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F.C.H.S.A_ Filosofia, Política e Relações internacionais_ T.F.S.

I
4° ano, 1° semestre_ Resumo: FERNANDES, J.P.T. – 2009- A Polimorfia
das Concepções Da Segurança.

Podemos dividir esse texto em três partes: primeiramente ela enfatiza o caráter polissémico
do conceito de Segurança; logo de seguida apresenta-nos as três concepções de segurança
dominantes no período da guerra-fria; e, finalmente, apresenta-nos as outras três grandes
tendências que emergeram no período pós-guerra-fria. O autor, portanto, inicia o texto com
um trecho de Buzan que retrata a importância e a abrangência do conceito de Segurança nas
RIs. Isso para demonstrar-nos que esse conceito é polissémico, ou seja, que possuí vários
sentidos dependendo das abordagens científicas e discursos políticos em que se encontra.
Pois, diferentes autores, diferentes teóricos e paradigmas apresentam-no num sentido. Pois
bem, logo a seguir a isso, o autor começa por identificar as três maiores tendências
verificadas no período da guerra-fria. Em primeiro lugar vemos a concepção da segurança
estatal-militar. Essa corresponde à concepção clássica que é caracterizada pelo seu enfoque
no ator Estado e na dimensão político- militar. Isto quer dizer que essa concepção vê o
Estado como sendo o agente de segurança, ao mesmo tempo que é o que precisa ser
garantido a segurança e preservação. E, a forma de garantir a segurança estatal, segundo
eles é mediante a força militar. Nesse mesmo contexto surge a concepção da escola defesa
alternativa. Essa escola, por sua vez, critica a concepção clássica que vimos anteriormente.
Ela vem propor um tipo de segurança que transcende o sentido clássico de segurança
(político-militar). Um tipo de segurança que, ao invés de impulsionar o armamento e a
defesa com base militar, promove um tipo de segurança positiva, basiada na democracia,
em políticas de alianças, na defesa não ofensiva, entre outros. E, por fim, com vista a
criticar essas duas escolas, surge a concepção da escola segurança do Terceiro Mundo. O
que esta escola vem criticar é o fato de as escolas anteriores apresentarem um modelo de
segurança que adecua-se apenas a realidades ocidentais, deixando de lado, portanto, o
restante do mundo. Neste sentido, o que vem propor é um tipo de segurança que tenha em
conta o desenvolvimento econômico, pois, a falta de desenvolvimento econômico, segundo
esses pensadores, apresenta-se como um factor de insegurança. Deste modo, a
reivindicação fundamental é a de se constituir uma nova ordem econômico mundial. A
seguir a isso, o autor muda o faco para outras grandes tendências conceptuais da segurança

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que emergeram no contexto pós-guerra-fria. O colapso da ex-União Soviética, e o
subsequente final da Guerra Fria, nos anos 1989-1991, colocou, de novo, a questão da
segurança no centro das atenções. Novos problemas e novas temáticas surgiram num
Mundo em rápida mudança. Os estudos de segurança tradicionais rapidamente se
tornaram ultrapassados… Novas concepções passaram a alimentar o debate em torno da
(re) conceptualização da segurança. (p. 200). É nessa sequência que passamos a conhecer
as três grandes concepções que surgiram na pós Guerra Fria. Primeiramente, vemos a
tendência neo-realista. Esta concepção defende uma visão mais alargada da segurança, ou
seja, para além da visão político-militar. Abrange Os vários níveis e as várias dimensões da
segurança. Entretanto, continua sendo uma concepção estatocêntrica, pois mantém a
segurança nacional como sendo o nível central da sua análise. Posteriormente, vemos a
concepção realista-civilizacional. Esta concepção baseia-se na visão anti-utópica
huntingtoniana da política mundial do séc. XXI. Segundo essa concepção, a dimensão
político-militar da segurança deve ser articulada à dimensão cultural e civilizacional, sem
esquecer também da dimensão econômica que possui a sua relevância. Pois, só deste modo,
respeitando e conciliando as diferentes formas de vivências mundiais, será possível a paz e
a segurança nos próximos séculos. E finalmente, temos as concepções críticas-
multiculturalistas-humanitárias. Nesse último encontramos uma diversidade de autores e
correntes, porém, o que os uni é a tendência crítica à visão realista da segurança estatal-
militar e o alargamento da questão de segurança à áreas da vida humana. E o texto conclui-
se frisando que essas diferentes concepções da segurança evidenciam claramente o caráter
polissémico do conceito. Feita está revisão das principais concepções da segurança
produzidas durante a Guerra Fria e no pós-Guerra-Fria, julgamos ter evidenciado, com
suficiente nitidez, a Polimorfia que deriva da maneira como estas se filiam, ou, pelo
menos, se inspiram, nas diferentes visões, correntes e paradigmas das R.I. (p. 208).

Docente: Rui Pereira


Aluna: Joelma Mendes

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