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PROCESSO DE CONHECIMENTO
(Procedimento Ordinário)
Exemplos:
LÓGICA RECURSAL
_ Sentença: é o ato do juiz que põe termo ao processo, com ou sem resolução do mérito
(extingue o processo). A sentença é passível de Apelação (Art. 513).
2 ª INSTÂNCIA
(TJMG) Exemplo: APELAÇÃO:
_ Despacho
_ Decisão interlocutória
a) Voluntariedade
Princípio do Dispositivo, só haverá recurso se a parte quiser. Existência e limites do
recurso dependem da parte interessada. Princípio da Voluntariedade – elemento volitivo
que todo recurso deve ter.
Logo, leis que não sejam federais ou a vontade das partes não podem criar recursos.
OBS: o Agravo Regimental não fere o princípio da taxatividade. Ele é uma espécie do
recurso Agravo. O Regimento Interno dos Tribunais exerce duas funções:
e) Objetivos (funções):
e.1) Anular – sentencia novamente
e.2) Reformar – decisão recorrida substituída por outra
e.3) Esclarecer – corrige obscuridade
e.4) Integrar – corrige omissão
b) Sucedâneos Recursais: todo meio de impugnação de decisão judicial que não for
recurso (encontrados por técnica residual, o que não for recurso será sucedâneo).
b.2) Sucedâneo Recursal externo: cria novo processo - ações autônomas de impugnação.
Exemplos: Ação Rescisória, Mandado de segurança contra ato judicial, Reclamação
constitucional, Embargos de Terceiros.
a) Duplo grau de jurisdição: toda causa poderá ser decidida no mínimo duas vezes. Há
uma primeira decisão (originária) e uma segunda decisão (revisora).
O recorrente não pode ter sua situação piorada em razão do julgamento de seu próprio
recurso. Requisitos (condições materiais) para ocorrência da proibição da reformatio in
pejus: sucumbência recíproca e recurso somente de uma das partes.
Exceções:
OBS: o recurso total pode não impugnar toda a decisão, pois o que importa é a
impugnação da totalidade da sucumbência.
E se a parte interpôs recurso principal parcial não cabe recurso adesivo para
complementar o principal.
_ Aproveitando que foi citada a proibição de complementar recurso (ocorre preclusão
consumativa), vale ressaltar que embora, regra geral, seja vedada a complementação, a
doutrina (Nelson Nery Jr.) e jurisprudência entendem que quando os embargos
declaratórios interpostos pela parte contrária criarem sucumbência que não existia no
momento da interposição do recurso da outra parte é possível à complementação, mas
limitada pela nova sucumbência. O STJ,
inclusive, já decidiu que, nos embargos declaratórios, se a parte contrária já interpôs
Resp antes da decisão dos embargos declaratórios, esta parte deverá, independente do
resultado dos embargos, reiterar o Resp, sob pena de não ser julgado.
OBS:
1) Se a parte teve seu recurso não conhecido ou não recebido (por exemplo, recurso
intempestivo, ou seja, fora do prazo) não poderá interpor recurso adesivo.
2) Se o recurso principal não for conhecido, também não será o adesivo. Isto porque o
recurso adesivo é acessório do recurso principal. Então, se por qualquer motivo o
recurso principal não for apreciado no mérito o recurso adesivo ficará prejudicado.
_ Novo Juízo de Admissibilidade feito pelo órgão “a quo” (na prática, o juiz não faz
este novo juízo de admissibilidade – após o primeiro juízo de admissibilidade, abre o
prazo para as contra-razões e escreve da seguinte forma:
Termos utilizados:
A doutrina indica sete pressupostos recursais para a teoria geral (cada recurso específico
poderá ter seus pressupostos especiais) e os divide em pressupostos de admissibilidade
intrínsecos e extrínsecos.
Pressupostos intrínsecos, segundo Heloísa Couto Monteiro de Moura, são aqueles que
dizem respeito à decisão recorrida em si mesma considerada. Para serem aferidos
levam-se em conta o conteúdo e a natureza da decisão impugnada.
Pressupostos extrínsecos, segundo a mesma autora, são aqueles que dizem respeito a
fatores externos à decisão judicial que se pretende impugnar. Para serem aferidos não
são relevantes os dados que compõem o conteúdo da decisão recorrida, mas sim fatos a
esta supervenientes. São requisitos extrínsecos: tempestividade, preparo e regularidade
formal. O pressuposto que gera dúvida quanto à sua classificação é a inexistência de
fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.
Ressalta-se, no entanto, que há pronunciamentos judiciais com carga decisória que são
irrecorríveis. Exemplo: quando já houve esgotamento das vias recursais.
- Art. 519, p. único: decisão que releva a declaração de deserção da apelação; - Súmula
622 do STF: liminar em Mandado de Segurança de competência originária do Tribunal
(da decisão liminar não cabe recurso);
Se a decisão for recorrível deve-se analisar qual será o recurso adequado. Em tese, a lei
de forma genérica fala qual recurso cabível para cada tipo de decisão.
Para saber se há interesse recursal deve-se fazer uma análise em concreto, pois o
conteúdo da decisão passa a ser relevante. É a análise da necessidade e da adequação (=
utilidade). Primeiro analisa-se se há legitimidade, depois se há interesse.
A desistência da ação só é possível até a sentença. Após esta, deve-se desistir do recurso
para que a sentença transite em julgado.
_ Art. 502 – Renúncia: atinge o direito de recorrer. Para renunciar a um direito a parte
não pode tê-lo exercido. Logo, a renúncia só é possível antes da interposição do recurso.
A renúncia só pode atingir direito concreto. Por isso, a renúncia prévia não é admitida,
mesmo que seja resultado de acordo entre as partes. Portanto, a renúncia tem como
termo inicial o início da contagem do prazo recursal (intimação da decisão). A renúncia
atinge somente o recurso principal, podendo expressamente manter o direito ao recurso
adesivo, caso a outra parte recorra.
Significa quem pode interpor o recurso. A legitimidade recursal deve ser analisada
abstratamente, isto é, é irrelevante o conteúdo da decisão no caso concreto. No interesse
recursal é que se analisa o conteúdo da decisão. Portanto, legitimidade é diferente de
interesse. O art. 499 elenca três sujeitos legitimados (observe que o CPC confunde
legitimidade e interesse):
- Parte (refere-se à legitimidade) vencida (refere-se a interesse, pois para saber quem foi
a parte vencida deve-se analisar a decisão e isso é interesse recursal e não legitimidade).
Então, o primeiro legitimado é a parte (no sentido “lato”): autor, réu e terceiros que
estejam no processo no momento da prolação da decisão.
Observações:
Condições para que o terceiro possa recorrer: ele não é parte, mas poderia ter sido, isto
é, mantém uma relação jurídica de direito material com uma ou ambas as partes que
poderá ser afetada pela decisão (assistente ou litisconsorte facultativo);
– art. 50 e art. 54). O parágrafo primeiro do art. 499 dispõe sobre como o terceiro
interessado pode intervir.
Quando estiver atuando como fiscal da lei, o MP também terá legitimidade (Súmula 99
do STJ) – esta legitimidade será autônoma, ou seja, independente de interesse recursal
da parte sucumbente. E ainda, o MP terá legitimidade para atuar no processo em que
não participou, mas deveria ter participado (nessa última hipótese o MP pode ajuizar
ação rescisória – logo, pela lógica do “quem pode o mais, pode o menos”, o MP
também terá legitimidade).
Para saber se há interesse recursal deve-se fazer uma análise em concreto, pois o
conteúdo da decisão passa a ser relevante. É a análise da necessidade e da adequação (=
utilidade). Primeiro analisa-se se há legitimidade, depois se há interesse.
- Necessidade: está relacionado à sucumbência, salvo em relação ao Ministério Público
quando atua como fiscal da lei (nesse caso, a necessidade decorre da má aplicação da
lei, pois a sucumbência não importa ao MP quando atua como fiscal da lei).
_ Formal: a parte não obtém processualmente tudo o que o processo poderia lhe dar.
· Procedência do pedido: quem terá interesse em recorrer será o réu.
· Improcedência do pedido: quem terá interesse em recorrer será o autor.
· Parcial procedência: sucumbência recíproca.
_ Material: a parte não obtém no plano dos fatos tudo que o processo poderia lhe dar
(bem da vida).
Via de regra, a sucumbência formal gera a sucumbência material, mas há casos de
sucumbência material sem sucumbência formal. E nesses casos, também haverá
interesse de recorrer. Exemplos de sucumbência material sem sucumbência formal:
· Pedido de dano moral _ pode ser genérico ou determinado (Art. 286, II) _ qualquer
valor concedido gera a procedência do pedido (Súmula 326, STJ) _ poderá haver
interesse recursal para aumentar o valor _ Hipótese de pedido julgado procedente em
que o autor terá interesse.
· Cumulação subsidiária (eventual) de pedidos _ há uma ordem de preferência entre os
pedidos: pedido principal e pedido subsidiário (cumulação imprópria – só um pedido
poderá ser acolhido) _ acolhido qualquer um dos pedidos, a sentença é de procedência
(processualmente não interessa qual pedido será acolhido) _ se o pedido subsidiário for
acolhido haverá interesse recursal para pleitear o acolhimento do pedido principal _ se o
pedido principal for acolhido não há interesse recursal, uma vez que a parte conseguiu o
máximo que o processo poderia lhe dar.
Obs: Para Barbosa Moreira se o resultado do recurso é apto a gerar uma melhora na
situação fática do recorrente, este terá interesse recursal.
- Adequação: o recurso deve ter aptidão, para no caso concreto, reverter a sucumbência.
Súmula 126, STJ: o Resp será inadmitido quando a decisão recorrida for fundada em
norma federal e constitucional, cada qual apta a manter, por si só, a decisão, caso não
seja interposto ambos os recursos (Rex e Resp).
A idéia da súmula citada é aplicada a outras decisões, isto é, havendo decisão que tenha
mais de um fundamento que sozinho a mantém será preciso que todos os fundamentos
sejam impugnados para haver interesse recursal pela adequação.
_ Prazo comum: corre ao mesmo tempo para as partes (casos em que houve
sucumbência recíproca). Quando o prazo é comum não há como retirar os autos do
cartório (secretaria), salvo acordo entre as partes.
_ Prazo particular: corre o prazo só para uma das partes (casos em que houve
sucumbência integral).
_ Regras de contagem de prazo: (Art. 184) – exclui o dia do início e inclui o dia do
final.
O STF criou a tese da intempestividade “ante tempus”, segundo o qual é intempestivo o
recurso interposto antes da contagem inicial (a contagem inicial se dá com a intimação
da decisão e esta se dá com a publicação no Diário Oficial ou com a leitura do ato em
audiência – art. 506). Ainda segundo o STF, a intempestividade “ante tempus” se dá no
período compreendido entre a publicação da decisão e a intimação. O recurso interposto
antes da publicação é considerado juridicamente inexistente porque também a decisão
ainda é juridicamente inexistente. A intempestividade “ante tempus” é mais amena do
que intempestividade tradicional. Isto porque a intempestividade tradicional é um vício
insanável (ocorrendo preclusão) e a intempestividade “ante tempus” admite reiteração
do recurso, isto é, no prazo recursal, o recorrente pode reiterar o pedido de novo
julgamento (RE 86936). O Tribunal de Justiça tem seguido o entendimento do STF, mas
o STJ tem tomado posição diversa.
_ O CPC estabelece os seguintes prazos recursais:
- 15 dias (art. 508): apelação, embargos infringentes, recurso ordinário, recurso
extraordinário, recurso especial, embargos de divergência.
- 10 dias (art. 522): agravo de instrumento e agravo retido.
- 05 dias (art. 536): embargos declaratórios.
Obs: Os embargos de declaração buscam a melhora formal da decisão e esta melhora
formal é de interesse tanto do vencido como do vencedor. Por isso, o prazo será sempre
comum, não sendo possível retirar os autos da secretaria nos cinco primeiros dias após a
publicação da decisão. Ainda sobre os embargos de declaração, sua interposição
interrompe o prazo recursal (depois da decisão dos embargos volta a contar o prazo por
inteiro para apelação, por exemplo). Observe-se que no JESP (Juizados Especiais) a
interposição de embargos declaratórios suspende o prazo recursal.
_ Prazos diferenciados no âmbito recursal (contagem do prazo em dobro): Ministério
Público e Fazenda Pública (art. 188) e litisconsortes com patronos distintos (art. 191).
Segundo Heloísa Couto, devido ao princípio da isonomia, o prazo para responder deve
ser o mesmo fixado na lei para a interposição do recurso. Observem que quanto à
Fazenda Pública, esta nas contra-razões terá prazo simples (o art. 188 só menciona
recurso). Então, sendo o prazo das contra-razões simples, o prazo do recurso adesivo
para a Fazenda Pública também será simples (mesmo prazo das contra-razões). Ocorre
que a Fazenda Pública defende posição diversa: para a Fazenda, o prazo do recurso
adesivo é o mesmo do recurso principal, portanto, o prazo é em dobro. A corrente
majoritária defende o prazo em dobro para a Fazenda Pública recorrer adesivamente.
Quanto aos litisconsortes com patronos distintos também nas contra-razões eles terão
prazo em dobro (o art. 191 diz quando a parte falar nos autos). Ressalta-se, no entanto,
que de acordo com a Súmula 641, STF, a sucumbência de um só dos litisconsortes não
autoriza a aplicação do art. 191(análise do interesse recursal). Essa Súmula disse menos
do que deveria, uma vez que pelo raciocínio jurídico do
interesse recursal também não se aplica o prazo em dobro quando os litisconsortes com
o mesmo patrono sucumbirem.
Ainda sobre o art. 191, este só se aplica para a sucumbência imediata, isto é, se em
decisão anterior o prazo for em dobro, a sucumbência da decisão recorrida dependerá da
Súmula 641 do STF. Exemplo: acórdão do TJ _ ambos sucumbentes _ prazo em dobro
para interpor Resp _ só um litisconsorte recorre _ Resp não recebido _ o prazo para o
agravo será simples. É importante dizer que prazos diferenciados (em dobro, por
exemplo) não se cumulam. Portanto, no confronto entre o art. 191 e 188 aplica-se o
mais vantajoso para a parte.
1) Relativa: se não for argüida na primeira vez que a parte falar nos autos haverá a
convalidação. Ex: incompetência relativa. Logo, em tese, é praticamente impossível
argüir em sede recursal nulidades relativas. Ex: do indeferimento de prova cabe agravo
_ se não agravar haverá convalidação _ Logo, se não houve agravo, a parte não poderá
apelar alegando cerceamento de defesa.
Obs: no JESP a decisão interlocutória é irrecorrível. Isso significa que de uma decisão
interlocutória sobre nulidade relativa não cabe recurso. Logo, no recurso inominado do
juizado pode ser alegado error in procedendo, tanto de nulidade absoluta quanto de
nulidade relativa.
· Jurídico: crítica a aplicação do direito feita pelo juiz (má aplicação do direito). O juiz
pode aplicar mal o direito de duas formas: norma aplicada de forma incorreta ou norma
aplicada de forma correta, mas com interpretação inadequada.
Obs: o pedido em todos os recursos sempre será anular ou reformar, salvo embargos de
declaração.
7) EXTINÇÃO DOS RECURSOS
BIBLIOGRAFIA: