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ARTIGO-simulação Numerica de Aerofolios de Alta Sustentação
ARTIGO-simulação Numerica de Aerofolios de Alta Sustentação
DE ALTA SUSTENTAÇÃO
Diogo Eduardo Ribeiro
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
EMC – Departamento de Engenharia Mecânica
SINMEC – Laboratório de Simulação Numérica em Mecânica dos Fluidos e Transferência de Calor
C.P. 476, CEP 88040-900, Florianópolis -SC, Brasil
e-mail: diogo@sinmec.ufsc.br
Resumo. O cálculo do coeficiente de sustentação através forças atuantes em um aerofólio quando este está
submetido à ação de um fluxo contínuo, caracteriza-se como uma ferramenta fundamental na área de
aerodinâmica, principalmente no que diz respeito à classificação e utilização dos aerofólios em áreas de atuação
específicas. O estudo proposto consiste na construção de malhas para simulação de aerofólios (seções de asa de
aviões) no software ICEM-CFD, e na simulação destes aerofólios em software CFX-4, para posterior
comparação dos resultados com dados experimentais obtidos em túnel de vento, extraídos de UIUC Airfoil Data
Site (Michael Selig), com a finalidade de comprovar a eficiência dos softwares na simulação de perfis de asa de
aviões. A fim de tornar os resultados mais precisos, um estudo de refino de malha foi abordado, assumindo, para
as simulações, configurações de malhas com número de volumes crescentes. A simulação numérica dos perfis no
software proposto assim como a construção das malhas utilizadas para a simulação mostrou-se adequada e muito
satisfatórira tendo em vista comparação realizada com os dados experimentais. O estudo de refino realizado
mostrou-se como ferramenta na redução do erro percentual.
Palavras chave: aerodinâmica, aerofólios(perfis), coeficiente de sustentação, turbulência, Reynolds.
1.0 Introdução
O conjunto de equações que são resolvidas numericamente, pelo código computacional CFX-
4, para um escoamento turbulento e isotérmico são as equações de momento linear e conservação da
massa, conhecidas como as equações de Navier-Stokes. A equação do momento é remodelada para a
utilização do modelo de turbulência k − ε empregado na resolução do problema. Todo
equacionamento apresentados no item 2 foi obtido de CFX4.4, Solver Manual (2001).
∂ρ
+ ∇ ⋅ ( ρU ) = 0 (1)
∂t
∂
ρU + ∇ ⋅ ( ρU ⊗ U ) − ∇ ⋅ ( µ eff ∇U ) = −∇ p′ − ∇ ⋅ ( µ eff ( ∇U ) T ) + B (2)
∂t
onde, U é o vetor velocidade, t é tempo, ρ é a massa específica, e µ eff é a viscosidade efetiva,
definida por:
(
P = µ eff ∇ U ⋅ ∇U + (∇ U ) −
T
) 2
3
∇ ⋅ U (µ eff ∇ ⋅ U + ρk ) (7)
onde G emp , Grot e Gres são termos que representam a produção devido ao empuxo, rotação e
resistências, respectivamente. Entretanto Grot = 0 e apenas G emp é inserido no código. Portanto
G emp = G , e pode ser definido por:
µT
G=− g ⋅ ∇ρ , a qual com a aproximação de Boussinesq, pode ser escrito como:
ρσ ρ
µT µ
G= βg ⋅ ∇ T − T αg ⋅ ∇Y (9)
σT σY
Note que o segundo termo em P é somente diferente de zero para fluidos compressíveis.
3 – Metodologia Numérica
O software utilizado para a construção da malha foi o ICEM-CFD, assim como para a
construção da geometria. Para a construção da malha utilizou-se artifícios para torná-la ao máximo
ortogonal no encontro com o aerofólio, com a finalidade de permitir cálculos mais precisos e seguros.
A malha construída é estruturada, do tipo multi-bloco, onde, para construí-la foi necessária sua
separação em 4 domínios, ou seja 4 blocos. Foram feitas malhas com refinos variados para posterior
estudo e comparação.
A criação de malhas com refinos variados foi utilizada no estudo de refino de malha. Foram
criadas malhas com 23.030. 46.305, 63.945, 91.140 e 130.340 volumes, sendo que todas as malhas
seguiram o mesmo critério para a construção sendo portanto número de volumes crescente a única
distinção entre as malhas criadas. O refinamento das malhas foi enfatizado nas regiões proximas ao
aerofólio, pelo fato desta área ser considerada crítica neste problema.
Ilustração 4 – Detalhamento da Malha do perfil Selig S1223
>>CFX4
>>OPTIONS
THREE DIMENSIONS
BODY FITTED GRID
CARTESIAN COORDINATES
TURBULENT FLOW
ISOTHERMAL FLOW
INCOMPRESSIBLE FLOW
STEADY STATE
>>MODEL DATA
>>PHYSICAL PROPERTIES
>>FLUID PARAMETERS
VISCOSITY 1.0000E-05
DENSITY 1.0000E+00
>>SOLVER DATA
>>PROGRAM CONTROL
MAXIMUM NUMBER OF ITERATIONS 15000
MASS SOURCE TOLERANCE 1.0000E-12
>>MODEL BOUNDARY CONDITIONS
>>INLET BOUNDARIES
PATCH NAME 'INL'
U VELOCITY 3.0190E+00
V VELOCITY 1.3393E-01
W VELOCITY 0.0000E+00
TURBULENCE INTENSITY 3.7000E-02
DISSIPATION LENGTH SCALE 6.0000E+00
>>MASS FLOW BOUNDARIES
>>INFLOW VARIABLES
PATCH NAME 'OUT'
>>WALL BOUNDARIES
PATCH NAME 'WINGF'
>>WALL BOUNDARIES
PATCH NAME 'WINGD'
>>WALL BOUNDARIES
PATCH NAME 'WINGU'
>>STOP
Dados :
Re = 3, 022 E + 05
µ = 1,0 E − 05
ρ = 1, 0
L = corda = 1, 0m
α = 3,58°
µ ⋅V ⋅ L
Re = (11)
ρ
∑F y = N (normal) = 2,01291N
∑F x = A(axial) = 0,25344 N
L = 2,0073994449 8 N
sendo S a área planiforme do perfil cujo cálculo pode ser visto abaixo:
2,0073994449 8
Cl numérico = = 1,4682565168 6
1
⋅1,0 ⋅ (3,022) 2 ⋅ 0,2994145756 95
2
4.4 – Simulações dos perfis Selig S1223 e Eppler E423
Ilustração 6 – Comparação dos resultados numéricos com experimentais para o perfil Selig S1223
Ilustração 7 – Comparação dos resultados numéricos com experimentais para o perfil Eppler E423
4.5 – Estudo de Refino de Malha
Foram feitas malhas com refinos variados, no intuito de aproximar ao máximo os valores
obtidos numericamente dos valores experimentais. As malhas simuladas possuem respectivamente
23.030, 46.305, 63.945, 91.140 e 130.340 volumes, sendo que em todos os casos foram utilizados os
mesmos parametros de simulação, obtendo-se para todos os casos uma convergência com resíduo de
massa da ordem de 1,0E-12.
Abaixo temos uma comparação dos resultados obtidos para o coeficiente de sustentação Cl
para os diferentes tipos de refinos de malhas para o perfil Selig S1223 submetido a um ângulo de
ataque Cl = 2,54 . O Reynolds utilizado para este caso foi de Re = 3, 022E + 05 . O Coeficiente de
Sustentação experimental para este caso é de Cl exp erimental = 1,327 .
Tempo computacional CPU, na tabela é dado em segundos.
Volumes
da malha ∑F x =A ∑F y =N Força de
sustentação
Cl numérico Tempo
Computacional
Erro
Percentual
23.030 5,521E-02N 1,88502N 1,8807213N 1,37426711 7,14E+02 s 3,5%
46.305 4,685E-02N 1,86779N 1,8638787N 1,36196002 5,66E+03 s 2,6%
63.945 4,245E-02N 1,86454N 1,8608268N 1,35973002 9,72E+03 s 2,4%
91.140 4,348E-02N 1,85447N 1,8507210N 1,35516173 1,57E+04 s 2,1%
130.340 4,214E-02N 1,84900N 1,8453156N 1,34939574 6,76E+04 s 1,7%
6 – Referências
Anderson, John D., Jr, 1984, “Fundamentals of Aerodynamics”, 2nd ed., McGraw-Hill Book Company,
New York.
Maliska, C.R., 1995, “Transferência de Calor e Mecânica dos Fluidos Computacional: Fundamentos,
Coordenadas Generalizadas”, LTC Editora, Brasil.
UIUC Airfoil Data Site, Michael Selig, Department of Aeronautical and Astronautical Engineering,
University of Illinois at Urbana-Champaign, Urbana, Illinois 61801
<http://amber.aae.uiuc.edu/~m-selig/ads.html >
CFX4.4, 2001, “Solver Manual”, CFX International, AEA Technology, UK.
ICEM CFD Hexa, 2000, “Meshing Manual”, ICEM CFD Engineering, USA.