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Grupo I – Domínio da Leitura (200 pontos)

1) Lê atentamente o texto e seleciona a opção correta nas questões de escolha múltipla.

As cantigas galego-portuguesas são obra de um conjunto relativamente vasto e diversificado de


autores, que encontram nas cortes régias de Leão, de Castela (ou de Castela-Leão) e de Portugal, mas
também eventualmente nas cortes de alguns grandes senhores, o interesse e o apoio que possibilita a
sua arte. Não se trata, no entanto, de um mero patrocínio externo: na verdade, e de uma forma que não
5 mais terá paralelo nos séculos posteriores, os grandes senhores medievais ibéricos não se limitam ao
mero papel de protegerem e incentivarem a arte trovadoresca, mas são eles próprios, por vezes, os
seus maiores, ou mesmo mais brilhantes, produtores. Como é sabido, dois reis, Afonso X 1 e o seu
neto D. Dinis, contam-se entre os maiores poetas peninsulares em língua galego-portuguesa, num
notável conjunto de autores que inclui uma parte significativa da nobreza da época, de simples
10 cavaleiros a figuras principais. Ao lado deste conjunto de senhores, designados especificamente
trovadores, e para quem a arte de trovar era entendida, pelo menos ao nível dos grandes princípios,
como uma atividade desinteressada, encontramos um não menos notável conjunto de jograis, autores
oriundos das classes populares, que não se limitam ao papel de músicos e instrumentistas que seria
socialmente o seu, mas que compõem igualmente cantigas, e para quem a arte de trovar constituía
15 uma atividade da qual esperavam retirar não apenas o reconhecimento do seu talento mas igualmente
o respetivo proveito.
Se bem que o percurso de alguns trovadores, até pelo seu estatuto de figuras públicas, seja bem
conhecido, em relação a muitos outros, e também em relação à maioria dos jograis, os dados
biográficos de que dispomos são escassos ou mesmo nulos.
20 Quanto a Martim Codax, trata-se provavelmente de um jogral galego, ativo em meados ou no
terceiro quartel do século XIII. Embora seja um dos dois únicos autores presentes nos cancioneiros
medievais cujas composições se conservaram igualmente num manuscrito individual, o designado
Pergaminho Vindel, onde vêm acompanhadas da respetiva notação musical (o outro dos autores
sendo D. Dinis, com o Pergaminho Sharrer), nada se sabe de concreto sobre a sua biografia. O seu
25 apelido parece excluir a hipótese de um estatuto social elevado. Seria, pois, um jogral ou segrel,
eventualmente ligado a Vigo, localidade repetidamente cantada nas suas composições. Acrescente-se
que a autoria da sétima cantiga atribuída a Martim Codax (Ai ondas que eu vim veer) é incerta, tendo
sido acrescentada no Pergaminho Vindel pelo primeiro copista musical. Com tudo isto, as propostas
para a explicação do seu apelido não têm faltado, as mais antigas e tradicionais vendo em Codax ou
30 Codaz uma alcunha (com origem em codex, códice, codo, cotovelo, codazzo, cauda, por exemplo), as
mais recentes sugerindo poder tratar-se de um patronímico 2 ou de um topónimo3. Recentemente
(2018) Ron Fernández, fazendo uma resenha crítica de todas estas sugestões, avançou com alguns
dados documentais novos, em particular a existência do apelido, sob a forma Codaz, em dois
documentos do mosteiro de Santa María de Oia (datados de 1275 e 1278), ambos fazendo referência à
35 venda de uma vinha que foi de Fernan Codaz, personagem que este investigador crê poder ter sido
irmão do jogral Martim.

https://cantigas.fcsh.unl.pt (texto adaptado, consultado a 10.12.2020).

1 3
Afonso X: rei de Castela e Leão de 1252 até 1284; topónimo: nome próprio de um lugar,
2
patronímico: nome derivado do nome do pai e comum a todos os descendentes; sítio ou povoação.

1. Relativamente ao género, o texto apresentado é uma exposição, dado que (40 pontos)

A. consiste na descrição sucinta de aspetos relativos à poesia trovadoresca,


acompanhada de comentários críticos.
possui concisão e caráter demonstrativo, visando elucidar sobre os autores das
B.
cantigas galego-portuguesas.
apresenta informação subjetiva e discutível sobre uma multiplicidade de aspetos
C.
relativos à produção trovadoresca.
expõe um ponto de vista particular sobre a poesia trovadoresca e os seus
D.
agentes, fundamentado em argumentos e exemplos.

2. O envolvimento dos «grandes senhores medievais ibéricos» (linha 5) na arte trovadoresca, entre outros
aspetos, associa-se, cumulativamente, às ideias (40 pontos)

A. de incentivo e de produção.
B. de desinteresse e de exposição.
C. de proteção e de conveniência.
D. de reconhecimento e de estatuto.

3. Relativamente ao segundo parágrafo, o terceiro parágrafo (40 pontos)

A. retoma a ideia anterior e introduz uma ideia nova.


B. contradiz a ideia anterior, fundamentando com um exemplo.
C. retoma a ideia anterior e ilustra-a com um exemplo.
D. contradiz a ideia anterior, justificando com testemunhos.

4. Com o recurso ao vocábulo «pois», na linha 25, sublinha-se a ideia de que a informação relativa à biografia de
Martim Codax é (40 pontos)
A. plausível.
B. improvável.
C. contestável.
D. inegável.

5. De acordo com a informação presente no último parágrafo, o caso de Martim Codax permite corroborar a
definição de jogral presente no final do primeiro parágrafo como um (40 pontos)

A. poeta que se dedicava exclusivamente à redação de composições.


B. autor de origem nobre cuja principal atividade era escrever cantigas.
C. compositor e instrumentista pertencente à baixa nobreza.
D. agente de origem popular que não só tocava como compunha cantigas.

Grupo II – Domínio da Escrita (200 pontos)

O namoro faz parte do relacionamento interpessoal desde sempre.


Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 350 palavras, defende uma
perspetiva pessoal sobre as semelhanças e as diferenças entre o namoro de antigamente e a forma de namorar
atual.
No teu texto:

– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles
ilustrado com um exemplo significativo;

– utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 190 e 360 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

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Bom trabalho! 

PROPOSTA DE CORREÇÃO

GRUPO I
1. B.
2. A.
3. C.
4. A.
5. D.

GRUPO II
Resposta pessoal

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