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FACULDADE PITÁGORAS
ENGENHARIA MECÂNICA / NOITE

PROJETO DE
TERMODINAMICA

BELO HORIZONTE
2014
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JEFFERSON XXXXXX
WALDIR JR XXXXX
WANDERSON RODRIGUES ANDRADE

TEMA

A Construção de um de motor Stirling como exemplo de aplicação da Termodinâmica.

Projeto apresentado na disciplina de Termodinâmica como


requisito básico do Trabalho prático e teórico.

Professora: Cláudia do Rosário Silva Mendes

Belo Horizonte
2014
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2. REVISÃO TEÓRICA (CONCEITOS FÍSICOS UTILIZADOS).......................................5
3. METODOLOGIA (MATERIAIS E PROCEDIMENTOS)..................................................7
4. EXECUÇÃO DO PROJETO..............................................................................................10
4.2 O Motor Stirling...............................................................................................................10
4.3 Resultados alcançados.................................................................................................12
5. ANÁLISE E CONCLUSAO DO PROJETO.....................................................................12
1. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................14
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1. INTRODUÇÃO

Conceitualmente, sabe-se que a física estuda a relação entre a matéria e a energia,


suas propriedades e leis que regem sua interação. Já a termodinâmica é o ramo da
Física que estuda os efeitos da mudança de temperatura, volume e pressão,
empregados em sistemas físicos em escala macroscópica. Em suma, a termodinâmica
estuda o movimento da energia e como ela cria movimento. Historicamente, a
termodinâmica se desenvolveu pela necessidade de aumentar a eficiência das
primeiras máquinas a vapor, sendo em essência uma ciência experimental, que diz
respeito apenas a propriedades macroscópicas ou de grande escala da matéria e
energia.

Utilizando os princípios da Termodinâmica, temos a incumbência de realizar um projeto


prático que propicie movimento por meio de geração de calor. Para tanto, fizemos
algumas pesquisas visando a melhor escolha do modelo a ser desenvolvido, bem
como, realizamos muitos testes a fim garantir o correto atendimento dos princípios
estudados.

Então, pesquisando um pouco mais, lemos muito a respeito do motor Stirling que se
destaca pela simplicidade, pois consiste apenas de duas câmaras que proporcionam
temperaturas diferentes para o resfriamento alternado de um determinado gás.
Também, a construção do motor é de baixo custo, requerendo materiais do dia-a-dia.

A nossa expectativa é de alcançar o objetivo delimitado e aprender muito mais sobre


Termodinâmica.
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2. REVISÃO TEÓRICA (CONCEITOS FÍSICOS UTILIZADOS)

Inicialmente, trabalhamos com os conceitos e fundamentos da geração de energia.


Sabe-se que no final do século XVIII Charles-Augustin de Coulomb e Henry Cavendish
haviam determinado as leis empíricas que regiam o comportamento das substâncias
eletricamente carregadas e o dos ímãs. Para realização deste projeto utilizamos a
teoria eletromagnética que é muito usada na construção de geradores de energia
elétrica, dentre eles se destacam os alternadores ou geradores de corrente alternada,
que propiciam maior rendimento que os de corrente contínua por não sofrerem perdas
mediante atrito. A base do alternador é o eletroímã, núcleo em geral de ferro doce e em
torno do qual se enrola um fio condutor revestido de cobertura isolante. O dispositivo
gira a grande velocidade, de modo que os polos magnéticos mudam de sentido e
induzem correntes elétricas que se invertem a cada instante. Com isso, as cargas
circulam várias vezes pela mesma seção do condutor. Os eletroímãs também são
utilizados na fabricação de elevadores e instrumentos cirúrgicos e terapêuticos. Seu
uso abrange diversos campos industriais, uma vez que os campos que geram podem
mudar de direção e de intensidade.

Outro conceito físico consultado foi o do Dínamo, que vem da palavra grega dynamis,
que significa força. Trata-se de um gerador de eletricidade, destinado a transformar
energia mecânica em energia elétrica. Este equipamento consiste basicamente de um
ímã fixo em um eixo móvel, sendo que ao redor deste há uma bobina (um extenso fio
enrolado em espiras e feito de material condutor elétrico, geralmente cobre), sem que
haja contato físico entre a bobina e o ímã. Os dínamos funcionam por meio de indução
eletromagnética num quadro plano que gira em um campo magnético uniforme. 

Para este trabalho especialmente, o mais importante foi o conhecimento da


Termodinâmica que é a parte da Física que estuda principalmente a transformação de
energia térmica em trabalho. A utilização direta desses princípios em motores de
combustão interna ou externa faz dela uma importante teoria para os motores de
carros, caminhões e tratores, nas turbinas com aplicação em aviões, etc.
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Necessariamente, foi estudado o Primeiro Princípio da Termodinâmica que determina


"Se um sistema gasoso recebe energia na forma de calor externo (Q), essa energia
pode ser armazenada ou pode se transformar em trabalho".

A variação de energia interna pode ser expressa por:

Para viabilizar o projeto, tivemos que recorrer ainda, a teoria do motor Stirling que é um
motor de combustão externa, aperfeiçoado pelo pastor escocês Robert Stirling em
1816, auxiliado pelo seu irmão engenheiro. É referido também como "motor de ar
quente", por utilizar os gases atmosféricos como fluido de trabalho.
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Esse motor Stirling, também conhecido como “motor de ar quente”, por utilizar gases
atmosféricos como fluido de trabalho, foi desenvolvido para substituir o motor a vapor
que, no século XV, explodiam frequentemente.

Este modelo conta com câmaras em diferentes temperaturas que aquecem e resfriam
um gás de forma alternada, provocando expansão e contração cíclicas, o que faz
movimentar dois êmbolos ligados a um eixo comum. O gás utilizado nos modelos mais
simples é o ar hélio ou hidrogênio pressurizado (até 15 MPa) que são empregados nas
versões de alta potência e rendimento, por serem gases com condutividade térmica
mais elevada e menor viscosidade, isto é, transportam energia térmica (calor) mais
rapidamente e têm menor resistência ao escoamento, o que implica menos perdas por
atrito.

Este tipo de motor funciona com um ciclo termodinâmico composto de quatro fases e
executado em dois tempos do pistão:

a) compressão isotérmica (=temperatura constante),


b) aquecimento isométrico (=volume constante),
c) expansão isotérmica e
d) resfriamento isométrico

Das máquinas térmicas até hoje construídas, o motor Stirling é um dos que apresenta
maior eficiência energética, podendo chegar à 45% de eficiência, comparado a 20% à
30% dos motores a álcool, diesel e gasolina.

Para aplicação neste trabalho, analisamos três modelos de motor Stirling, sendo:

 Alfa  Beta  Gama


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O motor Gama se diferencia do motor Alfa pelo pistão quente. Enquanto no Gama o
pistão não possui contato com as paredes do cilindro quente, circulado em verde na
foto abaixo e também é suspenso por um guia no fim do cilindro quente, circulado em
vermelho. No Alfa, todo o pistão quente possui contato físico na superfície interna do
cilindro quente, circulado em verde na foto abaixo, também é visível pelo lado de fora e
não necessita de guia, circulado em vermelho.

No modelo Stirling Gama, o pistão quente está totalmente suspenso dentro do cilindro


quente, onde não possui contanto físico com a parede do cilindro quente. No
modelo Stirling Alfa, o pistão quente é semelhante ao pistão frio, sendo que dois
pistões possuem contato físico em toda a superfície interna do cilindro.
Regenerador: ele possui a função de absorver parte do calor que iria ser rejeitado pelo
motor e depois pré aquecer o ar frio, permitindo assim uma maior eficiência desse ciclo.

Figura 1 – Modelos do Motor Stirling


Fonte: http://manualdomotorstirling.blogspot.com.br (Leandro Folha)
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3. METODOLOGIA (MATERIAIS E PROCEDIMENTOS)

O projeto foi desenvolvido no mês de Maio de 2014, na oficina mecânica de ar


condicionado, localizada em Contagem/MG, disponibilizada por um dos membros do
grupo.

 Primeira Etapa
Nesta primeira etapa do trabalho foi realizada uma pesquisa minuciosa a
respeito da aplicação da Termodinâmica e da escolha do melhor modelo do
motor Stirling a ser construído:
1. Foi escolhido, inicialmente, o modelo Gama. Contudo, apesar do motor
funcionar, entendemos que poderia ter tido um melhor desempenho, por isso,
resolvemos investir na construção do Motor Alfa.
2. Tivemos problemas com as peças deste motor Alfa, então fomos impedidos
de continuar a trabalhar neste modelo.
3. Numa terceira tentativa resolvemos então, criar um motor de conceitos
próprios em que reunimos a teoria do Alfa e do Gama. A ideia foi muito boa,
mas também tivemos que parar o desenvolvimento deste projeto, tendo em
vista que ele despenderia maior tempo para sua conclusão, face sua
complexidade.
4. Resolvemos então, transformar o motor gama que já estava construído em
um compressor.

 Segunda Etapa
Essa consistiu na listagem e separação dos materiais necessários para
construção do motor Stirling. Depois da construção do primeiro modelo, como
fizemos muitas tentativas de diferentes modelos de motores, fomos conseguindo
os materiais a medida que o projeto se evoluía.
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Modelos
Gam
Materiais utilizados Gam
Alfa a
a
/Alfa
 Latas de refrigerante 350 ml x

 Lata de cerveja 473 ml x

 Lata de tinta automotiva de 1000 ml x

 Tampa de lata de tinta de spray x x

 Tampas Iogurte Activia 1000 ml x x

 Tampa de amaciante de 1000 ml x x

 Balão número 10, para o pistão de trabalho x x

 Câmara de motocicleta x x

 Lã de aço “Bom Bril” x x

 Raios de bicicleta de 2 mm Inox x

 Raio de bicicleta de 2,5 mm Inox x x x

 Moedas de 10 centavos x

 CD e Disco Rígido para o volante x x x

 Conectores de fio de luz x x x

 Mangueirinha de plástico, para fazer a ligação entre os x

dois cilindros
 Joelho de PVC x

 Tubo de cobre de ¾ x x

 Alumínio x

 Graxa, cola durepox, cola de silicone de alta x x

temperatura
 Soldas (migue, folcolper, amarela e prata) x

 Álcool, água x x

 Porcas, arruelas e parafusos x x x

 Seringas de vidro de 10ml x

 Barra rosqueada x x

 Cabeçotes de vídeo cassete, para virabrequim x x

 Plataforma com base para o motor x x


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Modelos
Gam
Materiais utilizados Gam
Alfa a
a
/Alfa
 Motor de toca fita autoreverse x x x

 Motor de bomba de água de limpador de parabrisa x x x


Tabela 1 - Materiais utilizados

 Terceira Etapa

A terceira etapa foi reservada para a construção efetiva do motor e testes de


funcionamento do mesmo, evidenciando a transformação da energia térmica em
energia mecânica.

4. EXECUÇÃO DO PROJETO

4.2 O MOTOR STIRLING

Utilizando os materiais selecionais, iniciamos a montagem do motor. Tendo em visa a


prática em oficinas, não houve dificuldade dos integrantes do grupo em encontrar
qualquer tipo de material, exceto as seringas, que foram conseguidas por meio de
doação.

A montagem do motor foi realizada observando os princípios detalhado na figura


abaixo:
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Figura 2 - Funcionamento do Motor Stirling


Fonte: http://manualdomotorstirling.blogspot.com.br (Leandro Folha)

As seguintes etapas de montagem do motor foram realizadas:

1. Montagem da base, para sustentação de todo motor.


2. Fazer forno com uma lata de tinta com cortes para entrada e saída de ar.
3. Cortar outra lata de tinta e fazer um furo no centro para fixar a lata de
refrigerante no sue centro com silicone de alta temperatura. Com isso, o cilindro
quente está pronto para o recebimento de água em seu entorno.
4. Fazer o piston frio com balão e tampinhas
5. Fazer o cabeçote juntanto uma lata na outra, com furo centrado para atravessar
o raio do piston quente feito com palha de aço, raio de bicicleta e tampa da lata
de refrigerante.
6. Para a parte superior do motor utiliza-se lata de alumínio, realizou-se um recorte
lateral criando um acesso para fixar a biela. Também foi feito dois furos
centralizados na parte superior para introduzir o eixo virabrequim e colando duas
moedas para servirem de mancal.
7. O eixo virabrequim e as bielas foram feitas dobrando o raio de bicicleta e fixadas
com conectores tipo sindal.
8. O volante foi feito com juntando CD’s e duas peças do que estão dentro do drive
do CD.
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4.3 RESULTADOS ALCANÇADOS

As fotos abaixo apresentam os modelos de motor que foram construídos:

INSERIR FOTOS

A montagem do motor não foi muito complicada, mas exigiu uma dose de habilidade
com ferramentas e até mesmo de tornearia, dificuldades que foram superadas, tendo
em vista o conhecimento dos integrantes do grupo. O mais complexo, foi de fato, fazer
o motor funcionar e gerar a energia esperada. Por isso, tivemos o trabalho de
desenvolver três modelos de motor.
O primeiro modelo Gama, funcionou e para tentar aprimorar sua performance as
moedas que eram coladas direto na lata foram prendidas em suporte tipo abraçadeira
para serem fixadas no corpo da lata, com isso desenvolvemos uma espécie de mancal
que posteriormente foi substituído por plástico pet para melhorar a aparência do motor.
Com isso o eixo virabrequim pode ser substituído sem necessidade da troca da parte
superior do motor. No primeiro teste o motor desenvolveu 700 RPM e após as
alterações mencionadas o rendimento foi 1390 RPM. Tentamos aumentar a
compressão e obtivemos melhor torque, porém a lata na parte inferior em contato com
chama foi danificada, devido o seu material ser frágil. Dessa forma, o grupo não estava
satisfeito com o resultado e decidiu desenvolver o motor Alfa.

O desenvolvimento desse segundo modelo, que utiliza as seringas, apresentou um


resultado pouco expressivo. Além das seringas terem um material muito frágil, e
também por serem usadas, elas apresentam ranhuras na parede do cilindro. Para
minimizar essas ranhuras adquirimos óxido de cério para polimento em vidro. Mas, no
momento do polimento elas sofreram uma leve queda, quebrando parte do cilindro,
mesmo assim fizemos a montagem. Com o polimento a seringa teve vazamentos entre
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o embolo e o cilindro, então o motor não gerou pressão suficiente para o


funcionamento. Desta forma, o projeto teve que ser interrompido, visto que o custo da
seringa é muito alto (acima de R$100,00 cada). Diante desse cenário resolvemos iniciar
um novo modelo com ideias próprias de misturar um conceito com o outro e
aproveitando a sua estrutura.

Esse terceiro modelo foi o realizado a partir de análises que fizemos a partir das
possibilidades dos problemas encontrados. Utilizamos o princípio do funcionamento do
modelo Alfa, misturado com o Gama. Realizamos a construção do cilindro quente
horizontal e o frio vertical. Todavia, deixamos muita área morta e usamos um tubo com
diâmetro e extensão maior que o necessário. Sendo o ar muito comprimível, essa área
extensa não teve força suficiente para deslocar o cilindro frio. Como o tempo era
reduzido para resolver todas essas questões e também outro grupo já estava
desenvolvendo o mesmo tema na sala de aula, resolvemos parar a sua construção.

Assim, nos enveredamos para o motor que já tínhamos construído, feito de material de
pet (refrigerante) para demonstração, mas transformamos o mesmo em um
compressor. Para isso utilizamos dois joelhos de PVC 25mm, quatro tampões de
borracha para ar condicionado e balão que funcionou como placa de válvula
direcionando o fluxo de ar.

INSERIR FOTOS

5. ANÁLISE E CONCLUSAO DO PROJETO


O pouco tempo para elaboração de um projeto como este, foi de fato, o nosso maior
adversário. Muito esforço foi dispendido na construção do melhor modelo do motor,
mas a falta de tempo nos impossibilitou de rastrear detalhadamente as causas dos
erros encontrados.

Apesar dos resultados, tivemos muita motivação durante toda a fase de realização
deste projeto, visto que foram aplicados conceitos de termodinâmica e
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eletromagnetismo na prática, representando um grande desafio para todos do grupo. A


construção do motor, que foi o foco do projeto, permitiu também a ampliação do projeto
para o compressor que pode ser uma fonte de estudo do conceito de controle de
volume, parte o que gerou grande expectativa em todos, em face da aderência com o
curso escolhido (engenharia mecânica).

6. BIBLIOGRAFIA

Motor Stirling
<http://manualdomotorstirling.blogspot.com.br > Acesso em todo o período de
execução do trabalho – março à maio de 2014

Termodinâmica. Disponível em:


<http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/fisica/resumo-fisica-termodinamica-
697988.shtml>. Acesso em: 26 de maio de 2014

Eletromagnetismo. Disponível em:


<http://www.brasilescola.com/fisica/eletromagnetismo.htm>. Acesso em: 08 de
março de 2014

AZEVEDO, Lílian Mattos. Eletromagnetismo. Disponível em:

<http://www.coladaweb.com/fisica/ondas/eletromagnetismo>. Acesso em: 08 de


março de 2014.

ESTEVÃO, Vanks. Como funciona um Dínamo? Disponível em:


<http://www.efeitojoule.com/2008/06/como-funciona-dinamo-bicicleta.html>.
Acesso em: 08 de março de 2014
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Dínamos ou geradores mecânicos de eletricidade. Disponível em:


<http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/inducao/dinamos/>. Acesso em: 08 de
março de 2014

SAN, Emerson. Dínamo. Disponível em:


<http://www.infoescola.com/eletricidade/dinamo/>. Acesso em: 08 de março de
2014

SCHULZ, Daniel. Ciclo de Stirling. Disponível em:


<http://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_stirling.htm>. Acesso em: 09 de março
de 2014

SILVA, Renato Peron da Silva. Projeto Motor Stirling. Disponível em:


<http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_se
m1_2008/RenatoP-Llagostera_RF2.pdf>. Acesso em: 09 de março de 2014

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