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SANTOS (2009) a despeito dos significativos avanços alcançados nos anos recentes pela
Educação brasileira, esta área de política ainda apresenta grandes desafios a serem enfrentados pelo
Estado brasileiro. Mesmo que tenhamos atingido praticamente a universalidade da cobertura da
população em idade escolar do nível fundamental (estudantes de 7 a 14 anos), a qualidade do ensino
e da gestão escolar e das desigualdades nas condições de acesso e permanência das crianças e
jovens na escola e nas universidades ainda são problemas graves.
Segundo dados do INEP (2007) é em Curitiba que se pode encontrar os dois extremos na
lista divulgada pelo Ministério da Educação de melhor e pior escola entre os municípios do Estado
do Paraná através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007. A escola
municipal São Luís, entre os bairros Água Verde e Batel ficou com a maior média do estado: 7,1. É
também na capital que está o menor Ideb paranaense. A nota 2,8 foi aplicada às séries iniciais da
educação básica na escola municipal Madre Antônia, no Tarumã.
Apesar dos resultados de melhor e pior escola entre os municípios do Estado, Curitiba na
média geral, possui a segunda melhor média entre as capitais do país referente ao ensino de 1° e 4°
séries com nota 5,1. O menor Ideb foi de Belém, no Pará com nota 3,2.
Já na avaliação feita de 5ª a 8ª séries, Curitiba também está em segundo lugar entre as
capitais brasileiras, com média 4,1 segundo dados do (INEP, 2007). O menor índice (2,3) é de
Recife, em Pernambuco. A maior média por escolas, entre as séries finais do ensino fundamental,
foi 6,2, para a Aline Pichetti, de administração estadual. O menor desempenho ficou com a escola
José Almeida, em Mariluz, na região noroeste, com 1,6.
Em relação às outras capitais do país, Curitiba possui uma média superior entre as escolas
municipais, mas isso não é algo para se orgulhar, pois ainda no Brasil as escolas públicas estão
muito abaixo do ensino particular na média. Isso também devido à falta de infraestrutura na maioria
das escolas públicas, à falta de um corpo docente qualificado, a não valorização do profissional de
educação entre outros.
A média de muitas capitais do país em relação ao ensino público se eleva devido às escolas
militares que possuem um ensino rígido e de qualidade, mas para que os estudantes ingressem
nessas ótimas instituições devem passar por um concorrido processo seletivo e que no final quem
acaba ingressando nestes colégios em sua maioria são estudante que frequentavam o ensino
particular.
Segundo SANTOS (2009) a quase universalização do ensino fundamental no País,
evidenciada pelo fato de que, já em 2003, 97% das crianças entre 7 e 14 anos encontravam-se
matriculadas na escola, não cumpriu ainda o maior propósito do sistema educacional neste nível,
que é o de garantir aos estudantes as habilidades de leitura e escrita, bem como a de efetuar as
operações matemáticas básicas.
Esse tipo de programa do governo não se mostra eficaz no sentido da qualidade do ensino,
como podemos ver abaixo na tabela 1, o índice de aprovação nas escolas municipais de Curitiba
cresce a cada ano, mas esse crescimento não se reflete quando o assunto é qualidade dos alunos que
estão sendo aprovados.
Tabela 1 – Índice de aprovação nas escolas públicas da cidade de Curitiba entre 2005 a 2011.
Capitais Índice
1º – Curitiba (PR) 0,9294
2º – Campo Grande (MS) 0,8899
3º – Goiânia (GO) 0,8820
4º – Porto Alegre (RS) 0,8723
5º – Vitória (ES) 0,8700
6º – São Paulo (SP) 0,8679
7º – Belo Horizonte (MG) 0,8527
8º – Florianópolis (SC) 0,8527
9º – Aracaju (SE) 0,8360
10º – Rio de Janeiro (RJ) 0,8347
Fonte: Firjan 2010.
Esses índices são importantes para destacar conquistas consideráveis na saúde pela cidade de
Curitiba, porém mesmo com esses índices positivos o sucateamento no Sistema Único de Saúde
(SUS) dependendo da enfermidade do paciente é desesperador. O Hospital de Clínicas em Curitiba,
por exemplo, é referência em transplante em medula óssea e devido a essa especialidade muitos
pacientes de outras regiões vêm se tratar na cidade gerando um grande número de atendimento.
Os índices alcançada na saúde pela cidade de Curitiba também é devido a boa cobertura de
saneamento básico da cidade. Segundo dados do Censo 2010, Curitiba possui 92,08 % em
saneamento básico, bem acima da média nacional que é de 54,92%, o que significa que as ações do
Estado indicam como satisfatórios. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS),
“saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem
exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social”, ou seja, não tem como o Estado
oferecer emprego, educação, segurança sem antes resolver problemas como o de saneamento
básico.
Segundo dados do IBGE, Curitiba possui 850 estabelecimentos de saúde, sendo139 público
municipal. Ou seja, além de possuir um bom índice de saneamento básico a cidade está bem servida
de estabelecimentos de saúde, porém as filas ainda existem devido a determinadas enfermidades só
serem atendidas por hospitais.
Diante disso, a educação e a saúde em Curitiba têm muito a melhorar, apesar de índices
positivos em relação a média nacional. Os governantes dessa cidade devem ter a consciência de que
para os investimentos nessas áreas nunca será demais, porém esses recursos terão que ser bem
investidos. Um modelo de investimento a ser seguido na educação é a Coréia do Sul que saiu de
uma trágica guerra e nos últimos 40 anos se tornou um dos maiores PIBs (Produto Interno Bruto) da
Ásia, onde o foco para esse crescimento foi devido ao alto investimento na educação. Já para saúde
os governantes deveriam investir na saúde individual do cidadão, como saneamento básico, coletas
de lixo eficientes e conscientização, pois muitos recursos deixariam de ser gastos em enfermidades
que já deveriam estar erradicadas como a cólera, por exemplo, e sobraria recursos para
investimentos em saúde pública, ou seja, em hospitais, máquinas para exames específicos entre
outros.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, Maria Paula Gomes dos. O Estado e os problemas contemporâneos / Maria Paula
Gomes dos Santos. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]
: CAPES : UAB, 2009.