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Gabarito

15. C
Frente 1
16. A
Capítulo 10 — Sintaxe de período composto II
BNCC em foco
Revisando 1. E
1. D 2. a) A oração subordinada é “que você joga na rua”, que se clas-
2. A sifica como adjetiva restritiva.
3. D b) A oração subordinada adjetiva restritiva enfatiza que o lixo que
pode voltar para a sua casa é aquele que você mesmo jogou
4. D
na rua. Para reforçar essa ideia, o cartaz mostra imagens de
5. A resíduos expostos e insetos que podem surgir nas casas.
6. D 3. C
7. C
8. E

Exercícios propostos Capítulo 11 — Sintaxe de período composto III


1. C Revisando
2. D
1. D
3. A
2. E
4. A
3. C
5. C
4. E
6. C
5. B
7. C
6. C
8. C
7. E
9. C
8. B
10. C
11. E Exercícios propostos
12. A 1. A
13. Soma: 01 + 02 = 03 2. D
14. D 3. D
15. Soma: 01 + 08 = 09 4. C
16. E 5. D
6. C
Exercícios complementares
7. D
1. A
8. B
2. E 9. C
3. A 10. A
4. A 11. B
5. A 12. B
6. B 13. D
7. C 14. E
8. B 15. C
9. A 16. D
10. E 17. D
11. A 18. D
12. B 19. D
13. D 20. D
14. a) As orações adjetivas restritivas “que eu não perdesse” e 21. A
“que não cabem” destacam a ideia de perda, que se subten- 22. B
de a partir da leitura do poema. 23. B
b) A oração “senão saber isto” contém uma ideia de redução 24. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 = 15
expressa pela palavra “senão” e é classificada como subor-
dinada substantiva subjetiva. As orações “Grandes são os Exercícios complementares
desertos” e “Grande é a vida” transmitem a ideia de ampliação
dos desertos e da vida e são classificadas como subordinadas 1. A
substantivas apositivas. 2. D

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3. A 7. B
4. A 8. D
5. B 9. Soma: 01 + 04 = 05
6. E 10. D
7. D
Exercícios propostos
8. C
9. A 1. C
10. E 2. C
11. A 3. B
12. B 4. B
13. D 5. A
14. D 6. D
15. C
7. E
16. D
8. B
17. D
9. B
18. B
10. C
19. A
11. D
20. E
12. C
21. a) “Quanto mais exigia” e “Quanto mais o buscava para si”.
Orações subordinadas adverbiais proporcionais. 13. A
b) Embora utilize conjunções diferenciadas (“quanto mais... me- 14. B
nos” e “quanto mais... mais”), o sentido aditivo de “mais”, na
15. B
segunda, não altera o sentido negativo expresso em ambas
as orações. Embora “mais à outra ele pertencia” tenha um 16. D
sentido aditivo, isso reforça a ideia de que Lânia menos con- 17. C
seguia. A “outra” se refere à sua irmã, Lisíope, por quem o
18. D
moço se apaixona.
22. D Exercícios complementares
23. D
1. Nos dois exemplos, há desvios de regência verbal, pois os ver-
24. B bos “assistir” e “ir” são transitivos indiretos e exigem preposição.
De acordo com a norma-padrão, as frases escritas de forma cor-
BNCC em foco reta são: “Assisti a um filme” e “Fui ao teatro”. Apesar de esses
desvios serem recorrentes na linguagem oral, não são aceitos na
1. a) Encontramos como exemplo de oração subordinada adver- linguagem escrita.
bial “... para a produção local de mais 5 milhões de doses de
vacinas contra a COVID-19”. Essa oração é classificada como 2. B
subordinada adverbial final. 3. D
b) A utilização de uma oração subordinada adverbial final tem 4. F; F; V; F; V
por objetivo apresentar uma finalidade, um objetivo, um fim 5. C
que justifica a aquisição daquela vacina.
6. A
2. B
7. A
3. a) A oração “Se você acha que não escreve nada” deve ser
8. D
classificada como oração subordinada adverbial condicio-
nal, pois apresenta condição para a oração principal. 9. B

b) Ao substituir “se” por “enquanto”, estamos construindo uma 10. D


oração subordinada adverbial temporal, por determinar tempo. 11. B
12. C
13. C
Capítulo 12 — Regências verbal e nominal 14. A
15. B
Revisando
16. D
1. A
17. Soma: 01 + 08 + 16 = 25
2. E 18. a) O correto é: “Esta tarefa é para eu fazer ainda hoje, não será
3. D possível dividir entre mim e você.”. Segundo a regência, após
a preposição (“entre”) devemos utilizar um pronome oblíquo
4. A
tônico (“mim”).
5. E
b) O correto é: “Devo ficar atento às tarefas de hoje, normalmen-
6. A te prefiro fazer antes a deixar para a última hora.”. Segundo a

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regência, após o termo “ficar atento” devemos utilizar a prepo- b) Há várias possibilidades de criação de frases, desde que seja
sição “a” e, no exemplo dado, o artigo “as”, que é exigido pelo no sentido trazido no texto II. Exemplos: “Diante do abandono
substantivo “tarefas”, o que determina a ocorrência do acento de Bacurau pelas autoridades, os moradores se bacuralizam
grave. O que determina a segunda correção é o verbo “prefe- para sobreviver” (acepção 1); “Para escapar às ações do prefei-
rir”, que deve ser acompanhado da preposição “a”. to, a comunidade decide se bacuralizar” (acepção 2).
21. B
BNCC em foco
22. C
1. a) No trecho, o verbo “lembrar” está em sua forma pronominal e 23. B
é transitivo indireto, por isso exige a preposição “de”.
24. D
b) “Lembrou que a chave da porta da cozinha servia no quartinho
25. D
do sótão.” Na reescrita da frase, foi excluída a partícula “se”
que acompanha o verbo. 26. E
2. C 27. A
3. Segundo a norma-padrão, o primeiro período do texto deve ser 28. C
escrito da seguinte maneira: “O artista Juan Diego Miguel apre- 29. A
senta, no Museu Brasileiro de Escultura (MUBE), a exposição ‘Arte
30. C
e Sensibilidade’, composta de suas obras, que acabam de che-
gar ao país”. 31. a) Entre a imagem estilizada dos dedos e as palavras “digital”
e “diferença” há uma relação de reiteração, que se dá pela
disposição principal de quatro dedos caracterizados como
pessoas com características diferentes. Além disso, “digital”
alude à impressão digital relacionada à biometria, e “dife-
Capítulo 13 — Verbo: propriedades gramaticais rença”, à capacidade de verificação da identidade de uma
e semânticas pessoa.
b) A reescrita fica: “Venhamos para a biometria. Cadastremos
Revisando nossas digitais”.
1. C 32. C
2. E 33. A
3. C 34. E
4. E 35. C
5. B 36. A
6. E
Exercícios complementares
7. B
8. C 1. A
9. C 2. D
10. B 3. D
4. B
Exercícios propostos
5. D
1. B
6. D
2. D
7. B
3. C
8. D
4. A
9. C
5. C
10. A
6. D
11. A
7. B
12. A
8. C
13. D
9. C
14. D
10. E
15. E
11. D
16. B
12. D
17. D
13. D
18. A
14. E
19. B
15. C
20. A
16. A
17. A 21. a) Não. O sentido que se atribui no texto é o de um discurso
longo, pomposo e sem ideias originais, opondo-se claramente
18. E
àquele atribuído pelo dicionário Houaiss, uma vez que este
19. D classifica a palavra “retórica” positivamente, ao destacar sua
20. a) Essa palavra foi criada a partir do substantivo próprio “Bacu- eloquência e seu bom desenvolvimento argumentativo.
rau”, mais a inserção do sufixo “-izar”. É justamente a inclusão b) Em “embora não se encontrem nos seus longos discursos e
desse sufixo que indica que a nova palavra é um verbo no muitos volumes nem uma ideia original, nem uma só obser-
infinitivo. vação própria”, podemos fazer a conversão da forma verbal

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“se encontrem” para “sejam encontradas”. No segundo caso, 4. O pajé se esgueira mal entre as locomotivas, o que evidencia
a forma verbal “houvera” poderá ser substituída por “hou- que o espaço das terras indígenas foi tomado pelo processo de
vesse”. Então, teremos: “E disto ninguém se escandaliza; o urbanização da cidade de São Paulo.
escândalo viria se houvesse originalidade”. 5. O verso “A marquesa botou sua imperial bundinha!...” é um
22. A exemplo do tom de deboche e irreverência dos modernistas ao
23. A processo de modernização e crescimento acelerado da cidade
de São Paulo; a expressão “bundinha” remete ao modo pejora-
24. B
tivo de se referir à marquesa.
25. A
6. A rapsódia é uma composição artística formada por vários elemen-
26. C tos tradicionais e populares, e Macunaíma é um livro construído
27. D a partir da vasta pesquisa de Mário de Andrade sobre lendas,
28. D superstições, provérbios e anedotas do folclore brasileiro.

29. C 7. O Modernismo foi um movimento artístico interessado em res-


gatar a história e a cultura nacional, valorizando a pluralidade
30. E étnico-cultural. O livro Macunaíma procura evidenciar esse as-
31. B pecto na imagem de um herói que representa a coletividade, a
32. D pluralidade, a multiplicidade brasileira. Essa imagem é alcança-
da com base na pesquisa da vasta cultura nacional.
33. E
8. Pierrot é um palhaço triste que vive um amor platônico por
34. A Colombina, para quem ele não se declarava. Sua representação
35. D com lágrima no rosto e uma flor na mão é a marca do sofrimen-
to pelo amor não correspondido. Diferentemente, Arlequim é
36. a) Com uma expressão partitiva, a concordância pode ser feita
a alegria e a diversão, um palhaço esperto e preguiçoso, que
com a parte ou com o todo. No trecho em destaque, optou-
costuma pregar peças nos outros.
-se por concordar com o todo (“homens”), no plural, já que
se trata de uma grande parte. 9. O livro é uma declaração de amor à cidade natal de Mário de
Andrade. Assim como o personagem Arlequim é irreverente e
b) No caso de “depois que a natureza de há muito os libertou”, a
malandro – com suas vestes de losangos, que representam sua
conjugação do verbo haver se refere a um tempo decorrido,
imagem contraditória e fragmentada –, São Paulo resguarda
portanto é impessoal.
uma variedade de pessoas, culturas, modos de vida e proble-
mas típicos de uma metrópole.
BNCC em foco
10. Resposta pessoal.
1. a) O texto 1 poderia aparecer em redes como Facebook e
Instagram ou em conversa de WhatsApp, pois a linguagem Exercícios propostos
é informal. Já o texto 2 poderia aparecer em rede sociais
profissionais, como o LinkedIn, ou em e-mails mais formais, 1. B
devido à linguagem utilizada. 2. E
b) O desvio é “estarei enviando”. Segundo a norma culta, o ideal 3. C
é evitar o gerundismo, usando-se, portanto, “enviarei”.
4. O termo “rapsódia” se relaciona à mistura de estilos, o que em
2. a) O problema da destruição do meio ambiente. Trechos Macunaíma se liga aos elementos lendários, além da composi-
como “economize água”, “separe o lixo”, “mantenha tornei- ção baseada em textos da tradição literária ressignificados por
ra fechada”, entre outros, ajudam a construir a proposta de Mário de Andrade. A adoção de mitos do folclore brasileiro mar-
preservação ambiental do anúncio. ca a originalidade de que trata Gilda de Mello e Souza.
b) Imperativo afirmativo: “economize”, “separe”, “evite” e “man- 5. D
tenha”. Imperativo negativo: “não jogue” e “não deixe”.
6. C
3. E
7. C
8. E
9. Arlequim é uma personagem carnavalesca, com roupa feita de
Frente 2 retalhos coloridos e combinados em forma de losangos em uma
única peça, por isso foi a imagem escolhida para a construção
Capítulo 10 — Heróis do Modernismo no Brasil da imagem do país: o colorido e a ausência de margens claras
e definidas representam o espírito do país em construção. O
Revisando Brasil possui diversidade étnico-racial, numerosas realidades e
1. As referências à infância têm tom nostálgico, pois, tal como as histórias distintas que o compõem; dessa forma, Mário de An-
poesias do Romantismo, o apelo à saudade do passado pessoal drade propõe a unidade a partir da heterogeneidade.
é um recurso para romper com a dor do momento presente. 10. B
Nesse sentido, os poemas do autor apresentam, como afirma
11. B
Rosenbaum, “brincadeira de uma trova, de uma cantiga, de uma
música, que recriam a atmosfera encantatória, infantil”. 12. B
2. D 13. A
3. Oswald de Andrade utiliza o termo “alimária” (quadrúpedes que 14. De acordo com Antônio Cícero, a arte do Modernismo brasileiro
servem como besta de carga) para aludir ao passado rural que é caracterizada pela “reinvenção” do Brasil no passado. Oswald
atravanca a passagem do progresso na cidade de São Paulo. O de Andrade, por meio de seu movimento Pau-Brasil, objetivou
adjetivo “pobre” indica o sentimento do eu lírico em relação ao libertar a poesia das influências europeias e criar uma arte ba-
animal que é chicoteado pelo “lesto carroceiro” por atrapalhar seada no povo brasileiro e nas suas características. Por meio da
os “advogados para o escritório”. utilização de versos livres, de um “português” marcadamente

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brasileiro, pela ausência de pontuação e pelo uso da linguagem 17. A
coloquial e telegráfica, o poeta descrevia paisagens e cenas do 18. E
dia a dia do povo brasileiro, como em “Uma jangada leva os teus
19. Soma: 02 + 08 + 32 = 42
homens morenos/De chapéu de palha”.
20. C
15. a) O trecho referencia o bairro Higienópolis, na cidade de São
Paulo, onde ocorria uma explosão demográfica ocasionada 21. a) A poesia lírica é marcada pela expressividade poética de uma
pela chegada de imigrantes vindos da Europa. O desenvol- subjetividade, pelas emoções e pelos sentimentos do eu lírico.
No poema de Manuel Bandeira, a objetividade predomina a
vimento urbano era acelerado e desorganizado, o que é
enunciação poética em detrimento da subjetividade.
característico das megacidades.
b) A voz poética simula um foco narrativo em 3a pessoa; os
b) São as influências inglesa, italiana e francesa. No texto, po-
verbos estão conjugados ora no pretérito imperfeito, para
de-se perceber a influência inglesa por meio do back e dos evidenciar ações que se prolongam no passado (“era” e “mo-
shots. A influência italiana pode ser percebida em si senhore. rava”), ora no pretérito perfeito, para a enumeração de uma
A influência francesa é notada em gaffes. sequência de ações pontuais (“chegou”, “bebeu”, “cantou”,
16. C “dançou” etc.); o enredo culmina em clímax (“se atirou na La-
goa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”).
17. E
22. Quanto à natureza temática, o poema de Manuel Bandeira trans-
18. E
forma em matéria poética um evento colhido de “uma notícia
19. C de jornal”, distanciando-se do lema “arte pela arte” parnasiano
20. D ou do transcendentalismo simbolista. No que tange à natureza
formal, o poema opta pelo verso livre, pela irregularidade mé-
21. B
trica, pela inexistência de rimas e pelas formulações sintáticas
22. A simples e próximas da oralidade e da coloquialidade, opondo-se
23. B às estéticas parnasiana e simbolista, que prezavam por inversões
sintáticas complexas, vocabulário erudito, rimas raras e formas
24. a) Nos primeiros versos do poema, o eu lírico enumera seus
tradicionais da poesia, como o soneto.
desejos de vida, mas, no último verso, expõe a dureza da
matemática da vida quando diz “Vida noves fora zero”. Esse 23. A
trecho significa que, após a soma de tudo, do que a vida 24. C
lhe ofereceu, nada restou. Outra interpretação possível para 25. Soma: 02 + 16 = 18
esse verso é a de que é necessário viver a vida real, sem 26. E
mistificação.
27. E
b) Bandeira fazia parte da primeira geração modernista, que pro-
punha a rejeição ao rigor formal característico de estéticas
anteriores, como o Parnasianismo. Os modernistas acreditavam
BNCC em foco
que a utilização de versos livres auxiliava no desencarcera- 1. Como se afirma no texto de Elaine Patricia Cruz sobre a Semana
mento da poesia. de 22, os modernistas “fizeram de tudo para que realmente ela
25. A fosse polêmica e para se alinhar à ideia de vanguarda”, o que
significa que o valor da semana foi construído ao longo dos anos
26. D que se seguiram. Alguns fatos, por exemplo, foram apagados da
27. B história do grande evento cultural ocorrido em fevereiro de 1922,
como o patrocínio vindo da elite cafeeira, o que era controverso,
uma vez que o conservadorismo era atacado pelos modernistas.
Exercícios complementares
O fato de a participação de Plínio Salgado na semana ter sido
1. B apagada da história, por seu alinhamento posterior às ideias do
2. C fascismo italiano, é outro indício de que os modernistas seriam
“insultadíssimos” e “celebérrimos”, de acordo com a construção
3. B
histórica que se faria com o tempo.
4. C
2. O Modernismo foi um movimento que visava romper com a cul-
5. C tura passadista e com os grilhões do passado nacional. Nesse
6. A sentido, a imagem do movimento sempre esteve associada à
7. A liberdade e à valorização da cultura brasileira. A ideia de asso-
ciá-lo à política estatal do Estado Novo, período marcado pela
8. E ditadura e censura aos meios culturais, embora tenha sido um
9. D projeto do ministro de Getúlio Vargas, deveria ser dissociado do
10. D movimento para evitar uma imagem negativa e distante de seus
propósitos.
11. O principal traço da obra que a caracteriza como uma escrita de
vanguarda modernista é a escrita fragmentada, com episódios 3. O grupo ProAcústica utilizou um símbolo da cidade de São Paulo
numerados e separados, o que não admite que a obra seja lida para chamar a atenção da população para um problema recorrente
da forma linear (aspecto tradicional). Outros pontos marcantes enfrentado pelos moradores: a poluição sonora. Pode-se compa-
são a utilização da linguagem coloquial, a falta de pontuação e rar a campanha ao poema de Mário de Andrade, uma vez que o
as construções que exploram a sintaxe. eu lírico, apesar de evidenciar seu sentimentalismo direcionado à
cidade amada, alude às suas contradições, explicitadas no verso
12. E
“Galicismo a berrar nos desertos da América”. A nova dinâmica do
13. C século XXI apresenta diversos problemas enfrentados pelas gran-
14. B des metrópoles, como o excesso de barulho, comprovando que as
15. D dissonâncias não se alteraram, pois a cidade continua sendo uma
composição de opostos.
16. A

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21. B
Capítulo 11 — O Modernismo no Brasil: a 22. E
poesia mística e social 23. A
24. E
Revisando
25. O verso “(Desconfio que escrevi um poema.)” é irônico, pois
1. B
contrasta com as ideias expostas nos versos iniciais, de que
2. B não seria possível fazer verdadeira poesia no contexto de
3. D opressão humana. Assim, ao declarar ao final que acredita ter
4. A conseguido realizar esse feito, o eu lírico se sobrepõe ao caos
e às antíteses da modernidade, "sobrevivendo" a esse contex-
5. A estrutura da obra de Cecília Meireles é inspirada nas narrati-
to de opressão.
vas medievais de origem oral chamadas de romances. Cecília
organiza seus 85 romances em cinco partes, sendo que cada 26. A
um deles tem o ritmo marcado pelo verso redondilho, ou seja,
27. D
cinco e sete sílabas métricas, o que dá fluidez à leitura.
28. B
6. O ouro foi um dos motivadores da Inconfidência Mineira e foi
por dinheiro que os inconfidentes foram traídos, daí o ouro ser 29. A
simbolizado no Romanceiro da Inconfidência como um objeto
30. B
que desperta ganância, violência e morte.
31. B
7. Antonio Candido afirma que há dualismo no próprio título, uma
vez que o pastor pianista pode tocar o piano ou apascentar 32. A
os pianos na planície. O pastor é um termo que se refere ao
33. C
ambiente campestre, no entanto, pastor que apascenta pianos
está fora da lógica e da realidade, por isso o termo “pianista” 34. E
pode funcionar como adjunto adnominal que amplia a lingua- 35. D
gem poética.
36. D
8. Trata-se do surrealismo; seu efeito está na ampliação da lin-
guagem, na figuração de pianos sendo apascentados por um 37. A
pianista em plena planície, como se fosse a descrição de uma 38. a) As imagens são marcadas por uma dimensão escatológi-
cena onírica. ca (“latrinas”, “fossas”, “fezes”), referindo-se a um mundo
9. A expressão “Essa negra Fulô” é a reprodução da fala da sinhá e em colapso, que marcha para seu próprio aniquilamento. A
representa as relações de poder do sistema escravocrata. A re- atmosfera presente no poema associa-se ao período que
petição do verso é uma reiteração da denúncia dessas relações antecede a Segunda Guerra Mundial.
no plano das violências raciais, entre outras presentes no poema. b) Segundo os versos apresentados, o papel do poeta e o
10. A opressão, as humilhações e os castigos contra a escrava são da poesia seria o de transformar a matéria putrefata do
o tom dado ao poema; por essa razão, a imagem de uma mulher mundo em um “poema puro”, ou seja, a matéria conflitiva
bonita com atributos físicos e traços da beleza de sua raça des- do mundo deveria ser purificada pelo poeta, caberia à sen-
toam da violência a que é submetida a mulher. sibilidade lírica sublimar o “pus” em poesia.
39. B
Exercícios propostos 40. B
1. A 41. E
2. C 42. a) Aliteração, assonância e onomatopeia.
3. D b) Aliteração é a repetição de fonemas idênticos ou semelhan-
tes no começo de várias palavras, presente em: “vamos ver”
4. D (aliteração do /v/); em “chuvinhas, chios, chuveiros, chiando,
5. D chiando, chovendo chuvas” (aliteração do /x/); “sabe […] são”
(aliteração do /s/) e “fogos […] foguetes […] fogo” (aliteração do
6. C
/f/). Assonância é a repetição de sons de vogais em uma frase,
7. A presente em “ver quem é que sabe” (assonância do /e/); “chu-
8. B vinhas […] chuveiros […] chuvas” (assonância do /u/) e “fogos […]
João […] foguetes […] bombas […] chios […] chuveiros […] chian-
9. B
do […] chovendo” (assonância do /o/). Onomatopeia consiste
10. C na formação de uma palavra a partir do som da reprodução de
11. A um som natural que possa ser associado a ela, utilizando os
meios de que a língua dispõe, exemplo: “chá – Bum!”, que se
12. B refere ao som produzido pelos fogos de São João.
13. A 43. E
14. E 44. E
15. C 45. C
16. D
17. V; F; V; F; V Exercícios complementares
18. A 1. E
19. E 2. a) Os episódios que exemplificam a ideia de “adoçamen-
20. C to social” são “Jenipapo coloriu o meu corpo contra os

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maus-olhados,/catecismo me ensinou a abraçar os hóspe- metalinguística de oposição sobre o fazer poético, que pode
des” e “para salvar minha alma benzida/e meu corpo pintado acontecer mesmo na ausência de qualquer circunstância
de urucu”. Neles, nota-se que a miscigenação entre as três que o tornasse compreensível ou natural.
culturas é abordada como um processo natural, de forma b) Na voz passiva, o trecho sublinhado em “Desconfio que escre-
democrática, como sugerido pelo próprio Gilberto Freyre ao vi um poema.” teria a seguinte redação: Um poema foi escrito
conceituar democracia racial. por mim.
b) A palavra “democracia” manifesta-se em situações cotidianas 14. a) Por meio dos versos “os homens” que “não melhoraram / e
do eu lírico, marcado por traços da cultura negra, europeia e matam-se como percevejos” e “Inabitável, o mundo é cada
indígena, em trechos como “Mãe negra me contou histórias
vez mais habitado”, de “O sobrevivente”, o eu lírico exprime
de bicho” (cultura negra), “meu corpo pintado de urucu” (cul-
o seu pessimismo sobre a evolução da humanidade, em um
tura indígena) e “catecismo me ensinou a abraçar hóspedes”
universo marcado por privações, irracionalidade e automatis-
(cultura do colonizador português). O convívio “pacífico” entre
mo, ausência de lirismo, excesso de tecnologia, assim como
essas culturas é evidenciado ainda nos versos finais do poema:
pela perda de sensibilidade nos gestos humanos.
“me misturando, me sumindo, me acabando,/ para salvar a mi-
nha alma benzida/e meu corpo pintado de urucu,/ tatuado de b) No verso “O último trovador morreu em 1914”, o eu lírico aludiu
cruzes, de corações, de mãos-ligadas,/de nomes de amor em ao momento histórico da Primeira Guerra Mundial, responsá-
todas as línguas de branco,/de mouro ou de pagão”. vel pelo tom pessimista que permeia todo o poema.
3. B 15. a) A antítese ocorre na incoerência da fabricação de máquinas
muito complicadas para satisfazer necessidades simples.
4. a) Vinicius de Moraes aproxima-se do Romantismo, devido à ênfa-
se no sentimentalismo; ao exagero na descrição das emoções; b) Ao estabelecer paralelo com o episódio bíblico do dilúvio
à expressão do intimismo e da subjetividade; à idealização do (“E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo
ser amado; à valorização de aspectos da natureza. dilúvio”), o eu lírico enfatiza o tamanho do desastre e o seu
b) O gênero literário predominante é o lírico. Há a centralidade lamento pela desvalorização do ser humano perante um mun-
do eu lírico na construção do poema, o predomínio do tom do dominado pelo capital, na ânsia de tecnologia e disputa
intimista, a criação de uma atmosfera emocional e a fusão do de mercados.
sujeito com o objeto. 16. B
5. D 17. A
6. B 18. C
7. a) O verso “Soltaram os pianos na planície deserta” surpreende 19. Soma: 01 + 04 + 08 = 13
pela ocorrência de algo inesperado, insólito e fora da expec-
tativa do leitor, que se depara com um cenário ilógico onde 20. F; V; V; F; F; F; V
pianos são lançados a um prado deserto como se se tratasse 21. E
de um rebanho de ovelhas.
22. a) Sim. Em Claro enigma, o poeta expressa a opressão e o esma-
b) O termo “onde” poderia ser substituído por “em que” ou “na gamento do ser face aos problemas sociais do fim da Segunda
qual” e o termo “pelo”, por “através do” ou “por meio do” sem Guerra Mundial. Versos como “a estrada é pedregosa”, “o sino
prejuízo para o sentido dos versos originais. possui um som rouco”, “o som dos sapatos do poeta é seco”,
8. E “fecho da tarde”, “céu de chumbo”, “escuridão maior” expressam
a negatividade e o pessimismo do eu poético até o momento
9. A
em que a necessidade de abertura provoca a revelação.
10. E b) O verso é: “a máquina do mundo se entreabriu”. A ideia de Má-
11. a) A expressão em inglês quer indicar a indiferença e alienação quina do Mundo está associada ao sistema cósmico do mundo,
da felicidade burguesa (essa “burguesia contente”) diante ao modo como ele funciona e a tudo o que ele rege e congrega.
das adversas condições sociopolíticas brasileiras da época;
23. A
isso porque a classe privilegiada levaria uma vida ensimes-
mada (“Ó gozo de minha poltrona!”). Por sua vez, também é 24. No texto de Guimarães Rosa, a imagem da cachoeira ilustra o
uma classe colonizada, absorvendo os costumes e valores conceito de que a realidade é composta pela dualidade, terra
ingleses (“Como estou bem nessa poltrona de humorista in- fixa e água, ou seja, uma não existe sem a outra. A frase “Viver
glês / A fumaça de meu cachimbo subindo / Ó doçura de é muito perigoso” surge como advertência de que, para sobre-
folhetim!”). Tudo isso indica uma vida fútil e distante da reali- viver, é necessário manter o equilíbrio entre todas as formas de
dade geral do povo brasileiro. vida. No de Drummond, a referência a “mísero pó de ferro” alude
b) No verso em questão (“Ora afinal a vida é um bruto romance”), não só à matéria-prima da indústria pesada da mineração mas
faz-se alusão ao romance, em que há um conflito intrínseco en- também àquela que, como membro do clã dos Andrades que
tre o protagonista e a vida, o meio brutal que o envolve. “Bruto”, viveu em Itabira, faz parte da maneira de ser do sujeito lírico e
aqui, refere-se ao ambiente inóspito, violento e desagradável da explica uma das características do seu estilo antissentimental. A
realidade brasileira. Em ponto diametralmente oposto, os “folhe- linguagem coloquial plena de ironia seca, o sarcasmo e humor
tins” justamente indicam outra situação a partir de outro gênero desencantado com que sentimento e emoção são refreados se-
narrativo. No verso “[...] nós vivemos folhetins sem o saber” cono- riam explicados pelo “mísero pó de ferro” que ficou impregnado
ta-se uma vida burguesa cuja existência nada enfrenta de brutal na sua personalidade e influenciariam o seu fazer-poético.
ou desconfortável, sendo doce, tranquila e alienada, tal como se 25. a) Os “conselheiros” do Império, citados no poema de Drummond,
poderia ver nas histórias de folhetim (historinhas típicas dos jor- são representantes de uma elite burguesa que se caracteriza
nais semanais do século XIX). Narrativas cheias de peripécias e pela insensibilidade social e alienação política, grupo em que
tramas sentimentais, que tinham sempre um desfecho feliz. está inserido também Brás Cubas, protagonista do romance de
12. C Machado de Assis.
13. a) Enquanto nos dois primeiros versos o eu lírico exprime b) Drummond apresenta uma visão crítica e pessimista da Histó-
a impossibilidade de “compor um poema a essa altura da ria do Brasil, pois as atitudes da elite do sistema totalitarista de
evolução da humanidade”, no último, ele hesita na descon- Getúlio imitam as da elite do século XIX no que diz respeito à
fiança de que, realmente, o compôs. Trata-se de uma reflexão frivolidade, à alienação e ao provincianismo.

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26. No poema “Confidência do Itabirano”, o sujeito poético apresenta e social para o sul. Além disso, as personagens apresentadas
Itabira como um espaço real e experimentado; há também no poe- são de camadas mais populares e a linguagem valoriza as falas
ma a ideia de que o sujeito lírico permanece ligado a sua origem. No regionais do Brasil.
fragmento da canção de Gilberto Gil, há o mesmo sentimento de or- 2. Rachel de Queiroz e Candido Portinari se posicionaram politica-
gulho de sua origem, mas sem especificações. Há apenas a ideia de mente ao denunciar o problema da seca, além de incentivar a
que o seu aprendizado para o mundo foi adquirido na sua terra natal. reflexão sobre os desdobramentos e as consequências na vida
27. a) A imagem “pão de nuvens” (v. 4-5) e o verso “tudo, no co- dos moradores dessas regiões que são obrigados a se deslocar
ração, é ceia” (v. 10) conjugam-se para construir o conceito continuamente para fugir da fome, da miséria e da morte.
de que a necessidade de alimento não está ligada neces- 3. V; F; F; V
sariamente a uma necessidade fisiológica mas sim a uma
4. O fragmento 1 evidencia o caráter intertextual da obra de Verissimo.
carência de ordem espiritual e afetiva.
Ele se refere à propriedade de retomar, dialogar, absorver e transfor-
b) Sim. No texto, o autor afirma que a confraternização é ami- mar outros escritos para compor um novo texto.
gável e respeitosa, mesmo que entre eles haja opiniões
5. A epígrafe é um pequeno texto localizado no início de um livro
políticas divergentes, mas não impeditivas de usufruir do pra-
ou de um capítulo e serve de tema, resumo ou aponta o sentido
zer do convívio, metaforizado na imagem da “boa cerveja”.
da obra. O uso do trecho bíblico serve para situar o leitor do
28. B mote da narrativa. O mote é evidenciado no texto que apresen-
29. C ta a passagem do tempo e a permanência das coisas.
30. A 6. O autor apresenta uma das faces do Nordeste, narrando o ápi-
31. D ce, a decadência e o fim dos engenhos de açúcar devido à
abolição da escravatura, ascensão das usinas e fracasso dos
32. A
herdeiros dos grandes senhores de engenho.
33. B
7. Não, pois, apesar de o espaço ser predominantemente o
34. B nordeste brasileiro, a ênfase na análise psicológica de seus
35. a) A expressão faz referência ao surrealismo. No poema, ocorre personagens extrapola os limites do regionalismo, abordando
a troca de elementos naturais por imagens sem sentido, como temas importantes para toda sociedade moderna.
pianos que estão em uma planície para serem “pastoreados”. 8. A família precisa se deslocar para fugir da fome e da seca imi-
b) Pode-se citar a retomada do bucolismo árcade ou neoclassi- nentes.
cista; a ruptura com a lógica, que remete à teoria psicanalítica 9. Fabiano e sua esposa são pessoas simples e sem educação
de Freud; e a utilização de versos sem rima e sem métrica. formal; por isso, os patrões se aproveitam dessa situação para
36. B ludibriar a família, envolvendo-os em dívidas injustas. Essa estra-
tégia faz com que, em vez de receber por seu trabalho, o vaqueiro
37. D
esteja sempre trabalhando para sanar sua suposta dívida.
38. C
10. Um dos recursos utilizados por Guimarães Rosa para singula-
39. A rizar sua linguagem é o neologismo. Podemos observar esse
40. C recurso na palavra “enigmava”, atribuindo sentido de “ação de
41. A quem cria enigmas”; na sequência de “fasmisgerado... faz-me-
-gerado... falmisgeraldo... familhasgerado”, podemos considerar
42. D
o processo de composição, já que o autor propõe diferentes
43. Soma: 08 + 16 = 24 formatos para a palavra “famigerado”.
44. E
Exercícios propostos
45. C
1. D
BNCC em foco 2. B
1. O contexto político da Poesia de 1930 era a tensão da ditadura do 3. Soma: 01 + 04 + 08 = 13
Estado Novo, período em que órgãos institucionalizados foram
4. Soma: 08 + 16 = 24
criados para censurar produções artísticas que fossem considera-
das subversivas. Autores desse período eram alvo desses órgãos 5. A
e viam na literatura a ferramenta para a defesa da democracia. 6. Soma: 01 + 08 + 16 = 25
Mesmo atualmente, a democracia é um regime ainda muito frágil, 7. B
com pessoas ou grupos confundindo defesa de violência, práti-
8. C
cas racistas e extremistas com liberdade de expressão.
9. E
2. No poema, o anjo surge em seu nascimento e anuncia que ele
será gauche na vida. O anjo torto, que vive na sombra, representa 10. E
o mau agouro àquele que terá de lidar com o peso da existência. 11. C
Na tirinha, a paródia é construída a partir do termo “torto” e refe-
12. E
re-se ao problema na coluna do anjo que carrega livros no sebo.
13. E
3. E
14. C
15. A
16. A
Capítulo 12 — Modernismo: do regionalismo
17. A
de 1930 ao experimentalismo de 1945 18. C
Revisando 19. B

1. Uma dessas características é a denúncia social, que evidenciava 20. A


a decadência da região nordeste após o deslocamento político 21. E

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22. D situação de precariedade e rudeza e estranha o mundo dos
23. B mais afortunados que têm acesso ao “luxo” e à abastança.
24. E b) No excerto, Sinha Vitória procura demarcar-se do meio que
a cerca (“Se ficasse calada, seria como um pé de mandaca-
25. O trecho combina imagens contraditórias do país: fala sobre o
ru, secando, morrendo”), mas a pobreza e a falta de instrução
cotidiano que parece uma festa infinita e a alegria do povo em
fazem com que a distância que a separa das outras pessoas
contraposição à situação de Pedro Bala e o professor, que vivem
na pobreza. Essa é a síntese do imaginário coletivo sobre o Bra- aumente cada dia mais.
sil, um país de Carnaval e alegria, mas cheio de pobreza. 13. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27.
26. C 14. a) Aluísio Azevedo (naturalista) usa termos científicos para
27. D apresentar os personagens de O cortiço sob uma visão de-
terminista, realçando com objetividade a influência do meio
28. Soma: 02 + 08 + 16 = 26
no comportamento do homem (“fermentação sanguínea”, ”na
29. E lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir”).
30. D Graciliano Ramos (modernista) usa recursos como o discurso
31. C indireto livre para retratar o mundo psicológico de Fabiano,
o que resulta em uma aproximação com o personagem por
32. C
revelar suas inquietudes e seus conflitos.
33. A
b) Enquanto em O cortiço, os personagens se revelam por ter de
34. D um comportamento semelhante ao do animal nas suas atitu-
35. D des primárias e instintivas, descritas em linguagem objetiva e
36. A distante, em Vidas secas, o autor demonstra consciência so-
cial ao responsabilizar as condições adversas que se abatem
sobre eles, enfatizando, por meio da transcrição de monólo-
Exercícios complementares gos, o aspecto da precariedade da comunicação verbal que
1. A os isola do mundo ao redor.
2. D 15. A
3. D 16. B
4. C 17. a) Em Vidas secas, o narrador designa os personagens de “vi-
ventes”, homens e animas em luta pela sobrevivência em uma
5. A
terra árida que os iguala, por isso a linguagem quase não
6. B os diferencia. No trecho, assiste-se ao processo zoomórfico
7. C do menino que assim se assemelha ao papagaio com seu
8. D vocabulário reduzido, gesticulando e pronunciando exclama-
ções, para substituir as frases que não conseguia enunciar.
9. B Em uma inversão de papéis, Baleia é dotada de capacidade
10. a) No capítulo “Festa”, de Vidas secas, Fabiano e a família se de entendimento, em um procedimento antropomórfico que
encaminham para a cidade para participar dos festejos de permite o diálogo de um animal com um ser humano.
Natal. No entanto, a festa, que deveria ser um momento de b) Não, em Vidas secas, a linguagem é objetiva, clara e sintética,
socialização, serve apenas para que as personagens se de- adequada ao ambiente árido em que se desenvolve a narra-
parem com sua inaptidão social. tiva que reflete a realidade cruel dos retirantes nordestinos.
b) O trecho apresenta descrições mais detalhadas do que no A capacidade do narrador em expressar o problema da co-
restante da obra. Isso se explica pela mudança de compor- municação e a solidão advém, sobretudo, do uso do discurso
tamento das personagens que, nesse momento, são menos indireto livre para transcrever pensamentos dos personagens,
“bichos” e mais “gente”, uma vez que adotam comportamen- reveladores de emoções e sentimentos comuns a todo ser
tos mais “civilizados”, como a preocupação com a forma de se humano e com os quais o leitor se solidariza.
vestir, a higiene, os cuidados pessoais.
18. A
11. a) Em Vidas secas, Graciliano Ramos pretende mostrar que
19. D
a secura climática é estendida aos mais diversos aspectos
da vida do sertanejo nordestino: as relações humanas são 20. E
secas, assim como as sociais, políticas e econômicas. Isso 21. C
posto, percebe-se que a seca não é apenas um problema cli-
22. a) Sinhá Vitória sente-se incomodada com a comparação feita
mático, ela impede que o indivíduo seja capacitado a alterar
por Fabiano, por este ridicularizar o seu jeito desengonçado
a própria vida, a ser protagonista do seu viver.
de caminhar quando usava sapatos. O fato de ser compara-
b) No capítulo “Contas”, Fabiano presta contas ao dono da fa- da a um papagaio fere sua vaidade feminina, mas incomoda-a
zenda a respeito da venda dos animais que criava, mas o também a lembrança do sacrifício do animal, a situação extre-
resultado não coincide com o calculado por Sinhá Vitória; sem ma a que se via obrigada para aliviar a fome da família.
conseguir argumentar ou se defender, o vaqueiro optou por
b) É irônico o fato de alguém tão sofredor e miserável ter o nome
culpar a esposa, situação preferível a perder a parca situação
de Vitória. Como Baleia, cachorra magra que vive no sertão, o
em que vivia. Fabiano resignou-se em aceitar os cálculos de
nome da personagem apresenta características contrárias à
seu patrão, permanecendo endividado. Trata-se de um mo-
realidade em que vivem.
mento de humilhação, em que o vaqueiro conclui que “quem
é do chão não se trepa”. 23. B
12. a) Os trechos do enunciado apresentam, entre outros, o calei- 24. V; F; V; V; F
doscópio de sentimentos e emoções da família de Fabiano 25. Em Dom Casmurro, o narrador admite que as lembranças do
enquanto observam as festividades de Natal na cidade. Nos passado podem não ser exatas ou fidedignas, pois o tempo do
excertos, está presente o conflito de quem vive em absoluta enunciador e os fatos enunciados não são os mesmos, assim

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como a percepção das sensações vivenciadas no passado que 34. a) A expressão “do Dito morto ainda no Dito vivo, ou do Dito
se altera com o passar da idade. Em Infância, o narrador adverte vivo mesmo no Dito morto” configura um quiasmo. O primei-
o leitor da sua incapacidade em relembrar fielmente o passado ro segmento sugere que Dito, ainda vivo, era portador de
e confessa que usa a fantasia para recriar fatos que talvez não uma percepção acurada atribuída, por muitos, como uma
correspondam à realidade. marca de distinção divina que em breve o chamaria para
si. O segundo, “do Dito vivo mesmo no Dito morto”, rela-
26. O autor vai construindo, por comparação, uma estratégia cha-
ciona-se com as lembranças dos ditos e pensamentos que
mada de animalização, relacionando o personagem com os
Miguilim ainda guarda como valiosos ensinamentos durante
animais. Isso fica evidente quando, na descrição do livro, o per-
sua fase de transição de criança para adulto.
sonagem se confunde com o próprio cavalo, comunicando-se
com ele por uma linguagem encantada, gutural e monossilábica. b) A morte de Dito atinge Miguilim de forma intensa pela dor da
ausência de quem era também amigo e confidente e sempre
27. A
disposto a responder aos seus questionamentos de criança.
28. C Com a morte do irmão, Miguilim é obrigado a procurar res-
29. B postas em diálogo consigo mesmo, o que contribui para seu
30. B amadurecimento e, consequente, emancipação.

31. D 35. F; V; V; V

32. A relação de Euclides da Cunha com o sertão se dá por uma 36. a) Tanto o excerto de “Conversa de bois” como o de “Um boi vê os
perspectiva científica e filosófica norteada pelos estudos deter- homens” transcrevem reflexões dos animais sobre a condição
ministas e evolucionistas; por essa razão, o descritivismo acerca humana. No primeiro, o boi Dançador constata a supremacia do
da hostilidade do meio da caatinga é primoroso na obra. Guima- Homem sobre os irracionais pelo fato de ser provido de mãos.
rães Rosa é autor de uma geração que se depara com algumas Já no segundo, as reflexões recaem sobre a natureza íntima do
rupturas com a tradição literária. Nesse sentido, a inventividade ser humano, desprovida de atributos essenciais que pudessem
linguística é peça-chave na composição de suas narrativas, o torná-lo mais sensível ao mundo que o rodeia.
que leva o leitor a olhar para o sertão sem os estereótipos do b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se da pro-
meio, apesar de suas características serem bem marcadas pelas sopopeia ou personificação, figura de linguagem pela qual o
crenças, religiosidade, cantigas, casos etc. autor atribui características humanas a seres inanimados ou
a animais.
33. a) Ao salvar inocentes da sanha vingativa de Joãozinho Bem-
-Bem, Nhô Augusto encontra também a redenção final, obtida BNCC em foco
com seu trabalho, sua reza e a fé de que teria sua hora e vez.
Matraga dá a vida, como Cristo, pelos seus semelhantes. 1. A conversa entre o Padre José Pedro e João de Adão descrita
pelo narrador evidencia uma crítica às relações de poder e o
b) Nesse duelo fatal, os conceitos de bem e mal caem por
desejo de manutenção do status quo por parte da população
terra, pois o “bom” Augusto Estêves e o “mau” Joãozi-
rica. Também há uma crítica aos órgãos governamentais, que
nho Bem-Bem envolvem-se em uma ação que supera o
são responsáveis pela organização da sociedade.
maniqueísmo: o primeiro faz o bem à família cometendo
assassinato, enquanto o segundo, ao assassinar o protago- 2. D
nista, dá-lhe sua redenção. 3. F; F; V; F

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