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1.

INTRODUÇÃO
A República Velha (1889 a 1930) foi um período bastante tenso no qual vários
conflitos foram desencadeados em razão da desigualdade social, dos elevados impostos, do
racismo, do medo, da insatisfação política, etc.
A Guerra de Canudos (também conhecida por Revolução de Canudos ou Insurreição
de Canudos) foi um desses conflitos. Iniciada em novembro/1896, a revolta, de cunho sócio-
religioso, foi motivada pelo confronto da população do interior da Bahia e o Exercito da
República na comunidade de Canudos no interior do sertão baiano e durou até outubro/1897.
O objetivo deste trabalho é estudar os detalhes desta Revolta, bem como comentar o
papel de seu líder Antônio Conselheiro, a composição social do movimento e a atuação do
Exército Brasileiro.
2. GUERRA DOS CANUDOS
2.1. Contexto Histórico
A Guerra de Canudos foi influenciada por diversos fatores, como a grave crise
econômica e social em que se encontrava a região Nordestina à época, principalmente a
população mais carantes: fome, seca, miséria, violência, abandono político, latifúndios
improdutivos e desemprego crônico.
A situação tornou-se pior em razão do fanatismo religioso [“Crença numa salvação
milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão da seca e da exclusão econômica e
social”].
Inicialmente,em Canudos, os sertanejos mobilizavam-se esporadicamente contra a
municipalização da cobrança de impostos. De outro lado, a imprensa, o clero e os
latifundiários da região incomodavam-se com a ideia de uma nova cidade independente e,
devido “à constante migração de pessoas para aquele local, ganhavam a opinião pública do
paia para justificar a guerra movida contra o arraial de Canudos e os seus habitantes”.
Com duração de quase 01 (um) ano, o conflito ganhou força e foi necessária a
intervenção da República para conter o movimento formado por “fanáticos, jagunços e
sertanejos sem emprego”.

2.2. Antônio Conselheiro


Um dos líderes da Revolta de Canudos era Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado
de “Antônio Conselheiro”, nascido em Quixeramobim (Ceará) no ano de 1830. À medida em
que perigrinava pelo sertão do Nordeste (marcado pela seca, fome e miséria), pregando
mensagens religiosas e levando conselhos sociais às populações carentes, ele era considerado
pelas autoridades nordestinas um “fora da lei”; enquanto para seus seguidores, em número
cada vez maior, era tido como um “santo”, pois acreditavam que ele os libertaria da extrema
situação de pobreza em que viviam.
Sua missão era acabar com as diferenças sociais e os pecados republicanos [a
República era a materialização do reino do “Anti-Cristo” na Terra], principalmente, o
casamento civil e a cobrança de impostos.
Com sua chegada em Canudos em 1893, a pequena aldeia cresceu rapidamente e logo
tornou-se líder do arraial e batizou o local de “Belo Monte”.
O movimento construído em torno de Antônio Conselheiro foi de “forte conotação
messiânica”, vez que fundado em um contexto de grave crise política, refletindo um crescente
e insuportável temor quanto ao Juízo Final e na necesidade de que um messias chegasse para
resgatar a comunidade em perigo de morte e garantisse a salvação eterna na outra vida.
Outro apelido de Conselheiro foi o de “Bom Jesus”, surgido por ocasião do
agrupamento de ex-escravos que vagavam pelas estradas e sertões (e sobreviviam de esmolas)
em torno do discurso do Peregrino Bom Jesus que ministrava.

2.3. Momentos anteriores à Guerra


Com a difusão dessas ideias no sertão baiano, os jagunços começaram a utilizá-las
para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com algum tipo de
ensinamento religioso e , com isso, a tranquilidade dantes existente naquela região deixou de
existir e a igreja, por seu turno, passou a perder fiéis para o falso religioso (na concepção do
governo), que, então, tornou-se por ela malquisto.

2.4. Conflitos Militares


As três primeiras reações oficiais do governo da Bahia [11/1896; 01/1897 e 03/1987]
contra Canudos não foram exitosas. Na primeira, os conselheiristas obrigou o destacamento
militar a retirar-se do lugar, deixando vários mortos. Na segunda, os jagunços, armados e com
habilidade militar, repeliram a expedição militar, com pesadas baixas; enquanto Conselheiro
se ocupava da esfera civil e religiosa. De igual modo, na terceira tentativa, em que a
expedição foi obrigada a retroceder.
Somente na 4ª e última expedição, sob o comando do general Artur Oscar de Andrade
Guimarães, e composta por mais de 8 mil soldados equipados com armamentos modernos à
época, é que houve a dominação dos jagunços, havendo relatos de que a população civil já
rendida (e não somente os prisioneiros combatentes) foi executada por tropas federais pelo
que se denominou de pena da "gravata vermelha" – “execução sumária de prisioneiros já
subjugados, que eram posicionados de joelhos e degolados”. Antônio Conselheiro foi
assassinado em 22/09/1897 e no dia 06/10/1897 o arraial foi arrasado e incendiado.

2.5. Consequências
A prinicpal consequênca do Confilito foi a completa destruição de Canudos que
culminou na morte de milhares de camponeses.
No entanto, “Este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos
pobres que viviam na zona rural (curto prazo) e, também que a resistência mostrada durante
todas as batalhas ressaltou o potencial sertanejo na luta por seus ideais (longo prazo).
Euclides da Cunha, em seu livro “Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a
importância da luta social na história de nosso país”1. Grifo nosso.
“Além disso, a guerra inspirou muitos filmes, entre eles, o de longa metragem Guerra
de Canudos, de Sérgio Rezende, 1997”.

1
"Guerra dos Canudos" por Deas Souza. Artigo publicado em 13.05.2014. Consultado em 30/07/2020 às 17:20.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/DeaaSouza/guerra-de-canudos-34615397.
3. CONCLUSÃO
“Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos
governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim, como as greves e
as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida (mais empregos, justiça social,
liberdade, educação, etc), foram tratadas como “casos de polícia” pelo governo republicano.
A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que
lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida” 2.

2
"Guerra dos Canudos" por Deas Souza. Artigo publicado em 13.05.2014. Consultado em 30/07/2020 às 17:20.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/DeaaSouza/guerra-de-canudos-34615397.
REFERÊNCIAS

"Guerra dos Canudos" por Maria Ferreira. Artigo publicado em 16.09.2015. Consultado em
30/07/2020 às 15:30. Disponível em:https://pt.slideshare.net/mariaaferreirar/guerra-de-
canudos-52827068.

"Guerra dos Canudos" por Deas Souza. Artigo publicado em 13.05.2014. Consultado em
30/07/2020 às 16:07. Disponível em: https://pt.slideshare.net/DeaaSouza/guerra-de-canudos-
34615397.

"Guerra dos Canudos" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2020.


Consultado em 30/07/2020 às 17:20. Disponível em:
http://www.sohistoria.com.br/ef2/canudos/

"Guerra dos Canudos" em Toda Matéria. Juliana Bezerra. Consultado em 30/07/2020 às


17:00. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/guerra-de-canudos/

"Guerra dos Canudos" por Deas Souza. Artigo publicado em 13.05.2014. Consultado em
30/07/2020 às 17:20. Disponível na Internet em https://pt.slideshare.net/DeaaSouza/guerra-
de-canudos-34615397.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Guerra de Canudos"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiab/canudos.htm. Acesso em 30 de julho de 2020.

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/canudos.htm. Acesso em 30 de julho de 2020.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos. Acesso em 30 de julho de 2020.

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2019/08/o-que-voce-precisa-
saber-sobre-guerra-de-canudos.html. Acesso em 30 de julho de 2020.

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