Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objectivos específicos:
B. Ética Profissional
1. Noção de Ética Geral / Pessoal
1.2 Noção de Ética Profissional
1.3 Trabalho Profissional
1.4 Sigilo Profissional
1.5 Profissionalismo e Dimensão Humana
1.6 Gestão de Conflitos Interpessoais
2. Direitos e Deveres do Profissional
2.1 As Classes Profissionais
2.2 As Virtudes Profissionais
3. O Código de Ética Profissional
3.1 Normas de conduta
a) A Protecção dos “Guardados” (do Principal)
b) O Interesse Público
c) A Salvaguarda dos Bens Patrimoniais
d) A Lealdade
e) Confidencialidade e Sigilo Profissional
f) Responsabilidade Profissional
g) Relações Interpessoais
h) Relações com o “Guardado” (o Principal)
i) Relação com Terceiros
j) Relações com a Comunicação Social
DG.038/02 Página 1 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
1º Transmitir a Ética aos formandos com vista à sua vida pessoal e com vista ao seu
comportamento profissional;
ÉTICA PESSOAL
A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, carácter. Através do
latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral. Em
Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e o seu estudo
contribui para estabelecer a natureza dos deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.
Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que
norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser
confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e procura explicar e justificar os
costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução dos
seus dilemas mais comuns. Porém, deve deixar-se claro que etimologicamente "ética" e
"moral" são expressões sinónimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é a
sua tradução para o latim.
A ética também não deve ser confundida com a Lei, embora com certa frequência a lei tenha
como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser
compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer
qualquer sanção pela desobediência destas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a
questões abrangidas no escopo da ética.
Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio Código de Ética Profissional, que é
um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente
incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-se
que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, o seu estudo tem
alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos nos quais se discutam
DG.038/02 Página 2 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
factos relativos à conduta profissional. Além disso, o seu não cumprimento pode resultar em
sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária
ou definitiva do direito de exercer a profissão.
ÉTICA E DEONTOLOGIA
Do grego “ethiké” ou do latim “ethica” (ciência relativa aos costumes), ética é o domínio da
filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o
comportamento correcto e o incorrecto. Os princípios éticos constituem-se enquanto
directrizes, pelas quais o homem rege o seu comportamento, tendo em vista uma filosofia
moral dignificante. Os códigos de ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional,
pelo que não é pouco frequente os termos ética e deontologia serem utilizados
indiferentemente.
O termo Deontologia surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e “lógos”
que se traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a deontologia seria o tratado do dever ou
o conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um determinado grupo profissional.
A deontologia é uma disciplina da ética especial adaptada ao exercício da uma profissão.
DG.038/02 Página 3 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
O Código de Ética é uma referência para a prática profissional. É uma declaração de princípios
que terá a sua expressão na concepção e na execução das mais diversas tarefas, nos
comportamentos e nos contextos do exercício da actividade.
RESUMO
ÉTICA GERAL OU PESSOAL – É um domínio da Filosofia (teoria) que tem por objectivo o juízo de
apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e incorrecto, o modo de
ser, o carácter, o comportamento, a postura das pessoas.
ÉTICA PROFISSIONAL
ÉTICA PROFISSIONAL
Muitos autores definem a Ética Profissional como sendo um conjunto de normas de conduta
que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a acção
"reguladora" da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional
respeite o seu semelhante quando no exercício da sua profissão.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com a sua clientela,
visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sócio-cultural onde
exerce a sua profissão.
DG.038/02 Página 4 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos a referir-nos ao
carácter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos
e códigos específicos. Assim, temos a ética médica, do advogado, do biólogo, etc.
Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito
relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de
morte, sequestros, eutanásia, SIDA, por exemplo, são questões morais que se apresentam
como problemas éticos - porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao
debruçar-se sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um "filósofo da
ciência", ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de
qualquer actividade profissional humana.
Sendo a ética inerente à vida humana, a sua importância é bastante evidenciada na vida
profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades
sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam.
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na acção humana "o fazer" e "o agir"
estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo o profissional deve
possuir para exercer bem a sua profissão. O agir refere-se à conduta do profissional, ao
conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho da sua profissão.
A Ética baseia-se numa filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo o ser
humano, por isso, "o agir" da pessoa humana está condicionado a duas premissas
consideradas básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive", logo toda a capacitação
científica ou técnica precisa de estar em conexão com os princípios essenciais da Ética.
Constata-se, então, o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e a sua
importância na formação de recursos humanos.
DG.038/02 Página 5 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
Como o número dos que trabalham que visam primordialmente o rendimento é grande, as
classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e
zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam
vulneráveis ao individualismo. A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais
por interesse de defesa do que por altruísmo. A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo
caminho da exigência de uma ética, imposta através dos conselhos profissionais e de
agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o
serviço de organizar o profissional para esse fim.
Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer as suas actividades como
empresários, autónomos e associados. Podem também dedicar-se a partes menos ou mais
refinadas do conhecimento. A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e
inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre
procuram uma maior abrangência.
Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de
uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem
estar apoiadas em princípios de virtude. Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem
comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral.
DG.038/02 Página 6 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
disciplina de conduta protege todos, evitando o caos que pode imperar quando se outorga ao
indivíduo o direito de tudo fazer, ainda que prejudicando terceiros. É preciso que cada um
ceda alguma coisa para receber muitas outras e esse é um princípio que sustenta e justifica a
prática virtuosa perante a comunidade. O homem não deve construir o seu bem à custa de
destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua vida em todo o universo.
Em geral, o egoísta é um ser de curta visão, pragmático quase sempre, isolado na sua
perseguição de um bem que imagina ser só seu.
DG.038/02 Página 7 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
No trabalho e noutras outras situações sociais, convivemos com muitas pessoas diferentes,
portanto, precisamos manter um clima agradável e cordial.
CLASSES PROFISSIONAIS
Uma Classe Profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela
natureza do conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de
habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da
sociedade, específico, definido pela sua especialidade de desempenho de tarefa.
A questão, pois, dos agrupamentos específicos, sem dúvida, decorre de uma especialização,
motivada por selecção natural ou habilidade própria, e hoje constitui-se em inequívoca força
dentro das sociedades.
A formação das classes profissionais decorreu de forma natural, há milénios, e dividiram-se
cada vez mais. Historicamente, atribui-se à Idade Média a organização das classes
trabalhadoras, notadamente as de artesãos, que se reuniram em corporações. A divisão do
trabalho é antiga, ligada que está à vocação e cada um para determinadas tarefas e às
circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir este ou aquele trabalho; ficou prático para o
homem, em comunidade, transferir tarefas e executar a sua.
A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje acha-se não só
regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de classe.
VIRTUDES PROFISSIONAIS
Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser levadas em
conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento da sua actuação
profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. Muitas destas qualidades
poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando, neste caso, o mérito do
profissional que, no decorrer de sua actividade profissional, consegue incorporá-las à sua
personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.
Num artigo publicado na Revista EXAME o consultor dinamarquês Clauss MOLLER (1996,
p.103-104), faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa como
fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller o futuro de uma
carreira depende dessas virtudes. Vejamos porquê.
Responsabilidade
O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem
responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa. Uma
DG.038/02 Página 8 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipa terá maior probabilidade de agir
de maneira mais favorável aos interesses da equipa e dos seus clientes, dentro e fora da
organização. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência
pessoal muito importante.
É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. Só pessoas que tenham auto-estima e um
sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um
sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais
assumiram responsabilidade real, de maneira consciente.
As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em
encontrar um significado nas suas vidas. O seu comportamento é regido pelas recompensas e
sanções de outras pessoas - chefes e pares. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes
de equipas.
Lealdade
A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um
funcionário leal alegra-se quando a organização ou o seu departamento é bem sucedido,
defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de
fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas.
Lealdade não quer dizer, necessariamente, fazer o que a pessoa ou organização à qual se quer
ser fiel quer que façamos. Lealdade não é sinónimo de obediência cega. Lealdade significa
fazer críticas construtivas, mas mantê-las dentro do âmbito da organização. Significa agir com
a convicção de que o nosso comportamento vai promover os legítimos interesses da
organização. Assim, ser leal às vezes pode significar recusar fazer algo que a pessoa acha que
poderá prejudicar a organização, a equipa de funcionários.
No Reino Unido, por exemplo, essa ideia é expressa pelo termo "Oposição Leal a Sua
Majestade". Noutras palavras, é perfeitamente possível ser leal a Sua Majestade - e, mesmo
assim, fazer parte da oposição. Do mesmo modo, é possível ser leal a uma organização ou a
uma equipa mesmo que se discorde dos métodos usados para se alcançar determinados
objectivos. Na verdade, seria desleal deixar de expressar o sentimento de que algo está errado,
se é isso que realmente sentimos.
As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa,
capaz de colocá-las em movimento.
DG.038/02 Página 9 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
Iniciativa
Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa, ao mesmo tempo,
demonstrar lealdade pela organização. Num contexto de empregabilidade, tomar iniciativas
não quer dizer apenas iniciar um projecto no interesse da organização ou da equipa, mas
também assumir a responsabilidade pela sua complementação e implementação.
Honestidade
A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade
perante o bem de terceiros e a manutenção dos seus direitos.
É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros,
privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade
e que têm a confiança colectiva de uma colectividade. Já ARISTÓTELES (1992, p.75) na sua
"Ética a Nicómanos" analisava a questão da honestidade.
Outras pessoas excedem-se no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer fonte - por
exemplo os que fazem negócios sórdidos, os proxenetas e demais pessoas desse tipo, bem
como os usurários, que emprestam pequenas importâncias a juros altos. Todas as pessoas
deste tipo obtêm mais do que merecem e de fontes erradas. O que há de comum entre elas é
obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por causa do ganho - de um
pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes erradas, e
cujos ganhos não são justos - por exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam
templos, não são chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e injustos.
DG.038/02 Página 10 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
Sigilo
O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na
formação dos futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalho, em geral, nada
interessa a terceiros e ainda existe o agravante de que planos e projectos de uma empresa,
ainda não colocados em prática, possam ser copiados e colocados no mercado pela
concorrência antes que a empresa que os concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.
Documentos, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais, entre outros, devem
ser mantidos em sigilo e a sua revelação pode representar sérios problemas para a empresa ou
para os clientes do profissional.
Competência
Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma
adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre. "A função de
um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem." (ARISTÓTELES, p.24).
É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de actuação.
Os recursos humanos devem ser incentivados a buscar a sua competência e maestria através
do aprimoramento contínuo das suas habilidades e conhecimentos. O conhecimento da
ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para a prestação de
serviços de boa qualidade.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada tarefa, mas é
necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando não se tem a devida
capacitação para executá-lo.
Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas
pela incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em engenharia,
são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.
Prudência
Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.
A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais
facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança,
principalmente das decisões a serem tomadas. A prudência é indispensável nos casos de
decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.
DG.038/02 Página 11 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
Coragem
Todo profissional precisa ter coragem, pois "o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta
coisa alguma, torna-se um covarde" (ARISTÓTELES, p.37).
A coragem ajuda-nos a reagir às críticas, quando injustas, e a defender-nos dignamente
quando estamos conscientes do nosso dever. Ajuda-nos a não ter medo de defender a verdade
e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem
comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a
eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou actos de desagrado dos chefes
ou colegas.
Perseverança
Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo o trabalho está sujeito a
incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o
profissional no seu trabalho, sem se entregar a decepções ou mágoas. É louvável a
perseverança dos profissionais que precisam enfrentar os problemas do subdesenvolvimento.
Compreensão
Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceite pelos que dele dependem,
em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no
relacionamento profissional. É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para
que o profissional não se deixe levar por opiniões ou atitudes nem sempre válidas para
eficiência do seu trabalho, para que não se percam os verdadeiros objectivos a serem
alcançados pela profissão.
Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A
compreensão que se traduz, principalmente em “calor humano” pode realizar muito em
benefício de uma actividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada.
Humildade
O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o “dono da verdade” e
que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas.
Representa a auto-análise que todo o profissional deve praticar em função da sua actividade
profissional, a fim de reconhecer melhor as suas limitações, procurando a colaboração de
outros profissionais mais capazes, se tiver esta necessidade, dispor-se a aprender coisas novas,
numa busca constante de aperfeiçoamento. A humildade é uma qualidade que carece de
melhor interpretação, dada a sua importância, pois muitos a confundem com subserviência,
DG.038/02 Página 12 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
dependência… quase sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como exemplo, ouve-se
frequentemente, a respeito determinadas pessoas, frases com: “Fulano é muito humilde,
coitado!”. Humildade significa, em frases como esta, pessoa carente que aceita qualquer coisa,
dependente e até infeliz. Conceito erróneo que precisa de ser superado, para que a Humildade
adquira definitivamente a sua autenticidade.
Imparcialidade
É uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois destina-se a
contrapor-se aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica,
sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma
posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo
a justiça depende muito da imparcialidade.
Optimismo
Perante as perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser optimista,
para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento,
enfrentando o futuro com energia e bom-humor.
DG.038/02 Página 13 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
É inequívoco que o Ser tenha a sua individualidade, a sua forma de realizar o seu trabalho, mas
também o é que uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que
concerne à sua conduta, em relação aos seus semelhantes. Toda comunidade possui
elementos qualificados e alguns que transgridem a prática das virtudes; seria utópico admitir
uniformidade de conduta.
A disciplina, entretanto, através de um contrato de atitudes, de deveres, de estados de
consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas
classes profissionais inerentes a cursos universitários (e.g. médicos, advogados, enfermeiros
etc.)
Uma Ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e especialmente evitar que se
macule o bom nome e o conceito social de uma categoria. Se muitos exercem a mesma
profissão, é preciso que uma disciplina de conduta ocorra.
• Evitar conflitos de interesses e assegurar que o meu empregador fica ciente de potenciais
conflitos.
• Não tentar usar os recursos do meu empregador em benefício pessoal ou outro, sem a
devida autorização.
• Não me aproveitar das debilidades dos sistemas informáticos em meu benefício pessoal
ou para minha auto-recreação.
DG.038/02 Página 14 de 15
RAVEN – International Security Academy, Lda. Ética na Protecção Pessoal
RESUMO
R.: É um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de
qualquer profissão.
DG.038/02 Página 15 de 15