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LEI N. 9.

784/1999
Lei n. 9.784/1999
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LEI N. 9.784/1999

Art. 2º, parágrafo único, XI – proibição de cobrança de despesas processuais,


ressalvadas as previstas em lei;

A regra geral, nesse caso, é a gratuidade, que, por sua vez, é vinculada o
princípio da modicidade.
Sendo assim, caso haja cobrança, devem ser estabelecidos preços módicos,
que sirvam apenas para custear, pois a Administração Pública não tem a finali-
dade de lucrar.

Súmula Vinculante n. 21: "É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo."

Em alguns casos, sobretudo na área tributária, é possível que seja exigido


depósito prévio, ou bens, para que seja conseguido o efeito suspensivo de
determinado recurso. Entretanto, a simples admissão de recurso é gratuita,
conforme previsto na Lei n. 9.784/1999.

XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos


interessados;

Esse dispositivo trata do princípio do impulso oficial, ou oficialidade. Para


análise, devem-se considerar essas duas nomenclaturas como sinônimos.
A Administração Pública tem o poder de iniciar o processo, desenvolvê-lo e
extingui-lo, de ofício, sem necessidade de provocação.

XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendi-


mento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova inter-
pretação.

O inciso se refere ao princípio da segurança jurídica (proteção à confiança).


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A segurança jurídica faz com que situações consolidadas não sofram altera-
ções futuras, ainda que surja modificação na legislação.
Esse princípio também garante que, em determinadas situações consolida-
das, o ato seja mantido, mesmo que venha a ser ilegal. A segurança jurídica foi
a responsável pelo nascimento da figura da decadência/prescrição.

Atenção!
Diferentemente da lei penal, a lei administrativa não retroage para beneficiar o
réu.

Direitos dos Administrados (Art. 3º)

I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

 Obs.: Esse caso é denominado “urbanidade”.

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condi-


ção de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos
e conhecer as decisões proferidas;

 Obs.: Ciência da tramitação = intimação.

O interessado deverá ter ciência do ato. Porém, qualquer administrado


poderá ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhe-
cer as decisões proferidas.

Atenção!
Interessado: aquele que pode sofrer consequência direta ou indireta.
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III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão


objeto de consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

Súmula Vinculante n. 5/STF: "A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição."

Em regra, é dispensada a defesa de um advogado. Entretanto, determinadas


leis podem possuir essa exigência.

Deveres dos Administrados (Art. 4º)

I – expor os fatos conforme a verdade;

• Verdade sabida (não é mais utilizada no Direito Administrativo): o ato foi


praticado na presença de autoridade e, por essa razão, não cabe discus-
são quanto ao veredito.
• Verdade formal (não é mais utilizada no Direito Administrativo): restringe-
-se apenas ao que consta nos autos e não admite nada além.
• Verdade material/real (utilizada no Direito Administrativo): procura a rea-
lidade dos fatos, dando ao administrador, inclusive, o poder de, por força
própria, iniciar, instruir e encerrar um processo administrativo. Essa ver-
dade admite que a autoridade busque, de ofício, provas para instruir cor-
retamente o processo. Permite-se, por exemplo, o contraditório e a ampla
defesa, mas, também, a intuição.

II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

 Obs.: Urbanidade = educação.

III – não agir de modo temerário;


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IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclareci-
mento dos fatos.”

 Obs.: Essa determinação está ligada, diretamente, à verdade real.

FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Um processo administrativo possui início, meio e fim, ou seja, instauração,


instrução e julgamento.
1) Instauração (abertura).
2) Instrução (inquérito ou produção das provas).
3) Julgamento (dever de decidir).

 Obs.: Existe, nesta etapa, o duplo (dois ou mais) grau recursal (de jurisdição).

4) Instauração.
a) Início do processo (de ofício ou a pedido).

 Obs.: Denominado “Impulso Oficial” ou “Oficialidade”.

Existe a possibilidade de ser iniciado, instruído ou julgado de ofício porque,


na Administração, não vigora o princípio da inércia.
Via de regra, deve ser por escrito, admitindo-se, porém, solicitação oral,
que deverá ser reduzida a termo.
Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com
a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável
(art. 22, § 1º).

 Obs.: A lei autoriza que seja iniciado por solicitação oral reduzida a termo, porém,
exige-se que as etapas seguintes ocorram por escrito.

O agente público não pode recusar a abertura de forma imotivada.


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b) Interessados

 Obs.: “Interessado” é uma espécie.

Todo aquele (pessoa física ou jurídica) que possa sofrer algum tipo de reper-
cussão é um interessado. Aquele que não sofre interferência é um administrado.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vandré Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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