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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INSTITUTO DE CIÊNCIA POLÍTICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA

CRISTIANO LUCAS FERREIRA

FÉ NA EDUCAÇÃO
A FRENTE PARLAMENTAR EVANGÉLICA
E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Pré-Projeto de Pesquisa apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em
Ciência Política Universidade de
Brasília.

Área de Concentração: Política e


Instituições.

Linha de Pesquisa: Partidos e


Comportamento Político.

Brasília, setembro de 2012.


FÉ NA EDUCAÇÃO
A FRENTE PARLAMENTAR EVANGÉLICA
E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

INTRODUÇÃO

Em vários momentos da história brasileira, atores religiosos e políticos


desenvolveram uma estreita relação. Definida a laicidade do Estado, como um de seus
princípios, a proclamação da República não estabeleceu uma ruptura capaz de impedir a
influência das Igrejas nas coisas públicas. Por outro lado, o Estado, mesmo
estabelecendo constitucionalmente a pluralidade religiosa, não se isentou de definir
limites aos ritos religiosos já que nem tudo é permitido em nome da fé.
Entretanto, nos últimos anos, a movimentação do campo religioso no campo
político transformou-se num dos elementos fundamentais para analisar a política
brasileira na atualidade, principalmente depois que evangélicos passaram a agir
ativamente nos palanques eleitorais e nas tribunas legislativas.
Durante a campanha eleitoral para a presidência da República em 2010, por
exemplo, o segmento evangélico mostrou toda a sua força. Tanto que para obter o
apoio de suas lideranças, os candidatos mais bem colocados na disputa, fizeram
declarações contrárias ao aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de
outros temas em que há uma forte influência religiosa. Redigiram também cartas
direcionadas aos evangélicos em que se comprometiam com a defesa dos “valores
cristãos” caso fossem eleitos.
O sucesso da estratégia dos evangélicos no campo da política pode também ser
sentido na composição do Congresso Nacional. No início das atividades da atual
legislatura (2011-2015), a Frente Parlamentar Evangélica – FPE era composta por 63
deputados federais e 03 senadores. Os bispos, pastores e representantes de várias igrejas
formavam assim, o terceiro grupo mais numeroso do Congresso Nacional, sendo
constituída por parlamentares de vários partidos políticos, vindos de todas as regiões do
país (DIAP, 2010).
Seja no campo da cultura, no cotidiano das pessoas, na mídia, principalmente
televisiva, na produção do conhecimento, no campo político ou no campo educacional,
os evangélicos movimentam-se, resignificam o mundo a partir de sua lógica e de sua fé
e levam para fora de seus templos, suas concepções, suas linguagens assim como suas
demandas e reivindicações.
Bourdieu (2006) define o campo político como um espaço privilegiado da
gestação de produtos políticos, problemas, programas, análises, comentários,
acontecimentos e conceitos, decorrentes da disputa entre os vários atores sociais que
nele se movimentam. A partir dessa tensão, gerada pelo conflito de interesses que
produzem a realidade social, apreende-se que é por causa dessa interação entre os
diversos atores sociais que originam avanços e recuos na influência de determinadas
visões de mundo, que ora são hegemônicas, ora são ultrapassadas.
Nesse momento histórico, temos presenciado que o discurso político produzido
por parlamentares e lideranças evangélicas, encontra amplo respaldo e ressonância
numa parcela significativa da população, formada não somente por integrantes das
igrejas evangélicas, mas também, entre os setores conservadores da sociedade. Esses
dois grupos encontram, na atuação parlamentar de seus representantes, uma forma de
(re)afirmarem suas formas de ver o mundo das coisas e das ideias, a partir da relação
das pessoas com Deus.

PROBLEMA DA PESQUISA
A partir dessa referência preliminar, nosso interesse tem como ponto de partida o
movimento dos parlamentares no campo político para que possamos, assim, construir
respostas à nossa questão central, qual seja: os parlamentares evangélicos utilizam-se
dos preceitos religiosos para definir uma concepção de educação, a partir da qual
produzem as políticas públicas para o setor?
Como hipótese preliminar, partimos do pressuposto que, apesar das
interferências e determinações político-partidárias, os deputados e senadores
evangélicos do Congresso Nacional, têm como principal referência, as questões
religiosas, quando tratam da educação, que pode ser entendida por eles, tanto como
sinônimo de moral, como um conjunto de princípios de uma conduta cristã.
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
i) Investigar a atuação dos parlamentares evangélicos do Congresso
Nacional.
Objetivos Específicos:
i) Analisar as interconexões entre a Frente Parlamentar Evangélica e a
constituição de políticas educacionais;
ii) Identificar se os preceitos religiosos são utilizados por parlamentares
evangélicos na elaboração de políticas educacionais;
iii) Analisar os impactos das ações dos parlamentares evangélicos para a
política educacional brasileira.

JUSTIFICATIVA
Os evangélicos, ao formarem uma numerosa bancada no Congresso Nacional,
vêm demonstrando um poder até então inéditos, sendo plenamente capazes de
influenciar a política nacional. Este grupo de parlamentares está presente nos mais
variados espaços de decisão, nas comissões temáticas do Congresso Nacional assim
como nos grupos de pressão.
Uma das principais motivações em realizar essa pesquisa não se refere somente
por causa do crescimento numérico do segmento evangélico e do que isso significa no
campo religioso. Transcende também à verificação das conquistas desse grupo no
disputado campo político. O interesse investigativo está centrado na contribuição dos
parlamentares evangélicos na elaboração de políticas educacionais.
Mesmo sendo o Brasil, um Estado no qual as liberdades de crença e culto são
garantidas e a separação entre Estado e instituições religiosas definidas desde a primeira
constituição republicana de 1891, a separação entre a Religião e Estado se dá por meio
de uma tênue e permeável linha (Giumbelli, 2008).
Sendo professor da rede pública de ensino do Distrito Federal, tenho presenciado
uma série de discussões sobre políticas educacionais nas quais a questão religiosa tem
tido uma centralidade até então não vista.
FUNDAMENTAÇÃO

Quando se observa os últimos Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística – IBGE, chama a atenção, entre tantas variáveis, as mudanças
ocorridas na composição religiosa da população brasileira. No Censo realizado em
1980, os evangélicos correspondiam a cerca de 6,6% da população. Já no Censo de
1991 eles atingiam 16,2% e no Censo de 2000 esse grupo era constituído por 17,9% da
população. Os dados do último censo (2010), divulgados em julho de 2012, revelaram
que os evangélicos somam 42,3 milhões de fiéis, ou 22,2% da população.
Segundo Mariano (2003), o que explica esse processo de crescimento numérico
reside no fato da religião cristã evangélicaesta religião acomodar os conversos a um
universo urbano e industrial em expansão.
Como a massa que compõe as cidades é basicamente de origem rural e
acostumada a práticas e valores de um universo tradicional que nada
tem a ver com a cidade moderna, a tendência é a perda deste universo
e um desnorteamento diante do novo mundo que enfrenta. Assim, a
identidade do homem do campo e de seu mundo se perde na grande
cidade. Ele vê na esperança de melhorar de vida, mas são tantos
iguais a ele que a cidade não consegue absorvê-los e o sonho do
paraíso começa a se desmanchar no inferno do desemprego, da favela,
da doença. Neste contexto, a religião que promete a salvação surge
como uma verdadeira tábua de salvação, e é por isso que sua
mensagem tem tanta eficácia (p. 19).

Assim, o Estado, incapaz de solucionar os inúmeros problemas sociais e morais


desta sociedade urbana, a imensa massa de pobres das grandes cidades irá procurar na
religião o conforto e a força necessárias para continuar existindo neste “vale de
lágrimas”.
Além disso, uma forma de verificar o impacto da presença evangélica na vida
política brasileira pode ser sentida pelo aumento dos estudos acadêmicos produzidos
principalmente nos últimos 20 anos. Alguns autores como Freston (1992; 1996)
Fonseca (1996; 2002) e Burity (1997, 2011) realizaram importantes trabalhos sobre os
evangélicos, mas não trataram especificamente da movimentação deste segmento no
campo político ou no campo educação.
Tendo como referência a literatura sobre as relações entre os cristãos
evangélicos e campo político, podemos apontar três aspectos principais. O primeiro
deles relaciona o crescimento do número de evangélicos no país às precárias condições
econômicas e sociais, principalmente dos moradores das periferias das grandes cidades
brasileiras.
Enquanto essa perspectiva objetiva compreender as razões do crescimento
evangélico, outra busca identificar o comportamento político desse grupo. Se levarmos
em consideração a atuação dos parlamentares evangélicos no Congresso Nacional
podemos vincular seus discursos e suas posições à direita do espectro político-
ideológico.
Por fim, há o tópico dos determinantes do voto. A filiação evangélica geraria
lealdades políticas automáticas, no sentido de se privilegiar as candidaturas de nomes
ligados às suas igrejas (Bohn, 2004).
Sendo assim, essas três questões que se inter-relacionam, o crescimento do
número de evangélicos, a atuação política destes parlamentares e a fidelidade eleitoral
são fundamentais para compreendermos a formação da Frente Parlamentar Evangélica e
para que, a partir destes determinantes, possamos analisar a movimentação desses atores
políticos no campo político, de modo geral, e no campo educacional de forma
específica.
Prandi (1996) analisa o direcionamento de parcelas significativas da sociedade
brasileira que na busca de soluções para seus problemas, encontram respostas não nos
espaços públicos e conclui que,
Por não termos completado a formação de uma sociabilidade capaz de
instrumentalizar a participação na vida pública independente da
construção da identidade e dos mecanismos de representação pela via
religiosa de estilo tradicional, as religiões de conteúdos éticos vazios
ou acanhados, mas de repertórios mágicos robustos, acabam
mostrando-se bastante aptas a florescer nesta sociedade problemática,
atrasada e sem muitas esperanças confiáveis ( p. 104).

Durante décadas, os fiéis protestantes estavam afastados do campo político.


Para eles, a resolução de suas necessidades e demandas não viriam deste mundo “sujo e
pecaminoso”, mas sim, de suas relações diretas com Deus. Porém, esse distanciamento
passou por mudanças a partir da década de 1980, principalmente depois das eleições
para o Congresso Nacional Constituinte, ocorridas em 1986.
A proposição que associa protestantismo e ativismo político não é
mais inusitada que o fenômeno social ao qual remete: a recente e bem-
sucedida mobilização eleitoral de certos ramos do protestantismo
conservador de base popular, que se apresenta agora como via
alternativa de participação política para os membros de suas igrejas e
seus líderes. Esta peculiar politização dos grupos religiosos, até aqui,
auto-excluídos da esfera pública política, levanta novas interrogações
sobre a dinâmica social do campo religioso como um todo (Pierucci,
1996, p.163).

De explícita apatia, o que se viu, a partir daí, foi a eleição de um número


expressivo de parlamentares evangélicos, em todos os níveis do legislativo nacional.
Tanto que Oliveira (2008) explica que essa mudança na atuação parlamentar evangélica
deve-se principalmente às inovadoras estratégias utilizadas da Igreja Universal do Reino
de Deus – IURD.
O autor, ao analisar a direção da IURD no campo político, parte da ideia que
essa igreja não mede esforços para eleger seus candidatos e nem tenta escamotear por
meio de subterfúgios vários, tal propósito dos fiéis. Como não se ressente do peso da
tradição sectária e apolítica do pentecostalismo, seus líderes não necessitam dar maiores
explicações para justificar sua participação do jogo partidário.
Atuando como os demais grupos políticos, o segmento evangélico, mesmo
formado por várias vertentes, articula-se para conquistar e manter-se no poder. Dessa
forma, são notadamente conhecidas as articulações dos membros da Bancada
Evangélica na defesa de seus privilégios fiscais com isenção de impostos e na busca de
concessões de canais de rádio e televisão.
Num outro front, esses parlamentares esquecem suas diferenças quando questões
que atentem contra suas concepções religiosas, chegam até o parlamento. A
movimentação contra o Programa Escola sem Homofobia, a discussão em torno do
casamento entre pessoas do mesmo sexo e a luta pela aprovação do Estatuto do
Nascituro são exemplos de como a Bancada Evangélica é capaz de influenciar na
definição de políticas públicas o que nos leva a supor que a movimentação destes
parlamentares no campo educacional não seja diferente.
Partindo do pressuposto que a educação é campo social de disputa hegemônica
(Frigotto, 1995), os parlamentares evangélicos têm um especial interesse no setor
educacional.
São inúmeras as creches, pré-escolas, escolas e instituições universitárias
confessionais evangélicas espalhadas por todo o país. Outra perspectiva de sua
influência no setor educacional é observada pelos efeitos da expansão da fé evangélica
em escolas públicas entre os professores e professoras.
Suas crenças e valores morais e espirituais são condicionantes no
desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, conforme Santos (2007). Além disso, há
ainda a obrigatoriedade da oferta de Ensino Religioso nas escolas públicas, lei
apresentada e defendida por parlamentares evangélicos em conjunto com parlamentares
católicos.
No Congresso Nacional, vários parlamentares desse grupo estão presentes na
Comissão de Educação e Cultura, tanto na Câmara Federal como no Senado, cuja
função é avaliar as políticas educacionais e a atuação do Ministério da Educação além
de definir e fiscalizar a destinação de recursos orçamentários. São ainda responsáveis
por elaborarem e votarem Projetos de Leis para o setor.
Essa verdadeira explosão gospel na política brasileira vem sendo interpretada de
diversas formas. Para Burity (1997),
A religião, tomada na discussão política, provoca problemas
generalizados, que aliados às problemáticas sociais, tais como
legalização das drogas e do aborto, descriminalização das drogas, a
união civil de pessoas do mesmo sexo, a utilização de células
embrionárias em pesquisas científicas, acabam engessadas pela
postura intransigente e corporativa aliada a uma moralidade cristã
estrita, por parte de deputados e senadores evangélicos, conforme se
comprova as intervenções contrárias nas votações em torno dos temas
levantados (p. 25).

Tanto o seu crescimento numérico como a visibilidade política do segmento


evangélico causa perplexidade, surpresa e indefinições já que ora esses parlamentares
agem como religiosos, ora atuam como qualquer grupo político, utilizando-se das
estratégias usuais como o voto definido em conjunto que acaba servindo como moeda
de troca e pressão política para verem cumpridas suas reivindicações e exigências.1
O presidencialismo de coalização brasileiro, com sua inevitável
dependência de alianças, em muitas circunstâncias encampa agendas
políticas de grupos representativos da sociedade, quer sejam aqueles
que retrocedem direitos ou os ampliam. E as lideranças evangélicas
possuem duas condições fundamentais para serem atores relevantes
nesse jogo: têm grande poder de convencimento frente a seus milhões
de fiéis e podem sustentar campanhas eleitorais com grande
visibilidade na sociedade. A conta para os governos chega depois.
(Vital & Lopes, 2013, p. 07).

A partir dessa compreensão, o avanço dos evangélicos na política suscitou


também a intensificação do debate tanto na Academia como nos movimentos sociais em
1
Em março de 2012 foi formalizada a união entre a Bancada Evangélica e a Bancada Ruralista que juntas
chegam a reunir 170 votos, o que representa 33% do parlamento. É quase o dobro da bancada do PT (85
deputados), a maior da Casa. Essa união serviu para que duas proposições destes parlamentares fossem
apresentadas ao plenário: Pelo lado evangélico, a proibição da comercialização de bebidas alcoólicas nos
estádios durante o mundial de futebol de 2014, na Lei Geral da Copa e pelo lado dos ruralistas, a defesa
da primeira versão do Código Florestal aprovada na Câmara, na primeira derrota sofrida pelo governo da
Presidenta Dilma Rousseff na Casa, em 2011.
torno da laicidade do Estado e da secularização da sociedade. Tanto para acadêmicos
como militantes, principalmente aqueles ligados aos direitos das minorias, o modelo de
laicidade idealizado na Proclamação da República e o exercido no Brasil é diferente do
preconizado por Weber (2011).
A separação entre esfera pública ou estatal e as religiões é condição
imprescindível para que a democracia possa se desenvolver plenamente, garantindo o
direito de todos e todas de exercitarem sua cidadania. Mesmo que os evangélicos não
defendam publicamente o estabelecimento de um Estado religioso, mas querem que sua
presença tenha a força e legitimidade que outros grupos de opinião e pressão que
exercem sobre o Estado.

METODOLOGIA

Para estabelecer o fundamento da análise nesta pesquisa, inicialmente será


preciso compreender as relações e o processo de separação entre a Religião e o Estado à
luz de Weber (2011) e Bourdieu (2011). Os dois autores analisaram o papel das
religiões na organização das sociedades e na formas de relação entre os entes religiosos
e os entes políticos e econômicos
A partir daí analisaremos a história dos evangélicos no Brasil, tendo como foco
o vertiginoso crescimento numérico dos neopentecostais, responsáveis por
redimensionar a identidade política do segmento evangélico. Os trabalhos de Freston,
Pierucci, Fonseca, Prandi e Oro (2011a; 2011b) serão fundamentais para este momento
do trabalho que tem por objetivo analisar o surgimento dos evangélicos no país, quais as
variantes responsáveis por seu crescimento numérico e o movimento em direção ao
campo político além de discutir a laicidade do Estado.
Junta-se nesse processo, a análise das atuações dos deputados federais e
senadores integrantes na Bancada Evangélica. Para tanto, serão utilizados os arquivos
do Congresso Nacional, as notas taquigráficas, peças orçamentárias e todo registro que
possibilite compreender como este grupo de parlamentares trata a questão educacional.
São vários os elementos que devem ser analisados para que possamos
compreender as relações entre religião, política e educação no Brasil. Para dar conta
desses questionamentos, analisaremos os Projetos de Leis que tratam de educação,
propostos durante as duas últimas legislaturas (2001-2005 e 2006-2010) que coincidem
com o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003- 2010) quando a projeção
e influência dos parlamentares evangélicos alcançaram uma relevância significativa.
Também serão analisados os seus pronunciamentos nas tribunas do Congresso
sobre o tema, suas emendas orçamentárias, suas atuações na Comissão de Educação e
Cultura e os respectivos requerimentos apresentados.
Pelas características desse roteiro de pesquisa, acreditamos que a Análise
Documental nos permitirá extrair dos registros, parte da análise organizando-os e
interpretando-os a partir dos objetivos e do problema já definidos. Utilizaremos
também entrevistas e questionários que serão aplicados tanto a membros da FPE como a
líderes das igrejas evangélicas. A fala destes atores podem desvendar outras nuances
não percebidas nos registros oficiais.
Tendo como referência o período esperado para a realização de uma tese de
doutorado, as atividades se iniciam com a revisão da literatura. Essa parte do trabalho
possibilitará uma visão geral das pesquisas já realizadas. A partir dessa fundamentação
teórica será possível iniciar a segunda fase da pesquisa, a coleta dos dados.
Concomitantemente à análise dos dados, acontecerá a aplicação dos questionários e a
realização das entrevistas.

CRONOGRAMA

AÇÕES 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º
Semestre Semestre Semestre semestre semestre semestre semestre Semestre
2014 2014 2015 2015 2016 2016 2017 2017
Revisão da X X X
Bibliografia
Coleta de Dados X X X
Entrevistas e X X
Questionários
Sistematização X X X
de Resultados
Redação da Tese X X X
Defesa X
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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