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ANHANGUERA – POLO EAD JUAZEIRO

ARQUITETURA E URBANISMO

3º SEMESTRE

WINSTON NAZARÉ BRITO DA SILVA

RAFAEL SANTANA LIMA

WERLES MOURA DE ANDRADE

PROJETO ARQUITETÔNICO DE

UMA GALERIA DE ARTE

Euclides da Cunha – BA

11 de maio de 2019
WINSTON NAZARÉ BRITO DA SILVA

RAFAEL SANTANA LIMA

WERLES MOURA DE ANDRADE

PROJETO ARQUITETÔNICO DE

UMA GALERIA DE ARTE

Trabalho de elaboração de uma galeria de arte, à


Anhanguera – Polo EAD Juazeiro, como requisito
para a avaliação do semestral.

Orientadores: Adriana Zanon, Priscilla de Assis,


Piscila Henning, Debora Cristiane, Thaís Regina,
Juliana Furtado

Euclides da Cunha – BA

11 de maio de 2019
SUMÁRIO

1.0 Relatório Técnico 5


2.0 Estudo Preliminar 12
3.0 Anteprojeto 16
Referências 15
1. Relatório Sobre o Desenvolvimento das Premissas Projetuais

O presente relatório tem por objetivo geral, baseado em pesquisas à cerca de um


projeto arquitetônico de uma galeria de arte.

O foco dado no estudo sobre o tema acima citado ocorre devido as condições de
Diego, integrante da família Camargo, com 9 anos de idade e com limitações físicas que o
deixaram no estado de cadeirante. Acessibilidade é a condição igualitária para utilização, com
segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações,
dos serviços de transporte e dos meios de comunicação por pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. Muitos pensam que acessibilidade é somente para pessoas com
deficiência, porém, todos podem engordar, quebrar uma perna e com certeza envelhecerão.
Deve-se pensar naqueles com restrições permanentes ou temporárias na sua mobilidade,
percepção visual, auditiva ou cognitiva – de compreender um espaço, integrar-se nele,
comunicar-se com os seus conteúdos com autonomia e independência permitindo maior
conforto e facilidade de acesso, garantindo a todos o direito de ir e vir com independência,
tornando a questão ainda mais abrangente do ponto de vista social.

“Barreiras arquitetônicas têm sido definidas como obstáculos construídos no meio urbano ou nos
edifícios, que impedem ou dificultam a livre circulação das pessoas que sofrem de alguma incapacidade

transitória ou permanente” (EMMEL; CASTRO, 2003). Nesta perspectiva, reflexões sobre as


dificuldades ao acesso pelas barreiras físicas são salutares, pois contribuem para o repensar de
práticas e proposição de ações, que podem favorecer a promoção de saúde e qualidade de vida
destes indivíduos, favorecendo a convivência e transformando atitudes e comportamentos,
interferindo nas relações interpessoais e nos comportamentos das pessoas. Estas barreiras se
caracterizam por obstáculos aos acessos internos ou externos existentes nas edificações. De
acordo com a NBR-9050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), alguns
destes obstáculos são descritos como:

 Escadas sem corrimão e sem contraste de cor nos degraus;

 Ausência de corrimãos e/ou guarda-corpos normatizados;

 Ausência de banheiros adaptados;

 Ausência de rampas de acesso para cadeirante;

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 Pouca iluminação;

 Caixas de correio adaptados à altura compatível com usuários de cadeira de rodas (a 1


metro do chão);

 Espaço insuficiente para circulação de cadeira de rodas;

 Desníveis nas portas que sejam maiores que 5cm;

 Portas e corredores estreitos (menor que 85cm), catracas sem porta alternativa;

 Portas emperradas e com maçanetas roliças ao invés do tipo alavanca, principalmente


em banheiros adaptados;

O processo de pré-projeto e desenvolvimento do programa de necessidades, entre o


arquiteto e seu cliente tem a capacidade de revelar ou trazer à tona, uma nova consciência da
pessoa com o seu corpo no espaço da qual ela ainda não tenha tomado conhecimento. Para
Moreira (2007) ”independente das particularidades da concepção de cada projeto, os
problemas centrais identificados pelos arquitetos são determinantes na solução final. É
relevante o conjunto de dados quantitativos e qualitativos – definidos no início e durante o
projeto – sobre o cliente, o orçamento da construção, o uso destinado da edificação, o
terreno e a legislação. Estas variáveis estabelecem as linhas principais de desenvolvimento
do trabalho do arquiteto e identificam propriedades do contexto e as diretrizes de definição
da forma”

Estudantes do Instituto Federal da Bahia (IFBA), campus de Salvador,


desenvolveram um equipamento com o objetivo de ajudar deficientes visuais. O sistema torna
possível que pessoas cegas possam utilizar o transporte coletivo de uma forma mais
descomplicada. O equipamento de nome BusBlind é um sistema que alerta os cegos com um
aviso de voz quando o ônibus desejado se aproxima, a partir de um transmissor instalado no
ônibus que emite um sinal de rádio para um receptor que fica próximo ao ponto de ônibus.
Assim o receptor identifica o número da linha e o destino e dispara os comandos para o alto-
falante e, consequentemente, as linhas cadastradas serão anunciadas a cada nova chegada.
Esse sistema beneficia cidadãos com dificuldade de leitura, tais como: cegos, pessoas com
baixa visão, idosos e analfabetos.

Também criado pelos estudantes do IFBA, um outro equipamento chamado de


JustStep é uma espécie de piso tátil integrado ao comando de voz para o uso do metrô. O

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sistema é acionado por uma placa de piso tátil e permite que, sendo o local mapeado, o
equipamento seja capaz de informar o ponto exato onde a pessoa está e indicar a direção onde
se encontra o deficiente. Estudantes e professores acreditam que essa tecnologia pode
complementar a sinalização em locais que já possuem os pisos táteis, como as estações de
metrô em Salvador.

Segundo uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, 3,6% da nação
brasileira possui alguma deficiência visual, seja total ou parcial. Ou seja, cerca de oito
milhões de brasileiros são cegos ou pessoas de baixa visão, o equivalente a quase 60% das
deficiências relatadas. Esses números motivam a realização de projetos que promovam as
pessoas com limitações físicas a capacidade de poder circular ao longo dos espaços e
transportes públicos com maior segurança e independência, garantindo assim o direito dos
mesmos como cidadãos.

São inúmeras as leis que regem e legitimam a acessibilidade, além das municipais e
estaduais. A principal delas, é a Constituição, que garante a todo cidadão seus direitos sociais
(entre eles o de ir e vir livremente) e garantias fundamentais para a pessoa humana, que
incluem todos os indivíduos independentemente de suas condições físicas ou mentais. A
principal lei brasileira que rege essa questão é a Lei de Acessibilidade – Decreto de lei nº
5296, de 2 de dezembro de 2004. Por ser federal, ela vale em todos os estados do país, mas,
estados e municípios ainda possuem legislações locais próprias que tratam da acessibilidade.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, existe a CPA - Comissão Permanente de
Acessibilidade que cria normas regulatórias. Em sua resolução CPA/SMPED-G/015/2008, de
14 de novembro de 2008, a instituição define normas e controle que garantam a acessibilidade
para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida a edificações, vias públicas,
espaços, meios de comunicação, transportes, mobiliário e equipamentos urbanos.

Segundo o advogado especializado em condomínios residenciais Márcio


Rachkorsky, afirma que “todo condomínio novo deve ser construído já garantindo a
acessibilidade de seus moradores e visitantes”. Condomínios um pouco mais antigos não
possuem, em geral, instalações que garantam a acessibilidade. No entanto, nem todo
condomínio está preparado para fazer obras de adaptação em suas instalações imediatamente,
por isso, a avaliação das obras que são mais simples e importantes é fundamental. Substituir
escadas por rampas ou criar rampas de acesso a espaços da área comum como piscinas, salões
de festa e jogos ou da entrada do condomínio são obras prioritárias e que podem ser feitas

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rapidamente e sem custos muito altos, por exemplo. É necessário salientar que quem tem
dificuldades para se movimentar ou usa a cadeira de rodas, por exemplo, precisa de espaço
para fazer as transições da cadeira para o carro e do carro para a cadeira, por exemplo. Para
que isso seja possível, o espaço da vaga deve ser maior, de acordo com as normas técnicas e
segundo artigo 25 da Lei de Acessibilidade – Decreto de lei nº 5296, de 2 de dezembro de
2004.

As consequências de um Programa Arquitetônico subestimado podem ser desde uma


inadequação estética, técnica ou de relação com o entorno, até o não atendimento das
necessidades do cliente, criando tensões entre arquiteto e cliente. Num método de
programação arquitetônica com uma abordagem fenomenológica deve se procurar perguntas
sobre aquilo que pode gerar otimismo no morador, quais aspectos geram independência e
segurança, o que pode tornar o dia-a-dia ser mais fácil dentro da casa, o que agrada a
memória, o que traz felicidade. A Programação Baseada em Conhecimento, segundo
Hershberger, é um método no qual a informação é obtida por meio de pesquisas, e depois
analisada e sumarizada no programa a fim de cobrir todos os requisitos humanos da
organização. Resulta em uma programação com poucos erros, mas consome grande
quantidade de fundos e tempo no planejamento, na pesquisa e na tabulação dos resultados.
Tendo em vista as características sociais da família Camargo o projeto residencial foi
desenvolvido com o intuito de atender todas as necessidades dos moradores da futura
edificação, dentro dos limites estabelecidos pela lei de zoneamento onde se encontra o
terreno.

A família é composta pelo casal Marcos e Eliana, os filhos do casal Tatiana e Diego,
com 12 e 9 anos respectivamente, além de dois cachorros de médio porte cujo laço afetivo
com os membros da família permite que eles sejam tratados como membros da mesma. O
grupo manteve o foco em desenvolver uma edificação acessível a todos os moradores, de
forma que fosse possível salvaguardar a privacidade dos mesmos, combinando conforto,
segurança e funcionalidade. O ato de projetar significa pensar no futuro, preparar-se para as
condições adversas que podem afetar e mudar o rumo da concepção de um projeto
arquitetônico. Tanto as crianças quanto o casal possuem necessidades distintas que merecem
nossa atenção, a exemplo de Diego, que devido a sua mobilidade reduzida precisa que nos
ambientes que deseje circular possuam ergometria adequada para a cadeira de rodas, e para
solucionar esse empasse todas as portas são de, no mínimo, 90 centímetros, medida que se

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encontra padronizada na NBR-9050, além de rampas de acesso de 1,20 metros onde o
desnível seja maior que 5 centímetros.

Equacionado as propostas apresentadas pelo cliente, e seguindo as normas vigentes


relacionadas a lei de zoneamento, visando a qualidade de vida dos filhos do casal, mesas de
estudo foram postas nos seus dormitórios, para que não haja interferências indesejadas
durante as sessões de estudo, prevendo espaço extra para possíveis trocas do layout dos
móveis, observando a fluidez instintiva, sem que barreias possam criar situações de
dependência, priorizando a funcionalidade dos ambientes, levando conforto, estética e
ergometria, “ O problema da casa é um problema de época. O equilíbrio das sociedades
hoje depende dele. A arquitetura tem como primeiro dever, em uma época de renovação,
operar a revisão dos valores, a revisão dos elementos constitutivos da casa”. (LE
CORBUSIER. Por Uma Arquitetura. P. 159)

Observando claramente o conceito de “Maquinas de Morar”. Trabalhando utilizando


uma formulação prática e funcional do sistema, no caso a residência. ”E felizmente, tudo vai
passando, o sonho terminando, para voltarmos à nossa verdadeira e boa arquitetura,
atendendo aos materiais de que dispomos, à nossa vida social mais aberta e franca, ao nosso
clima, à nossa estética um tanto lírica e leve”. (VASCONCELLOS, 1947b, p. 81). Partindo
destes conceitos, colocamos em nosso projeto uma utilização de materiais, como tijolos à
vista, pedras em blocos dando uma dinâmica, junto com espelhos d’agua para gerar um
equilíbrio térmico permeado com plantas trepadeiras, “Atualmente as crescentes demandas
por energia configuram-se em um dos maiores problemas da construção civil, visto que a
maior parcela do gasto energético parte justamente do uso e manutenção das edificações.
Neste contexto, a Arquitetura Passiva tem sido aplicada no intuito de projetar ambientes
termicamente confortáveis com menor gasto energético possível. Assim, esta pesquisa
objetiva estudar a aplicação do conceito Passivhaus, e de seus preceitos fundamentais, assim
como o afastamento das paredes num remetendo a uma integração com a natureza”. Das
mais fachadas, procuramos mente-la, ampla, aberta, com painéis de vidro, onde a integração
do meio com residência, utilizamos rampas, para fluidez e mobilidade, respeitando também, a
paixão da família por seus animais de estimação. Toda a edificação foi pensada de forma que
o setor social não invadisse o setor pessoal da casa, portanto a sala de estar e a sala de jantar
estão afastadas dos dormitórios das crianças e do casal, mantendo a privacidade dos
moradores e impedindo que durante visitas de amigos e familiares não haja constrangimento

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por “atravessar” um limite que não lhes fosse permitido. A tabela a seguir mostra as principais
observações sobre a concepção do projeto:

Observações Objetivos Ideias


Dormitórios individuais, com espaço
Garantir a privacidade dos moradores
para a mudança de layout dos móveis,
Privacidade para o casal e os filhos da residência tanto durante reuniões
sendo que o dormitório do casal
quanto no convívio familiar
possui banheiro privativo.
Elaborar, dentro do espaço privativo
dos dormitórios, inclusive a suíte, uma
área com mesa para estudos com
Permitir que os filhos do casal possam computador, para que não haja
Sala de estudos estudar em casa, além de praticar com interrupções durantes as tarefas. Além
seus instrumentos musicais de um espaço na sala de estar para
piano e violino, para que as crianças
possam praticar e serem assistidas
pelos adultos.
Um espaço com cobertura rebaixada,
Guardar os dois carros da família,
apoiada sobre pilares, com capacidade
Garagem mais o carro das visitas que a família
de para três carros e circulação dos
vier a receber
passageiros.
Fazer uso de rampas de acesso para
desníveis maiores que 5cm, suíte com
Eliminar barreiras e para cadeira de banheiro adaptado para indivíduos
Considerar diretrizes para
rodas entre áreas íntimas, sociais e de com mobilidade reduzida, corredores e
acessibilidade
lazer acessos com tamanho capaz de
permitir a entrada, circulação e
autonomia de cadeira de rodas.

A área total do terreno da família Camargo de 20m x 40m totaliza 800m², porém os
parâmetros urbanísticos que foram levados em consideração apontam os seguintes dados:

 Taxa de Ocupação: 50%


 Coeficiente de aproveitamento: 2,0
 Recuo frontal: 5,00m
 Recuos laterais: 2,00m
 Taxa de permeabilidade: 20%

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Cientes desses dados nossa equipe desenvolveu uma residência térrea com sala de
estar, lavabo social, sala de jantar, cozinha, área de lazer, duas suítes, suíte master, closet,
varanda e garagem coberta.

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2. Estudo Preliminar

Diante do exposto percebemos que o desafio posto aos arquitetos é, então, traduzir
as questões fenomenológicas, da percepção e dos costumes de seu cliente, para um
documento que lhe servirá como diretriz durante o projeto. Tuan diz que “construir uma
edificação torna as pessoas conscientes e as leva a prestar atenção em diferentes níveis:
(...) de tomar decisões pragmáticas; de visualizar espaços arquitetônicos na mente e no
papel; e a comprometer-se inteiramente (...) na criação de uma forma que capture um
ideal”. Além de conhecer os motivos que culminaram na decisão por alterar o espaço, os
novos sonhos dos moradores para aquela casa, as novas variáveis envolvidas, é necessário
que seja feita também uma avaliação daquela edificação. Além de um desejo de mudança,
uma necessidade imposta por uma alteração na autonomia desse morador, o arquiteto tem
ainda que lidar com a expectativa dessa família, e especialmente da pessoa que passa a ter
habilidades diferentes das que tinha antes, de ter uma vida plenamente funcional dentro da
residência, sem as barreiras que a construção passou a oferecer.

Uma lesão medular ocorrida em um acidente, uma cegueira após uma infecção,
uma condição genética, uma doença degenerativa e mesmo o próprio envelhecimento, vão
obrigar o indivíduo a mudar seu relacionamento com o espaço em que habita. O relatório do
IBGE para o Censo Demográfico 2010 aponta que 23,9% da população brasileira tem
alguma deficiência; destas, cerca de 85% vivem em áreas urbanas. Na população que teve o
crescimento mais acelerado nos últimos dez anos, a das pessoas com idade acima de 65
anos, o percentual de deficiência atinge 67,7% da população. Esse aumento proporcional da
prevalência de deficiência em relação à idade advém das limitações do próprio fenômeno do
envelhecimento, onde há uma perda gradual da acuidade visual e auditiva e da capacidade
motora do indivíduo.

No desenvolvimento de um Programa de Necessidades para o projeto de uma


residência para pessoa com deficiência adquirida, deve ser levado em conta que esse cliente
procura recuperar sua sensação de pertencimento, de segurança e de identidade que sua
residência oferecia antes do evento que transformou sua condição. Cabe ao arquiteto, por
meio de uma ferramenta metodológica, sistematizar as informações coletadas de seu cliente
que garantirão a retomada desse relacionamento entre a pessoa e sua casa. Entretanto
somam-se a esses novos aspectos, as características da casa que já não estavam adequadas,

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ou que não mais agradavam aos moradores anteriormente e que farão parte do escopo do
projeto. Quando a acessibilidade é pensada como um todo (rotas, ambientes internos e
externos, sinalização e elementos), ela tende a ser mais completa, atingindo um número
maior de usuários. Se ela é pensada a partir dos elementos que compõem aquele espaço
(escada, rampa, piso, piso tátil, elevador, portas, etc.) ela corre o risco de ficar fragmentada.
Dessa maneira, apenas os elementos, isoladamente, são acessíveis, não a rota ou o ambiente
por completo.

Após desenvolver esse pensamento crítico ao redor do tema e das exigências feitas
pela família Camargo, o grupo pôs-se a desenvolver o projeto de uma edificação térrea que
veremos a seguir, juntamente com seus ambientes, áreas, níveis e quadro de áreas:

PLANTA BAIXA: PAVIMENTO TÉRREO

A edificação é dotada de área social com sala de estar, sala de jantar, cozinha e área
de lazer. Mantendo o conceito onde impera a fluidez na mobilidade através dos ambientes e
assegurando a privacidade dos moradores da residência. Os espaços sociais foram projetados

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seguindo as medidas e padrões da NBR-9050, para que seja possível que o filho do casal,
Diego, tenha autonomia, segurança e conforto.

CORTES E FACHADA FRONTAL

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PROJETO DE IMPLANTAÇÃO

PLANTA DE SITUAÇÃO

Durante todo o processo de idealização da residência de caráter acessível da família


Camargo o grupo discutiu sobre como atender as diversas necessidades de uma família que
busca desenvolver-se com igualdade, sem que nenhum dos integrantes fosse prejudicado ou
que após mudanças no projeto se tornasse inviável que as exigências e legislações fossem
cumpridas. A maior barreira arquitetônica apresentada na residência era a existência de
desníveis separando os ambientes. Um levantamento detalhado desses níveis possivelmente
auxiliaria na tomada de decisão sobre como eliminá-los, e como alguém com mobilidade
reduzida poderia transpô-los. No projeto existe espaço suficiente para manobras e giros, logo,
tornando os ambientes acessíveis para Diego, inclusive dos animais de estimação da família.

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3. Anteprojeto

PLANTA BAIXA: PAVIMENTO TÉRREO

Trata-se de um estudo qualitativo para a construção de uma residência de caráter


acessível que tem a necessidade de atender as exigências do casal Camargo que possuem dois
filhos e dois animais de estimação de médio porte, onde um dos filhos possui a condição de
cadeirante devido a sua mobilidade reduzida. As intervenções realizadas atendem, na íntegra,
as normas e resoluções vigentes acerca do tema abordado. Nestas condições, os corrimãos
atendem as alturas e diâmetros das barras determinados por normas; possuem barras paralelas
e cores contrastantes. As rampas existentes possuem inclinação mínima à determinação das
normas. O banheiro da suíte do filho do casal possuí espaço para a circulação de cadeira de
rodas; obedece às alturas de papeleira, porta papel toalha, saboneteira, inclinação e altura de
espelho e protetor de porta.

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Foram executadas rampas de acesso onde o desnível fosse maior que 5cm, com
largura mínima de 1,20m e com corrimão. Patamares no início e final de cada segmento de
rampa, com no mínimo 1,20m de comprimento no sentido do movimento e inclinação igual a
5%. Os corrimãos estão em consonância com a NBR 9050 (2004):

 Contínuo; em duas alturas, 0,70 m e 0,92 m e instalado em ambos os lados;

 Com formato que permite boa empunhadura e deslizamento da mão

 Secção circular – diâmetro da barra de 3 cm a 4,5 cm;

 Firmemente fixados e em material rígido – barras metálicas;

 Ultrapassando 0,30m antes do início e após o término das escadas ou rampas;

 Distância entre parede e face externa da barra igual a 4cm;

 Pintura em cores contrastantes – azul e laranja.

Além das terem a largura ideal, destacamos que o espaço entre a entrada e as bancadas de
estudo são superiores a 1,20m e que a referida bancada é móvel. A altura de um balcão de
acordo com normativa deve ter no mínimo 73 cm e no máximo 90 cm. Outro quesito
importante é que a altura das maçanetas estão entre 0,80m a 1,00m. Os pisos possuem
superfície regular, firme, e estável, e nas áreas molhadas são antiderrapante e os desníveis de
piso que estejam entre 5mm e 20mm; estes são tratados parcialmente em forma de rampa.

No banheiro adaptado para portador de necessidades especiais existem barras de apoio, bacia
de sanitário que possui área de transferência de acordo com a MR 0,80m x 1,20m, bacia
sanitária numa altura entre 0,43 a 0,48m (com a tampa do assento sanitário), acionamento da
descarga tipo alavanca a uma altura de 1,00m, lavatório a uma altura entre 0,78 a 0,80m e
com acionamento da torneira do tipo alavanca, sensor eletrônico ou equivalente, e para ser
totalmente acessível é todos os acessórios (portas 0 objetos, cabide, saboneteira, toalheiro,
etc) estão a um altura de alcance de 1,20m. Destacamos que deve ter uma faixa livre mínima
de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo área de manobras para o acesso ao
banheiro, camas e armários. Deve haver pelo menos uma área, com diâmetro de no mínimo
1,50 m, que possibilite um giro de 360°. A altura das camas deve ser de 0,46 m.

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As portas de circulação interna possuem largura mínima de 0,90m. As maçanetas das portas
são do tipo alavanca, e os ambientes que necessitem de adaptações possuem puxador
horizontal a uma altura entre 0,90 m a 1,10 m com largura de 0,40 m.

Ao longo desta dissertação foram discutidos alguns dos desafios vividos por clientes e
arquitetos no período inicial do projeto de reforma de uma residência para pessoas com
deficiência adquirida. Procurou-se responder o que torna esse processo diferente dos demais
projetos de reformas e, a quais aspectos o arquiteto deve atentar para compreender as
necessidades do cliente.

CORTES E FACHADA FRONTAL

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PROJETO DE IMPLANTAÇÃO

PLANTA DE SITUAÇÃO

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DETALHE EXECUTIVO: BANHEIRO ACESSÍVEL

RFERÊNCIAS

ABNT. NBR 9050:2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos. 2004. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/ABNT/NBR9050-
31052004.pdf>

AKIN, O. Psychology of architectural design. London: pion ltd, 1989.

BERNARDI, N. A aplicação do conceito do desenho universal no ensino de arquitetura : o


uso de mapa tatil como leitura de projeto. Campinas: UNICAMP, Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo, programa de pós-graduação em engenharia civil, 2007.

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BRASIL. Lei federal no 10.098, 19 de dezembro de 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/ leis/l10098.htm>. Acesso em: 18 maio. 2010

BRASIL. Os direitos das pessoas portadoras de deficiência – Lei no 7853/89. Decreto n.


914/93. Brasília, DF: Corde, 1994.

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