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Este artigo é dedicado à explicar sobre o controle de rotação e monitoramento do RPM das ventoinhas presentes
em placas-mãe de desktop e notebook!
Para que tudo funcione sem pegar fogo, é essencial o uso de sensores de temperatura e também de ventoinhas. Por
este motivo que nas placas de desktop e notebook há um complexo circuito de controle, com direito a tacômetro e
diodo térmico.
Vamos começar pela Intel Corporation e seu padrão de cooler BOX!
Os coolers BOX da Intel para socket LGA775 e superiores possuem 4 fios, cada um com uma cor padronizada.
Veja abaixo, a imagem de um conector para cooler em uma placa-mãe para processador Intel:
A grande maioria dos AirCoolers fabricados por outras empresas podem ser compatíveis com este conector
CPU_FAN da Intel!
Como você pode ver, o conector onde é plugado o cooler também possui um fio de controle, onde é mandado um
sinal PWM vindo do respectivo pino do Super I/O. Se você acha que no cooler há apenas um motor, está
completamente errado! Há um amplificador, um controlador de motor DC Brushless e um sensor Hall. Veja a
imagem da placa do motor abaixo:
Para ver o datasheet de um modelo semelhante ao amplificador utilizado no Cooler BOX da Intel, CLIQUE
AQUI!
Abaixo, o diagrama do controlador do motor DC Brushless:
Apesar deste Cooler BOX da Intel ter surgido com o socket LGA 775 a mais de dez anos atrás, os processadores
para sockets atuais vem com um sistema de refrigeração idêntico.
Para a Advanced Micro Devices, mais conhecida como AMD, temos um padrão parecido com o da Intel para
Cooler BOX, com direito a tacômetro e controle de rotação. A principal mudança é a cor de cada fio. Veja a
imagem de um conector para cooler em uma placa-mãe para processadores AMD:
Veja a pinagem do conector e as cores de cada fio:
O cooler BOX para processador AMD tem um circuito mais simples, onde há apenas um controlador de motor DC
Brushless e o sensor Hall. Veja a imagem da placa do motor abaixo:
CLIQUE AQUI para ver o datasheet do controlador ON Semiconductor LB11961 responsável por controlar o
motor, regulando e monitorando sua rotação.
Em algumas partes do texto, utilizamos a sigla PWM, que significa Pulse-Width Modulation (Modulação por
Largura de Pulso) e é a partir dela que a tensão para a ventoinha é gerada. Como assim?
Para entender melhor isso, você deverá saber o que é frequência. Caso você não saiba, o HC tem um artigo sobre o
assunto, basta CLICAR AQUI!
Se quiser saber sobre o clock em circuitos digitais, CLIQUE AQUI!
O PWM é uma onda quadrada numa determinada frequência. Alterando seu Duty Cicle, isto é, o tempo em que
esta onda permanece em nível alto, podemos alterar a tensão final do circuito de alimentação. Veja o gráfico abaixo:
A linha azul subindo e descendo mostra que, conforme aumentamos a largura de pulso, aumentamos a tensão
média.
No caso de uma placa-mãe de notebook ou desktop, quem gera este sinal PWM é o controlador dos FAN's presente
no Super I/O, ou seja, quem gera este sinal é um microcontrolador. Em muitos Super I/O, a fabricante da placa-
mãe programa até pinos GPI/O para funcionarem como PWM.
Para calcular a tensão média (Vm) de um sinal PWM qualquer, devemos saber a porcentagem do tempo em que a
onda permanece em nível HIGH (alto) durante um ciclo - que também pode ser chamado de período - e multiplicar
pela tensão em que o nível HIGH atinge (V).
Por exemplo, uma onda com um Duty Cicle de 50% no nível alto a uma tensão de +5V:
Utilizando apenas algumas pecinhas, podemos controlar a tensão de saída de uma fonte de alimentação através de
um sinal PWM. Podemos utilizar um amplificador operacional e um regulador de tensão, juntamente com alguns
capacitores e resistores SMD, como é costumeiro nos circuitos de alimentação e controle de ventoinhas numa placa-
mãe.
Esta é a simples lógica de ligação do circuito controlador e monitor de rotação das FAN's presente no Super I/O ao
circuito de alimentação dos conectores de ventoinha.
Perceba que o pino "FAN_PWM2", "FAN_PWM4" e "FAN_TAC2" estão circulados em azul e que os respectivos
pinos do ITE IT8716F-L/DX estão marcados com uma linha também em azul.
Veja que estes dois circuitos da ECS AMD690GM-M2 são análogos ao circuito da placa da Gigabyte, apesar das
duas placas serem feitas para processadores de marcas diferentes. Há um amplificador operacional GS324SFS e a
entrada inversora ligada na linha "FAN_PWM2" do Super I/O. A saída do amplificador ligada à base do regulador
de tensão PNP da marca Hi-Sincerity modelo HI772. No emissor deste regulador, uma entrada de +12V. No coletor
do HI772 ligado ao pino +12V do conector do cooler e também ligado a entrada não inversora do amplificador
operacional.
Veja que apenas 2 pinos PWM e dois pinos para controle de rotação são utilizados neste Super I/O.
Observe que no circuito denominado "South Bridge FAN" há uma linha para sinal PWM ligada a um simples
regulador de tensão, ou seja, quem controla a rotação de acordo com a temperatura do chipset é o circuito de
alimentação do FAN.
Para acessar a documentação do regulador de tensão 2N7002, CLIQUE AQUI!
Para Acessar a documentação do transistor PMBT2907A, CLIQUE AQUI!
Placas-mãe como por exemplo, a DFI LANPARTY UT nF4 SLI-D possui sensor Hall na ventoinha sobre o chipset
Ponte Sul, portanto há três pinos no conector, assim como no SYS_FAN.
Note que há dois conectores SYS_FAN, e estes sim, sem uma linha de sinal PWM, apenas com a linha "FANIO"
para monitoramento de rotação através de um sensor Hall.
Como foi dito no início, tanto o chipset nVidia MCP55, quanto o Super I/O controlam o CPU_FAN. Veja abaixo os
pinos do chipset que são ligados ao circuito de alimentação do conector:
Perceba que, de componente notável há apenas um diodo LS4148-F em cada circuito de alimentação.
Veja abaixo, o Super I/O, com encapsulamento diferente do comum: devido a obsolescência de vários circuitos
presentes nele, as fabricantes vem utilizando um invólucro menor, com menor pinos, como é o caso deste ITE
IT8772E/EX:
Atualmente, praticamente todas a placas de desktop e notebook vem com um Super I/O "menorzinho".
O objetivo deste artigo era apenas mostrar que os sistemas de refrigeração para placas-mãe são similares e
controlados por um microcontrolador através de sinais PWM. É válido lembrar que, este sistema sofisticado de
controle de rotação através de um controlador de motor DC Brushless embutido no motor, começou a ser utilizado
a partir do socket Intel LGA775 e a partir do socket AMD PGA939 / PGA940. Antes destes modelos, na grande
maioria das placas, o CPU_FAN tinha apenas três fios, sendo um deles para o tacômetro, e o controle de rotação era
feito através de um sinal PWM no circuito de alimentação do FAN da placa-mãe.
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contato pelo e-mail hardwarecentrallr@gmail.com
FONTES e CRÉDITOS