Você está na página 1de 31

Sessão Técnica sobre Resíduos de Construção e

Demolição

REGIME DE LICENCIAMENTO NO ÂMBITO DA GESTÃO DE RCD

Maria Joana Sabino


APA, 30 de Junho de 2008

1
Enquadramento Legal

• Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro


• Portaria nº 1023/2006, de 20 de Setembro
• Portaria nº 1407/2006, de 18 de Dezembro
• Portaria nº 1408/2006, de 18 de Dezembro, alterada pela
Portaria nº 320/2007, de 23 de Março
• Portaria n.º 32/2007, de 6 de Janeiro
• Portaria n.º 50/2007, de 9 de Janeiro
• Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio
• Portaria n.º 417/2008, de 11 de Junho
• Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março
• Decreto-lei n.º 152/2002, de 25 de Maio
• Decreto-lei n.º 85/2005, de 28 de Abril
• Legislação específica (Fluxos específicos de resíduos)
RCD – Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março
• Regulamento n.º 1013/2006, de 14 de Junho

2
Âmbito de aplicação (art.º 2º)-DL n.º178/2006

Aplica-se às operações de gestão de resíduos

• Recolha
• Transporte
• Armazenagem
• Triagem
• Tratamento
• Valorização
• Eliminação

bem como às operações de descontaminação de solos e à


monitorização dos locais de deposição após o seu encerramento

3
Âmbito de aplicação (art.º 2º)- DL n.º178/2006

Excluem-se do âmbito de aplicação

• Os efluentes gasosos emitidos para a atmosfera;

• As águas residuais, com excepção dos resíduos em estado líquido;

• A biomassa florestal e a biomassa agrícola;

Os resíduos a seguir identificados, quando sujeitos a legislação especial:

• Resíduos radioactivos;

• Resíduos resultantes da prospecção, extracção, tratamento e armazenagem


de recursos minerais, bem como da exploração de pedreiras;

• Cadáveres de animais, ou suas partes, e resíduos agrícolas que sejam


chorume e conteúdo do aparelho digestivo ou outras substâncias naturais
não perigosas aproveitadas nas explorações agrícolas;

• Explosivos abatidos à carga ou em fim de vida.

4
Classificação de resíduos

Portaria 209/2004, de 3 de Março

• Contém Lista Europeia de Resíduos (Anexo I)

• Apresenta características de perigo atribuíveis aos resíduos (*)


(Anexo II)

• Apresenta as operações de valorização e de eliminação de


resíduos, em conformidade com a Decisão da Comissão nº
96/350, de 24 de Maio (Anexo III)

5
Classificação de resíduos

Portaria 209/2004, de 3 de Março

Capítulos
1-12 ou 17-20
Para a classificação
deve ser tomada
especial atenção à
13, 14 e 15
sua possível
perigosidade -
definida no ponto 2
16 no n.º 3.º

Código 99

6
Licenciamento de Operações de Gestão de Resíduos

Estão sujeitas a licenciamento as operações de (art. 23º) :

• Armazenagem;
• Triagem;
• Tratamento;
• Valorização;
• Eliminação de resíduos

Não estão sujeitas a licenciamento nos termos do RGGR:

• As operações de recolha e de transporte de resíduos


• Armazenagem no local de produção por período não
superior a um ano
• Valorização energética de biomassa

7
Licenciamento de Operações de Gestão de Resíduos

Estão dispensados de licenciamento nos termos do Decreto-


Lei n.º 46/2008

• As operações de armazenagem de RC&D na obra durante a


sua execução;

• As operações de triagem e fragmentação de RC&D na obra;

• As operações de reciclagem que impliquem a reincorporação


de RC&D no processo produtivo de origem;

• A realização de ensaios para avaliação prospectiva da


possibilidade de incorporação de RC&D em processo
produtivo;

• A utilização de RC&D em obra.

8
Entidades licenciadoras

• Agência Portuguesa do Ambiente – no caso de


operações efectuadas em instalações referidas no Anexo
I do Decreto-Lei nº 69/2000

• CCDR (Autoridades Regionais de Resíduos) – nos


restantes casos de operações de gestão de resíduos,
bem como nos casos de operações de descontaminação
dos solos

• Direcção Regional de Economia – se a operação de


gestão de resíduos carecer igualmente de licenciamento
industrial (tipo 1,2,3)

• Câmara Municipal - se a operação de gestão de


resíduos carecer igualmente de licenciamento industrial
(tipo 4)

9
Entidades licenciadoras

Anexo I do AIA

• Instalações destinadas à incineração,


valorização energética, tratamento químico
ou aterro de resíduos perigosos;

• Instalações destinadas à incineração ou


tratamento químico de resíduos não perigosos
com capacidade superior a 100 t/dia.

10
Normas Técnicas

Objectivo

Eliminação ou redução do perigo para a saúde humana e para o ambiente

Normas técnicas das operações de gestão de resíduos (art. 20º)

• Definidas em legislação específica existente (pneus, óleos, embalagens,


RCD, etc.)
Previstas (descontaminação de solos, compostagem, MTR)
• As operações de gestão de resíduos são realizadas sob a
direcção de um responsável técnico, o qual deve deter as habilitações
profissionais adequadas para o efeito

11
Normas Técnicas

Requisitos mínimos para instalações de triagem e de


fragmentação de RC&D
Instalações de triagem/fragmentação de RCD

• Vedação que impeça o livre acesso às instalações;


• Sistema de controlo de admissão de RCD;
• Sistema de pesagem com báscula para quantificar os RCD;
• Sistema de combate a incêndios;
• Zona de armazenagem de RC&D (com cobertura e piso
impermeabilizados, dotada de sistema de recolha e
encaminhamento para destino adequado de águas pluviais, de
limpeza, de derramamentos, e quando apropriado, dotado de
decantadores e separadores de óleos e gorduras);
• Zona de triagem (…) contentores adequados e identificados
(…).

12
Procedimento

Pedido de Licenciamento (art. 27.º)

• Identificação do requerente e o seu número de


identificação fiscal;

• Descrição da operação que pretende realizar e


da sua localização geográfica, com os elementos
definidos em portaria aprovada pelo membro do
Governo responsável pela área do ambiente
(Portaria n.º 1023/2006);

• Outros elementos tidos pelo requerente como


relevantes para a apreciação do pedido.

13
Procedimento

Portaria n.º 1023/2006 de 20 de Setembro

Projecto da instalação (memória descritiva):

• Identificação dos resíduos manuseados, sua origem previsível,


caracterização quantitativa e qualitativa e sua classificação de acordo com o
estipulado na Portaria n.o 209/2004, de 3 de Março;

• Identificação e quantificação de outras substâncias utilizadas no processo;

• Indicação das quantidades e características dos produtos acabados;

• Indicação do número de trabalhadores, do regime de laboração e das


instalações de carácter social, de medicina no trabalho e sanitárias;

• Indicação completa da identificação e habilitações profissionais do(s)


responsável(eis) técnico(s) pela operação;

• Descrição detalhada das operações a efectuar sujeitas a licenciamento, com


a apresentação do diagrama do processo e sua classificação de acordo com o
estipulado na Portaria n.o 209/2004, de 3 de Março;

14
Procedimento

Portaria n.º 1023/2006 de 20 de Setembro

Peças desenhadas:

• Planta, em escala não inferior a 1: 25 000, indicando a localização da


instalação e, no caso das OGR perigosos e incineração ou co-incineração
de resíduos não perigosos, abrangendo, num raio de 10 km a partir da
instalação, os edifícios principais, tais como hospitais e escolas;

• Planta de localização, em escala não inferior a 1:2000;

• Planta de implantação da instalação em que se insere a operação, em


escala não inferior a 1:2000, indicando, nomeadamente, a localização
das áreas de gestão de resíduos, armazéns de matérias-primas,
produtos e resíduos, sistemas de tratamento de efluentes e localização
dos respectivos pontos de descarga final, oficinas, depósitos, circuitos
exteriores e escritórios.

15
Procedimento

Consulta das organismo responsável


Pedido de
entidades que pela gestão da água +
Licenciamento responsável ordenamento
10 dias
devam do território
pronunciar-se A pedido do requerente:
10 dias DGS+ISHST
10 dias

15 dias 30 dias
Pedido de
elementos
adicionais Comunicação
Emissão de da decisão ao
60 dias parecer requerente
Por via electrónica e Conforme ou não
Indeferido posteriormente reduzidos a conforme e
escrito em acta e assinada condições
Válida por 2 anos

16
Procedimento

Entrega de comprovativos relativos


às condições previamente impostas

Comunicação Pedido de
da decisão ao vistoria 20 dias
requerente
Conforme ou não 40 dias antes da data
conforme e prevista para início de
condições operação
Válida por 2 anos Vistoria
Alvará
5 dias

Auto

Cópia à ANR Estabelece termos e condições de


que depende a realização da OGR

10 dias
Decisão final

17
Licenciamento simplificado

Licenciamento simplificado (artigo 32º)

Licença emitida em procedimento


simplificado - analisado e decidido no
prazo de 20 dias pela entidade
licenciadora

18
Licenciamento simplificado

Armazenagem de resíduos

Quando efectuadas em local análogo ao de


produção, pertencente à mesma entidade,
no respeito pelas especificações técnicas
aplicáveis e por período não superior a um
ano (ex. estaleiro central)

Valorização de resíduos inertes, de betão e de betuminoso


(ex. empresa que lajes para pavimentos)

19
Licenciamento simplificado

Licenciamento simplificado (artigo 32º)

• Memória descritiva das operações em causa e do


tipo e quantidade de resíduos envolvidos;
• Medidas ambientais e de saúde pública a
implementar.

O licenciamento depende do cumprimento de:

• Conformidade do pedido com os princípios gerais e


com os planos de gestão de resíduos aplicáveis;
• Observância das normas técnicas a que se referem
os artigos 20.º a 22.º

20
Licenciamento simplificado

Procedimento

Pedido de Alvará
Licenciamento 20 dias
memória descritiva das
operações em causa e
do tipo e quantidade 5 dias

de resíduos 10 dias
20 dias
envolvidos, bem como
das medidas
ambientais e de saúde Pedido de
Cópia à ANR
pública elementos
a implementar. adicionais

30 dias

Indeferido

21
Alvará de Licença
Portaria n.º 50/2007, de 9 de Janeiro

Modelo de alvará de licença

• Identificação da empresa (morada, telefone, NIF)


• Validade da licença
• Identificação do técnico responsável

Especificações anexas

• Códigos das operações permitidas e dos resíduos abrangidos (LER)


• Capacidade instalada
• Condições da Autorização

22
Outros regimes de licenciamento

Licença ambiental (art.41.º)

As operações de gestão de resíduos a que se


aplique o regime da licença ambiental são
licenciadas nos termos dessa legislação.

(conjugado com o art.31º do Diploma PCIP com


a redacção dada pelo art. 77º do DL 178)

23
Outros regimes de licenciamento

Licenciamento industrial (art. 42.º)

O licenciamento de uma operação de gestão de resíduos que


careça igualmente de licenciamento industrial é substituído
por um parecer vinculativo emitido no âmbito deste
procedimento pela entidade a quem caiba licenciar a
operação nos termos do artigo 24.º, excepto quando à
operação seja aplicável o regime da licença ambiental, caso
em que cumprimento do disposto no presente decreto lei é
assegurado nos termos desse regime.

24
Instrumentos Económicos e Financeiros

• Taxas de licenciamento (art. 52º a art. 56º)

• Taxas de registo no SIRER (art. 57º)

• Taxas de gestão de resíduos (art. 58º)

• Taxas relativas aos movimentos transfronteiriços de


resíduos ( art. 59º)

25
Instrumentos Económicos e Financeiros

Taxas gerais de licenciamento (artº 52º)

• Emissão de licenças ou autorizações — 2000 € ;

• Emissão de licenças mediante procedimento


simplificado—1500 € ;

• Auto de vistoria—1000 € ;

• Averbamento resultante da alteração das condições


da licença ou autorização—500 € .

26
Infra-estruturas de tratamento para RC&D

• Operadores de Gestão de Resíduos


Não Urbanos: 592
Operadores de Gestão RCD: 155
• Aterros de resíduos inertes: 6
• Aterros de RIB: 5
• Entidades Gestoras de Sistemas
colectivos de fluxos específicos de
resíduos: 9 Fonte: APA, Março 2008

• CIRVER: 2

27
Fiscalização/Regime contra-ordenacional

Entidades com competências de fiscalização

 Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional de


Resíduos (CCDR)

 Inspecção -Geral do Ambiente e do Ordenamento do


Território (IGAOT)

 Municípios

 Autoridades policiais

Contra-ordenações (artigo 67º)

28
Fiscalização/Regime contra-ordenacional

Contra-ordenações (artigo 67º)

Coimas que podem atingir os 44 890 € (no caso de


pessoas colectivas)

A tentativa e a negligência são puníveis

Valores das coimas reduzidos para metade

29
Contactos

Agência Portuguesa do Ambiente


Rua da Murgueira, 9/9A
2611 – 865 Amadora
Tel. 214 728 200
Fax. 214 719 074

www.apambiente.pt
geral@apambiente.pt

30
31

Você também pode gostar