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ARQUITETURA E URBANISMO
3º SEMESTRE
PROJETO ARQUITETÔNICO DE
Euclides da Cunha – BA
11 de maio de 2019
WINSTON NAZARÉ BRITO DA SILVA
PROJETO ARQUITETÔNICO DE
Euclides da Cunha – BA
11 de maio de 2019
SUMÁRIO
O foco dado no estudo sobre o tema acima citado ocorre devido as condições de
Diego, integrante da família Camargo, com 9 anos de idade e com limitações físicas que o
deixaram no estado de cadeirante. Acessibilidade é a condição igualitária para utilização, com
segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações,
dos serviços de transporte e dos meios de comunicação por pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. Muitos pensam que acessibilidade é somente para pessoas com
deficiência, porém, todos podem engordar, quebrar uma perna e com certeza envelhecerão.
Deve-se pensar naqueles com restrições permanentes ou temporárias na sua mobilidade,
percepção visual, auditiva ou cognitiva – de compreender um espaço, integrar-se nele,
comunicar-se com os seus conteúdos com autonomia e independência permitindo maior
conforto e facilidade de acesso, garantindo a todos o direito de ir e vir com independência,
tornando a questão ainda mais abrangente do ponto de vista social.
“Barreiras arquitetônicas têm sido definidas como obstáculos construídos no meio urbano ou nos
edifícios, que impedem ou dificultam a livre circulação das pessoas que sofrem de alguma incapacidade
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Pouca iluminação;
Portas e corredores estreitos (menor que 85cm), catracas sem porta alternativa;
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sistema é acionado por uma placa de piso tátil e permite que, sendo o local mapeado, o
equipamento seja capaz de informar o ponto exato onde a pessoa está e indicar a direção onde
se encontra o deficiente. Estudantes e professores acreditam que essa tecnologia pode
complementar a sinalização em locais que já possuem os pisos táteis, como as estações de
metrô em Salvador.
Segundo uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, 3,6% da nação
brasileira possui alguma deficiência visual, seja total ou parcial. Ou seja, cerca de oito
milhões de brasileiros são cegos ou pessoas de baixa visão, o equivalente a quase 60% das
deficiências relatadas. Esses números motivam a realização de projetos que promovam as
pessoas com limitações físicas a capacidade de poder circular ao longo dos espaços e
transportes públicos com maior segurança e independência, garantindo assim o direito dos
mesmos como cidadãos.
São inúmeras as leis que regem e legitimam a acessibilidade, além das municipais e
estaduais. A principal delas, é a Constituição, que garante a todo cidadão seus direitos sociais
(entre eles o de ir e vir livremente) e garantias fundamentais para a pessoa humana, que
incluem todos os indivíduos independentemente de suas condições físicas ou mentais. A
principal lei brasileira que rege essa questão é a Lei de Acessibilidade – Decreto de lei nº
5296, de 2 de dezembro de 2004. Por ser federal, ela vale em todos os estados do país, mas,
estados e municípios ainda possuem legislações locais próprias que tratam da acessibilidade.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, existe a CPA - Comissão Permanente de
Acessibilidade que cria normas regulatórias. Em sua resolução CPA/SMPED-G/015/2008, de
14 de novembro de 2008, a instituição define normas e controle que garantam a acessibilidade
para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida a edificações, vias públicas,
espaços, meios de comunicação, transportes, mobiliário e equipamentos urbanos.
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rapidamente e sem custos muito altos, por exemplo. É necessário salientar que quem tem
dificuldades para se movimentar ou usa a cadeira de rodas, por exemplo, precisa de espaço
para fazer as transições da cadeira para o carro e do carro para a cadeira, por exemplo. Para
que isso seja possível, o espaço da vaga deve ser maior, de acordo com as normas técnicas e
segundo artigo 25 da Lei de Acessibilidade – Decreto de lei nº 5296, de 2 de dezembro de
2004.
A família é composta pelo casal Marcos e Eliana, os filhos do casal Tatiana e Diego,
com 12 e 9 anos respectivamente, além de dois cachorros de médio porte cujo laço afetivo
com os membros da família permite que eles sejam tratados como membros da mesma. O
grupo manteve o foco em desenvolver uma edificação acessível a todos os moradores, de
forma que fosse possível salvaguardar a privacidade dos mesmos, combinando conforto,
segurança e funcionalidade. O ato de projetar significa pensar no futuro, preparar-se para as
condições adversas que podem afetar e mudar o rumo da concepção de um projeto
arquitetônico. Tanto as crianças quanto o casal possuem necessidades distintas que merecem
nossa atenção, a exemplo de Diego, que devido a sua mobilidade reduzida precisa que nos
ambientes que deseje circular possuam ergometria adequada para a cadeira de rodas, e para
solucionar esse empasse todas as portas são de, no mínimo, 90 centímetros, medida que se
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encontra padronizada na NBR-9050, além de rampas de acesso de 1,20 metros onde o
desnível seja maior que 5 centímetros.
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por “atravessar” um limite que não lhes fosse permitido. A tabela a seguir mostra as principais
observações sobre a concepção do projeto:
A área total do terreno da família Camargo de 20m x 40m totaliza 800m², porém os
parâmetros urbanísticos que foram levados em consideração apontam os seguintes dados:
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Cientes desses dados nossa equipe desenvolveu uma residência térrea com sala de
estar, lavabo social, sala de jantar, cozinha, área de lazer, duas suítes, suíte master, closet,
varanda e garagem coberta.
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2. Estudo Preliminar
Diante do exposto percebemos que o desafio posto aos arquitetos é, então, traduzir
as questões fenomenológicas, da percepção e dos costumes de seu cliente, para um
documento que lhe servirá como diretriz durante o projeto. Tuan diz que “construir uma
edificação torna as pessoas conscientes e as leva a prestar atenção em diferentes níveis:
(...) de tomar decisões pragmáticas; de visualizar espaços arquitetônicos na mente e no
papel; e a comprometer-se inteiramente (...) na criação de uma forma que capture um
ideal”. Além de conhecer os motivos que culminaram na decisão por alterar o espaço, os
novos sonhos dos moradores para aquela casa, as novas variáveis envolvidas, é necessário
que seja feita também uma avaliação daquela edificação. Além de um desejo de mudança,
uma necessidade imposta por uma alteração na autonomia desse morador, o arquiteto tem
ainda que lidar com a expectativa dessa família, e especialmente da pessoa que passa a ter
habilidades diferentes das que tinha antes, de ter uma vida plenamente funcional dentro da
residência, sem as barreiras que a construção passou a oferecer.
Uma lesão medular ocorrida em um acidente, uma cegueira após uma infecção,
uma condição genética, uma doença degenerativa e mesmo o próprio envelhecimento, vão
obrigar o indivíduo a mudar seu relacionamento com o espaço em que habita. O relatório do
IBGE para o Censo Demográfico 2010 aponta que 23,9% da população brasileira tem
alguma deficiência; destas, cerca de 85% vivem em áreas urbanas. Na população que teve o
crescimento mais acelerado nos últimos dez anos, a das pessoas com idade acima de 65
anos, o percentual de deficiência atinge 67,7% da população. Esse aumento proporcional da
prevalência de deficiência em relação à idade advém das limitações do próprio fenômeno do
envelhecimento, onde há uma perda gradual da acuidade visual e auditiva e da capacidade
motora do indivíduo.
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ou que não mais agradavam aos moradores anteriormente e que farão parte do escopo do
projeto. Quando a acessibilidade é pensada como um todo (rotas, ambientes internos e
externos, sinalização e elementos), ela tende a ser mais completa, atingindo um número
maior de usuários. Se ela é pensada a partir dos elementos que compõem aquele espaço
(escada, rampa, piso, piso tátil, elevador, portas, etc.) ela corre o risco de ficar fragmentada.
Dessa maneira, apenas os elementos, isoladamente, são acessíveis, não a rota ou o ambiente
por completo.
Após desenvolver esse pensamento crítico ao redor do tema e das exigências feitas
pela família Camargo, o grupo pôs-se a desenvolver o projeto de uma edificação térrea que
veremos a seguir, juntamente com seus ambientes, áreas, níveis e quadro de áreas:
A edificação é dotada de área social com sala de estar, sala de jantar, cozinha e área
de lazer. Mantendo o conceito onde impera a fluidez na mobilidade através dos ambientes e
assegurando a privacidade dos moradores da residência. Os espaços sociais foram projetados
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seguindo as medidas e padrões da NBR-9050, para que seja possível que o filho do casal,
Diego, tenha autonomia, segurança e conforto.
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PROJETO DE IMPLANTAÇÃO
PLANTA DE SITUAÇÃO
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3. Anteprojeto
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Foram executadas rampas de acesso onde o desnível fosse maior que 5cm, com
largura mínima de 1,20m e com corrimão. Patamares no início e final de cada segmento de
rampa, com no mínimo 1,20m de comprimento no sentido do movimento e inclinação igual a
5%. Os corrimãos estão em consonância com a NBR 9050 (2004):
Além das terem a largura ideal, destacamos que o espaço entre a entrada e as bancadas de
estudo são superiores a 1,20m e que a referida bancada é móvel. A altura de um balcão de
acordo com normativa deve ter no mínimo 73 cm e no máximo 90 cm. Outro quesito
importante é que a altura das maçanetas estão entre 0,80m a 1,00m. Os pisos possuem
superfície regular, firme, e estável, e nas áreas molhadas são antiderrapante e os desníveis de
piso que estejam entre 5mm e 20mm; estes são tratados parcialmente em forma de rampa.
No banheiro adaptado para portador de necessidades especiais existem barras de apoio, bacia
de sanitário que possui área de transferência de acordo com a MR 0,80m x 1,20m, bacia
sanitária numa altura entre 0,43 a 0,48m (com a tampa do assento sanitário), acionamento da
descarga tipo alavanca a uma altura de 1,00m, lavatório a uma altura entre 0,78 a 0,80m e
com acionamento da torneira do tipo alavanca, sensor eletrônico ou equivalente, e para ser
totalmente acessível é todos os acessórios (portas 0 objetos, cabide, saboneteira, toalheiro,
etc) estão a um altura de alcance de 1,20m. Destacamos que deve ter uma faixa livre mínima
de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo área de manobras para o acesso ao
banheiro, camas e armários. Deve haver pelo menos uma área, com diâmetro de no mínimo
1,50 m, que possibilite um giro de 360°. A altura das camas deve ser de 0,46 m.
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As portas de circulação interna possuem largura mínima de 0,90m. As maçanetas das portas
são do tipo alavanca, e os ambientes que necessitem de adaptações possuem puxador
horizontal a uma altura entre 0,90 m a 1,10 m com largura de 0,40 m.
Ao longo desta dissertação foram discutidos alguns dos desafios vividos por clientes e
arquitetos no período inicial do projeto de reforma de uma residência para pessoas com
deficiência adquirida. Procurou-se responder o que torna esse processo diferente dos demais
projetos de reformas e, a quais aspectos o arquiteto deve atentar para compreender as
necessidades do cliente.
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PROJETO DE IMPLANTAÇÃO
PLANTA DE SITUAÇÃO
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DETALHE EXECUTIVO: BANHEIRO ACESSÍVEL
RFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei federal no 10.098, 19 de dezembro de 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/ leis/l10098.htm>. Acesso em: 18 maio. 2010
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