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Professor Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense.
pensar quando reduzido à camisa-de-força do discurso das identidades, que sabota do gesto,
da palavra, ou do silêncio a potência do inacabamento. O documentário, sem sociologismos
ou psicologismos, focaliza o anonimato de vidas-imagens atravessadas pela cidade,
provocando estranhamento à previsibilidade entranhada no mundo esgotado do sempre
igual, onde a singularidade de uma história perde a força do assombro. Vidas-imagens que
recusam a violenta conclusividade das tipologias, do exotismo que nos conduz ao
reconhecimento e à identificação do já visto. Na tecedura dos relatos, um mosaico díspar de
experiências oferta-nos a radicalidade política da alteridade propiciando-nos a chance de
recusarmos aquilo que somos , o que fomos, ou o que deveríamos ser. Que narrativas-
imagens encontraria Benjamin em sua visita por Copacabana? O que teria a nos dizer o
filósofo que refletiu sobre o seu tempo utilizando o cinema e a literatura?
Anjos Exterminadores
1
Esta é uma versão modificada do artigo publicado originalmente com o mesmo título
na Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor n° 7, 2008.
2
BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1996.
3
BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única. São Paulo, Brasiliense, 1987, pág. 30.
4
LINS, Consuelo. O Documentário de Eduardo Coutinho. Televisão, Cinema e Vídeo.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, pág. 143.
5
ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002, pág. 65.
6
BENJAMIN, 1996.
7
GAGNEBIM, Jeanne Marie. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo,
Perspectiva, 1994, pág. 66.
8
BENJAMIN, 1987, pág. 148.
9
BENJAMIN, 1987, pág. 35.
10
BENJAMIN, 1987, pág. 41.
11
BENJAMIN, 1987, pág. 237.
12
GAGNEBIM, Jeanne Marie. Sete Aulas sobre Linguagem, Memória e História. Rio
de Janeiro: Imago, 1997, pág. 130.