Este documento discute as diferenças entre ética e deontologia profissional. A ética se concentra no que é bom para os beneficiários da profissão, enquanto a deontologia estabelece deveres e obrigações específicas para os profissionais de acordo com os códigos de cada ordem profissional. Embora complementares, a ética se refere mais à consciência individual e a deontologia aos critérios compartilhados pelo grupo profissional.
Este documento discute as diferenças entre ética e deontologia profissional. A ética se concentra no que é bom para os beneficiários da profissão, enquanto a deontologia estabelece deveres e obrigações específicas para os profissionais de acordo com os códigos de cada ordem profissional. Embora complementares, a ética se refere mais à consciência individual e a deontologia aos critérios compartilhados pelo grupo profissional.
Este documento discute as diferenças entre ética e deontologia profissional. A ética se concentra no que é bom para os beneficiários da profissão, enquanto a deontologia estabelece deveres e obrigações específicas para os profissionais de acordo com os códigos de cada ordem profissional. Embora complementares, a ética se refere mais à consciência individual e a deontologia aos critérios compartilhados pelo grupo profissional.
Ética e Deontologia em Educação Física e Desporto, 1º Ano, II Semestre. 2020/2021.
Ética e Deontologia Profissional. Os Códigos Deontológicos e as suas Funções.
“«Ética» e «Deontologia», quando relacionadas com o âmbito profissional, são duas palavras que até há pouco eram e, todavia, em alguns contextos, sinónimos intermutáveis. Mas, entre uma e outra existem diferenças (e complementaridade de perspectivas que oferecem para iluminar as actuações responsáveis dos profissionais). Para configurar o bom exercício profissional é aconselhável combinar as referências éticas com normas deontológicas e, por sua vez, situar as normas deontológicas, no horizonte das aspirações éticas (...) Sobre este transfundo de correntes éticas (éticas comunitaristas teleológicas que dominaram na Antiguidade - telos significa fim, onde se enquadram as éticas consequencialistas, utilitaristas, as éticas neoaristotélicas das virtudes (bons hábitos de carácter dos indivíduos e das organizações) ou comunitaristas da vida boa, e éticas universalistas deontológicas de inspiração kantiana – déon significa dever/lei, que estabelecem uns princípios básicos de justiça ou fixa uns deveres mínimos universalmente exigíveis a todos como deveres obrigatórios, como são exemplos, as éticas neocontratualistas de John Rawls e a ética do discurso como as de Karl Otto Apel e Jurgen Habermas) articula-se as diferenças e complentaridades entre ética profissional e deontologia profissional. A mesma semelhança etimológica das palavras sugere que, efectivamente, a deontologia profissional está mais próxima dos posicionamentos das éticas deontológicas. Tanto a ética deontológica como a deontologia se ocupam dos deveres, simplesmente éticos num caso, explicitamente profissionais no caso da deontologia profissional. (...) A ética ocupa-se de dizer em que consiste essa atuação que nos faz bons,i.e, excelentes (virtuosos); a ética profissional centra-se antes de tudo no tema do bem: o que é bom fazer, ao serviço de que bem (fim maior e último como a ideia contida na expressão “meu bem”) está uma profissão, qual é o tipo de bem (o fim maior) que busca como finalidade constitutiva a advogacia, a medicina, a engenharia, o trabalho profissional dos farmacêuticos ou dos jornalistas (dos gestores e marketers), e na relação com tudo o anterior que é um bom profissional (compêtencia técnica, responsabilidade, lealdade,...). A ética ocupa-se de dizer que os profissionais devem ser competentes e responsáveis no exercício da sua profissão. Em que consiste tal competência em concreto, o que compete ou não ao profissional, e quais são as destrezas sem as quais a sua atuação dificilmente merece a classificação de atuação profissional se configura historicamente no seio da classe profissional perante as transformações do meio social e perante as procuras de bens e serviços específicos, que cada classe profissional oferece (...) A deontologia profissional formula antes de mais, os deveres e as obrigações do profisssional, aquilo que se deve exigir de todo o profissional no desempenho das suas funções profissionais. O normal é que (esses deveres e obrigações do profisssional) sejam escritos, compiladas num código escrito e aprovado pelo colectivo (Ordem) profissional (...) «Deon», de onde procede a palavra deontologia (...) significa que algo é necessário (um dever) ou devido. A deontologia profissional busca estabelecer um conjunto de normas exigíveis a todos aqueles, que exercem uma mesma profissão. A ética, ainda que constitutivamente social refere-se em última instância à consciência dos indivíduos. A deontologia sem negar o anterior, move-se preferencialmente no campo dos critérios compartilhados pela classe profissional, e normalmente fixada num texto normativo (Código Deontológico) referendado (e aprovado) pela correspondente ordem ou classe profissional. Para justificar as normas há que apelar aos bens desejáveis de cada uma das profissões. As normas deontológicas respondem mais à moral interna do grupo (profissional) que as formula. O bem da profissão se expressa em termos mais acessíveis na crítica externa, expecialmente, na dos hipotéticos benefeciários (ou, no caso, prejudicados) no exercício profissional bem (ou mal) feito. Repetimos: é bom complementar a perspectiva interna dos profissionais com a perspectiva «externa» (se se pode falar nestes termos), dos beneficiários do exercício profissional... Sem a perspectiva ética, a deontologia fica sem o seu horizonte de referência...A deontologia exige atuações. A ética propõe também e pede motivações. Dos espaços abertos e plurais que ficam para o bem se ocupa a ética. Pode-se apelar à própria consciência do dever de cada profissional, mas o normal é que quando se fala da deontologia profissional se entende por tal os critérios compartilhados pela ordem profissional e, normalmente, convertida no texto normativo pela respectiva ordem profissional. Os códigos profissionais representam os profissionais (sua imagem, seus interesses, estatutos e legítimos profissionais). Os códigos dentológicos contribuem para a consolidação de uma profissão. Toda a profissão necessita da imagem, apreço, reconhecimento social das capacidades técnicas e também das atitudes éticas dos profisionais”. in ALONZO, A. H. (2004). Ética de las Profissiones, Cap. 11, pp. 191-196