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Direito Penal
Teoria geral da Pena - aplicação das penas
Apresentação
Olá aluno,
Sumário
Para que a sanção penal seja aplicada, o CP adotou o chamado Critério Trifásico, tratando-se de sistema em
que o juiz sentenciante deverá enfrentar para definir a pena concretamente a ser aplicada.
A pena será calculada obedecendo o critério trifásico, onde primeiramente caberá ao magistrado efetuar a fixação
da pena base, de acordo com os critérios do artigo 59, do CP (circunstâncias judiciais), em seguida aplicar as
circunstâncias atenuantes e agravantes e, finalmente, as causas de diminuição e de aumento.
A fixação do quantum da pena servirá para o juiz fixar o regime inicial de seu cumprimento obedecendo as
regras do artigo 33 do CP (regimes fechado, semi-aberto e aberto) bem como para decidir sobre a concessão
do sursis e sobre a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa.
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Teoria geral da Pena - aplicação das penas
Circunstâncias atenuantes:
a. ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sen-
tença de 1º grau;
b. o desconhecimento da lei: não ocorre a isenção da pena, mas seu abrandamento;
c. ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral: valor moral é o que se refere
aos sentimentos relevantes do próprio agente e valor social é o que interessa ao grupo social, à coletividade;
d. ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano: não se confunde com o ins-
tituto do arrependimento eficaz (artigo 15 do CP), nesse caso ocorre a consumação e, posteriormente, o
agente evita ou diminui suas consequências;
e. ter o agente cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima: observa-se as regras
do artigo 22 do CP (coação irresistível e ordem hierárquica);
f. ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime: se o agente confessa
perante a Autoridade Policial porém se retrata em juízo tal atenuante não é aplicada;
g. ter o agente cometido o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou: é aplicada desde
que o tumulto não tenha sido provocado por ele mesmo.
De acordo com o artigo 66, do CP, “a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”.
Neste sentido, conclui-se que o rol das atenuantes do art. 65 é exemplificativo.
Circunstâncias agravantes:
a. reincidência: dispõe o artigo 63, do CP, que "verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior";
b. ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe;
c. ter o agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
d. ter o agente cometido o crime à traição, por emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
e. ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
f. ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
g. ter o agente cometido o crime com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
h. ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, minis-
tério ou profissão;
i. ter o agente cometido o crime contra criança, contra maior de 60 (sessenta) anos, ou contra enfermo ou
mulher grávida;
j. ter o agente cometido o crime quando o ofendido estava sob imediata proteção da autoridade;
k. ter o agente cometido o crime em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l. ter o agente cometido o crime em estado de embriaguez preordenada.
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