Você está na página 1de 15

Questão polêmica e que, sem dúvidas, cabe recurso!

Retirar
um corpo estranho que está profundamente inserido na
panturrilha sem anestesia é tortura! A alternativa correta
deveria ter sido melhor escrita. Na alternativa A, não
sabemos se o bloqueio anestésico já foi realizado, o fato de
nas demais alternativas ter a descrição da anestesia gera
ainda mais confusão em relação a letra A. Portanto, a
questão cabe recurso!

Só para ganharmos o conceito! O correto seria assim:


realização de assepsia e antissepsia, colocação de campos
estéreis, realização de anestesia local e remoção do corpo
estranho. No caso do anzol, se está transfixando a pele,
cortamos a ponta livre com um alicate e retiramos a ponta
pontiaguda. Se não é uma lesão transfixante, devemos a
transformar em uma, para realizar a remoção com alicate.
Caso a lesão seja muito profunda e não seja possível a
transformar em uma lesão transfixante, aí a conduta é
realizar a exploração cirúrgica do local. Portanto,
percebemos que a realização de um bloqueio anestésico é
fundamental.

Segue abaixo um modelo de recurso para vocês enviarem à


Banca examinadora:

Prezada Banca Examinadora,


A questão número 27 deste concurso trouxe como gabarito
oficial a letra A. No entanto, esta alternativa não menciona a
realização de anestesia local, portanto, não podemos inferir
se este passo foi ou não realizado. A anestesia local é um
passo fundamental na retirada de qualquer corpo estranho. A
questão traz um contexto de atendimento na Estratégia da
Saúde e da Família e o próprio caderno de Atenção primária
reforça a necessidade de anestesia na retirada de qualquer
corpor estranho. Segue um trecho que ratifica este
argumento:

"Outro cuidado importante é com a anestesia, que


geralmente é realizada localmente. Porém, deve-se tomar
cuidado para o edema provocado pela aplicação não
atrapalhar na localização do objeto. Caso você julgue que a
anestesia local irá dificultar a retirada, opte por realizar
anestesia segmentar, como a troncular. Antes de iniciar a
remoção, realize antissepsia do ferimento e aplique a
anestesia escolhida."

FONTE: Procedimentos em Atenção Primária. Unidade 2 -


Procedimentos em eventos agudos. Ministério da Saúde,
UFSC. Brasil, 2017.

Portanto, solicito anulação da referida questão.


Pessoal, provável erro de gabarito. Quadro de abscesso
perianal com posterior surgimento de orifício cutâneo local e
saída intermitente de secreção sugere o diagnóstico de
fístula anal, condição de manejo essencialmente cirúrgico.
Melhor resposta: letra C. Cabe, evidentemente, a realização
de recurso. Segue um modelo de sugestão.

"Orifício perianal associado à saída intermitente de secreção


sugere quadro de fístula anal, especialmente, em contexto de
surgimento após abscesso anal.
Fissura anal caracteriza-se por ulceração linear geralmente
encontrada na linha média posterior, distalmente à linha
pectínea, conforme destacado no tradicional livro de cirurgia
Sabiston - Textbook of Surgery 20th ed. (página 1402: "An
anal fissure is a linear ulcer usually found in the midline, distal
to the dentate line (Fig. 52-12). These lesions are typically
easily seen by visual inspection of the anal verge with gentle
spreading of the buttocks."), quadro incompatível com o caso
clínico apresentado na questão 07 do concurso.
Por essa razão, solicito a troca de gabarito ou anulação da
referida questão."

O tratamento da legionelose deve ser feito com um macrolídeo venoso associado ou


não à rifampicina oral. Em imunocomprometidos evitamos a associação da rifampicina
devido a uma possível interação com os imunossupressores. Uma outra opção é a
fluoroquinolona venosa. Com a terapia precoce, a mortalidade pode ser inferior a 5%.
Sem o tratamento imediato, a letalidade é acima de 25 a 30%, particularmente em
imunocomprometidos.

Logo, sugerimos recurso, pois a questão tem duas respostas possíveis, B e C:

Prezados membros da banca examinadora,


Segundo Goldman - Cecil Medicine, 26a edição em Inglês (2020), capítulo 298, página
1966, tabela 298.2, figuram como opções para o tratamento da pneumonia por
Legionella em hospedeiros imunocomprometidos:

"Levofloxacin 750 mg once daily (IV initially) for 21 days

Azithromycin 500 mg once daily (IV initially) for 21 days

Moxifloxacin 400 mg once daily (IV initially) for 21 days"

Face ao exposto, as opções B e C são corretas, sendo solicitada a anulação da


questão.

Vamos lá:

Em casos de acidente com corpo estranho ocular (paciente


soldador e trabalhou sem EPI), a conduta inicial é irrigação
com soro fisiológico copiosadamente e encaminhamento
para avaliação com oftalmologista. Pelo enunciado, as
características nos remetem à dois principais diagnósticos:
corpo estranho corneano ou ceratite puntata difusa. Nesses
casos:

Não se instila anestésico (mascara a dor e gravidade do caso


além da toxidade corneana).

Não se faz oclusão com pomada oftalmológica devido ao


fator de não se saber se houve ou não desepitelização
corneana. A oclusão pode até ser feita para aliviar os
sitnomas de fotofobia e dor ocular porém sem a necessidade
de pomada.

A resposta mais correta aqui seria: " irrigação com soro


fisiológico e encaminhamento para avaliação de emergência
OFTALMOLÓGICA".

Portanto, cabe recurso.

" Prezada banca avaliadora:

Estamos diante de um paciente soldador que trabalhou sem


equipamento de proteção adequado com queixa de corpo
estranho ocular, dor intensa, associado a lacrimejamento e
fotofobia.

Existem dois principais diagnósticos diferenciais para o caso:


corpo estranho corneano ou ceratite puntata difusa. O mais
comum é que haja algum pedaço de corpo estranho
"grudado" na cornea pela característica de dor associada à
lacrimejamento e fotofobia. Nesses casos, além da conduta
inicial com irrigação com soro fisiológico abundante para tirar
qualquer corpo estranho que esteja "solto" dentro da
cavidade ocular, devemos encaminhar o paciente para uma
avaliação com oftalmologista onde será instilada uma gota de
anestésico além de colírio de fluoresceina para o correto
diagnóstico (corpo estranho "grudado" na cornea ?
desepitelização corneana ? ceratite puntata difusa ?... ).
Somente depois dessa avaliação é que há prescrição, seja
de pomada ou de colírios, além da retirada do corpo estranho
(se presente).
A banca orienta oclusão com pomada oftalmológica mas de
qual pomada estamos falando ? Se for uma pomada
reepitelizante (regencel, por exemplo), precisamos ver antes
se há ou não desepitelização corneana e isso só pode ser
visto no exame oftalmológico. Além disso, se não houver
corpo estranho nem desepitelização, mas apenas uma
ceratite difusa puntata, não há necessidade de pomada
reepitelizante, mas sim de pomada combinada (antibiótico e
corticoide).

Como dito anterioremente, o mais comum é que haja um


pedaço de corpo estranho "grudado" na cornea, e o
oftalmologista no exame à lâmpada de fenda, instila uma
gota de colírio anestésico (pelo médico oftalmologista) e 1
gota de colírio de fluoresceina e depois faz a retirada com
pinça ou agulha de insulina, prescrevendo no final ou colírio
ou pomada dependendo do aspecto da lesão.

Dessa forma, a melhor resposta para a conduta inicial na


UBS seria: irrigação com soro fisiológico e encaminhamento
para avaliação de emergência OFTALMOLÓGICA.

Como não existe essa alternativa, solicito, por gentileza, a


anulação da questão.

Atenciosamente...

"
Fontes:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/avali
acao-tratamento-ferimentos.pdf

Questão polêmica e que, sem dúvidas, cabe recurso! Retirar


um corpo estranho que está profundamente inserido na
panturrilha sem anestesia é tortura! A alternativa correta
deveria ter sido melhor escrita. Na alternativa A, não
sabemos se o bloqueio anestésico já foi realizado, o fato de
nas demais alternativas ter a descrição da anestesia gera
ainda mais confusão em relação a letra A. Portanto, a
questão cabe recurso!

Só para ganharmos o conceito! O correto seria assim:


realização de assepsia e antissepsia, colocação de campos
estéreis, realização de anestesia local e remoção do corpo
estranho. No caso do anzol, se está transfixando a pele,
cortamos a ponta livre com um alicate e retiramos a ponta
pontiaguda. Se não é uma lesão transfixante, devemos a
transformar em uma, para realizar a remoção com alicate.
Caso a lesão seja muito profunda e não seja possível a
transformar em uma lesão transfixante, aí a conduta é
realizar a exploração cirúrgica do local. Portanto,
percebemos que a realização de um bloqueio anestésico é
fundamental.

Segue abaixo um modelo de recurso para vocês enviarem à


Banca examinadora:
Prezada Banca Examinadora,

A questão número 27 deste concurso trouxe como gabarito


oficial a letra A. No entanto, esta alternativa não menciona a
realização de anestesia local, portanto, não podemos inferir
se este passo foi ou não realizado. A anestesia local é um
passo fundamental na retirada de qualquer corpo estranho. A
questão traz um contexto de atendimento na Estratégia da
Saúde e da Família e o próprio caderno de Atenção primária
reforça a necessidade de anestesia na retirada de qualquer
corpor estranho. Segue um trecho que ratifica este
argumento:

"Outro cuidado importante é com a anestesia, que


geralmente é realizada localmente. Porém, deve-se tomar
cuidado para o edema provocado pela aplicação não
atrapalhar na localização do objeto. Caso você julgue que a
anestesia local irá dificultar a retirada, opte por realizar
anestesia segmentar, como a troncular. Antes de iniciar a
remoção, realize antissepsia do ferimento e aplique a
anestesia escolhida."

FONTE: Procedimentos em Atenção Primária. Unidade 2 -


Procedimentos em eventos agudos. Ministério da Saúde,
UFSC. Brasil, 2017.
Portanto, solicito anulação da referida questão.

Nesta questão temos um paciente idoso, do sexo masculino,


com múltiplos fatores de risco cardiovasculares (tabagista,
hipertenso, obeso, diabético, portador de hipercolesterolemia:
basicamente um paciente com síndrome metabólica) que tem
como queixa clínica a claudicação intermitente. Ele já
realizou um doppler arterial (exame excelente para o
diagnóstico nessas situações) mostrando estenose
moderada de segmento aortoilíaco à direita.

Concluímos então que nosso paciente é portador de doença


arterial oclusiva periférica (DAOP) e, como última
observação, devemos lembrar que o tratamento
intervencionista deve ser indicado (de modo geral) em duas
situações: 1. pacientes com sintomas significativos ou
incapacitantes que não melhoram com medidas
conservadoras e 2. paciente com isquemia ameaçadora (seja
isquemia crítica, seja a presença de úlceras que não
cicatrizam);

Vamos à análise das alternativas:


A: Incorreta: paciente apresenta uma doença grave, mas no
momento não cursa com nenhuma urgência. Pode (e deve)
ser tratado ambulatorialmente;

B: Incorreta: deve-se orientar e tratar os fatores de risco,


além de estimular a deambulação; entretanto, neste
momento da doença, ainda não é necessária a avaliação
com médico especialista;

C: Correta: deve-se orientar e tratar os fatores de risco, além


de estimular a deambulação e prescrever o AAS (para
reduzir o número de eventos cerebrovasculares; pode-se
optar também pelo clopidogrel ao invés do AAS, mas a
terapia combinada não têm benefício);

D: Incorreta: paciente já apresenta exame que nos


evidenciou o diagnóstico, não necessitando avaliação
complementar; exames de imagem não são necessários para
estabelecer o diagnóstico de DAOP, mas podem ser
indicados para avaliar extensão da lesão (quando em
programação cirúrgica) ou para diagnóstico diferencial (por
exemplo, suspeita de aneurisma arterial ou
tromboembolismo); como curiosidade, a doença de Buerger
acomete prioritariamentee JOVENS fumantes e ela sim é um
diagnóstico de exclusão (devendo descartar possíveis outras
doenças, como arteriosclerose e outras vasculites);
Após análise, vemos que melhor gabarito seria letra C, então
questão cabe recurso. Neste caso, o mais correto seria
alterar o gabarito para letra C, mas sugiro a vocês pedirem
recurso tentando também a anulação da questão (pois
podem querer considerar que o encaminhamento ao médico
especialista é uma conduta adequada). Vamos lá:

RECURSO:

Prezada banca avaliadora,

Nesta questão temos um paciente idoso, com múltiplos


fatores de risco cardiovasculares (tabagista, hipertenso,
obeso, diabético, dislipidêmico) cursando com claudicação
intermitente. Nos é dado uma ultrassonografia com doppler
mostrando estenose arterial moderada (menor que 50%) no
segmento aortoilíaco, basicamente fechando o diagnóstico
de doença arterial oclusiva periférica.

Em pacientes com essa patologia, como abordagem


terapêutica devemos sempre intervir nos fatores de risco
(com modificação dos hábitos de vida e controle das
comorbidades), estimular a deambulação e iniciar
antiagregante plaquetário, como descrito no livro do Sabiston
20ª edição, página 1764 "In contemporary surgical practice,
lipid modification, antiplatelet and antihypertensive control,
and smoking cessation strategies are all becoming standard
management issues for the patient with vascular disease." e
na página 1757 "Because medical management is a
cornerstone of vascular therapy, a review of the patients
medications is imperative, with attention to the potential need
for antiplatelet agents, beta blockers (...) as a matter of
course."
Isto posto, vemos que a alternativa C encontra-se correta.

Nos pacientes portadores de DAOP, as indicações para


intervenção cirúrgica (e consequentemente encaminhamento
para o especialista) são a presença de sintomas significativos
ou incapacitantes que NÃO melhoram com tratamento clínico
conservador e presença de isquemia ameaçadora (seja a
isquemia crítica ou presença de úlceras que não cicatrizam).
Vemos então que a alternativa B encontra-se incorreta, pois
ainda não há a necessidade de encaminhar paciente para o
médico especialista (paciente ainda consegue andar 4
quarteirões sem tratamento correto e o Doppler mostrou
estenose menor que 50%).
Solicito então, mudança de gabarito desta questão, onde a
alternativa correta passa a ser a letra C.

Pessoal, questão polêmica porque gira em torno de uma


também muito polêmica lei que foi recentemente aprovada
pelo presidente Jair Bolsonaro. A Lei 13.931, 10 de
Dezembro de 2019, determina que: “os casos em que houver
indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida
em serviços de saúde públicos e privados constituem objeto
de notificação compulsória e deverão ser obrigatoriamente
comunicados à autoridade policial no prazo de 24 horas, para
as providências cabíveis e para fins estatísticos”. Para os
efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher
qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusive
decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico
à mulher.

No entanto, devemos lembrar que o atendimento ao paciente


nunca pode ser prejudicado ou postergado. Inclusive,
algumas notas técnicas foram liberadas em resposta a
referida lei ressaltando que a comunicação externa do caso
de violência deveria ser feita em até 24 horas, mas não antes
que houvesse o acolhimento e escuta qualificada da vítima, o
que torna a letra D correta!

Porém, a letra A não está incorreta, visto que está prevista


em lei e deve ser executada pelo profissional que realizou o
atendimento em prazo tão curto. Por isso, para aqueles
alunos que se sentiram prejudicados, vamos ao recurso:
“Prezada Banca Examinadora,

Venho por meio deste solicitar análise da questão 80 do


presente concurso de Residência Médica. Segundo a lei
13.931, de 10 de Dezembro de 2019, é obrigatória a
comunicação à autoridade policial de qualquer indício ou
confirmação de violência contra a mulher que é atendida em
serviços públicos ou privados, em um prazo máximo de 24
horas. Ainda que saibamos que a paciente deve receber
acolhimento e escuta adequada em relação à situação vivida,
deve-se também, por motivos de cumprimento legal, realizar
a comunicação às autoridades. Assim, solicito a inclusão da
letra A no gabarito da questão. Desde já agradeço a atenção”

Essa questão gerou alguns questionamentos. Paciente de 25


anos com lesão palpável e mama direita de características
benignas no exame clínico. Existe divergência na literatura. O
tratado de ginecologia da FEBRASGO recomenda
inicialmente a ultrassonografia para nódulos mamários
palpáveis em mulheres com menos de 30 anos. Entretanto,
Novak defende a punção aspirativa por agulha fina (PAAF)
apenas com base no exame clínico para a avaliação dessas
lesões. Segue um modelo de recurso para quem se sentiu
prejudicado.

RECURSO:
Prezada banca examinadora, a questão aborda o caso de
uma paciente jovem que apresenta um nódulo mamário
palpável de aspecto benigno ao exame clínico. Segundo o
Tratado de Ginecologia de Berek e Novak 15a edição, no
capítulo 21, “o procedimento mais seguro é a biópsia tecidual
ou o estudo citológico de todos os tumores dominantes
encontrados no exame físico. (...) Tanto a PAAF quanto a
core biopsy são técnicas razoáveis para avaliação de lesões
palpáveis ou identificadas por imagem”. Ainda, no Tratado de
Ginecologia da FEBRASGO 1a edição, a tabela 16.3 do
capítulo 16 descreve que a PAAF pode ser realizada como
abordagem inicial de nódulos que podem ser sólidos ou
císticos. Dessa forma, a alternativa A também está correta.
Solicito, então, anulação da referida questão por haver mais
de uma resposta entre as alternativas.

Você também pode gostar