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RESUMO
O presente artigo busca identificar como a questão da diversidade sexual foi apresentada
nos cursos de formação continuada, oferecidos pela Escola de Aperfeiçoamento dos
Profissionais da Educação – EAPE, da Secretaria de Educação do Distrito Federal, entre os
anos 1990 a 2014. A partir da análise dos programas e dos conteúdos apresentados por
esses cursos, foi possível constatar que, no decorrer do tempo pesquisado, diferentes
abordagens sobre o tema, ora silenciaram, ora oportunizaram o debate sobre a diversidade
sexual.
Palavras-chave: Educação Sexual; Diversidade Sexual; Formação Continuada.
ABSTRACT
This article seeks to identify how the issue of sexual diversity was presented in continuing
education courses, offered by the School for the Improvement of Education Professionals -
EAPE, from the Education Department of the Federal District, between the years 1990 to
2014. From the analysis from the programs and content presented by these courses, it was
possible to verify that, during the time researched, different approaches on the theme,
sometimes silenced, and sometimes made possible the debate on sexual diversity.
Keywords: Sexual education; Sexual Diversity; Continuing education.
RESUMEN
Este artículo busca identificar cómo se presentó el tema de la diversidad sexual en los
cursos de educación continua, ofrecidos por la Escuela para el Mejoramiento de los
Profesionales de la Educación - EAPE, del Departamento de Educación del Distrito Federal,
entre los años 1990 a 2014. Del análisis A partir de los programas y contenidos presentados
por estos cursos, fue posible verificar que, durante el tiempo investigado, diferentes
enfoques sobre el tema, a veces silenciados, y a veces hicieron posible el debate sobre la
diversidad sexual.
Palabras clave: educación sexual; Diversidad sexual; Educación contínua.
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INTRODUÇÃO
oferecidos, entre os anos de 1991 a 2014, tendo como fonte de pesquisa, os arquivos de
seu Centro de Documentação – CEDOC-EAPE.
O presente estudo justifica-se por apresentar um panorama do debate sobre o tema
da educação sexual de modo geral e da diversidade sexual, de modo específico, no âmbito
da SEDF, possibilitando analisar as visões que nortearam a execução dos cursos e que tipo
de referencial teórico os fundamentaram.
O CAMPO DA DIVERSIDADE SEXUAL
... eles (os estudos) tiveram o mérito de transformar as até então esparsas referências às
mulheres – as quais eram usualmente apresentadas como a exceção, a nota de rodapé, o
desvio da regra masculina – em tema central. Fizeram mais ainda: levantaram informações,
construíram estatísticas, apontaram lacunas em registros oficiais, vieses nos livros
escolares, deram voz àquelas que eram silenciosas e silenciadas, focalizaram áreas, temas
e problemas que não habitavam o espaço acadêmico, falaram do cotidiano, da família, da
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sexualidade, do doméstico, dos sentimentos. Fizeram tudo isso, geralmente, com paixão, e
esse foi um importante argumento para que tais estudos fossem vistos com reservas. Eles,
decididamente, não eram neutros. Louro (1997, p. 19).
Ainda para a autora, estes estudos tinham (e ainda têm) como premissa questionar o
fato de que as diferenças entre homens e mulheres não possuem uma origem biológica,
como predominantemente se acreditava uma vez que, para essas pesquisadoras e ativistas,
as origens dessas diferenças são essencialmente sociais. Substituem então a palavra
“sexo” ou “diferenças sexuais” por “gênero”, que torna-se ao mesmo tempo, uma ferramenta
analítica e uma ferramenta política. Louro (1997, p. 21).
Ao romper com a perspectiva biológica e a visão binária, que coloca em oposição
dois sexos e dois gêneros, a diversidade sexual permite várias conexões entre o gênero, a
sexualidade e o corpo, dando origem a várias outras identidades de gênero distintas da
heterossexualidade.
Conforme Prado e Machado (2008, p. 69) se por um lado entendemos que o gênero,
assim como a classe social, nacionalidade, a raça e religião, por exemplo, são partes
constitutivas da identidade dos sujeitos, suas identidades sexuais são constituídas a partir
da forma que vivenciam e interpretam sua sexualidade. Já o direcionamento do desejo
erótico para pessoas do mesmo sexo, de sexos diferentes ou para nenhum sexo, é parte
constitutiva da orientação sexual.
A partir dessa perspectiva, entende-se que a identidade de gênero está relacionada
ao binário sistema macho/fêmea. As pessoas que se identificam com esse binarismo são
chamadas de cisgêneras. Já as pessoas travestis e transexuais transpõem esse binarismo,
identificando-se com o sexo biológico oposto ao qual nasceram, e isso independe da
orientação sexual e são denominadas como transgêneros.
Mesmo que haja intersecções, aproximações e distanciamentos, zonas de contato e
de transposição entre a identidade de gênero e identidade sexual de uma pessoa, isso não
quer dizer que esses conceitos são a mesma coisa. Ao contrário. Isso quer dizer que a
pessoa pode nascer biologicamente de um sexo, porém identificar-se com outro. Dessa
situação surgem ou a vontade de corrigir o corpo, adequando-o à percepção da sua própria
identidade de gênero, como acontece com transexuais, ou pode até surgir o desejo de
realizar mudanças em seu corpo com o objetivo de aproximar a aparência à sua identidade
de gênero, mas sem negar o órgão genital, como no caso de travestis.
Apesar de toda essa variedade de possibilidades, a maior parte das sociedades
estabelece como hegemônica, a heterossexualidade como a única forma capaz de vivenciar
plenamente a sexualidade. Assim, todas as outras passam a ser vistas como sexualidades
desviantes ou deficientes. Essa perspectiva é denominada de heteronormatividade, ou seja,
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Ao defender a ideia de uma hierarquia racial do desenvolvimento baseada na Biologia, assim também
as primeiras teorias sexológicas justificaram a subordinação das mulheres ao afirmar seu caráter
biologicamente determinado; e, paralelamente, em razão de seu destino anatômico, os homossexuais
acabaram sendo situados numa posição marginal no âmago da hierarquia sanitária dos sexos e das
sexualidades. Borrillo (2010, p. 66)
quais se debruça a escola, a sexualidade está ali, presente, intervindo sempre quando um
aluno ou aluna, ou ainda, professores e professoras, subvertem a lógica esperada. Há,
dessa forma, um intenso controle e vigilância sobre os corpos e suas interações uns com os
outros, a fim de evitar contatos e principalmente, a fim de evitar desvios.
Sendo a escola um espaço privilegiado para a formação humana, portanto, repleta
de significados e pautada pelos interesses hegemônicos e antagônicos, o tipo de homem e
mulher definidos como modelos a serem seguidos, serão exaustivamente apresentados às
crianças e jovens, como positivos, esperados, e principalmente, naturalizados, enquanto que
as outras expressões da diversidade sexual humana serão apresentados invariavelmente,
de forma negativa.
...em virtude desse processo de construção de mentes e corpos afinados com tal modelo
heteronormativo, se verificam a produção e a distribuição desigual social do “fracasso escolar” entre
meninos e meninas. Tais produção e distribuição apresentam nexos com as diferenças inerentes aos
processos de socialização de meninos e meninas (e, por conseguinte, de construção e hierarquização
de identidades de gênero), alimentadas por estruturas curriculares e cotidianidades escolares que,
por sua vez, reforçam ulteriormente ou são continuamente reforçadas por concepções
heteronormativas. Assim, não por acaso, meninos e rapazes têm apresentado maiores problemas
em suas situações e trajetórias educacionais. Ou seja, a escola, ao discriminar formas não
hegemônicas de masculinidades, paradoxalmente, produz maiores dificuldades no desenvolvimento
de capacidades comumente entendidas como atributos femininos, tais como ler e narrar histórias.
Louro (2009, p. 33).
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A pesquisa “Perfil dos Professores Brasileiros”, realizada pela UNESCO, em 2002 revelou que para 59,7% dos
professores e professoras, é inadmissível que uma pessoa tenha relações homossexuais e que 21,2% deles
tampouco gostaria de ter vizinhos homossexuais.
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Nos livros didáticos, o caráter heteronormativo das relações sociais está presente nos padrões de
representação de gênero e de organizações familiares, nos discursos sobre afetos e também na
ausência do tema da diversidade sexual. A heteronormatividade impõe um silêncio sobre essa
temática: não há gays nas obras literárias, não há relações homossexuais nos textos de orientação
sexual e, muito precocemente, as crianças aprendem a indexar o universo social pela dicotomia de
gênero. Não existem corporificações para além desse binarismo, por isso não se fala de
homossexuais, bissexuais, travestis ou transexuais. O silêncio é a estratégia discursiva dominante,
tornando nebulosa a fronteira entre heteronormatividade e homofobia (p.52).
Dentro e fora das escolas, dentre todos os grupos minoritários, os/as homossexuais
são os “mais odiados”, o que contribui para que o Brasil seja o país com o maior número de
assassinato de homossexuais e transgêneros no mundo3. As pesquisas realizadas no
interior da escola, com o objetivo de identificar os discursos homo-lésbico-transfóbicos e
excludentes revelam um quadro preocupante.
Uma dessas pesquisas, que tiveram as escolas públicas do Distrito Federal como
foco de análise, revelaram que o tipo de discriminação mais recorrente estava direcionada
aos/às que são ou parecem ser homossexuais. A partir dos dados coletados na pesquisa,
Abramovay, Cunha e Calaf (2009), afirmam que 63,1% dos/as estudantes já presenciaram
algum tipo de violência contra homossexuais e 27, 8% dos/as estudantes não gostariam de
dividir a mesma sala de aula com colegas que são ou parecem ser homossexuais.
Essa situação torna-se mais visível nas turmas das séries iniciais, uma vez que,
segundo a pesquisa, quanto mais jovens, mais os/as alunos rejeitam estudantes que são ou
parecem ser homossexuais. Enquanto que entre crianças de até 11 anos, o índice de
rejeição era de 48,7%, entre os/as estudantes com mais de 18 anos, este índice cai para
16,3%.
E por causa da construção da masculinidade heterossexual que se forma, entre
outros fatores, pela polarização com aqueles que parecem ou são homossexuais, entre os
meninos pesquisados, 44% rejeitam homossexuais como colegas de classe enquanto que
entre as meninas, a rejeição é registrada por 14,9% das alunas participantes da pesquisa.
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O Grupo Gay da Bahia - GGB, divulga todo ano, o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais.
Conforme o GGB, o Brasil confirma a posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos
homofóbicos, concentrando 44% do total de execuções de todo o mundo. Disponível em
http://www.ggb.org.br/direitos.html Acesso em 20 de maio de 2013.
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Entretanto, como todo e qualquer espaço social, a escola não é um espaço neutro ou
apenas responsável pela (re) produção da lógica dominante. Por isso, em seu interior e em
outros espaços de reflexão sobre a escola e a educação, algumas ações foram
implementadas a fim de enfrentar a violência homofóbica e a invisibilidade de sexodiversos
no interior da escola.
Do debate entre Estado e Sociedade foi elaborado o Plano Plurianual - PPA 2004-
2007 que, juntamente com o planejamento econômico, previu uma série de ações no campo
social e na garantia e ampliação de direitos. (Brasil, 2003). Assim, a partir do Programa
“Direitos Humanos, Direitos de Todos”, constitutivo do PPA, definiu-se a elaboração do
Plano de Combate à Discriminação contra Homossexuais, formado por um conjunto de
propostas de políticas públicas destinadas a garantir uma série de direitos a essa parcela da
sociedade (Brasil, 2004).
Para fazer efetivo este compromisso, a Secretaria Especial de Direitos Humanos -
SDH, ligada à Presidência da República, lançou o Programa Brasil Sem Homofobia que
continha as intenções do Estado nessa área e que conseguiu articular vários setores do
Governo Federal. E como não poderia deixar de ser, o Programa Brasil sem Homofobia
reserva à educação, um espaço central.
Sob a responsabilidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão – SECADI, ligada ao Ministério da Educação - MEC, o “Projeto
Escola Sem Homofobia” foi planejado por entidades de defesa dos direitos humanos e da
população sexodiversa sob monitoramento governamental, como parte do “Programa Brasil
sem Homofobia”.
Entre os objetivos do programa destacavam-se a promoção dessa população a partir
da equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação homo-lesbo-
transfóbica, respeitando a especificidade de cada um desses grupos populacionais além de
questionar práticas, posturas, princípios e valores presentes no ambiente escolar que
reproduzem e legitimam as hierarquias sexuais. (Brasil, 2010).
Para atingir tal objetivo, o Programa propôs diversas ações voltadas para o apoio a
projetos de fortalecimento das instituições, criação e disseminação de conhecimentos sobre
direitos e o incentivo à denúncia de violações dos direitos humanos da população
sexodiversa. Dessa forma, foram estabelecidos dois eixos principais: a elaboração de um
conjunto de recomendações elaborado para a orientação da revisão, formulação e
implantação de políticas públicas de enfrentamento à homofobia nos processos gerenciais e
técnicos dos sistemas públicos de ensino, além da formação de gestores/as públicos sobre
os direitos da população sexodiversa e a incorporação e institucionalização de uma
estratégia de comunicação para trabalhar a homossexualidade nas escolas e contextos
educativos que repercuta nos valores culturais atuais (Brasil, 2010).
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mesmo curso foi oferecido para outros/as 28 cursistas e em 1994, 31 cursistas concluíram
essa formação.
No ano de 1995, a EAPE ofereceu um curso de 40 horas a 24 cursistas, denominado
“Educando para a Vida” que além de discutir as questões já elencadas nos cursos
anteriores, tratava também sobre alcoolismo, fatores que levam crianças e jovens às drogas,
prevenção do uso e tipo de drogas e efeitos no organismo.
Nestes primeiros cursos, como podemos observar, a perspectiva biológica da
sexualidade é a matriz de referência. Considerava-se nestes cursos, que o sexo stricto
sensu pertence ao nível biológico, portanto, a Educação Sexual deve se ater aos estudos
dos fenômenos ligados à fisiologia e às patologias da atividade sexual, bem como às demais
questões pertinentes ao uso do aparelho reprodutor. O que chama a atenção, no curso
oferecido em 1995 é discutir, num mesmo curso, sexualidade e uso de drogas, o que nos
leva a identificar um caráter moralizador e profilático.
Naquele ano, em 1995 a questão da sexualidade tornou-se parte de uma política
educacional. Ela foi constituída, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais -
PCNs, como um tema transversal com o objetivo de possibilitar que a discussão sobre o
assunto passasse a ser trabalhado em todas as disciplinas, passando assim, a fazer parte
das preocupações fundamentais das ações pedagógicas nas escolas.
Mas como afirma Altmann (2001, p.245), a Educação Sexual não surge na escola a
partir dos PCN´s, mas o tema é reinserido nas unidades escolares dentro de um contexto
histórico e demandas atuais. Para o autor, a reinserção do tema “orientação sexual” nas
escolas, parece estar mais associada, por um lado, a uma dimensão epidêmica, como
aconteceu anteriormente em relação à sífilis, e por outro, a uma mudança nos padrões de
comportamento sexual. Dessa forma, essa nova perspectiva, evoca, intervenções numa
escala, tanto populacional, como individual.
À partir de uma nova abordagem sobre o tema, em referência à política educacional
nacional estabelecida pelos PCNs, a EAPE, ofereceu, em 1995, o curso “PCNs: Introdução
a questão da Educação Sexual”, promovido em parceria com o Centro de Defesa e
Promoção de Direitos Humanos – CDPDH, para 60 cursistas com 80 horas.
A partir de então, os PCN´s tornam-se uma referência constante para os cursos
sobre Educação Sexual oferecidos pela EAPE, mas isso não quer dizer que houve uma
mudança significativa nos programas dos referidos cursos, ainda fundamentados no caráter
biológico, fisiológico e patológico da sexualidade. Tanto é verdade que em 1996, o curso
“Preparando o Educador Sexual Escolar – PESE”, de 100 horas, é oferecido aos/às
orientadores/as educacionais cujo programa era praticamente o mesmo que os outros
oferecidos anteriormente.
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republicano, bem como as conexões deste campo com o cotidiano escolar, favorecendo a
inclusão e a permanência na escola.
O outro curso, “Diversidade, Direitos Humanos e Inclusão: Desafios para a Educação
do Século XXI”, com 120 horas, foi oferecido para 700 cursistas, em cinco polos diferentes
(Plano Piloto, Planaltina, Gama, Taguatinga e Guará) que a partir de uma perspectiva
transversal que englobava as questões da Diversidade sexual, de raça e etnia,
sustentabilidade e direitos humanos, tinha como objetivos, possibilitar debates sobre a
exclusão de grupos historicamente marginalizados na escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Somente nos últimos anos, os cursos oferecidos pela EAPE, tem demonstrado
uma leitura da sexualidade para além dos aspectos moralizantes e biológicos. Neste
sentido, estes programas devem promover a reflexão do conteúdo social e a dimensão
do afeto que dão significado à conduta sexual humana; apoiar e promover o direito dos
indivíduos de vivenciarem livremente as orientações e alternativas de sua conduta
sexual; pautar a atividade sexual humana como uma forma saudável de prazer e de
comunicação interpessoal e principalmente, respeitar os valores do indivíduo e do
grupo social e acreditar que a sexualidade humana é um fator de crescimento da
pessoa e da sociedade, opondo-se ao emprego do sexo como um instrumento de
poder e dominação.
Por essa razão, acredito ser fundamental que educadores e educadoras,
juntamente com movimentos sociais pelos direitos humanos, se articulem em duas
frentes; a frente política, com o objetivo de que o Parlamento, o Executivo e o
Judiciário garantam a essa população a plenitude de sua inserção social; e a frente no
campo educacional, com o objetivo de estabelecer políticas capazes de formar novos
homens e mulheres, livres de preconceitos capazes de viverem sua sexualidade de
forma livre.
Por isso, a formação de professores e professoras é fundamental para que o
debate sobre a sexualidade humana seja feita a partir de princípios democráticos e
igualitários. Para que possamos possibilitar um ambiente escolar em que as
diversidades deixem de ser apenas princípios para se tornarem em efetiva prática no
cotidiano das salas de aula.
Ainda é preciso enfatizar a necessidade de aprofundamento sobre o tema, que,
pela natureza desse trabalho, não puderam ser contempladas, abrindo assim, um
amplo leque de possibilidades de trabalhos futuros sobre como outras Secretarias de
Educação, tanto estaduais como municipais, trataram a questão da diversidade sexual,
nas escolas e os impactos dessas formações no dia-a-dia das escolas.
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