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Este estudo buscou identificar tendências e possíveis políticas públicas relacionada ao

tema educação financeiras através da criação da Estratégia Nacional de Educação


Financeira, ENEF. O ENEF é uma mobilização multissetorial que busca promover
ações de educação financeira no Brasil. É considerado como uma politica de Estado de
caráter permanente, busca garantir a gratuidade de suas iniciativas e como
imparcialidade comercial. Foi criado pelo Decreto Federal 7.397/2010, tendo por
objetivo contribuir com o fortalecimento da cidadania através do fornecimento e apoio a
ações que ajudem a população na tomada de decisões financeiras mais autônomas e
conscientes. E, contribuir para eficiência e solidez dos mercados financeiro, de capitais,
de seguros, de previdência e de capitalização. Sua criação é fruto da articulação de 9
órgãos e entidades governamentais e 4 organizações da sociedade civil, que integram o
Comitê Nacional de Educação Financeira, CONEF.

Cabe destacar que antes da criação do ENEF já estava em desenvolvimento no país um


movimento sobre incentivo ao conhecimento financeiro e crescimento da poupança
popular. Em 25 de janeiro de 2006 através do Decreto nº 5.685 foi instituído o Comitê
de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de
Previdência e Capitalização (COREMEC), com a finalidade de promover a coordenação
e o aprimoramento da atuação das entidades da administração público da poupança
popular. Fazem parte do COREMEC o Banco Central do Brasil (BACEN), a comissão
de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). No
ano seguinte o COREMEC criou o Grupo de Trabalho, GT, por meio da Deliberação nº
3, de 31 de maio de 2007, cujo objetivo propor estratégia nacional de educação
financeira, que deveria ser construída em conjunto com representantes do governo, da
iniciativa privada e da sociedade civil. Foi orientado ao GT um documento final a ser
aprovado pelo COREMEC denominado Estratégia Nacional de Educação Financeira,
ENEF, porém esse somente veio a se materializar no final do ano de 2010, através do
Decreto nº 7.397.

A ENEF foi idealizada para alcançar o público de crianças e adultos, para alcançar o
objetivo foi traçado plano de ações que visam a inclusão da educação financeira nas
escolas e em outros ambientes para adultos em colaboração das organizações que
enquadram a Estratégia Nacional. Para avaliar o impacto das ações foram criados
indicadores e métodos de aferimento.
GUIA DO INSTRUTOR DO ENEF – EU E MINHA APOSENTADORIA:
organizando a vida financeira

O guia trata sobre como o instrutor deve orientar-se nas oficinas que abordam o tema
sobre educação financeira. Neste guia constatamos que um dos conceitos tratados sobre
juros não aborda a questão dos juros nas suas 2 modalidades de cálculo, isto é, os juros
simples e juros compostos. Além disto, ao explicar sobre os juros exemplifica usando
empréstimo e poupança como tendo uma mesma forma de cálculo, onde principalmente
o primeiro não acumule ao final desta operação um juro total que chegue a duas ou três
casas decimais, já na segunda operação bancária, a poupança, a taxa de juros anuais
atualmente é inferior a 6%, em 2018, foi de 4,55% ao ano; não esqueçamos que a taxa
de juros da poupança corresponde a 70% da SELIC. Fato este muito diferente em
relação a tomarmos um empréstimo.

Guia de Recomendações para o Setor Público

É um documento elaborado pela consultoria técnica do ENEF focada nas mulheres


beneficiarias do Programa Bolsa Família e nos aposentados de baixa renda. Os
consultores destacam os aspectos que mais chamaram à atenção deles, que foram: a
baixa compreensão sobre as regras e funcionamento do programa Bolsa Família, o que é
constatado nos próprios agentes que trabalham na assistência às famílias do programa,
os quais possuem baixa escolaridade, inclusive, alguns numa situação de
vulnerabilidade parecida com a das famílias beneficiadas. O segundo aspecto com
relação aos aposentados de baixa renda da Previdência Social a análise evidenciou que é
difícil para os aposentados cobrirem as suas necessidades com a renda que recebem,
possuem custos elevados com saúde, muitos contribuem com a renda familiar, quando
não são os provedores da unidade familiar. Entretanto, os consultores destacam que o
problema está na falta de planejamento durante a vida, chegando a maioria à velhice
sem uma reserva. Caso o aposentado adquiriu o benefício através do tempo de
contribuição e está vinculado ao fator previdenciário como este faria o milagre dos
pães? Interessante que o ENEF em nenhum momento destaca que a essência do
problema não é apenas falta de planejamento, mas ao longo da vida desse aposentado e
também devido a sua baixa escolaridade sua renda ter sido baixa. Resultado de trabalhos
precarizados; relações trabalhistas onde pessoas físicas ou jurídicas descontavam dos
salários dos mesmos à Previdência, porém não recolhiam, embolsando o dinheiro destes
trabalhadores. Falarmos de falta de planejamento sem analisarmos os diferentes Brasis é
ver apenas a realidade de forma distorcida, é materializado o mesmo preconceito do
indivíduo que atende ao Programa Bolsa Família.

Consideram de forma linear a situação do endividamento e da própria apropriação do


conhecimento financeiro sem analisar as diferenças regionais, as próprias políticas
públicas, a qual criou o próprio ENEF.

Relatório Final de Metas para Avaliação – Adultos


Realizado em 2017 a Avaliação Experimental de Impacto Social do Programa de
Educação Financeira para Adultos de Baixa Renda.

Um trabalho que mostra parte da realidade de algumas regiões do Brasil, como:

O Conef, criado para gerir e coordenar programas da estratégia, propôs que a educação
financeira fosse disseminada em ações para escolas de nível fundamental e médio, e
também em ações para aposentados e mulheres beneficiárias do programa Bolsa Família.

O Conef é formado pelo Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc),
Superintendência de Seguros Privados (Susep), Ministério da Fazenda, Ministério da
Educação, Ministério da Previdência Social, Ministério da Justiça, Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), Confederação Nacional das Empresas de
Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg)
e pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). 

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