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HISTÓRICO DE REVISÃO DO DOCUMENTO

REVISÃO DO DOCUMENTO
Revisão Motivo da Revisão Data Elaborado por Aprovado por
Fevereiro Cindy Silva
Versão 1 Novo curso Gestão da Formação
2019 Formadora
Agosto Djackline Santos
Versão 2 Alteração do Template Gestão da Formação
2019 Coordenação Pedagógica

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ÍNDICE
SUBMÓDULOI.................................................................................................................5
1. Anatomofisiologia............................................................................................ 5
2. Organização Estrutural e Funcional do Corpo Humano...................................5
3. Citologia e Histologia........................................................................................6
3.1. Abordagem Geral – Tipos de Tecido......................................................... 6
3.1.1. Tecido Conjuntivo......................................................................................6
3.1.2. Tecido Muscular........................................................................................ 8
SUBMÓDULOII..............................................................................................................10
1. Referenciais Espaciais do Corpo Humano......................................................10
1.1. Posição Anatómica.................................................................................. 11
1.2. PlanosAnatómicos................................................................................... 11
1.4Decúbitos......................................................................................................... 14
SUBMÓDULOIII......................................................................................................16
1. Sistemas doCorpoHumano.............................................................................16
1.1. Abordagem Geral dos Sistemas segundo asuafunção............................16
2. Sistema Esquelético – Osteologiae Artrologia............................................... 20
3. SistemaMuscular............................................................................................21
SUBMÓDULOIV..................................................................................................... 22
1. SistemaEsquelético........................................................................................ 22
1.1. Constituição/Classificação/ Função(abordagemgeral)........................... 22
1.2. EsqueletoAxial/Apendicular....................................................................23
1.3. Cabeçaóssea............................................................................................24
SUBMÓDULOV...................................................................................................... 25
1. SistemaEsquelético........................................................................................ 25
1.1. Tronco(colunavertebral)..........................................................................25
1.2. Tronco(costelas)...................................................................................... 26
1.3. Membros superiores e inferiores – Ossos do carpoe tarso.................... 26
SUBMÓDULOVI..................................................................................................... 27
1. SistemaEsquelético........................................................................................ 27
1.1. Artrologia................................................................................................ 27
1.1.1. Estrutura/Função/ Classificação............................................................. 27
1.1.2. ConstituiçãodasDiartroses...................................................................... 27
1.1.3. Tipos deMovimentosArticulares............................................................. 30
1.1.4. Movimentos Articulares do Membro Superior/ Membroinferior/ Tronco33
SUBMÓDULOVII.................................................................................................... 36
1. SistemaMuscular............................................................................................36
1.1. Miologia (Ação Muscular eLocalizaçãoGeral)......................................... 36
1.1.1. Classificação............................................................................................ 36
1.1.2. Tipos decontraçãomuscular.................................................................... 38
1.1.3. Músculosda cabeça................................................................................. 38
SubmóduloVIII..............................................................................................................41
1. MúsculosdoPescoço.......................................................................................... 41
1.1. Superficiais, Cervicais Laterais eVertebraisLaterais........................................ 41

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1.1. Dorsais, TóraxeAbdominais............................................................................ 43
SubmóduloIX................................................................................................................ 49
1. Músculos dosMembrosSuperiores.................................................................... 49
1.1. Cintura Escapular, Coifa de Rotadores, Braço, Ante-braçoeMão....................49
2. Músculos dosMembrosinferiores......................................................................55
2.1. Anca, Coxa, Pernae Pé.................................................................................. 55
SUBMÓDULOX..............................................................................................................59
1. Definiçãode Saúde......................................................................................... 59
2. Definiçãode Doença...........................................................................................59
3. Dor..................................................................................................................... 59
4. FisiopatologiaMúsculo-Esquelética................................................................... 62
4.1. Fases daReparaçãoTecidual.............................................................................62
SUBMÓDULOXI.............................................................................................................64
1. Lesõesda Articulações.................................................................................... 64
1.1. Entorse.............................................................................................................64
1.2. Luxação............................................................................................................65
1.3. Fibrocartilagem(menisco)............................................................................... 66
2. LesõesdoOsso.................................................................................................... 66
2.1. Fraturas............................................................................................................66
SUBMÓDULOXII............................................................................................................68
1. LesõesnoLigamento........................................................................................68
2. LesõesMusculares..............................................................................................69
3. LesõesnoNervo.................................................................................................. 70
SUBMÓDULOXIII...........................................................................................................72
1. Lesões de sobrecarga......................................................................................72
1.1 Tendão..............................................................................................................72
1.2 Bursa................................................................................................................ 74
1. Fisiopatologiadoidoso.................................................................................... 75
1.1 Artroplastiada Anca......................................................................................... 75
1.2. Osteoporose, Alzheimer,Parkinson................................................................ 75
2. FisiopatologiaVascular....................................................................................... 76
2.1 Úlcerasde Pressão............................................................................................76
SUBMÓDULOXIV.......................................................................................................... 79
1. FisiopatologiaReumática................................................................................ 79
1.1 Osteoartrose.................................................................................................... 79
1.2 ArtriteReumatoide........................................................................................... 80
1.3 Lombalgia.........................................................................................................81
1.4 Escoliose...........................................................................................................82
1.5 Fibromialgia..................................................................................................... 82
SUBMÓDULOXV........................................................................................................... 83
1. FisiopatologiaNeurológica..............................................................................83
1.1Acidente VascularCerebral(AVC)...................................................................... 83
1.2EscleroseMúltipla(EM).....................................................................................84
1.3LesõesVertebro-Medulares............................................................................. 85
Bibliografia................................................................................................................... 88

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O presente Manual tem como objetivo proporcionar aos formandos DO IT BETTER® uma consulta
prática sobre os conteúdos abordados ao longo do Módulo 2, servindo de apoio para as sessões
teórico-práticas de aprendizagem junto dos nossos Formadores.
Fazemos votos que o mesmo possa ser útil na presente Formação de Técnico Auxiliar de
fisioterapia e Massagem.
Para terminar, não poderíamos deixar de agradecer ao Formador Cindy Silva pelo apoio na
elaboração do presente manual.

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Módulo 2 : Anotomofisiologia e Fisiopatologia

No final do módulo, o formando deverá ser capaz de:

 Identificar princípios de anatomofisiológicos necessários para realizar uma prática clínica eficaz e segura;
 Indicar os principais sistemas do ser humano;
 Caracterizar osteologia, miologia, artrologia e sistemas do ser humano, capazes de proporcionar uma
prática eficaz;
 Realizar os respetivos procedimentos necessários de manipulação dos tecidos moles, adequando cada
fisiopatologia a uma correta indicação de tratamento por massoterapia;
 Reconhecer as diferentes lesões, sabendo a distinção entre elas de forma correta.

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SUBMÓDULO I

Na área da Medicina Física e Reabilitação a maioria das intervenções realizam-se através


de exercícios terapêuticos o que torna fundamental ter conhecimentos básicos que
permitam a compreensão dos exercícios.

1. Anatomofisiologia

A anatomia é a disciplina científica que investiga as estruturas do corpo como o formato e


o tamanho dos músculos e ossos. A fisiologia é a investigação dos processos e funções do
corpo humano. A anatomia e a fisiologia são frequentemente estudadas em conjunto
porque as estruturas e as suas funções estão interligadas.

2. Organização Estrutural e Funcional do Corpo Humano

Seeley (et al., 2011) refere que o corpo pode ser estudado em seis níveis de organização:
químico, celular, tecidual, órgão, sistema de órgãos e organismo inteiro.

Nível químico: interações entre átomos que são pequenos blocos de construção da
matéria. Os átomos ligam e formam as moléculas (como a água), hidratos de carbono,
gorduras e proteínas. A função da molécula está relacionada com a sua função.

Nível celular: as células são as unidades básicas estruturais e funcionais das plantas e dos
animais. As moléculas unem-separa formar organelas(pequenos órgãos) que são as
estruturas mais pequenas que compõem as células.

Nível tecidual: um grupo de células similares e materiais que os envolvem formam os


tecidos. As características das células e dos materiais determinam a função do tecido. Os
tecidos são classificados como: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
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Nível de órgão: um órgão é composto por dois ou mais tipos de tecidos que realizam uma
ou mais funções. O coração, a bexiga, o estômago e o pulmão são exemplos de órgãos.

Nível de sistema de órgãos: um sistema de órgão é um grupo de órgãos que juntos


realizam uma função em comum ou um conjunto de funções e são vistos como uma
unidade. Por exemplo, o sistema urinário consiste nos rins, ureteres, bexiga e uretra.

Nível de organismo: um organismo é qualquer ser vivo considerado como um todo, seja
ele constituído por uma célula como a bactéria ou por milhões de células como um ser
humano

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3. Citologia e Histologia
A citologia é o ramo da biologia que estuda as células no que diz respeito às suas
estruturas internas ou externas, funções, e sua importância na constituição dos seres vivos.
A histologia é o estudo microscópico dos tecidos.

3.1.1. Abordagem Geral – Tipos de Tecido


Existem diferentes tipos de tecido: embrionário, epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Neste módulo vamos centrar-nos no tecido conjuntivo e no tecido muscular.

3.1.2. Tecido Conjuntivo


O tecido conjuntivo tem como principal componente estrutural a matriz extracelular e tem
como funções dar forma e auxiliar na estrutura do corpo unindo células e órgãos e dando
suporte às diferentes partes do corpo.

Amatrizextracelularéformadapelasubstânciafundamentalediferentescombinaçõesdeproteí
nas fibrosas, que podem ser colágenas, elásticas ou reticulares. Dependendo do tipo de
proteína encontrada na matriz, ela pode ter propriedades distintas podendo assumir
maior rigidez ou flexibilidade.

A substância fundamental é formada por um complexo viscoso e hidrofílico. É a diferente


concentração das moléculas que o constituem e a maneira com que interagem com a
superfície celular que define as características da matriz extracelular, promovendo a união
dos tecidos e conferindo força tênsil e rigidez à matriz.

Além de possuir função estrutural, o tecido conjuntivo desempenha importantes papéis na


reserva de fatores de crescimento que controlam a proliferação e diferenciação celular. A
matriz do tecido conjuntivo serve como meio de troca de nutrientes e catabólicos entre as
células e os vasos sanguíneos.
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De acordo com as diferentes características da composição de suas células e na proporção
relativa entre os elementos da matriz extracelular, o tecido conjuntivo recebe diferentes
nomes. O tecido conjuntivo pode ser classificado em tecido conjuntivo propriamente dito
(frouxo e denso), tecido conjuntivo de propriedades especiais (adiposo, elástico, mucoso,
reticular ou hematopoiético) e tecido conjuntivo de sustentação (ósseo e cartilaginoso).

O tecido conjuntivo propriamente dito é o menos especializado. Entre as suas funções


estão a de preencher os espaços entre os demais tecidos e garantir a nutrição deles
através de seus vasos sanguíneos.

O tecido adiposo é formado pelas células adiposas, também conhecidas como adipócitos.
Ele é responsável pela modelação da superfície corporal, reserva de energia na forma de
gordura e isolante térmico.

O tecido cartilaginoso tem a matriz extracelular principalmente constituída de fibras de


colágeno e mucopolissacarídeo. Tem como função dar sustentação, amortecer impactos e
prevenir desgastes entre os ossos, além de auxiliar no crescimento ósseo.

Otecidoósseoéomaisrígidodostecidosconjuntivoseéformadoporumamatrizcompostadesais
inorgânicos, principalmente o fosfato de cálcio, que se deposita ao redor das fibras de
colágeno.

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3.1.3. Tecido Muscular

As células que constituem o tecido muscular apresentam uma forma particular, sendo
muito longas e estreitas e, por essa razão, denominam-se fibras musculares que são
especializadas num trabalho mecânico: a contração muscular.

O número de fibras musculares mantém-se relativamente constante após o nascimento e


é a modificação no volume do músculo que resulta no aumento ou diminuição do
tamanho das fibrase não no número de fibras. Por exemplo, numa hipertrofia muscular é
o tamanho das fibras que está aumentado, numa hipotrofia é o tamanho das fibras
musculares que está diminuído.

Todasasfibrasmuscularesdomesmomúsculopossuemdimensõessemelhantes, ou seja, os
grandes músculos possuem apenas fibras de grande tamanho.

Cada célula muscular (fibra) é multinucleada e envolvida por uma membrana celular
eletricamente polarizada, o sarcolema.

As capacidades funcionais dos músculos dependem do tipo de fibras musculares. Elas


podem ser: firas de contração rápida (brancas ou tipo II) e fibras de contração lenta
(vermelhas ou tipo I).

As fibras vermelhas contraem mais lentamente e são mais resistentes à fadiga. As fibras
brancas contraem e fadigam-se rapidamente.

A quantidade de fibras musculares está geneticamente determinada à nascença. A


quantidade de fibras varia em cada músculo, mas essa distribuição num dado músculo é
igual de pessoa para pessoa. Os grandes músculos posturais possuem maior número de
fibras de contração lenta enquanto que o músculo dos membros contém mais músculos de
contração rápida. Estas fibras não se podem converter noutras, mas com o treino podem

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aumentar a capacidade. Apenas 15 a 20% das características das fibras são treináveis.

Quando um músculo é treinado, o seu tamanho aumenta e, consequentemente, aumenta


a sua força e resistência – Hipertrofia muscular.
Quando um músculo não é treinado este atrofia – Hipotrofia muscular.

O tecido muscular divide-se, de acordo com a sua composição de fibras, em dois grandes
grupos: tecido muscular liso e tecido muscular estriado. O tecido muscular estriado pode
ser esquelético ou cardíaco.

O músculo liso é o que se encontra nas paredes dos órgãos ocos (menos o coração) e na
pele e nos olhos. É responsável por funções como a movimentação dos alimentos ao longo
do trato digestivo e o esvaziamento da bexiga. É um tipo de músculo que não
conseguimos controlar.

O músculo cardíaco é o músculo do coração e é responsável pelo bombeamento do


sangue e, tal como o músculo liso, está sob controlo involuntário embora se posse
aprender a influenciar a frequência cardíaca com técnicas de respiração.

O músculo esquelético é o que geralmente é visto como músculo.O músculo esquelético


liga-se ao esqueleto e permite que o corpo se mova. Este músculo está sob controlo
voluntário pois podemos contraí-lo para realizar os movimentos que pretendemos.

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SUBMÓDULO II

1.Referenciais Espaciais do Corpo Humano


Relativamente à terminologia das direções devemos considerar as seguintes direções:

Superior: uma estrutura acima de outra.

Inferior: a parte que está por baixo.

Cefálico: situado mais próximo da cabeça; mais perto da cabeça do que outra estrutura
(normalmente é sinónimo de superior).

Caudal: situado mais próximo dos pés; mais perto dos pés do que outra estrutura
(normalmente é sinónimo de inferior).

Anterior/Ventral: à frente do corpo; situado na frente.

Posterior/Dorsal: atrás do corpo; situado atrás.

Proximal: mais próximo do ponto de inserção ou origem.

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Distal: mais distante do ponto de inserção ou origem.

Medial/Interno: o que está mais perto da linha média do corpo; em direção à linha média
do corpo.

Lateral/Externo: ao lado do corpo, isto é, afastando-se da linha média; em direção oposta


à linha média do corpo.

Direito: refere-se ao lado direito do corpo.

Esquerdo: refere-se ao lado esquerdo do corpo.

Superficial: referente à superfície.

Profundo: em direção oposta à superfície; em direção ao interior do corpo.

Ipsilateral/Homolateral: do mesmo lado.

Contralateral: do lado contrário.

1.1. Posição Anatómica

A posição anatómica de referência é uma convenção adotada em anatomia para descrever


as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Para
essa posição é necessário:

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- Postura ereta, com olhar em frente;

- Braços pendentes, ao lado do corpo;

- Palmas das mãos voltadas para a frente e polegares virados para fora;

- Pés ligeiramente afastados e apoiados no solo.

Todos os termos que descrevem as relações de uma parte do corpo com outra são
estabelecidos com referência à posição anatómica.

1.2. Planos Anatómicos

Para descrever o movimento é preciso definir/organizar o espaço pelo qual este ocorre.
Como o espaço é tridimensional são descritos 3 planos. O nosso corpo ou segmento
corporal move-se em cada uma destas dimensões ou na sua combinação.

Os planos anatómicos são planos imaginários de referência que derivam do espaço e


encontram-se formando ângulos retos entre si. Eles são definidos relativamente à posição
anatómica.

Plano Sagital

Divide o corpo verticalmente em duas


partes iguais: Direita e Esquerda

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Plano Frontal/Coronal:

Divide o corpo verticalmente em duas


partes iguais: Anterior e Posterior

Plano Horizontal/Transversal:

Divide o corpo horizontalmente em


duas partes iguais: Superior e Inferior

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1.3. Eixos

O eixo é a linha imaginária ao redor da qual se movimenta um segmento. Os planos e os


eixos são PERPENDICULARES entre si.

Eixo Sagital Eixo vertical Eixo Frontal

1.4. Decúbitos

Decúbito é um termo que se refere à posição da pessoa que está deitada, não necessariamente
dormindo.

Decúbito Dorsal:

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Decúbito semi-dorsal (direito/esquerdo)

Decúbito Ventral:

Decúbito semi-ventral (direito/esquerdo)

Decúbito Lateral (Direito/Esquerdo):

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Posição Semi-Fowler

SUBMÓDULO III

1. Sistemas do Corpo Humano

O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestivo,


nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular,
imunológico, linfático, tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a
realização das funções vitais do organismo

1.1. Abordagem Geral dos Sistemas segundo a sua função

Sistema cardiovascular

O Sistema cardiovascular é responsável pela circulação do sangue,


de modo a transportar os nutrientes e o oxigénio por todo o corpo.
O Sistema Cardiovascular é formado pelos vasos sanguíneos e o
coração.

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Sistema Respiratório O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis pela
absorção do oxigénio do ar pelo organismo e da eliminação do
dióxido de carbono retirado das células.

Sistema Digestivo
O sistema respiratório é formado pelas vias respiratórias e pelos
pulmões. Os órgãos que compõem as vias respiratórias são:
cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.

Sistema Digestivo

O Sistema Digestivo é formado por um conjunto de órgãos cuja


função é transformar os alimentos, por meio de processos
mecânicos e químico.

Sistema Nervoso O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do


organismo.
É formado por um conjunto de órgãos do corpo humano que
possuem a função de captar as mensagens, estímulos do
ambiente, "interpretá-los" e"arquivá-los".
Consequentemente, ele elabora respostas, as quais podem ser
dadas na forma de movimentos,sensações ou constatações.

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Sistema Endócrino

O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas


responsáveis pela produção das hormonas que são
lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar
aos órgãos-alvo sobre os quais atuam.

Junto com o sistema nervoso, o sistema endócrino


coordena todas as funções do nosso corpo. O
hipotálamo, um grupo de células nervosas localizadas
na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois
sistemas.

Sistema Urinário

O sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela


produção e eliminação da urina, possui a função de filtrar as
“impurezas” do sangue que circula no organismo.

O sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias,


formada por dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra.

Sistema Esquelético

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O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além
dos ligamentos e tendões. O esqueleto sustenta e dá forma ao
corpo, além de proteger os órgãos internos e atua em conjunto
com os sistemas muscular e articular para permitir o movimento.
Outras funções são a produção de células sanguíneas na medula
óssea e armazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso
é uma estrutura viva, muito resistente e dinâmica pois tem a
capacidade de se regenerar quando sofre uma fratura.

Sistema Muscular

O Sistema muscular é composto pelos diversos músculos do


corpo humano. Note que os músculos são tecidos, cujos células
ou fibras musculares possuem a propriedade de contratilidade e
de produção de movimentos. As fibras musculares são
controladas pelo sistema nervoso, encarregado de receber a
informação e respondê-la.

Sistema Imunológico

O sistema imunológico,sistema imune ou imunitário é um


conjunto de elementos existentes no corpo humano.

Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo


defender o corpo contra doenças, vírus, bactérias, micróbios e
outros.

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Sistema Linfático
O sistema imunológico humano serve como uma proteção, um
escudo ou uma barreira que nos protege de seres indesejáveis, os
antígenos, que tentam invadir o nosso corpo. Assim, representa a
defesa do corpo humano.
O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo.
Ele é constituído pelos nódulos linfáticos (linfonodos), ou seja,
uma rede complexa de vasos, responsável por transportar a linfa
dos tecidos para o sistema circulatório.
Além disso, o sistema linfático possui outras funções como a
proteção de células imunes (atua junto ao sistema imunológico),
absorção dos ácidos e equilíbrio dos fluidos (líquidos) nos tecidos.

Sistema Sensorial

O corpo humano é composto de cinco sentidos: a


visão, o olfato, o paladar, a audição e o tato.

Eles fazem parte do sistema sensorial, responsável


por enviar as informações obtidas para o sistema
nervoso central que, por sua vez, analisa e
processa a informação recebida

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Sistema Reprodutor

O Sistema Reprodutor é o
sistema responsável pela
reprodução humana.

Sistema Tegumentar

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A pele é o maior órgão do nosso corpo,
reveste e assegura grande parte das
relações entre o meio interno e o
externo. Além disso atua na defesa e
colabora com outros órgãos para o bom
funcionamento do organismo, como no
controle da temperatura corporal e na
elaboração de metabólitos. É constituída
de derme e epiderme, tecidos
intimamente unidos, que atuam de
forma harmônica e cooperativa.

2. Sistema Esquelético – Osteologia e Artrologia

O sistema esquelético tem quatro componentes: ossos, cartilagens, tendões e ligamentos. O


esqueleto é considerado a estrutura do corpo, mas o sistema esquelético possui diversas
outras funções como: SUPORTE, PROTEÇÃO, MOVIMENTO E ARMAZENAMENTO.

Suporte: os ossos rígidos e fortes para carregar o peso; a cartilagem fornece apoio; os
ligamentos para unir os ossos.

Proteção: Proteção de órgãos vitais como o crânio e a caixa torácica.

Movimento:Os músculos esqueléticos unem-se aos ossos por tendões. A contração dos
músculos move os ossos e produz movimento.

Armazenamento: Minerais (como o cálcio e o fosfato) do sangue são captados pelo osso e
armazenados.

As ciências que estudam este sistema são a osteologia e artrologia. A Osteologia é o ramo da
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anatomia que estuda a estrutura, forma e desenvolvimento dos Ossos e das articulações. A
Artrologia é o ramo da anatomia que estuda as articulações do corpo humano e todo o seu
conjunto de movimentos

3.Sistema Muscular

O sistema muscular tem como função: movimento do corpo, manutenção da postura,


respiração, produção de calor corporal, comunicação, constrição de vasos sanguíneos e
órgãos, contração do coração.

Movimento do corpo: A maioria dos músculos esqueléticos está ligada aos ossos e é
responsável por grande parte dos movimentos do corpo incluindo caminhar,correr,mastigar
e manipular objetos com as mãos.

Manutenção da postura: Músculos esqueléticos constantemente mantém o tónus, o que


nos mantém de pé ou senta dos eretos.

Respiração: Os músculos esqueléticos do tórax realizam os movimentos necessários para a


respiração.

Produção de calor corporal: Quando o músculo esquelético contrai, o calor é emitido como
resultado.

Comunicação: Os músculos esqueléticos estão envolvidos em todos os aspetos da


comunicação, incluindo falar, escrever, sorrir e franzir a testa.

Constrição de vasos e órgãos: Através da contração dos músculos lisos. Contração do


coração: Permitindo o coração bater.

Contração do Coração: Permitindo bater o coração.

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SUBMÓDULO IV

1. Sistema Esquelético

1.1. Constituição/Classificação/ Função (abordagem geral)

O osso consiste em matriz extra celular óssea e células ósseas. Essas células produzem a
matriz óssea, ficam aprisionadas dentro desta e a decompõem para que a nova matriz possa
substituir a velha. A composição da matriz óssea é responsável pelas características do osso.

A matriz óssea é 35% material orgânico (principalmente colagénio) e 65% inorgânico


(principalmente cristais de fosfato de cálcio).

O colagénio e os outros componentes minerais são responsáveis pelas principais funções


características do osso. Se todo o colagénio do osso fosse retirado o osso ficaria muito
quebradiço. Se fosse constituído por muito colagénio o osso ficaria muito flexível. O tecido
ósseo é classificado como reticular ou lamelar dependendo da organização das fibras de
colagénio.

No osso reticular as fibras de colagénio estão desorganizadas. Este osso é o que existe no
desenvolvimento fetal ou depois de uma fratura. O osso reticular é remodelado para formar o
osso lamelar. O osso lamelar é um osso maduro que é organizado em lamelas.

O osso pode ser classificado como esponjoso ou compacto de acordo com a quantidade de
espaço dentro do osso. O osso esponjoso consiste em hastes ou placas de osso interligadas. O
osso compacto é mais denso e tem menos espaço esponjoso.

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Os ossos são classificados também quanto à sua forma e podem ser longos, achatados, curtos
ou irregulares.

Os ossos longos são mais compridos do que largos. Nos membros superior e inferiores na
maioria temos ossos longos. Os ossos longos são divididos em partes: a diáfise (corpo)
principalmente constituída por osso compacto e a epífise que são as extremidades.

tados contêm osso esponjoso entre


de osso compacto. Os ossos curtos e
m uma composição similiar à das
ssos longos – superfície de osso
volta do osso esponjoso.

embrada de tecido que cobre a


erna do osso que se chama Periósteo.

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1.2. Esqueleto Axial/Apendicular

O esqueleto médio de um adulto é composto por 206 e são divididos em porção axial e porção
apendicular. O esqueleto axial é comporto por crânio, ossículos auditivos, osso hioide, coluna
vertebral e caixa torácica.Oesqueletoapendicularécompostopelosossosdosmembrossuperiores,
dos membros inferiores e as cinturas escapular epélvica.

Os ossos do esqueleto axial estão listados nas colunas da direita e da esquerda; os ossos do
esqueleto apendicular estão listados no centro.

1.3. Cabeça óssea

Este subcapítulo será desenvolvido pelos formandos em Autonomia e Cooperação.

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SUBMÓDULO V

1. SistemaEsquelético

1.1. Tronco (colunavertebral)

A coluna vertebral tem 5 funções


importantes: suportar o peso da cabeça e do
tronco, proteger a medula espinal, permitir
que os nervos espinais saiam da medula
espinal, fornecer um local de ligação para os
músculos e permitir movimentos da cabeça
e do tronco.

De uma forma geral, a coluna vertebral é


constituída por 26 ossos, chamados de
vértebras e que podem ser divididos em 5
regiões: cervical (7 vértebras), torácica (12
vértebras), lombar (5 vértebras), sagrada (1
osso) e coccígea (1 osso).

As cinco regiões da coluna vertebral adulta


possuem 4 curvas. Duas aparecem durante
o desenvolvimento embrionário e refletem
a forma em C do feto dentro do útero.
Outra surge quando a criança começa a
levantar a cabeça e outra quando a criança
aprende a sentar.

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A primeira e a segunda vértebras têm uma forma e nomes especiais. A primeira vértebra
cervical chama-se altas porque ela segura a cabeça. Ela não tem corpo nem processo
espinhoso, mas tem grandes facetas superiores para se articular com a cabeça. A segunda
chama-se áxis porque tem uma quantidade considerável de rotação. Ela tem um dente que
encaixa com a atlas.

As vértebras sacrais também são muito diferentes. Estas 5 vértebras estão fundidas e
chamam-se osso de sacro. O cóccix é a porção inferior da coluna e normalmente consiste em 3
a 5 vértebras semifundidas que formam um triângulo.

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1.2. Tronco (costelas)
Este subcapítulo será desenvolvido pelos formandos em Autonomia e Cooperação.

1.3. Membros superiores e inferiores – Ossos do carpo etarso


Este subcapítulo será desenvolvido pelos formandos em Autonomia e Cooperação.

SUBMÓDULO VI

1. Sistema Esquelético

1.1. Artrologia

1.1.1. Estrutura/ Função/Classificação

As diferentes peças ósseas do esqueleto unem-se umas às outras formando


articulações. Uma articulação é o local de união entre dois ou mais ossos. As
articulações têm como função unir os ossos e permitir a movimentação.

A classificação tradicional das articulações divide-as em 2 grupos: sinartroses


(articulações assinoviais) e diartroses (articulações sinoviais). As articulações
assinoviais apresentam tecido conjuntivo (fibroso ou cartilaginoso) entre as
superfícies articulares e apresentam pouco ou nenhum movimento. As diartroses ou
articulações sinoviais serão abordadas no próximo subcapítulo.

1.1.2. Constituição das Diartroses

As articulações sinoviais são articulações que possuem grande amplitude de


movimentos e constituem a grande parte das articulações do esqueleto apendicular.

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Como se pode ver na imagem acima as articulações sinoviais apresentam
características anatomicamente mais complexas do que as restantes articulações já
que, possuem uma cavida articular envolvida por uma cápsula articular revestida
internamente por uma membrana de tecido conjuntivo
vascular,amembranasinovialqueproduzumlíquidosinovialquelubrificaaarticulação e
reduz o atrito entre as superfícies articulares.

Externamente, a cápsula articular apresenta uma membrana fibrosa contígua ao


periósteo. As superfícies ósseas das articulações sinoviais estão cobertas por uma fina
cartilagem hialina, a cartilagem articular que, lubrificada pelo líquido sinovial, diminui
a fricção entre as superfícies ósseas mantendo as macias e finas. Funciona também
como uma camada protetora das extremidades ósseas permitindo a distribuição da
carga, aumentando a estabilidade articular. O líquido sinovial é a principal fonte de
nutrição da cartilagem articular.

As articulações sinoviais são classificadas de acordo com a forma das suas superfícies
articulares. Artrodia: Superfícies planas com movimentos de deslize entre os ossos (3
graus de liberdade - triaxiais)

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Epifiartrose: Superfícies côncavo-convexas, ou seja, uma superfície é côncava numa
direção e convexa noutra; a superfície articular adjacente é reciprocamente côncavo-
convexa, permitindo assim que os ossos se ajustem. (2 graus de liberdade – biaxiais)

Trocleartrose: Uma superfície em forma de tróclea (convexa) encaixa numa


concavidade (1 grau deliberdade –uniaxial)

Trocartrose: Processo do osso cilíndrico (semelhante a um pivot) que encaixa num


anel ósseo. (1 grau de liberdade – uniaxial)

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Condilartrose: Uma superfície oval convexa e uma superfície elíptica (côncava) (2 graus de
liberdade – biaxiais adjacente (3 graus de liberdade – triaxiais)

Enartrose: uma “cabeça” na extremidade de um osso que encaixa num “cálice” côncavo no osso

1.1.3. Tipos de Movimentos Articulares

As articulações apresentam variados movimentos que podem ser descritos, partindo sempre a
posição anatómica, segundo o plano e o eixo em que acontecem.

Movimentos no plano sagital:

Extensão: aumento do ângulo entre dois ossos; move uma parte do corpo em direção

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posterior.

Hiperextensão: movimento de extensão para além da posição anatómica.

Flexão: Diminuição do ângulo entre dois ossos; move uma parte do corpo em direção anterior.

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Movimentos no plano coronal:

Adução: movimento que aproxima o segmento da linha média. Abdução: movimento que
afasta o segmento da linha média.

Movimentos no plano horizontal:

Rotação lateral: movimento no qual a superfície anterior do segmento roda em direção


contrária à linha média do corpo: aspeto anterior do segmento volta-se para o lado externo.

Rotação medial:movimentonoqualasuperfícieanteriordosegmentorodaemdireçãoàlinhamédia
do corpo; aspeto anterior do segmento se volta para o lado interno.

Pronação: movimento do antebraço no qual a palma da mão fica virada para trás (posterior)
Supinação: movimento do antebraço no qual a palma da mão fica virada para a frente
(anterior).

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1.1.4. Movimentos Articulares do Membro Superior/ Membro inferior/ Tronco

Amplitudes articulares do ombro

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)


FLEXÃO 180
EXTENSÃO 0
HIPERESTENSÃO 45
ROTAÇÃO INTERNA 90
ROTAÇÃO EXTERNA 90
ABDUÇÃO 180
ADUÇÃO 0

Amplitudes articulares do cotovelo e antebraço

ARTICULAÇÃO DO COTOVELO
MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)
FLEXÃO 145

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EXTENSÃO 0
ARTICULAÇÃO DO ANTEBRAÇO
PRONAÇÃO 90
SUPINAÇÃO 90

Amplitudes articulares do punho

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)


FLEXÃO 90
EXTENSÃO 70
DESVIO CUBITAL 30
DESVIO RADIAL 20

Amplitudes articulares dos dedos

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)

METACARPO-FALÂNGICA

FLEXÃO 90

EXTENSÃO 45

INTERFALÂNGICA PROXIMAL

FLEXÃO 100

EXTENSÃO 0

INTERFALÂNGICA DISTAL

FLEXÃO 90

EXTENSÃO 0

Amplitudes articulares da anca

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MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)
FLEXÃO 120
EXTENSÃO 0
HIPERESTENSÃO 30
ROTAÇÃO INTERNA 45
ROTAÇÃO EXTERNA 45
ABDUÇÃO 45
ADUÇÃO 35

Amplitude articulares do joelho

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)


FLEXÃO 135
EXTENSÃO 0

Amplitudes articulares do tornozelo

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)


FLEXÃO PLANTAR 50
FLEXÃO DORSAL 20
INVERSÃO 35
EVERSÃO 20

Amplitudes articulares da coluna cervical

MOVIMENTO ARTICULAR AMPLITUDE (GRAUS º)


FLEXÃO 45
EXTENSÃO 60
INCLINAÇÕES LATERAIS 45
ROTAÇÕES 65

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SUBMÓDULO VII

1. SistemaMuscular

1.1. Miologia (Ação Muscular e LocalizaçãoGeral)

A Miologia é a área da anatomia que estuda os músculos e os seus anexos.

Os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e, como já
abordado anteriormente, uma das suas principais características é a contração, propriedade
característica das fibras musculares.

O músculo é composto por vários feixes de fibras musculares chamados de fascículos. Cada
fascículoélimitadoporumafinacamadadetecidoconjuntivo, operimísio. Operimísio é contíguo
com o epimísio que cobre todo o músculo. À volta de cada fibra muscular e preenchendo o
espaço entre elas está o endomísio. A separar cada músculo ou grupo de músculos está
afáscia.

Os músculos esqueléticos são 40 a 50% do peso corporal total (cerca de 600) e são músculos
voluntários.

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A maior parte dos músculos esqueléticos estende-se de um osso para o outro, atravessando
pelo menos uma articulação.
Nos ossos, eles fixam-se através de tecidos conjuntivos muito resistentes: o tendão e
aponevroses. O tendão é um cordão fibroso muito forte, resistente e sem elasticidade.

1.1.1. Classificação

Os músculos classificam-se segundo:

Localização:

Superficiais: Estão logo sob a pele. Exemplo: crânio e face, pescoço e mão. Profundos: São
músculos que se inserem na camada profunda.
Quanto à forma:

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Longos: São predominantes nos membros.
Curtos: Encontram-se articulações com pouca amplitude geralmente. Largos: Encontrados nas
grandes cavidades.
Quanto à disposição das fibras:

Reto: Paralelo à linha média. Transverso: Perpendicular à linha média.


Obliquo: Oblíquo à linha média.
Circular: fascículos dispostos em círculos.
Convergentes: fascículos convergem para um único tendão (peitoral). Quanto à função:
Agonistas: Músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, contraindo
para o produzir.
Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas. Quando o agonista contrai o
antagonista relaxa para deixar produzir o movimento.
Sinergistas: São aqueles que participam no movimento estabilizando as articulações.

1.1.2. Tipos de contraçãomuscular

Existem dois principais tipos de contração muscular: as que não produzem movimento
(isométrica) e as que produzem movimento (isotónicas).

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Na contração isométrica há aumento da tensão muscular, mas não há movimento articular.

Na contração isotónica a tensão muscular faz com que o músculo se contraia ou alongue
provocando alteração no ângulo da articulação. Se essa contração faz com que o comprimento
do músculo diminua o trabalho chama-se concêntrico(ocorrem contra a gravidade). Se a
contração faz com que o comprimento do músculo aumente o trabalho chama-se excêntrico
(a favor da gravidade).

1.1.3. Músculos da cabeça


Os músculos da cabeça são muito importantes e responsáveis pela expressão facial,
mastigação,movimentos da língua, deglutição e movimentos dos olhos.

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Os números correspondem ao (1) temporal, (2) masséter, (3) pterigóideo medial e (4)
pterigóideo lateral.

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Submódulo VIII

1. Músculos do Pescoço

1.1.Superficiais, Cervicais Laterais e Vertebrais Laterais.

Neste subcapítulo eram ser apresentados os músculos do pescoço superficiais, os cervicais


laterais e vertebrais laterais.

Os músculos do pescoço estão divididos em 5 regiões: região anterior, músculos supra-


hioideos, músculos infra-hioideos, região lateral do pescoço e região pré-vertebral.

Na região anterior do pescoço localiza-se o platisma.

Os músculos supra-hioideos são o digástrico, o estiloideo, o miloiódeo e o genioideo.

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Os músculos infra-hioideos são o esternohióideo, esternotireoideo, tireoide e omoioideo.

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Na região lateral do pescoço localiza-se o esternocleidomastóideo, escaleno anterior, escaleno
médio, escaleno posterior e reto lateral da cabeça.

A região pré-vertebral é composta pelos músculos longo da cabeça, reto anterior da cabeça e
longo do pescoço.

1. Músculos do Tronco

1.1. Dorsais, Tórax e Abdominais.

Os músculos dorsais estão divididos em região posterior do tórax, região posterior do pescoço,
goteira vertebral e triângulo suboccipital.
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Da região posterior do tórax fazem parte o trapézio, latíssimo do dorso, romboide, levantador
da escápula, serrátil menos póstero-superior e serrátil menor póstero-inferior.

Na região posterior do pescoço estão o esplênio da cabeça, esplênio do pescoço, semiespinhal


da cabeça, semiespinhal do pescoço e semiespinhal do tórax

A Goteira vertebral é composta pelos eretores da espinha, rotadores, multífidos,


intertransversais e interespinhais.

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O triângulo suboccipital é constituído pelo reto posterior maior da cabeça, reto posterior
menor da cabeça, oblíquo superior da cabeça e oblíquo inferior da cabeça.

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Os músculos do tórax são divididos em região ântero-lateral e região costal.
A região ântero-lateral é composta pelo peitoral maior, peitoral menor, serrátil anterior e
subclávio.

A região costal é constituída pelos intercostais externos, intercostais internos,


levantadores das costelas, subcostais e transverso do tórax.

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Os músculos do abdómen são divididos em região ântero-lateral, região posterior, região
superior e região inferior.

A região ântero-lateral é composta pelo reto anterior do abdómen, Piramidal do abdómen,


oblíquo externo do abdómen, oblíquo interno do abdómen e transverso do abdómen.

A região posterior é constituída pelo quadrado lombar, iliopsoas e psoas menor

Na região superior encontra-se o diafragma.

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Na região inferior estão o levantador do ânus e isquiococcígem.

Submódulo IX

1. Músculos dos Membros Superiores

1.1. Cintura Escapular, Coifa de Rotadores, Braço, Ante-braço e Mão

Os músculos que fixam a escápula ao tórax incluem o trapézio, o levantador da escapula, o


ramboide maior, ramboide menor, serrátil anterior e peitoral menor.

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Os músculos mais superficiais que fazem mover o ombro são o peitoral, trapézio, deltoide e
grande dorsal.

A coifa dos rotadores é um conjunto de músculos e tendões que envolvem a


articulaçãodoombroequetêmcomofunçãocentralizaracabeçadoúmeroemfrente à omoplata e
permitir a mobilização do ombro. Os principais músculos da coifa de rotadores são o
supraespinhoso, o infraespinhoso, o pequeno redondo e o subescapular.

As suas principais funções são:

• Centralizar e baixar a cabeça umeral;

• Potencializar as rotações da articulação glenoumeral;

• Estabilizar a articulação glenoumeral;

• Proporcionar um compartimento fechado importante para a nutrição articular.

Os principais músculos do braço são os bíceps braquial, braquial anterior, coracobraquial,


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coracobraquial e tríceps braquial. Na região anterior encontram-se os bíceps braquial, braquial
anterior e coracobraquial.

Na região posterior encontra-se o tríceps braquial.

Os músculos do antebraço são divididos em 3 regiões: anterior, lateral e posterior.

Na região anterior existem 4 camadas. Na 1º camada temos o pronador redondo, o flexor


radial do carpo, palmar longo e flexor unlar do carpo.

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Na 2ª camada está o flexor superficial dos dedos.

3ª camada o flexor profundo dos dedos e o flexor longo do polegar.

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Na 4º camada o pronador quadrado.

Na região posterior existe a camada superficial e a camada profunda. Na camada superficial


está o extensor dos dedos, o extensor do 5º dedo, o extensor unlar do carpo e o ancôneo.

Na camada profunda está o abdutor longo do polegar, o extensor curto do polegar, o extensor
longo do polegar e o extensor do 2º dedo.

Na região lateral encontram-se o braquirradial, o extensor radial longo do carpo, extensor


curto do carpo e o supinador.

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Relativamente aos músculos das mãos eles são divididos em 3 regiões: região palmar lateral
(tenar), região palmar medial (hipotenar) e região média.

Na região palmar lateral (Tenar) estão os músculos abdutor curto do polegar, flexor curto do
polegar, oponente do polegar e adutor do polegar.

Na região palmar medial (hipotenar) estão o palmar curto, abdutor do mínimo, flexor curto do
mínimo e oponente do mínimo.

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Na região palmar média estão os lumbricais, os interósseos palmares e os interósseos dorsais.

2. Músculos dos Membros inferiores

2.1. Anca, Coxa, Perna e Pé

Os músculos da Anca são o glúteo máximo, o glúteo médio, o glúteo mínimo, o piriforme, o
gémeo superior, o obturatório interno, o gémeo inferior, obturatório externo e o quadrado
femoral.

Os músculos da coxa dividem-se em 3 regiões: região antero-lateral, região posterior, região


póstero-medial.

Na região antero-lateral estão o tensor da fáscia lata, o sartório e os quadríceps.

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Na região posterior encontram-se os bíceps femoral, semitendinoso, semimembranáceo.

Na região póstero-medial está o grácil, pectíneo, adutor longo, adutor curto e adutor magno.

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Os músculos da perna são divididos por região anterior, região lateral e região posterior.

A região anterior contém os músculos tibial anterior, extensor longo dos dedos, extensor
longo do hálux e fibular terceiro.

A região laterial é composta pelo fibular longo e fibular curto.

A região posterior subdivide-se em camada superficial e camada profunda.

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A camada superficial contém o gastrocnémio medial, gastrocnémio lateral, sóleo e plantar delgado.

A camada profunda da região posterior da perna é composta pelo músculo poplíteo, flexor
longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior.

Os músculos do pé são agrupados em 4 regiões: plantar medial, plantar lateral,planar média e


dorsal. Na região plantar média encontram-se o abdutor do hálux, flexor curto do hálux e
adutor do hálux. Na região plantar lateral o abdutor do mínimo, flexor curto do mínimo e
oponente domínimo.
Na região plantar média existem o flexor curto dos dedos, quadrado plantar, os lumbricais, os
interósseos plantares e os interósseos dorsais.

A região dorsal é composta pelo extensor curto dos dedos e extensor curto do hálux.
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SUBMÓDULO X

A Fisiopatologia é um ramo da medicina que se dedica ao estudo dos mecanismos pelos quais
se originam as mais variadas doenças, isso permite explicar porque ocorrem os sintomas e as
diversas manifestações.

1. Definição de Saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-
estar físico,mental e social e não somente ausência de afeições e enfermidades”. Direito
social,inerente à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de
religião, ideologia política ou condição sócio-económica a saúde é assim apresentada como
um valor coletivo,um bem de todos.

Numa publicação de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) reforça esse conceito,
apontando quatro condições mínimas para que um Estado assegure o direito à saúde ao seu
povo: disponibilidade financeira, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade do serviço de
saúde públicado país.

2. Definição de Doença

A doença pode ser vista como uma alteração ou desvio do estado de equilíbrio de uma pessoa
com o meio ambiente. A doença pode ser aguda ou crónica e manifestar-se, ou não, através
de sinais e sintomas. Os sinais são aquilo que é passível de ser visto, por exemplo, a palidez, a
sudorese, o rubor, os tremores. Os sintomas são aquilo que apenas a pessoa consegue sentir,
por exemplo, as náuseas, o calor, a fome e a dor.

3. Dor

Significado do termo: provem do latim “dolore” que significa sofrimento; Na língua inglesa
deriva no gredo “poiné” que significa pena; É aquilo que a pessoa diz que é.

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A Associação internacional para o estudo da dor descreve a dor como uma experiência
sensorial e emocial desagradável, associada a lesão atual ou potencial dos tecidos corporais. É
um fenómeno de saúde que pela complexidade física e psicológica não é fácil de avaliar e de
medir.

A dor representa um sinal vital para a integridade do indivíduo e é fundamental para o


diagnóstico e monitorização de inúmeras patologias, mas não deve ser causa de sofrimento
desnecessário. Esta pode ser classificada de acordo com a sua disposição temporal ,isto é, a
duração, em aguda e crónica.

Dor Aguda–dopontodevistabiológicoémuitoimportanteporqueentreoutroaspetosdesempenha
um sinal de alerta. Desaparece se a causa desaparecer.

Dor Crónica – Persiste para além de um período considerado normal para a resolução do
problema que a originou.

Existem vários tipos de dor:

A avaliação da dor é complexa pela subjetividade da mesmo. Consoante a pessoa que


pretendemos avaliar devemos selecionar qual a escala mais adequada.

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Escala Visual Analógica:

Escala Numérica:

Escala Qualitativa:

Escala de Faces:

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Behavioral Pain Scale:

Um dos objetivos da monitorização da dor é verificar se a nossa atuação a diminui. Existem


inúmeras estratégias não farmacológicas devidamente comprovadas para diminuir a dor como
as: cognitivo comportamentais onde se ajuda a pessoa a alterar as suas perceções da dor,
gerar pensamentos adaptativos, desenvolver habilidades para controlar/gerir a dor e o stress,
aumentar a sensação de bem-estar e diminuir a atenção prestada à dor; Físicas através da
aplicação de frio/calor para respetivamente diminuir a inflamação e promover o relaxamento
muscular, através do exercícios promovendo alongamento e minimizam a rigidez articular,
através da imobilização que é apropriado para o recuperação pós-lesão, através da massagem
que facilita o relaxamento e diminui a tensão muscular; Suporte emocional com recurso ao
toque terapêutico e ao conforto que promovem apoio e segurança para a pessoa.

4. Fisiopatologia Músculo-Esquelética

4.1. Fases da Reparação Tecidual

Fases do processo de cicatrização:


As Fases de cicatrização geralmente sucedem-se, mas pode haver uma sobreposição das fases
em diferentes localizações da ferida, bem como o tempo de duração de cada uma das fases
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variar de acordo com múltiplos fatores. O processo é promovido pela lesão dos tecidos que
por sua vez indicia os “fatores de crescimento celular”.

1. Fase vascular ou de Hemostase– vai de segundos a horas

Nas feridas crónicas a fase vascular pode estar ausente. Se a ferida sangra, para parar a
hemorragia, os vasos sanguíneos contraem-se devido ao próprio músculo liso vascular
(contração miogénica) ou por libertação de catecolaminas do Sistema Nervoso Simpático
desses vasos (contração neurogénica). Esta contração dura no máximo um minuto, tempo
para conter a perda de fluido sanguíneo e iniciar o processo de coagulação.

Este processo é acelerado pela agregação plaquetária e libertação de vários fatores de


crescimento necessários à reparação da ferida. A coagulação é precedida por uma complexa
reação em cadeia denominada de “cascata da coagulação” que leva à formação do
coágulo,cujo principal constituinte é a fibrina, capaz de reter outras células sanguíneas. Esta
“secagem gradual” leva à formação da crosta da ferida, ao mesmo tempo que a vasodilatação
periférica começa a correr.

2. Fase inflamatória:feridas limpas esta fase pode durar cerca de36h.

1) Libertação de histamina e outros mediadores em resposta ao tecido danificado;

2) Vasodilatação dos vasos sanguíneos intactos;

3) Aumento do fluxo sanguíneo que irá traduzir - se em calor e rubor;

4) Aumento da permeabilidade dos capilares;

5) Um fluido rico em proteínas passa para o espaço intersticial;

6) Edema local = edema e consequente dor;

7) Neutrófilos, Polimorfos, mastócitos e macrófagos sã olibertados no local d lesão como resposta aos

agentes agressores.

A fase inflamatória é vital para estimular as fases seguintes, daí a dificuldade de cicatrização
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nos doentes imunodeprimidos.

Fase ‘destrutiva’ - 1-6 dias [fase constituinte da fase inflamatória]

Limpeza do leito da ferida de tecido morto / desvitalizado.

1º Neutrófilos (fagocitose, 6h depois do traumatismo até dois a três dias), 2º monócitos


(surgem devido à libertação dos fatores de crescimento) e ao amadurecerem dão lugar aos
macrófagos (48h depois do trauma), grandes responsáveis pelo processo de cicatrização.

Polimorfos – Responsáveis pela fagocitose, eliminam as bactérias.

Macrófagos – Estimulam a formação de fibroblastos, que por sua vez estimulam a produção
de colagénio, destroem as bactérias e removem o tecido desvitalizado e o excesso de fibrina,
produzem fatores que estimulam a angiogénese.

Os polimorfos e os macrófagos diminuem a sua atividade com uma descida da


temperatura ,inibem a sua atividade com a hipoxia e com pobre perfusão sanguínea.

3. Fase proliferativa- 3-24dias

Os fibroblastos estimulam a produção de colagénio e uma substância subjacente. Essa


substância provoca uma inflamação subjacente. A angiogénese promove a eliminação de
coágulos de fibrina e formação de uma neovascularização (capilares) devido à presença de
enzimas específicas. O colagénio e neovascularização resultantes produzem circunvalações de
capilares (muito frágeis e facilmente danificáveis),suportados pela substância subjacente,
resultando no tecido de granulação.

Esta fase torna-se mais lenta com a idade da pessoa. A vitamina C é essencial para a síntese de
colagénio.

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Fase de maturação- 24-365dias
A ferida fica preenchida por novo tecido conjuntivo pelos seguintes processos:

- Contração E Remodelação do tecido

A ferida sofre um processo de contração, por meio de um movimento centrípeto de toda a


espessura da pele circundante, reduzindo a quantidade e o tamanho da cicatriz de forma
desordenada.

A maturação da ferida tem início durante a 3ª semana e caracteriza-se por um aumento da


resistência, sem aumento na quantidade de colágeno. Há um equilíbrio de produção e
destruição das fibras de colagénio neste período, por ação da colagenase.

A cicatriz é o produto final da cicatrização da ferida sendo uma massa de colagénio


relativamente avascular e acelular que serve para restaurar a continuidade celular e algum
grau da função e da força tensil. No entanto, a força de uma cicatriz permanece inferior à do
tecido normal, mesmo muitos anos após a lesão, e nunca é restaurada.

SUBMÓDULO XI

1. Lesões daArticulações

1.1. Entorse

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As entorses ocorrem quando a amplitude do movimento articular é excedida, causando dano
aos tecidos de estabilização, hemorragia e edema. Há, portanto, estiramento dos ligamentos
sem separação da superfície articular.

Tipos de entorses:

1- Leve ou de primeiro grau: estiramento de algumas fibras do ligamento, sem limitação

funcional;

2- Moderada ou de segundo grau: estiramento de algumas fibras e rotura de outras, com

limitação funcional;

3- Grave ou de terceiro grau- rotura do ligamento, com incapacidade funcional total;

4- Entorse com avulsão ligamentar- rotura no ponto de inserção óssea, com incapacidade

funcional total.

Sinais e Sintomas nas entorses: dor à movimentação e carga sobre a articulação com inicio até
às primeiras 6 horas após o trauma, edema no local, equimose mais tardia no local e
instabilidade articular quando há rotura do ligamento.

Ações após a entorse:Parar a atividade, Crioterapia, Imobilização e elevação do membro e


procurar observação médica.

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1.2. Luxação

Ocorrem quando há separação da superfície articular, onde os ossos não mantém mais
contato entre si, desarranjando a anatomia da articulação. Pode haver rotura da cápsula
articular e da membrana sinovial e lesão das partes moles adjacentes.

Sinais e sintomas nas luxações: dor extrema no momento do impacto , que diminui com
imobilização e se agrava com o movimento; Incapacidade articular total devida a perda das
relações articulares, dor, contratura muscular e edema dos tecidos periarticulares.

Diagnóstico das Luxações: Deformidade, atitude viciosa, edema, equimose, relação anormal
das superfícies articulares e assimetria.

Quando estamos perante alguém que fez uma luxação deve pedir-se de imediato para não
mobilizar a articulação e dirigir-se para um local onde seja realizada observação médica.
Possivelmente ir ficar com a articulação imobilizada pelo menos 6 semanas.

1.3. Fibrocartilagem (menisco)

Os meniscos são fibrocartilagens semilunares que preenchem parcialmente o espaço entre as


superfícies articulares, que estabilizam e participam da lubrificação da articulação e absorvem
choques entre a tíbia e o fêmur.

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Há 2 meniscos, medial ou interno e lateral ou externo. Lesões do menisco medial são 5 vezes
mais frequentes.

Sinais e Sintomas na lesão do menisco medial:Dor do lado interno do joelho, travamento,


bloqueando a flexão e extensão completes e derrame articular, algumas vezes, pós-esforço.

Dignóstico da lesão do menisco medial: Dor do lado interno do joelho ,dor durante
hiperextensão ou hiperflexão, dor durante rotação externa do pé, fraqueza ou atrofia do
quadríceps e artroscopia.

Sinais e Sintomas na lesão do menisco Lateral:Dor do lado externo do joelho com esforço,
travamento bloqueando a flexão e extensão completes, dor durante hiperextensão ou
hiperflexão e derrame articular.

Dignóstico da lesão do menisco Lateral: Dor do lado externo do joelho, dor durante
hiperextensão ou hiperflexão, dor durante rotação interna do pé, fraqueza ou atrofia do
quadríceps e artroscopia.

O tratamento de lesões de menisco passam por exercícios de fortalecimento dos quadrícipeds


ou cirúrgia.

2. Lesões do Osso

2.1. Fraturas

As fraturas podem ser definidas como uma ruptura parcial ou total do osso e podem ser
classificadas em abertas ou fechadas, de acordo com o lesionamento da pele ou não. Uma
fratura fechada é quando não ocorre o rompimento da pele, já a exposta é quando a pele é
rompida e o osso apresenta-se exposto. Por existir maior possibilidade de infecção, a fratura
exposta é considerada mais perigosa que a fratura fechada.

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As fraturas geralmente ocorrem em virtude de algum impacto, queda ou esmagamento, sendo
essa ultima normalmente associada à lesão de tecidos moles. Esses traumas não precisam
ocorrer de forma violenta para que a lesão aconteça, pois pequenos tombos, por exemplo,
podem gerar fraturas. Idosos são os mais propensos a apresentar rutura dos ossos,
principalmente em razão da sensibilidade dessas estruturas.

Além das fraturas ocasionadas por traumas, existem as patológicas e as causadas por stresse.
As fraturas patológicas são resultantes de esforços leves, que normalmente não causam
alterações ósseas, e ocorrem, algumas vezes, de maneira espontânea. Elas acontecem em
virtude da fraqueza dessa estrutura em consequência de uma osteoporose ou até mesmo de
um cancro nos ossos. As fraturas por stresse, por sua vez, ocorrem como resultado de uma
pressão frequente e repetitiva, sendo muito comuns em atletas. Elas comumente atingem os
membros inferiores.

As fraturas são facilmente percebidas, seja pelo aparecimento dos ossos através da pele
(fratura exposta) ou pela dor. Todas as fraturas provocam dor, que podem ocorrer de forma
espontânea ou quando é realizada a palpação do local. Além disso, dificuldade em
movimentar o membro acometido ou deformidades que caracterizam a quebra dos ossos
podem ser percebidas. A realização de exames radiológicos confirma o diagnóstico de fraturas.

Ao perceber que algum osso foi fraturado, é importante imobilizar imediatamente o membro
lesionado. Essa ação, além de evitar agravamento do quadro, ajuda a diminuir a dor. Em caso
de fratura exposta, é fundamental que o local seja coberto com um pano limpo e o paciente
seja levado imediatamente para o hospital. Nesse tipo de lesão, o risco de contaminação é
muito grande, por isso, são necessários cuidados adicionais.

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SUBMÓDULO XII

1. Lesões no Ligamento

As lesões nos ligamentos ocorrem por impacto no lado lateral do joelho ou medial do pé,
impacto no lado medial do joelho ou lateral do pé, impacto resultando em
hiperextensãoouhiperflexãodojoelhoouimpactodetorçãosem contacto corporal.

Os sinais e sintomas nas lesões dos ligamentos são dor extrema no momento do impacto , que
diminui em seguida, recorrente com o movimento, edema articular e derrame logo após a
lesão e instabilidade articular.

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O diagnóstico deste tipo de lesões é feito através da análise do mecanismo da lesão, inspeção
e palpação, teste de amplitude dos movimentos, exame de estabilidade, exame do líquido em
casos de derrame extenso, artroscopia e ressonância magnética. O tratamento destas lesões
passa por repouso, imobilização e cirurgia.

2. Lesões Musculares

O estiramento e rotura muscular são tipos de lesões musculares. As lesões musculares são das
mais frequentes no desporto, afetando praticantes amadores e atletas profissionais.Com
frequência, elas resultam de um processo de fadiga muscular, sobretudo em corredores de
longa distância.

As lesões musculares resultantes de atividades desportivas podem depender de fatores


intrínsecos, relacionados com as características individuais e biológicas, e fatores extrínsecos,
relacionados com o meio ambiente (piso de corrida, equipamento desportivo, condições
climáticas,etc.).

As corridas de longa distância tendem a causar lesões intrínsecas, como as tendinopatias,


bursites, fasceites, fraturas de stress e lesões musculares. As lesões musculares afetam os
corredores principalmente durante os treinos de velocidade. Os atletas de competição podem
apresentar maior predisposição para este tipo de lesão pela alta intensidade dos seus treinos.

O estiramento muscular é uma lesão indireta frequente entre os corredores. Resulta de um


alongamento excessivo das fibras musculares para lá da sua capacidade normal de trabalho,
decorrente de ciclos intensos de contração e relaxamento do músculo envolvido. Os músculos
posteriores da coxa, os músculos gémeos, a musculatura interna da coxa e o músculo anterior
da coxa são os mais suscetíveis a esta lesão, também conhecida por distensão muscular.

Os estiramentos tendem a ocorrer na junção entre o músculo e o tendão, que corresponde à


área de menor resistência do músculo, ou na inserção do tendão no osso. Contudo, podem
ocorrer noutras localizações.
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A classificação das lesões musculares tem variado ao longo do tempo e, de um modo geral,
baseia- se na gravidade da lesão, na quantidade de tecido afetado e na perda funcional. Deste
modo, consideram-se 3 categorias: grau 1, onde não existe lesão muscular apreciável; grau 2
com lesão muscular e redução na força muscular; grau 3, com rotura completa e total perda
de função do músculo afetado.

Os sinais e sintomas dependem do grau da lesão:

Grau I – estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (< 5% do músculo). A


dor ocorre num ponto específico, surge durante a contração muscular contra uma resistência
e pode estar ausente durante o repouso. O edema pode estar presente, mas, de um modo
geral não é evidente. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a
resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração
das fibras é relativamente rápida.

Grau II– o número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores( > 5 e < 50 % do
músculo), com as mesmas características da lesão de primeiro grau, porém com maior
intensidade. Acompanha-se de dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais
acentuado e redução da função muscular. A resolução é mais lenta.

Grau III - ocorre uma rotura completa do músculo ou de grande parte dele (> 50% do músculo),
resultando numa importante perda da função com presença de um defeito palpável. A dor
pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O
edema e a hemorragia são grandes.

Uma rotura completa é muito rara, sendo as roturas subtotais mais frequentes.

O tratamento passa por aplicação de gelo na região afetada em ciclos de 10 a 15 minutos,


através de bolsa envolvida por tecido fino para proteção da pele, e o recurso a uma
compressão do local atingido são importantes medidas de tratamento. O membro deve
permanecer elevado e em repouso, devendo o período de imobilização ser o mais curto
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possível de modo a se evitar a perda de força muscular e de sensibilidade do movimento.

Na prevenção, como regras gerais, o aquecimento é crucial em qualquer idade, bem como a
utilização de equipamento adequado.

3. Lesões no Nervo

Existem diferentes tipos de lesões no nervo.

A neuropraxia é considerada lesão de primeiro grau e é decorrente de um bloqueio da


transmissão do impulso nervoso no local lesado, geralmente causado por um processo de
compressão intrínseca ou extrínseca, de curta duração e que provoca uma anóxia local nos
neurônios, por compressão dos vaso sanguíneos.

Esse tipo de bloqueio de condução é considerado fisiológico (alterações bioquímicas), pois a


estrutura macroscópica do nervo está praticamente preservada, porém no local da lesão
pode-se verificar um edema e posterior adelgaçamento da fibra nervosa, com desmielinização
focal.

A condução nervosa está preservada tanto acima como abaixo do local da lesão, não
ocorrendo degeneração walleriana, possibilitando que haja resposta muscular a um estímulo
elétrico aplicado distalmente ao local da lesão. Esse bloqueio à condução do estímulo pode ser
parcial ou completo, e por causa disso poderá ocorrer uma resposta diminuída ou até mesmo
não ocorrer resposta motora à estimulação proximal à lesão.

Na neuropraxia a função motora é mais comprometida que a sensorial e as sensibilidades


conduzidas por fibras mais grossas (propriocepção e tato) são mais atingidas do que as que
são conduzidas por fibras finas (dor e temperatura), colaborando com o comprometimento
local da bainha de mielina.

Quando o processo compressivo é retirado, o processo de remielinização acontece e a


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condução nervosa volta a aparecer em aproximadamente 6 semanas, com recuperação
completa da função.

Alguns exemplos de neuropraxia são as paralisias parciais do nervo fibular que podem
aparecer após uma longa permanência das pernas cruzadas, as paralisias do cordão posterior
do plexo braquial ou do nervo radial resultante do apoio prolongado da cabeça sobre o
encosto de uma cadeira e a paralisia do nervo interósseo dorsal por compressão ao dormir
com a cabeça apoiada sobre o antebraço.

A axonotmese é considerada uma lesão de segundo grau e é caracterizada pela degeneração


walleriana distalmente ao local da lesão e, em pequena extensão, proximalmente à lesão, com
adelgaçamento dos axônios em alguns centímetros do coto proximal.

Geralmente ela acontece por uma compressão mais intensa ou mais prolongada, das
arteríolas e da drenagem venosa neural, causando um aumento da pressão intraneural
suficiente para bloquear totalmente a passagem dos influxos de nutrientes através do
axoplasma.

Essa compressão desencadeia o processo degenerativo do axônio, chamada de axonotmese, e


da bainha de mielina, porém com preservação do tubo do endoneuro.

Nesse tipo de situação não se observa resposta muscular à estimulação do segmento do nervo
proximal à lesão, mas a estimulação do segmento distal pode provocar resposta motora por
alguns dias, e depois desaparece.

O quadro clínico da axonotmese é uma paralisia sensitiva e motora completa. Por causa da
redução do calibre axonal a velocidade de condução está diminuída do segmento proximal à
lesão.

Se a compressão for removida ocorre a regeneração axonal e da bainha de mielina, com


recuperação espontânea da lesão. O processo de regeneração é variável, podendo durar de
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semanas a meses, principalmente dependendo da distância a ser percorrida pelo axônio entre
o local da lesão e o órgão efetor, além de outros fatores.

Como na axonotmese os tubos do endoneuro estão preservados, a regeneração de cada


axônio ocorre dentro de seu respetivo tubo, o que garante a reinervação das estruturas
dentro do padrão original, garantindo uma recuperação completa da lesão.

A neurotmese compreende as lesões de terceiro a quinto grau, em que há algum


comprometimento da estrutura da sustentação conjuntiva do nervo associada à lesão axonal.

Lesão de terceiro grau: acontece dentro do fascículo nervoso, onde o tubo do endoneuro
também é secionado.

Lesão de quarto grau: ocorre quando o fascículo é gravemente comprometido ou secionado,


com ruptura do perineuro.

Lesão de quinto grau: apresenta ruptura completa do tronco nervoso, incluindo o epineuro.

Nesse tipo de lesão, por causa do comprometimento do arcabouço conjuntivo de sustentação,


pode se verificar a perda da continuidade das fibras nervosas, uma reação inflamatória ao
trauma e a formação de tecido cicatricial dentro do fascículo ou do tronco nervoso,
dificultando a regeneração axonal.

Nas lesões de terceiro grau os axónios podem entrar num tubo endoneural que leva a uma
terminação aferente ou a músculo diferente do habitual, ou a diferentes músculos ao invés de
um único. Esse problema pode levar à perda da função do nervo.

Um exemplo desse problema é a sincinesia (movimento involuntário que acompanha um


movimento voluntário), observada na regeneração do nervo facial, principalmente as que são
associadas às anastomoses hipoglosso-facial ou acessório-facial.

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Resumindo, sempre que o tubo endoneural for afetado, a regeneração poderá ser errática.

Nos tipos de lesões em que há problema de continuidade da parte ou de todo o arcabouço


conjuntivo de sustentação, as fibras em regeneração não conseguem encontrar um caminho
para percorrer, formando um enovelado no local da lesão, que junto com a proliferação do
tecido conjuntivo e das células de Schwann foram um abaulamento local, chamado de
neuroma.
Se a lesão for de quinto grau pode-se verificar a separação dos cotos do tronco nervoso. No
coto proximal forma-se um neuroma clássico, e no coto distal forma-se um abaulamento
menor chamado de glioma.

Nas lesões de terceiro e quarto grau no nervo permanece em continuidade por causa da
preservação do perineuro ou epineuro. No local da lesão forma-se um outro tipo de
abaulamento denominado neuroma em continuidade, que será menor ou maior de acordo
com a gravidade d alesão.

As causas da lesão no nervo são: contusão, laceração, estiramento, tração, compressão,


isquemia, choque elétrico e injeção de drogas.

Sinais e sintomas:

 A lesão aguda tem como característica a perda da sua função normal, e isso depende do
tipo de nervo lesado (motor ou sensorial) e do local da lesão.
 Caso o comprometimento seja muscular os sintomas podem ser fraqueza ou paralisia. Se
o comprometimento for sensorial, os sintomas podem ser a parestesia e ador.

O tratamento passa por exercícios de alongamento, fortalecimento e reeducação sensorial.

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SUBMÓDULO XIII

1. Lesões de sobrecarga

1.1 Tendão

Os tendões são estruturas de tecido conjuntivo que unem um músculo a um osso,


transmitindo a força gerada pelo músculo à estrutura óssea.

No desporto, os tendões podem sofrer diversos tipos de lesões, como as roturas traumáticas,
traumatismos indiretos relacionados com a vascularização, doença inflamatória associada e
idade ou lesões microtraumáticas de sobrecarga.

De facto, as tendinopatias são muito comuns e são das lesões mais relatadas tanto em
ambiente de trabalho como no desporto.

Nos últimos 20 anos, a atividade desportiva tem aumentado nas sociedades modernas e as
exigências no desporto profissional são crescentes, com treinos mais intensos e frequentes e,
portanto, com maior risco de lesões por excesso de uso.

De igual modo, nos desportos amadores, existem muito mais participantes, que tendem a
começar a treinar mais novos, e mais mulheres. Em muitos casos, o equipamento não é o mais
adequado e não existe um acompanhamento profissional, daí resultando um risco mais
elevado de desenvolvimento de uma tendinopatia. Cada desporto e cada atividade tenderão a
afetar uns tendões mais do que outros.

Há poucos anos, o termo “tendinite” era amplamente utilizado para descrever a dor localizada
num tendão. De facto, a tendinopatia traduz-se pela presença de dor, sensibilidade ao toque,
inchaço e limitação dos movimentos na região afetada.

O termo “tendinose” tem sido utilizado para descrever uma alteração degenerativa de um
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tendão sem sinais inflamatórios. A distinção entre tendinite e tendinose é difícil, porque os
sintomas são muito semelhantes, mas é importante de modo a que o tratamento possa ser o
mais apropriado.

Embora se associe a tendinite a um processo doloroso com sensação de ardor na área afetada,
perda de força e flexibilidade, esses sintomas são muitas vezes causadas por uma tendinose.

Uma tendinite é a inflamação de um tendão e resulta da ocorrência de micro-roturas sempre


que o músculo e tendão respetivo são submetidos a cargas muito intensas e aplicadas de um
modo súbito.

Uma tendinose é um processo degenerativo do colagénio de um tendão como resposta a um


excesso de uso crónico. Quando esse excesso de uso é mantido sem que o tendão tenha
tempo para repousar e cicatrizar, ocorre tendinose. Mesmo movimentos de pequena
amplitude, como clicar o rato do computador, podem causar tendinose, desde que executados
de um modo repetido.

Muitas vezes, uma lesão de um tendão apresenta na fase inicial um componente de


inflamação ao qual se segue o processo de degeneração. Como tal, as duas entidades podem,
em alguns casos, estar interligadas.

A tendinose pode resultar de longas horas de atividades, como o desporto, uso de


computadores ou instrumentos musicais ou outras atividades manuais.

Existem diversos fatores de risco para a ocorrência de lesões dos tendões, como as
deficiências de alinhamento, as diferenças de comprimentos dos membros, os desequilíbrios
musculares, a hipermobilidade ou a rigidez muscular, os erros no treino, tanto na intensidade
como na técnica, a fadiga, o piso e o tipo de calçado e de equipamento,

O uso de antibióticos da família das quinolonas aumenta o risco de lesões dos tendões.

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A confusão entre as duas entidades é comum e muitas lesões descritas como tendinites são,
na realidade, tendinoses. Por exemplo, “o cotovelo de tenista”, tradicionalmente descrito
como uma tendinite, apresenta características que permitem classificá-lo como uma
tendinose.

A distinção entre os dois quadros é possível mediante recurso à ecografia ou à ressonância


magnética, que permitem demonstrar a solução de continuidade no colagénio dos tendões,
no caso das tendinoses. Contudo, de um modo geral, estas lesões são diagnosticadas com
base nos elementos de natureza clínica.

O tratamento das tendinoses inclui o repouso, um ajustamento na postura no local de


trabalho e no desporto, uso de suporte apropriado para o tendão afetado, manutenção da
execução de movimentos com o músculo envolvido associados a alongamentos para impedir a
retração muscular e estimular a cicatrização, uso de gelo durante períodos de 15-20 minutos
várias vezes por dia com intervalos de, pelo menos, 45 minutos, exercícios de alongamentos
realizados lentamente, estimulando a produção de colagénio e sessões de massagens para
estimular a circulação e a atividade celular.

Uma correta nutrição, incluindo vitamina C, manganésio e zinco, é importante para a


produção de colagénio. A vitamina B6 e a vitamina E também contribuem para a saúde dos
tendões.

Os medicamentos anti-inflamatórios e as injeções de corticoides podem acelerar o processo


degenerativo e tornar o tendão mais suscetível a novas lesões, com risco mais elevado de
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rotura e, como tal, não devem ser utilizados no tratamento das tendinoses.

1.2 Bursa

Bursite é a inflamação da bolsa sinovial, uma estrutura cheia de líquido que se localiza entre
um tendão e a pele ou entre um tendão e o osso, com função de amortecimento, e auxílio no
deslizamento dos tecidos e sua nutrição.

A ocorrência de bursite é mais comum nos ombros, cotovelos e quadril. Mas ela também pode
ocorrer nos joelhos, calcanhares e no dedão do pé, além de outras articulações. Em geral,
bursite ocorre perto das articulações que realizam movimentos repetitivo.

A causa mais comum de bursite é a repetição de movimentos em determinadas articulações


ou posições que possam causar danos às bursas. Isso pode acontecer nas seguintes situações:

 Lançar bolas ou levantar algo sobre sua cabeça repetidamente

 Apoiar-se em seus cotovelos por longos períodos de tempo

 Ajoelhar-se por períodos longos de tempo

 Ficar muito tempo sentado, principalmente sobre lugares pouco confortáveis e com

superfícies duras
 Algumas bursas, como no joelho e cotovelo ficam logo abaixo da pele. São esses os

locais do corpo com maior risco de traumas que podem ocasionar à bursite.

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Uma pessoa com sintomas de bursite pode notar:

 Dor nas articulações e sensibilidade ao pressionar a região ao redor da articulação;

 Rigidez e dor ao mover a articulação afetada;

 Edema, calor ou rubor na articulação, principalmente quando relacionadas a infeção.

Para o tratamento recorre-se exercícios para fortalecer os músculos na área afetada para
aliviar a dor e prevenir a reincidência da bursite

1. Fisiopatologia do idoso

1.1 Artroplastia da Anca

A operação consiste na substituição da superfície articular do acetábulo e do fémur por


materiais artificiais. A intervenção pode ser executada de vários modos e por várias
abordagens.

Tipos de próteses mais usadas:

Charnley e Muller–são próteses utilizadas nas artroplastiastotais, onde é substituído o


componente acetabular e femoral.

Thompson e Bipolar – são próteses utilizadas nas artroplastias parciais, onde apenas é
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trocado o componente femoral preservando o acetábulo.

As próteses da anca são colocadas em pessoas com coxartroses que se manifestam por dor,
perda de mobilidade e claudicação da marcha. Após a colocação da prótese não se devem
realizar movimentos de flexão da coxofemoral acima dos 90º, Adução e rotações.

1.2. Osteoporose, Alzheimer, Parkinson

Estes temas serão apresentados pelos formandos.

2. Fisiopatologia Vascular

2.1 Úlceras de Pressão

As lesões por pressão formam-se apartir de pele e/ou tecido anteriormente viável e que por
ação da pressão não aliviada ou de uma combinação entre esta e forças de torção, pode
conduzir à necrose tecidular.

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SUBMÓDULO XIV

1. Fisiopatologia Reumática

1.1 Osteoartrose

A osteoartrose é uma doença que atinge,fundamentalmente,a cartilagem articular, que é um


tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre
si. A cartilagem articular é nutrida pelo líquido articular ou líquido sinovial. Este líquido
articular, que é muito viscoso, contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus
movimentos, e permitindo que nas articulações saudáveis as cartilagens deslizem umas sobre
as outras sem atrito, isto é, sem desgaste. A cartilagem articular é constituída por células
chamadas condrocitos, água e por substâncias proteicas produzidas por estas células e
chamadas, respetivamente, proteoglicanos e fibras decolagénio.

Na osteoartrose os condrocitos vão morrendo e produzem menor quantidade de


proteoglicanos e de colagénio. Em consequência disto a cartilagem articular ulcera e o osso
que está por debaixo da cartilagem,chamado osso sub-condral, reage, espessando-se e dando
origem a excrescências ósseas chamadas osteófitos. Os osteófitos são conhecidos entre o
grande público pelo nome de "bicos de papagaio", porque alguns deles, ao raio-X, dão
imagens que lembram precisamente o bico de um papagaio.

Os principais sintomas da osteoartrose são a dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em


fases mais avançadas, as deformações. A dor tem um ritmo isto é,um modo de ser ao longo do
dia, que se convencionou chamar mecânico. O ritmo mecânico é caracterizado pelo facto das
dores se agravarem ao longo do dia, com os movimentos e com os esforços, e melhorarem
quando a pessoa repousa, em particular quando se deita. Regra geral, as pessoas com
osteoartrose não têm dores durante a noite e dormem bem, embora em alguns casos muito
avançados de artroses das ancas e dos joelhos, as dores possam também surgir durante a
noite. A rigidez surge sobretudo, ao iniciar os movimentos, como por exemplo, na pessoa que
está sentado e se levanta e surge, também, de manhã ao acordar. A rigidez da osteoartrose é
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de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos. A limitação de movimentos pode surgir
precocemente, ao contrário do que acontece com as deformações que, em regra, são tardias.

Os objetivos do tratamento da osteoartrose são aliviar e, se possível, suprimir as dores,


melhorar a capacidade funcional ,isto é, aumentar a mobilidade das articulações atingidas e
evitar a atrofiados músculos relacionados com as referidas articulações e, finalmente, impedir
o agravamento das lesões já existentes. A osteoartrose não se trata apenas com
medicamentos e reabilitação.

O envolvimento da pessoa é indispensável, e sem ele o plano terapêutico não tem


êxito.Constituem medidas básicas do tratamento a educação do doente, o repouso relativo e
o plano de exercícios.

Numa doença crónica por excelência, como é a osteoartrose, doente não educado, é doente
que não vai, seguramente, seguir ao longo de toda a vida a estratégia terapêutica planificada
pelo profissional de saúde.

A osteoartrose não tem, hoje em dia, cura, e o doente deve sabê-lo, mas tem tratamento, que
pode permitir ao indivíduo afetado por esta doença levar uma vida completamente normal na
imensa maioria dos casos.

Da reeducação da pessoa devem fazer parte o ensino das regras gerais de proteção do
aparelho locomotor, e a correção das posturas incorretas.

1.2 Artrite Reumatoide

A Artrite Reumatoide é uma doença reumática sistémica e a forma mais comum de artrite. É
uma doença inflamatória que causa dor, edema, rigidez e perda de função nas articulações.

Existe de forma característica uma inflamação de diversas articulações, podendo atingir e


causar alterações na cartilagem, osso, tendões e ligamentos de diversas articulações.
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A causa da Artrite Reumatoide é desconhecida. Sabemos, no entanto, que o sistema
imunitário tem um papel importante na inflamação e na doença. O sistema imunitário é o
nosso sistema de defesas contra agressões como vírus, bactérias e outras células estranhas ao
organismo. No caso da artrite reumatoide existe uma resposta errada do sistema imunitário,
que reconhece as próprias células como estranhas e ataca-as causando uma resposta
inflamatória nas articulações e outros órgãos.

Existe um conjunto alargado de tratamentos para a Artrite Reumatoide,mas o principal é


chegar-se a um diagnóstico o mais rapidamente possível e ser seguido em consultas de
reumatologia o mais precocemente possível. Será com o seu médico reumatologista que, em
conjunto, chegarão aos medicamentos mais indicados para si. Quanto mais rapidamente
forem iniciadas as medicações, maior é a possibilidade de sucesso a longo prazo.

Os objetivos do tratamento são reduzir a dor e a inflamação, atrasar ou parar o envolvimento


e a lesão das articulações e, por fim, melhorar a sensação de bem-estar e manter a pessoa
ativa e válida para a sociedade.

Tambéméessencialareabilitaçãoepodepassarportratamentoscomagentesfísicos,electroterapia
ou prescrição de talas de repouso, canadianas e outros auxiliares de marcha, entre outros. A
boa colaboração entre todos os especialistas que seguem o doente com Artrite Reumatoide é
fundamental para o sucesso final.

1.3 Lombalgia

Quase todas as pessoas sofrem de dores lombares em algum momento das suas vidas. Essa
dor pode ser ligeira ou intensa e pode ter uma duração variável. De um modo geral, as
lombalgias interferem de modo significativo nas atividades diárias.

A anatomia da coluna é complexa e engloba as vértebras, os discos intervertebrais e todo um


conjunto de estruturas musculares, ligamentos e nervos.
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Sempre que caminhamos ou corremos, os discos absorvem os impactos e impedem que as
vértebras colidam umas contra as outras. Eles contribuem para os movimentos da coluna e
facilitam a sua flexão e torção. Cada disco é composto de um anel fibroso e de um núcleo
gelatinoso que permite a absorção dos impactos.

A dor lombar é muito frequente na população em geral com incidências descritas entre 85% a
90%. No atleta, independentemente do nível desportivo, é também um dos principais motivos
de incapacidade física com prejuízo direto no treino e na competição. A sua incidência está
descrita entre 1% e mais de 30%, consoante o tipo de desporto, género, intensidade e
frequência do treino. Os desportos mais frequentemente envolvidos são a ginástica, o futebol,
o remo, a natação, a halterofilia, os desportos de raquete, o triatlo, entre outros.

As lombalgias são diferentes de pessoa para pessoa. A dor pode ter um início lento ou súbito,
pode ser intermitente ou constante. De um modo geral, a lombalgia desaparece de um modo
espontâneo ao fim de algumas semanas. Por vezes, as lombalgias correspondem a uma dor
tipo agulha ou podem parecer uma cãibra. Estas características dependem da causa
subjacente à lombalgia.

Em muitos casos, a posição horizontal permite um alívio importante da lombalgia e, pelo


contrário, a dor acentua-se com a posição sentada, com a flexão do tronco ou com o
levantamento de pesos. Estar de pé e caminhar também acentua a lombalgia.

A lombalgia pode ser mais acentuada nuns dias do que noutros e pode estender-se à região da
nádega ou da face externa da coxa mas não para a perna. Quando isso acontece, é provável
tratar-se de uma hérnia discal com dor ciática.

Se a dor não melhorar ao fim de algumas semanas, ou se associar a febre, calafrios ou perda
de peso, é essencial recorrer a um médico. O tratamento das lombalgias pode ser de natureza
médica, cirúrgica e reabilitação.

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O uso de calor ou frio, massagens, ultra-sons ou electro-estimulação pode ser importante.
Alguns exercícios de extensão, levantamento de pesos ou cardiovasculares ajudam a
recuperar a mobilidade e a reforçar os músculos lombares, o que ajuda a aliviar a dor. Em
alguns casos, recorre-se a cintas de contenção que permitem um alívio sintomático.

A realização de exercício aeróbico, como a marcha ou a natação, combinado com exercícios


que reforcem a força muscular na região lombar e abdominal é muito útil. Sempre que for
necessário levantar um peso usar as pernas e não as costas. As pernas devem ser fletidas
mantendo as costas direitas.É essencial um bom controlo do peso, não fumar e manter uma
postura correta em todas as posições.

1.4 Escoliose

A escoliose é uma deformidade em curva da coluna vertebral, podendo ou não ser


acompanhada de rotação das vértebras.

As principais causas para os três tipos existentes de escoliose:

 A escoliose congênita decorre ou de um problema com a formação dos ossos da coluna

vertebral (vértebras) ou de um problema de fusão dos ossos da coluna, podendo ou não


estarassociadoafusãodecostelasduranteodesenvolvimentodofetooudorecém-nascido;
 A escoliose neuromuscular é causada por problemas neurológicos como paralisia cerebral

ou musculares que determinam fraqueza muscular, controle precário dos músculos ou


paralisia decorrente de doenças como distrofia muscular, espinha bífida epólio;
 Somente a escoliose idiopática não possui causaconhecida.

Algumaspessoassãomaissuscetíveisaoencurvamentodacoluna. Alguns fatores são


considerados de risco pelos médicos para o desenvolvimento de escoliose idiopática.

Idade:Ossinaisesintomasgeralmentecomeçamduranteafasemaisacentuadadecrescimento,que
costuma ocorrer pouco antes da puberdade (dos nove aos 15anos);
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Sexo: Embora ambos os sexos possam ser afetados, as meninas possuem um risco muito
maior de desenvolver curvaturas anormais na coluna;

Histórico familiar: escoliose é mais comum entre membros de uma mesma família que possua
antecedentes da deformidade.

Os principais sintomas da escoliose podem incluir: ombros ou quadris que parecem


assimétricos, coluna vertebral encurvada anormalmente para um os lados e eventualmente
desconforto muscular.

1.5 Fibromialgia

A fibromialgia é uma doença crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares


difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões específicas. Embora existam diversas
descrições desta doença desde há muito tempo ,ela apenas foi reconhecida pela Organização
Mundial de Saúde como doença no final da década de70.

A fibromialgia é uma doença crónica,mas os seus sintomas variam em intensidade e podem


mesmo desaparecer ou diminuir temporariamente para reaparecer mais tarde. Essas
variações podem estar relacionadas com mudanças de tempo, alterações hormonais, stress,
depressão, ansiedade ou com um esforço maior que o habitual.

A gravidade dos sintomas torna a fibromialgia muito incapacitante, com importante impacto
na qualidade de vida das pessoas afetadas. A fibromialgia atinge cerca de 2 a 8% da população
adulta. Dessa população, entre 80 a 90% dos casos são mulheres com idade entre os 30 e os
50 anos.

Embora não haja estatísticas rigorosas para Portugal, calcula-se que 5% a 6% da população
sofra da doença, com predomínio nas mulheres acima dos 40 anos. Outros estudos referem
em Portugal uma prevalência de cerca de 3,6% de casos de fibromialgia, podendo muitos
outros não estar diagnosticados. De facto, muitos dos doentes permanecem numa incerteza
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diagnóstica durante vários meses ou anos.

Não se conhecem com rigor as causas da fibromialgia. Provavelmente inúmeros fatores


contribuirão para esta doença. A fibromialgia parece estar relacionada com uma desregulação
de determinadas substâncias do sistema nervoso central. O stress, algumas doenças
imunológicas e endocrinológicas, um traumafísico cirurgia, acidente de viação, etc.) ou um
trauma psicológico (morte, divórcio), parecem contribuir para o desenvolvimento ou
manutenção desta situação clínica. Estão descritos alguns casos de fibromialgia que começam
depois de uma infeção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.

O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor, que pode afetar uma grande parte do
corpo.Em certas ocasiões a dor começa de forma generalizada, mas pode afetar regiões
específicas como pescoço, ombros, região lombar etc. A dor da fibromialgia pode ser descrita
como uma sensação de queimadura ou mal-estar. Por vezes podem ocorrer espasmos
musculares. Os sintomas podem variar em relação à hora e ao dia, podendo ser mais
frequentes de manhã, agravam-se com a atividade física, com as mudanças climáticas, com a
falta de sono e o stress,etc.

Além da dor, a fibromialgia pode causar sensação de formigueiro e inchaço nas mãos e pés,
principalmente ao levantar da cama, bem como ocasionar rigidez muscular. Outra alteração da
fibromialgia associada à dor é a fadiga, que se mantém durante quase todo o dia com pouca
tolerância ao esforço físico. As pessoas com fibromialgia queixam-se com frequência de
ansiedade, perturbações da atenção, concentração e da memória. Alguns doentes têm
queixas gástricas e cólon irritável. Cerca de 70% dos doentes com fibromialgia queixam-se de
perturbações do sono, piorando as dores nos dias em que dormem pior.

No tratamento da fibromialgia são úteis as massagens, aplicações de calor, acupunctura e


técnicas de relaxamento.

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SUBMÓDULO XV

1. Fisiopatologia Neurológica

1.1 Acidente Vascular Cerebral(AVC)

Uma das principais causas de mortalidade e morbilidade (principalmente nas sociedades


Ocidentais) em todas as idades, embora sejam mais frequentes a partir da quarta década
devida.O AVC pode ser hemorrágicos (10 a 15%) ou isquémicos (85 a 90%).

O Acidente Isquémico Transitório (AIT) é quando no acidente isquémico há uma recuperação


completa dos défices em menos de 24 horas, não é necessária reabilitação mas sim prevenção.

Os fatores de risco vascular são a hipertensão arterial, a diabetes, a Hipercolesterolemia,


obesidade, tabaco e o stresse.

Nas idades mais jovens os A.V.C. hemorrágicos são mais frequentes. Nos jovens
principalmente os que não têm fatores de risco vascular conhecido, é essencial o estudo para
diagnosticar a causa do A.V.C.

Sintomas dependem do local atingido, mas, regra geral, Hemiparesia, Hemianopsia,


Hemihipostesia, Perturbações da Linguagem, Fase inicial existe uma paralisia flácida, após dias
ou semanas a paralisia fica espástica.

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1.2 Esclerose Múltipla(EM)

Há algumas evidências que sugerem uma infecção vírica no início da vida, como o evento que
origina o aparecimento da E.M., contudo ainda não foi isolado nenhum vírus. Existe um
processo inflamatório autoimune, dirigido contra a bainha de mielina, que leva ao
aparecimento dos sintomas clínicos e ao aparecimento das placas de desmielinização.

A doença que começa no final da adolescência ou início da idade adulta (geralmente 3ª e 4ª


décadas de vida). Com surtos recorrentes de disfunção nervosa com atingimento preferencial
do cérebro, medula, nervos óticos, cerebelo, tronco cerebral, e sem atingimento dos nervos
periféricos.

Prevalência: 30 a 80 / 100.000 habitantes, no Norte da Europa, Norte dos E.U.A. e Canada; 6 a


14/ 100.000 habitantes no Sul da Europa e E.U.A; <1 /100.000 habitantes nos países tropicais.

Ocorrência de E.M. é rara na criança. Mais frequente na mulher que no homem (1,7:1,0). Mais
frequente nos brancos que nos negros. É mais frequente nas classes socioeconómicas
superiores. Parece também have uma predisposição genética para a doença, sem ser uma
doença geneticamente transmissível.

Manifestações clínicas:

 Infeções, hipertermia, exercício físico intenso e distúrbios emocionais podem desencadear

um primeiro ataque de esclerosemúltipla;


 Raramente assintomática com as lesões a serem, neste caso diagnosticadas em R.M.N.

(emboraestudosdeautópsiarevelamque20%doscasosdeE.M.podemserassintomáticos).

Manifestações clínicas: (sintomas dependem do local em que se dá a desmielinização).Paresia


ou parestesia de um membro; Paresia ou parestesia facial; Diminuição da acuidade visual
monocular; Diplopia; Disartria; Alterações da sensibilidade profunda; Espasticidade;
Alterações vesicais; Tremor de intenção; Vertigem.
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1.3 Lesões Vertebro-Medulares

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Bibliografia

MOORE, Keith L.. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 4ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SACRAMENTO, Arthur; CASTRO, Luciano.Anatomia Básica


Aplicada à Educação Física. 2ed. Canoas: Editora da Ulbra,2001.

SEELEYR.,STEPHENST.,TateP.AnatomiaEFisiologia,8ªedição. Lusociência,2011.

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