CARTAS GERAIS

EPÍSTOLA AOS HEBREUS

O NOME: O nome Hebreu é um nome possivelmente oriundo do termo hebraico Éber,
ou ‫עברים‬, transl.ʿIvrim, significando "povo do outro lado do rio" que aparece em
Gênesis 10:21 como descendentes de Noé. Heber ou Éber, era neto de Sem, filho de
Noé. Foi dele que surgiu a expressão “hebreu”, pois foi um homem que lutou pela
preservação da cultura e língua de seu povo.

Hoje as expressões “hebreu”, “israelita” e “judeu” se confundem como sendo um

mesmo povo. Mas é importante lembrar que a primeira diz respeito ao “sangue”, a
hereditariedade de Abraão. A segunda diz respeito a um povo de uma região – Israel. E
a terceira diz respeito a religião Judaica – aqueles que se mantiveram fiéis a Lei de
Moisés.

AUTOR: Desconhecido. Mesmo muitos tentando alegar a autoria de Paulo, devido a

vários motivos é insustentável tal afirmação. O livro é anônimo! Mas não perde sua
autoridade por isso!

DATA: Antes do ano 70 d.C.

CONTEXTO: O público alvo do livro de Hebreus foram os Cristãos-Judeus que

possivelmente passavam por perseguições por seus compatriotas que não aceitavam
o cristianismo e por romanos por volta de 64 d.C. antes do 2º Templo ser destruído no
ano 70 d.C. Podemos perceber que o autor era judeu, pois conhecia toda história,
personagens e rituais dados por Deus ao povo de Israel no AT. O autor pretende
ensinar, lembrar, exortar como ele mesmo diz em Hb 13:22, a esse povo que estava
ameaçado pelas pressões externas para que abandonassem a fé em Jesus.

É uma escrita de excelência, uma oratória cuidadosamente bem desenvolvida.

“Está escrito no melhor grego literário encontrado no Novo Testamento. O vocabulário

é copioso e o estilo mostra traços de esforço e cuidado. A linguagem, ordem, ritmo,
sintaxe, todos contribuem para o efeito total. (...) A beleza da carta pode mais facilmente
ser apreciada que os detalhes do argumento, que demandam uma familiaridade não
somente com o Velho Testamento, mas também certos tipos de interpretação do Velho
Testamento vigentes no primeiro século.” (Broadus David Hale – Intr. ao estudo do NT
– cap. 16)
O livro de Hebreus sempre apresentou grandes desafios em seu texto a ponto de ser
considerado como “livro canônico secundário” junto com outros livros do NT por não
ter sua autoria confirmada, público alvo registrado, o que fazia com que sua autoridade
fosse questionada por grandes teólogos durante a história. O que sabemos pode ser
retirado do próprio texto como vemos a seguir:

Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual,
começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a
ouviram; (Hebreus 2:3)

O autor e quem o rodeia é uma segunda geração de cristãos. Aqui entendemos que o
autor não é um apóstolo pois não viu Jesus. No entanto seus ensinamentos são todos
pautados pelos ensinos apostólicos. No final do livro encontramos uma menção a
Timóteo:

Sabei que já está solto o irmão Timóteo, com o qual, se ele vier depressa, vos verei.
(Hebreus 13:23)

Com isso, podemos ter certa confiança, pois sabemos que o autor conhece o “filho na
fé” do Apóstolo Paulo, Timóteo.

Mesmo sendo alvo de desconfianças durante a história da igreja, o livro de Hebreus

não perde sua excelência.

“A Epístola aos Hebreus não é igual a nenhum outro livro do Novo Testamento. Ela
começa como um tratado, continua como um sermão, e conclui como uma carta (A.T.
Robertson, Word P. in The N.T. – Estudo de Palavras no NT – v, p. 328). Ela conclui como
uma carta, mas não começa como tal, pois não tem a saudação costumeira e não dá
nem o nome do escritor, nem o nome da comunidade à qual foi enviada.” (Broadus
David Hale – Intr. ao estudo do NT – cap. 16)

“O autor de Hebreus descreve as glórias da antiga aliança, mas também lembra a seus
leitores que ela foi superada pelas glórias da nova aliança. O ciclo anual de sacrifícios
chegou ao fim por causa da mais santa das ofertas – o sangue de Jesus Cristo para o
perdão de todos os nossos pecados. Jesus permanece agora como nosso Sumo
Sacerdote, cuidado do aprisco formado por todos aqueles que olham para ele, o Autor
e Consumador da nossa fé.
PROPÓSITO: O autor faz uso em todos seus escritos da realidade da Antiga Aliança
para mostrar que em Jesus tudo é superado e concluído. Jesus é a revelação plena de
Deus. É um livro Cristocêntrico!

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas
as coisas, pelo qual também fez o universo. (Hebreus 1:1-2)

O próprio autor afirma que sua mensagem tem o objetivo de exortar e que “os irmãos”
deveriam se manter firmes nessa mensagem. (Hb 13:22) Podemos retirar outras
possibilidades quanto ao propósito dessa mensagem:

• Evangelizar Judeus Não-Crentes

• Advertir contra a apostasia
• Exortar à maturidade Cristã

Neste livro encontramos vários ensinamentos maravilhosos que devemos guardar na

nossa caminhada cristã. Dentre eles temos:

• Jesus é a revelação de Deus

• Cristo é maior que os anjos
• Cristo é maior que todo o sistema sacrificial
• Jesus é maior que Moisés e todos os Sacerdotes
• Deus se mantém fiel a sua promessa
• Cristo, sacerdote único e perfeito
• Os ritos, ofertas e sacrifícios mosaicos eram imperfeitos e ineficazes
• O sacrifício de Jesus não precisa repetir, pois ele foi pleno e eficaz
• “A fé é a certeza de coisas que não vemos” (Hb 11:1)
• Temos vários exemplos de fé na bíblia – Heróis da Fé (Hb 11:4)
• Devemos imitar a Cristo
• As provações revelam o amor paternal de Deus para com os seus
• Temos que ser santos, puros, temos deveres sociais e espirituais.
ESBOÇO:

Prólogo: Deus tem falado pelo seu Filho (1.1-4)

1. A superioridade do Filho (1.5—4.13)
a. O Filho, superior aos anjos (1.5—2.18)
b. O Filho, superior a Moisés (3.1—4.13)
2. Jesus, o grande Sumo sacerdote (4.14—10.18)
a. O Filho, superior ao sacerdócio de Arão (4.14—7.28)
b. Jesus, mediador de uma nova aliança (8.1—10.18)
3. Fé e fortalecimento no sofrimento (10.19—12.29)
a. Exortação à fidelidade (10.19—11.40)
b. “Olhando para Jesus” (12.1-29)
4. A vida cristã (13.1-19)
Epílogo (13.20-25)

Referências:
Bíblia de Estudo da Reforma – HEBREUS

Bíblia Ilúmina Gold – HEBREUS

Apostila: Panorama do Novo Testamento – Escola do Discípulo – 1º IB de Campo Grande

Introdução ao estudo do Novo Testamento; Broadus David Hale –– cap. 16

HEBREUS || Bible Project Português || -

https://www.youtube.com/watch?v=yt4uHfHfixY&ab_channel=BibleProject-Portugu%C3%AAs

Hebreus -
https://www.youtube.com/watch?v=hwGSGVbMEao&ab_channel=EstudantesdaB%C3%ADbli
a

Hebreus 1-7 | Cristo é Melhor #Bíblia #Hebreus #Cristologia -

https://www.youtube.com/watch?v=9YZ9JkejFiE&ab_channel=crosspaint-portugu%C3%AAs

A História de Israel: A Origem dos Hebreus e Judeus -

https://www.youtube.com/watch?v=iAQADczPBUQ&t=45s&ab_channel=Imp%C3%A9riosAD

Hebreu? Israelita? Judeu? #37 -

https://www.youtube.com/watch?v=znl0iZAYEaE&ab_channel=CanalMoreshetIsrael