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Aluno: Eduardo Kenji Kitamura

Pós-Graduação em Gestão Pública Municipal

Atividade 2

Educação, Saúde e Políticas Sociais na Região de Curitiba

SANTOS (2009) a despeito dos significativos avanços alcançados nos anos recentes pela
Educação brasileira, esta área de política ainda apresenta grandes desafios a serem enfrentados pelo
Estado brasileiro. Mesmo que tenhamos atingido praticamente a universalidade da cobertura da
população em idade escolar do nível fundamental (estudantes de 7 a 14 anos), a qualidade do ensino
e da gestão escolar e das desigualdades nas condições de acesso e permanência das crianças e
jovens na escola e nas universidades ainda são problemas graves.
Segundo dados do INEP (2007) é em Curitiba que se pode encontrar os dois extremos na
lista divulgada pelo Ministério da Educação de melhor e pior escola entre os municípios do Estado
do Paraná através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007. A escola
municipal São Luís, entre os bairros Água Verde e Batel ficou com a maior média do estado: 7,1. É
também na capital que está o menor Ideb paranaense. A nota 2,8 foi aplicada às séries iniciais da
educação básica na escola municipal Madre Antônia, no Tarumã.
Apesar dos resultados de melhor e pior escola entre os municípios do Estado, Curitiba na
média geral, possui a segunda melhor média entre as capitais do país referente ao ensino de 1° e 4°
séries com nota 5,1. O menor Ideb foi de Belém, no Pará com nota 3,2.
Já na avaliação feita de 5ª a 8ª séries, Curitiba também está em segundo lugar entre as
capitais brasileiras, com média 4,1 segundo dados do (INEP, 2007). O menor índice (2,3) é de
Recife, em Pernambuco. A maior média por escolas, entre as séries finais do ensino fundamental,
foi 6,2, para a Aline Pichetti, de administração estadual. O menor desempenho ficou com a escola
José Almeida, em Mariluz, na região noroeste, com 1,6.
Em relação às outras capitais do país, Curitiba possui uma média superior entre as escolas
municipais, mas isso não é algo para se orgulhar, pois ainda no Brasil as escolas públicas estão
muito abaixo do ensino particular na média. Isso também devido à falta de infraestrutura na maioria
das escolas públicas, à falta de um corpo docente qualificado, a não valorização do profissional de
educação entre outros.
A média de muitas capitais do país em relação ao ensino público se eleva devido às escolas
militares que possuem um ensino rígido e de qualidade, mas para que os estudantes ingressem
nessas ótimas instituições devem passar por um concorrido processo seletivo e que no final quem
acaba ingressando nestes colégios em sua maioria são estudante que frequentavam o ensino
particular.
Segundo SANTOS (2009) a quase universalização do ensino fundamental no País,
evidenciada pelo fato de que, já em 2003, 97% das crianças entre 7 e 14 anos encontravam-se
matriculadas na escola, não cumpriu ainda o maior propósito do sistema educacional neste nível,
que é o de garantir aos estudantes as habilidades de leitura e escrita, bem como a de efetuar as
operações matemáticas básicas.
Esse tipo de programa do governo não se mostra eficaz no sentido da qualidade do ensino,
como podemos ver abaixo na tabela 1, o índice de aprovação nas escolas municipais de Curitiba
cresce a cada ano, mas esse crescimento não se reflete quando o assunto é qualidade dos alunos que
estão sendo aprovados.
Tabela 1 – Índice de aprovação nas escolas públicas da cidade de Curitiba entre 2005 a 2011.

Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de


Aprovação Aprovação Aprovação Aprovação
2005 2007 2009 2011
U Nome do
Rede 1º Indicador 1º Indicador 1º Indicador 1º Indicador
F Município
ao de ao de ao de ao de
5º Rendiment 5º Rendiment 5º Rendiment 5º Rendiment
ano o (P) ano o (P) ano o (P) ano o (P)
P CURITIB Municip 92, 96,
R A al 1 0,92 94,7 0,95 96,7 0,97 6 0,97
Fonte: Mec\Inep

Entretanto, Curitiba entre as capitais do Brasil, é a que possui a menor taxa de


analfabetismo. A taxa é de 2,13% da população acima de 15 anos, segundo dados do Censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.
Isso também devido ao programa de Alfabetização Ecológica, adotada nas escolas da rede
municipal que foi considerada pela ONU como uma das 60 melhores práticas do mundo nas áreas
de educação e cidadania.
Os Faróis do Saber, existentes em vários bairros de Curitiba, reúnem biblioteca, acesso a
Internet e outros recursos culturais. Valiosos acervos públicos de fácil acesso e próximos da
população.
Já em relação aos serviços de saúde segundo a FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de
Janeiro), Curitiba é a capital que tem a melhor saúde pública entre as capitais. Na análise
comparada aos índices de 2010 (ano base 2008), Curitiba tem a educação, saúde, emprego e renda
no patamar de alto desenvolvimento e cresceu nas áreas da educação e saúde.
Na saúde, a capital paranaense obteve o índice 0,9294, bem à frente da média nacional, de
0,7699. O índice varia de 0 a 1. A partir de 0,8, indica “alto desenvolvimento humano”. Para
calcular o indicador, a Firjan considerou variáveis, como atenção básica e atendimento pré-natal,
com dados do Ministério da Saúde.

Tabela 2 – Índice de saúde entre as capitais brasileiras. O índice varia de 0 a 1.

Capitais Índice
1º – Curitiba (PR) 0,9294
 2º – Campo Grande (MS) 0,8899
 3º – Goiânia (GO) 0,8820
 4º – Porto Alegre (RS) 0,8723
 5º – Vitória (ES) 0,8700
 6º – São Paulo (SP) 0,8679
 7º – Belo Horizonte (MG) 0,8527
 8º – Florianópolis (SC) 0,8527
 9º – Aracaju (SE) 0,8360
10º – Rio de Janeiro (RJ) 0,8347
Fonte: Firjan 2010.

Esses índices são importantes para destacar conquistas consideráveis na saúde pela cidade de
Curitiba, porém mesmo com esses índices positivos o sucateamento no Sistema Único de Saúde
(SUS) dependendo da enfermidade do paciente é desesperador. O Hospital de Clínicas em Curitiba,
por exemplo, é referência em transplante em medula óssea e devido a essa especialidade muitos
pacientes de outras regiões vêm se tratar na cidade gerando um grande número de atendimento.
Os índices alcançada na saúde pela cidade de Curitiba também é devido a boa cobertura de
saneamento básico da cidade. Segundo dados do Censo 2010, Curitiba possui 92,08 % em
saneamento básico, bem acima da média nacional que é de 54,92%, o que significa que as ações do
Estado indicam como satisfatórios. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS),
“saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem
exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social”, ou seja, não tem como o Estado
oferecer emprego, educação, segurança sem antes resolver problemas como o de saneamento
básico.

Tabela 3 – Comparação entre Brasil e a cidade de Curitiba de domicílios particulares


permanentes com existência de banheiro e esgoto sanitário.

Variável = Domicílios particulares permanentes (Unidades)


Situação do domicílio = Total
Tipo de domicílio = Total
Condição de ocupação do domicílio = Total Ano=2010
Brasil e Município Existência de banheiro ou Em unidades
sanitário e esgotamento
sanitário
Brasil Total 57.324.167
Tinham banheiro - de uso 31.484.558
exclusivo do domicílio - rede
geral de esgoto ou pluvial
Curitiba - PR Total 575.899
Tinham banheiro - de uso 530.298
exclusivo do domicílio - rede
geral de esgoto ou pluvial
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

Segundo dados do IBGE, Curitiba possui 850 estabelecimentos de saúde, sendo139 público
municipal. Ou seja, além de possuir um bom índice de saneamento básico a cidade está bem servida
de estabelecimentos de saúde, porém as filas ainda existem devido a determinadas enfermidades só
serem atendidas por hospitais.
Diante disso, a educação e a saúde em Curitiba têm muito a melhorar, apesar de índices
positivos em relação a média nacional. Os governantes dessa cidade devem ter a consciência de que
para os investimentos nessas áreas nunca será demais, porém esses recursos terão que ser bem
investidos. Um modelo de investimento a ser seguido na educação é a Coréia do Sul que saiu de
uma trágica guerra e nos últimos 40 anos se tornou um dos maiores PIBs (Produto Interno Bruto) da
Ásia, onde o foco para esse crescimento foi devido ao alto investimento na educação. Já para saúde
os governantes deveriam investir na saúde individual do cidadão, como saneamento básico, coletas
de lixo eficientes e conscientização, pois muitos recursos deixariam de ser gastos em enfermidades
que já deveriam estar erradicadas como a cólera, por exemplo, e sobraria recursos para
investimentos em saúde pública, ou seja, em hospitais, máquinas para exames específicos entre
outros.
REFERÊNCIAS:

SANTOS, Maria Paula Gomes dos. O Estado e os problemas contemporâneos / Maria Paula
Gomes dos Santos. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]
: CAPES : UAB, 2009.

<portal.mec.gov.br › Institucional - O MEC> Acesso em: 30/09/2012.

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.> Acesso em: 30/09/2012.

< http://www.hc.ufpr.br/?q=node/2780> Acesso em: 30/09/2012.

<http://documentoreservado.com.br/blog/curitiba-tem-a-melhor-saude-publica/> Acesso em:


30/09/2012.

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