Posto que na instrução normativa do IBAMA nº 01 de 30 de janeiro de 2017
exige-se o levantamento de pátio (romaneio) atualizado como item obrigatório à liberação de bloqueio gerencial do empreendimento, cabe fundamentar a apresentação de romaneio dos produtos florestais levantados no período em que foram lavrados o auto de infração e termo de apreensão, visto que:
O Auto de Infração 697414 D e Termo de Embargo 425311 C datam de 30 de
junho de 2011, perfazendo até a data de hoje, 10/02/2021, 9 anos e 225 dias, período em que a madeira apreendida esteve exposta à inúmeros intemperes climáticos e vários organismos com capacidade de acelerar sua biodegradação e, assim, comprometer a durabilidade da madeira.
A deterioração da madeira se dá de diferentes maneiras. As condições climáticas
podem provocar deterioração física em madeiras expostas. Radiação solar, ventos, chuvas e umidade, sejam de forma isolada ou em conjunto, em céu aberto ou dentro da mata, podem provocar alterações na cor da madeira, bem como reações químicas de seus componentes, aspereza superficial, rachaduras e fissuras. A peça de madeira exposta à luz absorve intensamente a radiação solar e sofre deterioração fotoquímica por causa da ação dos raios ultravioletas, que comprometem o seu aspecto geral, sujeito inicialmente à mudança de cor e depois à perda de suas propriedades mecânicas. O contato da madeira com o solo, exatamente como se encontra a madeira alvo de apreensão, favorece ascensão da umidade por capilaridade. E a umidade na madeira, por sua vez, propícia a ocorrência dos organismos xilófagos, bem como as reduções das propriedades físicas e mecânicas.
Nesse sentindo, as condições de exposição da madeira em questão,
oportunizaram e aceleraram severamente a velocidade do processo de decomposição e apodrecimento da madeira, o que se caracteriza como óbice para apresentação do romaneio atualizado.
Por outro lado, considerando o lapso temporal supracitado, aproximadamente 10
anos, é preciso ressaltar que a área encontra-se isolada e sujeita aos processos de sucessão florestal, com o reestabelecimento da estrutura arbórea e progressivo fechamento do dossel, conforme mapa temporal em anexo. A sequência de alterações graduais e progressivas na área que sofreu o distúrbio (pátios em que a madeira apreendida encontra-se isolada), nesse caso provocado pela exploração florestal sustentável, promove o reestabelecimento da comunidade florestal como surgimento de espécies pioneiras, intermediarias e clímax, até o completo reestabelecimento da floresta. Isto posto, o acesso e a localização da madeira alvo de apreensão fica comprometido, configurando-se também como óbice para apresentação do romaneio atualizado.