reduzir, de forma progressiva, a
potência do sistema de propulsão, para reduzir o caimento e aumentar o
contacto do casco com a água, sem projectar pessoal ou embarcar água. O
maior contacto do casco com a água aumenta a resistência à propulsão e repõe
o controlo.
h. Homem ao mar
Por maior que seja a segurança que se verifique na navegação de
pequenas embarcações nunca é de desprezar a hipótese de poderem ocorrer
acidentes. A pessoa que vir cair alguém ao mar tem por dever gritar bem
alto, homem ao mar por BB ou EB. Imediatamente deve lançar para junto do
náufrago uma bóia de salvação e dar inicio à manobra de salvamento.
Se cair uma pessoa ao mar, o patrão deve manobrar de modo a
aproximar-se do náufrago por barlavento, a cerca de 5m, descaindo com a
embarcação, de modo a não o molestar.
No caso de ser o patrão a cair, o motor deve parar automaticamente, por
acção do dispositivo do corte de corrente por queda do patrão, não se afastando
muito da posição e permitindo o salvamento sem ter de manobrar muito e sem
perder de vista o náufrago.
k. Sinais de Chamamento.
Todas as embarcações de bordo possuem um indicativo de chamada
constituído por um grupo de bandeiras e galhardetes numéricos. Esse indicativo
de chamada, geralmente pintado no guarda patrão, deve de ser conhecido do
patrão.
Uma embarcação pode ser chamado de três maneiras:
Pelo chamamento geral, chamamento individual feito pelo seu navio e
chamamento feito de outro navio.
(1) Chamamento geral.
O navio chama todas as suas embarcações içando a bandeira Q (amarela)
(2) Chamamento individual. (feito pelo seu navio)
l. Sinais de socorro.
Os sinais de socorro de uma embarcação são os mesmos que os de um
navio, havendo a considerar os que se fazem de dia e de noite.
(5) De dia.
i. Um sinal explosivo de minuto a minuto
ii. A bandeira V (victor) do Código Internacional de Sinais ou o grupo
NC do mesmo código.
(6) De noite.
i. Um sinal explosivo de minuto a minuto.
ii. Fogueiras
iii. Fogos de artificio de qualquer cor um de cada vez com curtos
intervalos. (Very-Ligtes).
iv. Um apito de sereia tocando sem interrupção
v. O sinal S.O.S. feito por morse luminoso ou acústico.
m. Socorro a um navio
Pode haver necessidade de socorrer a guarnição de um navio encalhado
em condições de não permitir a atracação de uma embarcação
O navio salvador aproxima-se por barlavento do navio naufragado a uma
distância prudente (150 a 200metros) e arria a sua embarcação com três
homens a bordo.
O navio salvador aproa ao mar e a embarcação fica ligada a ele por uma
espia delgada que dá volta num arganéu (ou na boça). Deve levar uma bóia de
salvação amarrada a meio de uma retenida com cerca de 100 metros, metade
desta retenida é colhida a bordo da embarcação e a outra metade colhe-se em
pandeiro que se amarra à bóia.
Quando a embarcação estiver próximo do navio naufragado larga ao mar a
bóia de salvação fazendo ao mesmo tempo sinal ao seu navio para aguentar a
espia e largando a pedido a retenida da bóia, esta vai descaindo para sotavento
até atingir o navio, onde os náufragos desfazem o pandeiro da retenida dão volta
ao chicote num ponto fixo do navio. Cada náufrago por sua vez vai utilizando a
bóia em sistema de vai e vem para a embarcação até completar a sua lotação.
No embarque e
Guarnição desembarque
Categorias a quem se presta
de oficiais e
honras
demais
NÃO CLASSIFICADO
NÃO CLASSIFICADO
De motor Passageiros autoridades.
De remos De remos
De vela com com
toleteiras forquetas
Arvora remos
Pára Arria a vela Larga remos A guarnição
Bandeiras, (estandartes nacionais), A guarnição Levantam-se e
A guarnição A guarnição A guarnição levanta-se e faz
Presidente da República, Chefes de Estado levanta-se e o fazem
6.50
levanta-se e faz levanta-se e faz levanta-se e faz continência ou
e membros de Famílias Reais reinantes. patrão faz continência.
continência. continência. continência. arvora remos.
continência.
Reduz a
Folga a escota Leva remos Leva remos O mais
velocidade
O patrão O patrão O patrão graduado O patrão faz
Restantes oficiais e outras entidades. O patrão
levanta-se e faz levanta-se e faz levanta-se e faz levanta-se e faz continência.
levanta-se e faz
continência. continência. continência. continência.
continência.
ORIGINAL
PEETNA 4547